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FISIOTERAPIA-DESPORTIVA

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1 
 
SUMÁRIO 
1 FISIOTERAPIA DESPORTIVA ......................................................... 2 
1.1 O que é? ........................................................................................... 2 
2 COMO FUNCIONA A FISIOTERAPIA DESPORTIVA? .................... 7 
2.1 Importância da fisioterapia desportiva............................................... 8 
2.2 Como funciona a fisioterapia desportiva ........................................... 9 
2.3 Tratamentos da fisioterapia desportiva ............................................. 9 
3 CONDICIONAMENTO FÍSICO ....................................................... 12 
4 ASPECTOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO ................. 16 
4.1 Evolução do Processo de treino ..................................................... 16 
4.2 Objetivos do treino e a definição de alto rendimento ....................... 16 
4.3 Princípios do treinamento desportivo e da musculação .................. 17 
4.4 Princípios específicos da musculação ............................................ 18 
4.5 Princípio da individualidade biológica ............................................. 18 
4.6 Renovação da matéria viva ............................................................ 20 
4.7 Princípio da adaptação ................................................................... 21 
4.8 Princípio da sobrecarga*................................................................. 24 
4.9 Princípio da continuidade/reversibilidade ........................................ 32 
4.10 Princípio da interdependência volume X intensidade ...................... 34 
4.11 Princípio da especificidade dos movimentos................................... 37 
4.12 Princípio da estruturação das sequências de exercícios ................. 39 
4.13 Qualidades e Fatores Físicos ......................................................... 42 
4.14 Qualidades e Fatores Tácticos ....................................................... 50 
5 Componentes da carga ...................................................................... 55 
6 Periodização ................................................................................... 57 
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................... 70 
 
 
 
2 
 
1 FISIOTERAPIA DESPORTIVA 
 
Fonte: www.integralcare.com.br 
As práticas esportivas exigem um bom condicionamento físico, que por 
sua vez cobra empenho do atleta. Esse empenho, agregado à rotina de 
exercícios e treinos diários, expõe o atleta a sobrecargas posturais, repetição de 
movimentos e a consequente aplicação de forças excessivas. É idealizada nesse 
cenário que nasce a fisioterapia esportiva, sendo atualmente uma das principais 
áreas de atuação do fisioterapeuta, que por sua vez tende a garantir os 
resultados funcionais positivos em torno do tratamento ao qual submete os 
pacientes. Aqui o tempo é valioso, tendo em vista que o atleta necessita 
continuar no ritmo da prática esportiva. 
1.1 O que é? 
Componente de peso da Medicina Esportiva, a fisioterapia esportiva 
apresenta seu objetivo principal com foco na recuperação e prevenção dos 
possíveis e comuns acidentes ligados à prática esportiva. O trabalho é voltado 
 
3 
 
para o seu desenvolvimento do atleta em curto espaço de tempo após sofrer 
uma lesão durante a atividade física. 
Velocidade x tempo. A fisioterapia esportiva desprende tanto do 
profissional quanto do atleta o empenho para que seus resultados sejam 
apresentados em um curto espaço de tempo, a fim de garantir os benefícios da 
volta do atleta em sua melhor forma física à prática da sua atividade esportiva. 
A preocupação e a manutenção do funcionamento de todas as funções do corpo, 
músculos, articulações e ossos é evidenciada para que se possa alcançar o 
máximo do seu potencial, a fim de garantir a execução perfeita de todas as suas 
habilidades físicas. 
A atuação da fisioterapia esportiva abrange também a colaboração do 
profissional fisioterapeuta quanto ao treinamento e postura dos atletas em 
campo, a fim de orientar tanto a técnicos como o time inteiro quanto aos pontos 
de desequilíbrio muscular que pode afetar os indivíduos e as melhores maneiras 
de adequar suas posturas ao desempenho favorável do esporte que praticam, 
aliando-se dessa maneira o aspecto preventivo da prática da fisioterapia 
esportiva 
A Fisioterapia Desportiva combina exercício e modalidades terapêuticas 
para restaurar atletas ao seu nível normal. 
É um programa dinâmico de exercícios prescritos para prevenir ou 
reverter os efeitos da inatividade enquanto o indivíduo recupera seu nível de 
competição, diferentemente da reabilitação convencional, na qual o retorno 
completo da função poderá não ser possível. A reabilitação atlética não inclui 
apenas a restauração completa do desempenho irrestrito, mas se esforça 
também para um nível de condicionamento maior do que o nível que o atleta 
possuía antes da lesão. 
Terá que levar em conta força muscular, potência, flexibilidade e 
resistência (endurance), assim como equilíbrio, propriocepção, momento 
apropriado e desempenho cardiovascular. Cada programa de reabilitação deve 
ser individualizado de forma a atender as necessidades individuais de cada 
atleta. 
 
4 
 
Só raramente uma lesão é tão leve a ponto de tornar-se desnecessária 
alguma forma de reabilitação, e, como regra, quanto mais séria for a lesão, mais 
prolongada e necessária será a reabilitação. A eficácia da fisioterapia no período 
de recuperação, tanto após uma cirurgia quanto após um traumatismo, 
geralmente determina o grau e o sucesso da futura competição atlética. Além do 
mais, as lesões sofridas durante a participação atlética são em geral, produzidas 
em circunstâncias inerentes ao desporto especifico: portanto, o atleta pode ficar 
exposto a um traumatismo recidivante idêntico, o que torna mais provável uma 
nova lesão. Esse potencial para sofrer uma nova lesão torna necessária um 
tratamento fisioterápico exaustivo e completo. 
 
 
Fonte: img.pai.pt 
Em qualquer lesão, ocorrem eventos fisiológicos específicos em resposta 
ao traumatismo. Cabe ao fisioterapeuta reduzir a gravidade desses efeitos 
fisiológicos, otimizar o tempo de cicatrização e devolver o atleta à competição o 
mais cedo possível sem comprometer seu bem-estar. 
Os objetivos de todo o programa de fisioterapia incluem: 
 
5 
 
1) Redução da dor; 
2) Redução da resposta inflamatória ao traumatismo; 
3) Retorno da amplitude ativa de movimento plena e isenta de dor; 
4) Redução do derrame; 
5) Retorno de força, potência e endurance musculares plenas; 
6) Retorno às atividades funcionais assintomáticas plenas no nível pré-lesão. 
Tumefação, dor e espasmo podem inibir a instituição precoce de um 
programa de fisioterapia. O uso de várias modalidades pode ser essencial no 
controle e na redução dessas respostas, permitindo ao atleta iniciar 
precocemente os exercícios de amplitude de movimento e de fortalecimento. No 
entanto, a modalidade propriamente dita nunca é considerada a cura para a 
maioria das lesões atléticas. Apenas através do exercício terapêutico será 
possível recolocar a parte ou as partes corporais lesadas em seu nível pré-lesão. 
Se um programa de reabilitação não for instituído em combinação com as 
modalidades terapêuticas, o ciclo da lesão poderá prosseguir. 
O exercício precoce é essencial para a reabilitação. Os atletas podem 
aprimorar sua condição física em cerca de 1% ao dia, enquanto perdem de 3% 
a 7% de sua aptidão diariamente quando permanecem totalmente inativos. 
Portanto, quanto mais longo o período de tempo durante o qual o atleta 
permanece inativo, mais longo será o período necessário para completar o 
programa de reabilitação. O uso apropriado do exercício pode acelerar o 
processo de cicatrização, e a falta de exercício durante os estágios iniciais da 
reabilitação pode resultar em incapacidadepermanente. Algumas limitações 
poderão ser necessárias para proteger um reparo cirúrgico ou permitir que ocorra 
a cicatrização adequada da lesão. As condições ideais para a cicatrização 
dependem de um equilíbrio delicado entre a proteção contra o estresse e o 
retorno à função normal no período mais precoce possível. 
 
6 
 
 
Fonte: www.unoesc.edu.br 
Cada programa de fisioterapia deve ser individualizado; não existe um 
programa de reabilitação do tipo “livro de receitas culinárias” para todas as 
lesões e que possa ser adotado para todos os atletas. Um programa de 
fisioterapia deve ser elaborado de forma a atender as necessidades do atleta, 
abordar as deficiências específicas e a levar em conta as demandas funcionais 
específicas do atleta para cada atividade esportiva, em vez de encaixar o atleta 
em um determinado plano de tratamento. 
Os objetivos gerais da fisioterapia já foram mencionados. Antes de iniciar 
um programa de reabilitação, o fisioterapeuta, o técnico e o atleta deverão 
elaborar um conjunto de objetivos a curto, médio e a longo prazo baseados na 
lesão do atleta ou no procedimento cirúrgico realizado e na necessidade da 
competição. O uso do protocolos de reabilitação preestabelecidos como 
diretrizes para a progressão do atleta através do programo de reabilitação pode 
ser valioso. Os protocolos deverão fundamentar-se em princípios derivados da 
pesquisa sobre o tempo de cicatrização e cinemática articular. Os objetivos 
podem ser delineados em relação à amplitude de movimento, à sustentação do 
peso e à progressão dos pesos nos exercícios com resistência progressiva. 
Entretanto, os protocolos de reabilitação são apenas diretrizes e os indivíduos 
 
7 
 
toleram a dor diferentemente e cicatrizam com ritmos variáveis. O avanço da 
reabilitação no atleta deverá basear-se na avaliação diária do fisioterapeuta 
quanto aos relatos subjetivos e achados objetivos. A progressão de uma fase 
para outra somente deverá ocorrer depois que o atleta alcançou os objetivos 
esboçados na fase atual. 
2 COMO FUNCIONA A FISIOTERAPIA DESPORTIVA? 
 
Fonte: acritica.uol.com.br 
Combinando atividades e modalidades terapêuticas para restaurar atletas 
ao seu padrão, a fisioterapia garante a prevenção ou reversão de inatividade. 
Entre os diversos métodos de fisioterapia, a técnica desportiva é conhecida por 
ter um programa dinâmico de exercícios direcionados especialmente para 
atletas. 
Combinando atividades e modalidades terapêuticas para restaurar atletas 
ao seu nível normal, a fisioterapia garante a prevenção ou reversão de efeitos 
 
8 
 
da inatividade, contando com a recuperação completa de seu nível de 
competição. 
A partir do desempenho do aluno, a técnica pode ainda contribuir com 
uma melhoria no condicionamento do mesmo, garantindo maior desempenho 
pós lesão e atendendo suas necessidades individuais de reabilitação. 
2.1 Importância da fisioterapia desportiva 
 
Fonte: www.clinicaortohealth.com.br/ 
Essa técnica fisioterapêutica é fundamental para reabilitar atletas em 
quesitos como força muscular, potência, flexibilidade, resistência, equilíbrio, 
propriocepção, momento apropriado e desempenho cardiovascular. Quanto 
mais séria é a lesão em questão de tratamento, mais prolongada e necessária 
faz-se a reabilitação. 
A eficácia do método de recuperação pós traumatismo vem com a 
resposta do tratamento, que pode contar com longos prazos de cicatrização e 
um possível comprometimento de seu bem-estar. Entre os transtornos mais 
comuns que podem ser tratados a partir da aplicação da fisioterapia desportiva, 
encontramos as tendinites, lesões ligamentares, contusões e distensões, 
 
9 
 
entorses, luxações e subluxações, fraturas, abrasões, bolhas, calos, cortes, 
entre outros. 
O método é essencial para garantir que o atleta esteja apto novamente à 
prática saudável dos esportes, com plena recuperação. 
2.2 Como funciona a fisioterapia desportiva 
A fisioterapia desportiva funciona com programas individuais de 
tratamento para cada atleta, indicada para todas as idades e contando com 
equipamentos específicos para treinamento. Buscando o melhor atendimento ao 
atleta, com atenção total de controle da lesão, o programa é elaborado aliando 
a correção postural aos exercícios de melhorias no condicionamento físico, 
visando a potencialização de ganho de força e resistência muscular. 
2.3 Tratamentos da fisioterapia desportiva 
Entre os mais conhecidos tratamentos de fisioterapia desportiva, 
podemos contar com programas específicos para LCM (ligamento colateral 
medial), contratura muscular, distensão muscular glútea, entorse nos tendões, 
espasmo muscular, lesão ligamentar no joelho, lesões em atletas de corrida, 
lesões em atletas de natação, lesões em jogadores de futebol, lesões 
musculares, luxações no ombro, pubalgia, ruptura do tendão de aquiles, tendinite 
de aquiles, entre outros. 
Os sistemas de tratamento envolvem atendimento domiciliar 24 horas por 
dia, fisioterapeutas especialistas na resolução destes problemas, equipamentos 
específicos para cada tipo de programa e prescrição de medicamentos ou dietas 
específicas para garantia de reforço ao tratamento inicial. 
Com total responsabilidade e segurança, a fisioterapia desportiva 
colabora com a saúde e bem-estar dos atletas. 
A dimensão desportiva nos dias de hoje nos dias que correm, cada vez 
existe mais pessoas por todo o mundo a participarem nas mais variadas 
 
10 
 
modalidades desportivas, pelos mais diversos motivos que variam entre o 
interesse pessoal, a descontração e a manutenção física, passando ainda, por 
questões de saúde (Fong et al., 2007). 
 
 
Fonte: fisiosportnews.files.wordpress.com 
São cada vez menos aqueles que conseguem ficar indiferentes à máxima 
de que o desporto é saudável e que contribui para o aumento do bem-estar físico 
e psicológico. Um estilo de vida fisicamente cativo e a participação no desporto 
e na atividade física é importante para todas as idades. 
São muitas as razões para participar no desporto e na atividade física, 
como o prazer e a necessidade de relaxar, a competição, a socialização, e a 
manutenção e melhoria da condição física e da saúde. Contudo, a participação 
desportiva também implica o risco de lesão por uso excessivo, bem como por 
lesões agudas (Bahr et al., 2003). Esse risco torna-se ainda maior quando se 
trata de desporto de competição. De acordo com Timpka, Ekstrand e Svanström 
(2006), os meios de comunicação contribuíram para que as competições 
desportivas se tornassem uma parte importante da indústria do entretenimento 
global, sendo que a possibilidade de se acompanhar o desempenho dos 
 
11 
 
melhores atletas na televisão se tornou um dos passatempos mais populares de 
todo o mundo. 
A exigência e competitividade geradas à volta dos mais variados tipos de 
desportos levaram a que o risco de lesão se tornasse muito elevado, tal como 
documentado para o futebol (Hägglund, Waldén, Bahr & Ekstrand, 2005), para o 
críquete (Orchard et al., 2005), para o râguebi (Hoskins, Pollard, Hough & Tully, 
2006) e para o triatlo (Gosling, Gabbe & Forbes, 2007). Como referido por 
McIntosh (2005), as intervenções que têm sido feitas com o objectivo de controlar 
o risco de lesão, têm-se centrado na redução dos níveis de carga ou no aumento 
da capacidade do corpo humano de tolerar ou reagir aos padrões de carga. 
Tem-se apostado principalmente em planos de prevenção que impedem 
o desgaste de estruturas aquando duma exposição prolongada, contudo existem 
fatores que complicam todos os modelos propostos. Esses fatores estão 
relacionados com a natureza competitiva e repetitiva do desporto e com os 
fatores comportamentais, fisiológicos e as adaptações biomecânicas que 
acompanham a competição. 
A elevada exigência física, a repetição do gesto técnico e o desgaste 
duma prática intensiva aumentam a probabilidadeda ocorrência de lesões. 
Importância da prevenção de lesões Apesar de todos os benefícios associados 
à prática desportiva, a participação no desporto também traz o risco de lesões 
aos atletas, quer participem em desportos de competição, quer o façam a nível 
recreativo, como referido por Olsen, Myklebust, Engebretsen, Holme e Bahr 
(2005). 
Segundo Fong et al. (2007), o desporto é uma das maiores causas de 
lesões, em comparação com acidentes de viação, acidentes em casa, acidentes 
de lazer, acidentes laborais ou violência, sendo que as lesões desportivas podem 
resultar em dor, afastamento dos jogos ou do trabalho e gastos médicos. E se 
para aqueles que vivem o desporto de forma amadora, uma lesão pode trazer 
pequenas alterações ao seu dia-a-dia, podendo não comprometer de todo as 
suas tarefas de vida diária, para os que têm no desporto a sua atividade 
 
12 
 
profissional, podem de acordo com Kujala, Orava, Parkkari, Kaprio e Sarna 
(2003) ter a sua carreira comprometida. 
De qualquer forma, há que ter em conta que uma situação não é menos 
importante que outra, já que as lesões desportivas são um dos grupos de lesões 
mais comuns das sociedades modernas ocidentais. O seu tratamento é por 
vezes difícil, implica gastos económicos e de tempo, sendo que estratégias de 
prevenção de lesões são cada vez mais necessárias, tanto por imposições a 
nível económico como para segurança dos atletas. 
3 CONDICIONAMENTO FÍSICO 
 
Fonte: blogdoaica.files.wordpress.com 
Existe uma revolução crescente no mundo feita por pessoas que estão 
preocupadas realmente com seu nível real de condicionamento físico e não 
com sua aparência de “estar em forma”. Pessoas que já perceberam que a 
melhor maneira de parecer em forma é realmente estar com um bom nível de 
condicionamento físico. Mas em que consiste o condicionamento físico, iremos 
discutir 3 conceitos: 
 
13 
 
O primeiro conceito é baseado nas 10 capacidades ou aptidões físicas 
conhecidas pela sociedade mundial de fisiologistas do exercício, que podem 
ser melhoradas através de adaptações neurológicas e/ou orgânicas. São 
elas: resistência cardiorrespiratória, resistência muscular, força, 
flexibilidade, potência, velocidade, coordenação, agilidade, equilíbrio e 
precisão. Quanto mais competente em cada uma delas, mais condicionado 
você está, ou seja, um bom programa de treinamento deve conter exercícios 
que desenvolvam uma adaptação em cada uma dessas aptidões. 
O segundo conceito é essencialmente a execução de qualquer 
atividade física de uma maneira randômica, ou seja, poder fazer bem qualquer 
tipo de tarefa que a vida nos propõe. Esse modelo sugere que o seu 
condicionamento físico pode ser medido pela sua capacidade de 
desempenhar bem uma tarefa em relação ao como fazia antes ou até mesmo 
comparado a outras pessoas. 
O terceiro conceito engloba as três vias metabólicas que nos provém 
energia para qualquer tipo de ação física. A primeira usa o fosfogênio de 
nossos músculos como fonte de energia e é responsável pelas atividades de 
maior potência, e dura aproximadamente 10 segundos; a segunda utiliza o 
glicogênio circulante como energia e rege as atividades de potência moderada, 
com duração de poucos minutos; já a terceira via é a oxidativa , também 
conhecida como aeróbia, responsável por mobilizar energia principalmente da 
gordura estocada em nosso corpo e nos permite executar atividades de baixa 
potência porém de média e longa duração. 
Um condicionamento físico total deve então promover e desenvolver 
um treinamento que seja executado em cada um dos três sistemas de 
energia, buscando o melhor efeito possível do equilíbrio entre eles. 
Então qual a consequência desse treinamento 
todo? SAÚDE!!! Qualquer pessoa que treina para aprimorar o seu 
condicionamento físico, consequentemente está treinando para melhorar seus 
parâmetros de saúde e também sua aparência. Quando feito corretamente e 
 
14 
 
sem exagero o condicionamento físico também nos ajuda contra os efeitos da 
idade e protege contra doenças. 
O condicionamento físico relacionado à saúde se refere à capacidade que 
seu coração, seus vasos sanguíneos, seus pulmões e seus músculos têm de 
resistir às tarefas diárias e ocasionais, assim como os desafios físicos 
inesperados, com um mínimo de cansaço e desconforto. É a posse das reservas 
de energia necessárias para fazer tudo o que se deseja. 
Além disso, o condicionamento apresenta diferentes significados para cada 
pessoa. Ficar bem condicionado fisicamente não requer atividade física intensa, 
desgastante ou exercícios monótonos. Para estar com um bom condicionamento 
físico você apenas precisa se exercitar com regularidade, da maneira prescrita 
por um profissional de Educação Física capacitado. Essa atividade vai trazer, 
certamente, benefícios significativos ao organismo. 
 
 
Fonte: encrypted-tbn1.gstatic.com 
Estes benefícios vão, desde a melhora da autoestima, do estado de 
ânimo, passando por modificações estéticas e atingido melhoria em diversos 
 
15 
 
sistemas: respiratório, cardiovascular, endocrinológico e até imunológico. O 
condicionamento aumenta a capacidade de defesa do organismo contra 
infecções oportunistas. 
Cada atividade é prescrita de acordo com as condições físicas e sociais 
do indivíduo, seu estado de saúde, seu estilo de vida, suas características 
pessoais e motivacionais. 
Toda rotina de exercícios deve ser progressiva, de forma que o corpo se 
adapte às novas exigências metabólicas, musculares, respiratórias e articulares. 
As pessoas fazem exercícios físicos regulares com diversos propósitos e 
um dos mais nobres e procurados é a aquisição de um bom condicionamento 
cardiovascular e respiratório. 
Como consequência, vem uma imediata melhora da qualidade de vida. 
Estas atividades físicas podem ser praticadas em meio líquido, como a natação, 
hidroginástica e caminhadas aquáticas; em bicicleta, tais como passeios ao ar 
livre ou em bicicletas estacionárias; ou ainda caminhadas, trotes e corridas em 
esteira ou piso fixo. 
Além destas atividades mais tradicionais, ganhos importantes na condição 
respiratória, cardíaca, vascular, muscular e óssea podem ser obtidos através da 
dança. 
Muitos estudos demonstraram que há um aumento significativo de massa 
óssea (densidade óssea) através da prática de danças, evitando assim a 
osteoporose. Para permanecer condicionado e manter os benefícios fisiológicos, 
motivacionais e estéticos adquiridos, deve-se manter um nível de atividade 
moderado, no mínimo três vezes por semana por, pelo menos, 30 minutos de 
atividade aeróbias, como caminhadas, trotes, corridas, andar de bicicleta, 
natação, hidroginástica e dança. 
É preciso também complementar esta rotina de exercícios aeróbios, com 
exercícios de flexibilidade, de força e de resistência muscular. Portanto quando 
se fala na importância de se ter um bom condicionamento físico, logo se pensa 
num atleta. Mas, nós, cidadãos comuns, também precisamos ter um bom 
condicionamento físico, que vai nos ajudar nas várias situações do dia a dia, o 
 
16 
 
que significa que você pode praticar uma atividade física com mais disposição, 
menos cansaço e menor risco de lesões, o que fará bem para sua saúde. 
Conclusão: um bom preparo físico te ajudará a executar as tarefas do dia 
a dia, sem muito cansaço, sem dor muscular no dia seguinte e com mais 
disposição para executar qualquer atividade. 
E lembre-se que para nós, cidadãos comuns, que exercitamos para a 
melhoria da nossa saúde e qualidade de vida, o preparo físico é importante para 
as tarefas do dia a dia, e não para competir e buscar a performance máxima. 
4 ASPECTOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO 
4.1 Evolução do Processo de treino 
Na pré-história, os seres humanos já treinavam suas habilidades de caça 
e pesca, repassando seu aprendizado de forma teórica e prática e, desta forma, 
ensinavam e aprendiamuns com os outros. Um dos aspectos mais importantes 
da preparação dos desportistas, desenvolvimento de seu potencial motor e da 
sua capacidade de movimento, já que isso influencia a sua capacidade no nível 
desportivo. 
• 1º- Período do empirismo 
• 2º- Período da improvisação 
• 3º- Período da sistematização 
• 4º- Período pré-científico 
• 5º- Período científico 
• 6º- Período tecnológico 
• 7º- Período do mercantilismo desportivo 
4.2 Objetivos do treino e a definição de alto rendimento 
O treino está centrado na preparação para a competição. Ele procura, 
otimizar as aptidões que mais influências terão nos resultados desportivos. Isto 
 
17 
 
implica uma integração dos vários fatores do treino, aprofundamento das 
habilidades técnicas e uma melhor capacidade de concretização dos 
procedimentos estratégicos. 
Definição de Alto Rendimento Está relacionado com um elevado aspecto 
de seleção, rigor e exigência e por isso apenas alguns dos melhores praticantes 
encontram-se abrangidos por este nível de prática desportiva. Efetivamente a lei 
define alto rendimento como “a prática desportiva em que os praticantes obtêm 
classificações e resultados desportivos de elevado mérito, avaliados em função 
dos padrões desportivos internacionais. 
4.3 Princípios do treinamento desportivo e da musculação 
Treinamento desportivo como estrutura lógica é a organização para a 
aplicação dos métodos científicos de treinamento, que visam por meio de 
mecanismos pedagógicos, atingir o mais alto rendimento humano, nos aspectos 
e características técnicas, físicas, psicológicas, sociais e espirituais do indivíduo 
ou equipe. 
"O treinamento, já aceito há algum tempo como ciência, tem sua 
posição científica reforçada com referências consideradas essenciais 
para todos os que buscam o alto rendimento atlético". Tubino; 1979. 
Toda e qualquer atividade necessita de normas para uma conduta 
racional de aplicação. No caso do treinamento desportivo e musculação 
particularmente, algumas normas e regras foram sendo criadas ou 
desenvolvidas com base em princípios relacionados com a constituição física 
humana e com as respostas orgânicas aos estímulos aplicados. 
Os princípios do treino desportivo são basicamente seis e abaixo 
escalonados. Há diferenciações pessoais de autores que lidam com o 
treinamento, afirmando ainda mais a necessidade de aprofundamento nos meios 
teóricos para o controle prático dos treinos. É comum o surgimento de 
subdivisões dentro de algum dos princípios do treinamento, situação está que 
será visualizada em alguns parágrafos abaixo. 
 
18 
 
1. Princípio da individualidade biológica 
2. Princípio da adaptação 
3. Princípio da sobrecarga* 
4. Princípio da continuidade/reversibilidade 
5. Princípio da interdependência volume X intensidade 
6. Princípio da especificidade dos movimentos 
4.4 Princípios específicos da musculação 
A musculação possui particularidades no momento da aplicação prática 
dos trabalhos, que estão sempre vinculadas aos princípios do treinamento 
desportivo. Os princípios do treino neste caso são singularmente aplicados de 
maneira mais qualificada e, encampando basicamente a individualidade 
biológica, a sobrecarga e a especificidade dos movimentos. A estruturação das 
sequências de exercícios, tornou-se um conceito paralelo e considerado, como 
sendo um princípio do treinamento exclusivo dos trabalhos contra resistência. 
4.5 Princípio da individualidade biológica 
Esse princípio pressupõe que por sermos seres biologicamente diferentes 
é necessário levar em consideração, no momento da prescrição dos exercícios 
físicos, as habilidades, o potencial físico assim como as limitações a fim de não 
causar reações adversas no praticante. 
Cada ser humano possui estruturas físicas e psicológicas individualizadas 
ou diferenciadas dos demais, sugerindo que cada um de nós seja um ser único. 
O ser humano é a união entre as características do genótipo (carga genética 
recebida) com o fenótipo (carga geral de elementos que são adicionados ao 
indivíduo após o nascimento) que criam o suporte de individualização humana. 
Abaixo no quadro 01 encontra-se algumas características do genótipo e 
do fenótipo. 
 
 
19 
 
Quadro 01 
 
 
As respostas ao treinamento aplicado são determinadas por 
características hereditárias associadas às influências do meio ambiente. 
Buscamos continuamente o aperfeiçoamento das características técnico 
esportivas da forma mais específica e individualizada possível. Quanto mais o 
treino aproximar-se das características positivas de respostas individuais, 
maiores serão as performances alcançadas. 
Cada ser humano é único e por este motivo necessita de um 
direcionamento personalizado para o treinamento visando o alto rendimento 
físico e desportivo. É inadmissível a padronização de qualquer forma de 
treinamento, para grupos inteiros de indivíduos. 
O genótipo caracteriza os potenciais, a predisposição inata ou aptidão. As 
habilidades são parte do fenótipo ou das características possíveis de serem 
incorporadas ao indivíduo. Os profissionais de Educação Física são bem 
familiarizados com os termos Aptidão e habilidade. 
Entendemos por aptidão didaticamente expondo, como sendo os 
potenciais ou as qualidades inatas do homem, que são expressas continuamente 
por meio da predisposição e do talento. Como exemplos citamos a aptidão de 
força muscular máxima, a aptidão de resistência cardiovascular máxima, 
flexibilidade e velocidade máxima atingível. 
"Evidentemente o treinamento físico não melhora a capacidade de 
desempenho além daquele limite preestabelecido pelo genótipo". 
Hollmann & Hettinger; 1983. 
 
20 
 
As habilidades referem-se aos elementos que são adquiridos ou 
aprendidos ao longo do tempo de vida, somando-se e formando um quadro de 
experiências. O ato de jogar ou praticar esportes, são transmitidos aos indivíduos 
por meio de treinos e repetições contínuos, e são bons exemplos do que sejam 
as habilidades. 
"As condições neuromusculares, psico-cognitivas e anâtomo-
biomecânicas que são herdadas caracterizam de uma forma geral a 
aptidão. Um desenvolvimento muito acima da média dessas condições 
denomina-se talento". (Geese & Hillebrecht; 1995). 
"Pode-se dizer que os potenciais são determinados geneticamente e 
as capacidades ou habilidades expressas são decorrentes do 
fenótipo". Dantas; 1985). 
4.6 Renovação da matéria viva 
Este ciclo, que é uma das características básicas da matéria viva, é 
caracterizado da seguinte forma: sempre que qualquer pessoa exerce a sua 
função, começa gradualmente a perder essa capacidade funcional até atingir um 
estado de fadiga. Começa então a prevalecer, graças à alimentação e ao 
repouso, o processo de renovação da estrutura que foi solicitada e, portanto, 
desgastada, o que vai permitir que essa estrutura não só recupere o nível de 
organização estrutural anterior, como até o supere, o que vai permitir uma 
melhoria da capacidade funcional. Exemplificando: um determinado grupo 
muscular começa a realizar um exercício com funções, se a carga e o número 
de repetições forem elevados, os músculos solicitados começam a perder 
capacidade funcional, podendo atingir um estado de fadiga. Graças à 
alimentação e ao repouso, permitirá que esses músculos, passado algum tempo, 
tenham um nível estrutural e um nível de força superior. 
Este processo de reorganização estrutural e funcional só é possível 
graças à conjugação de três fatores: 
 Carga Funcional: No treino é o movimento que, ao provocar a 
fadiga, ativa o referido ciclo. Durante o treino predominam os 
processos de “destruição” do organismo. 
 
21 
 
 Alimentação: Fornece ao organismo os nutrientes necessários à 
substituição dos que foram gastos nos processos catabólicos 
geradores de energia. É evidente que se é insuficiente, quantitativa 
ou qualitativamente, o restabelecimento é impossível. A cargafuncional conduziria a um esgotamento do organismo. 
 Repouso: Diminuição da função posterior à aplicação da carga. 
Não é o repouso em si mesmo que é positivo, mas sim o que se 
segue ao esforço. 
4.7 Princípio da adaptação 
Todas as pessoas possuem um estado de equilíbrio denominado 
homeostase. Toda vez que realizamos um exercício físico, estamos de certa 
forma, impondo um estresse fisiológico e psicológico ao organismo. Dependendo 
da intensidade do estresse aplicado, a resposta do organismo pode variar entre 
a manutenção do estado de homeostase (baixa intensidade) a ocorrência de 
lesões em geral (intensidade acima do limite). O princípio da adaptação prega 
que é necessário impor ao organismo um estresse suficiente para a quebra da 
homeostase a fim de gerar um upgrade no condicionamento físico. Intensidades 
demasiadas devem ser evitadas com objetivo de manter a integridade física do 
praticante. 
O princípio da adaptação do organismo ao treinamento possui 
particularidades relacionadas com o nível de estímulo a ele aplicado. Durante a 
aplicação de estímulos de treinamento sobre o organismo deparamo-nos com o 
conceito de síndrome de adaptação geral (SAG) proposto por Hans Seyle; 1956 
in Dantas; 1985, a qual possui fases correlacionadas com os estímulos ou 
estresses. Os estresses podem ser de ordem física, bioquímica e mental. 
A síndrome de adaptação geral possui três fases distintas abaixo 
escalonadas: 
 
22 
 
1. Excitação ou choque - a presente fase poderá provocar dores e por 
este motivo queda momentânea no rendimento provocando um período de 
reação de alarme no organismo. 
 
2. Resistência ou adaptação - esta fase tende a provocar uma 
adaptação ao estímulo aplicado com elevação no rendimento. 
 
3. Exaustão ou cansaço - nesta fase o corpo não responde 
positivamente aos estímulos por já estar adaptado, possivelmente haverá queda 
de rendimento nos casos de treinamento excessivo. Há o risco de lesões 
temporárias ou permanentes. 
Nos casos em que o estímulo seja muito fraco este não produzirá 
adaptação satisfatória, e será classificado como estímulo Débil. 
Os estímulos de baixa intensidade que apenas excitam o organismo e não 
produzem adaptações posteriores são classificados como médios. 
Os estímulos Fortes são exatamente aqueles que proporcionam as 
adaptações mais seguras, plenas e prolongadas. Busca-se no treinamento 
consciente e organizado, na maior parte do tempo, exatamente a manutenção 
desta forma de estímulo. 
Os estímulos Muito Fortes acarretam sensíveis danos ao organismo e 
podem seguramente causar lesões, se não forem extremamente controlados por 
meio de testes periódicos e avaliações generalizadas prévias relacionadas ao 
estado biológico maturacional e também psicológico do indivíduo. 
Os conceitos de Hussay; 1956, acima descritos foram citados por Dantas; 
1985, trazem consigo um alerta e a base para que sejamos cautelosos no 
momento da aplicação de sobrecargas no organismo durante os treinamentos. 
A busca incessante por combinações ideais de alternância entre os 
estímulos Médios e Fortes, são a base para o sucesso do treinamento. Saber 
em qual momento elevar o estímulo e ou reduzi-lo é a chave para as portas do 
alto rendimento. 
 
23 
 
A utilização de estímulos Muito Fortes é necessária para a ultrapassagem 
das barreiras que surgem no decorrer dos treinamentos dos atletas de alto nível. 
Não devemos utilizar treinamentos nesta faixa de estímulo por mais de um ciclo 
(microciclo de choque), ou seja, mais do que sete dias, e muito menos utiliza-lo 
com atletas ou praticantes novatos. Um ciclo de treinamento de 3 a 4 anos 
consecutivos (lei dos quatro anos), faz-se necessário antes de arriscar estes 
níveis tão elevados de cargas nos treinos. Não devemos esquecer que grandes 
performances atléticas são alcançadas após 8 a 12 anos de treinos intensivos e 
sistemáticos. 
Abaixo no quadro 02 apresenta-se uma proposta classificatória com as 
condições de intensidade e carga adicional referente aos estímulos proveniente 
do treinamento contra resistência. 
 
Quadro 02 
 
 
O organismo humano responde de maneira diferenciada a cada estímulo 
a ele aplicado. O estresse vivido quotidianamente no meio ambiente, produz 
interferências que devem ser consideradas em conjunto aos estímulos do treino. 
As respostas aos treinamentos podem ser negativas caso haja influência do meio 
sem um adequado controle do treinador. 
As respostas aos estímulos psíquicos e sociais são relevantes sobre a 
performance. As atitudes psicológicas negativas como ansiedade, angustia, 
confiança excessiva, depressão etc., e fatores sociais como o abuso de bebidas 
 
24 
 
alcóolicas, festas, excessos sexuais, tabagismo e outros, necessitam estar sob 
controle do treinador. 
A individualidade deverá possuir grande atenção aos períodos de 
adaptação, como exemplo citamos as crianças e os adolescentes, que possuem 
um estado de predisposição para adaptarem-se mais facilmente aos estímulos 
de treino com predominância de volume alto com intensidade moderada a baixa. 
Em muitos casos surgem quedas sobre o rendimento biológico, sem uma 
explicação plausível. Quando após uma minuciosa pesquisa dos hábitos de vida, 
surge o diagnóstico preciso de excesso de atividades paralelas, que são 
degradantes sobre as respostas do treinamento. A falta de repouso adequado e 
maus hábitos alimentares são exemplos clássicos. 
O estresse no treinamento é necessário. As situações de estresse no 
cotidiano são pouco prováveis de serem eliminadas. Resta ao treinador para que 
haja uma adaptação plena do organismo de seu educando, concentrar esforços 
e atenção, aos fatores que podem estar conduzindo o organismo a um estado 
de treinamento excessivo quer sejam eles durante as sessões de treino ou 
durante as horas foram do âmbito de controle técnico. 
4.8 Princípio da sobrecarga* 
 A Figura 1, a seguir, demonstra como o nível de carga influência nos efeitos 
produzidos em função da intensidade do exercício. 
 
Figura 1. 
 
25 
 
Efeitos da carga de treinamento de acordo com a intensidade do 
estímulo 
Fonte: Adaptado de material didático de aulas da Universidade do Porto, Portugal, disponível em: 
FONTE:www.4shared.com 
Para Dantas (1995), logo após a realização de uma carga de treinamento, o 
organismo passa por um processo de recuperação, com o qual busca restabelecer o 
equilíbrio. Segundo o autor, uma relação ideal entre a carga aplicada e o tempo de 
recuperação é fundamental para garantir o pronto restabelecimento desse 
equilíbrio e proporcionar adaptações biológicas importantes para o desempenho, 
processo conhecido como supercompensação, como pode ser observado na Figura 2. 
Para Tubino (1984), a aplicação do princípio da sobrecarga deve ser observada 
com base em variáveis relacionadas à carga como o volume (quantidade) e a intensidade 
(qualidade) do treinamento, os quais podem ser alterados pela utilização dos vários 
métodos, como, por exemplo, o contínuo e o intervalado. 
 
Figura 2. 
Princípio da sobrecarga 
http://www.4shared.com/office/IubengyJ/carga_treinamento.html
 
26 
 
 
Fonte: Adaptado de material didático do Curso de formação de treinadores nível II da Confederação 
Brasileira de Atletismo, Bragança Paulista, 2010. 
 
A resposta do organismo ao estresse ocorre por meio de ações coordenadas 
entre cérebro, glândulas, hormônios, sistema imunológico, coração, musculatura 
esquelética, sangue e pulmões, o que permite a adequação no fornecimento de oxigênio 
(O2) e de energia, bem como aumentos de força e de resistência muscular, resistência à 
dor, acuidade mental, além de uma proteção temporária contra infecções. Ou seja, o 
objetivo desse tipo de estresse decorrente do treinamento não é causar doença ou 
algum tipo de dano. Representa, sim, um mecanismo evolutivo conservado, pelo qual as 
células se defendem contra mudanças abruptase adversas do meio ambiente, 
adaptando-se positivamente a elas (WELCH, 1993). 
Com o passar das sessões, o aluno desenvolverá um nível de 
condicionamento superior ao padrão inicial (princípio da adaptação), logo, é 
necessário incrementar o nível de estresse imposto ao praticante. Desta forma 
a homeostase será quebrada novamente e ocorrerá um novo upgrade no 
condicionamento físico do praticante. Esse princípio anuncia que a sobrecarga 
do treinamento deve ser progressiva, entretanto, é necessário planejar 
momentos de baixa intensidade a fim de oferecer momentos de recuperação ao 
organismo. 
 
27 
 
Relaciona-se à aplicação das cargas de trabalho. O presente princípio 
está intimamente ligado ao treinamento diário do indivíduo em sala de aula, 
assim como possui estreita relação com o princípio da adaptação e com o 
princípio da continuidade. 
Após a aplicação de uma sobrecarga de treinamento o organismo 
necessita repor novamente a energia utilizada e reconstituir as estruturas 
desgastadas, para que no ato da aplicação das sobrecargas futuras o organismo 
esteja em condições favoráveis para receber um novo estímulo, com intensidade 
igual ou superior ao anterior aplicado. 
O fenômeno da supercompensação aplicado aos mecanismos 
energéticos orgânicos, caracteriza-se por promover o armazenamento a níveis 
ligeiramente acima daquele encontrado durante o início do treinamento. As 
reservas energéticas estarão, após uma relação equilibrada entre repouso e 
reposição alimentar adequada, com um superávit ou estoque extra de energia, 
para ser utilizada prontamente no próximo treinamento. 
Sabendo-se da possibilidade da supercompensação, procura-se ampliar 
a intensidade das cargas de treinamento sempre que possível, visando provocar 
maiores volumes nos estoques energéticos, por meio de treinamentos periódicos 
com características específicas, contínuas, crescentes, variadas, assim como 
exatas. 
O tempo que levará para o organismo repor energia e estocá-la em suas 
reservas, está intimamente relacionado com a sobrecarga imposta, abaixo no 
quadro 03a encontra-se o período para a recuperação das fontes energéticas 
utilizadas durante um treinamento máximo. No quadro 03b encontra-se uma 
classificação relacionada às cargas de treinamento em uma sessão. 
 
Quadro 03A 
 
28 
 
 
 
Quadro 03B 
 
 
Nos trabalhos contra resistência é fundamental a escolha das cargas 
exatamente dentro dos objetivos predeterminados, ou seja, os percentuais de 
carga devem estar dentro dos padrões relacionados ao desenvolvimento da 
qualidade física alvo. 
Cada carga imposta ao organismo produz respostas metabólicas, físicas 
e psicológicas específicas e em comum acordo com a intensidade imposta. 
Sobrecargas contra resistência (musculação) produzem modificações 
principalmente sobre a estrutura proteica e metabolismo glicolítico ou anaeróbio 
da fibra muscular principalmente as do tipo IIb e IIa, em contrapartida treinos 
cíclicos e contínuos de baixa e média intensidade, estimulam melhorias sobre os 
aspectos metabólicos aeróbios, sobre as fibras musculares do tipo I, e sobre o 
sistema cardiopulmonar e circulatório. Verifica-se desta forma uma característica 
básica para o surgimento do princípio da carga específica. 
As sobrecargas de treinamento segundo Zatsiorski; 1999, podem ser 
classificadas como sobrecarga estimulante, sobrecarga de manutenção ou 
sobrecarga de destreinamento. A sobrecarga estimulante é sempre mais 
elevada que o nível neutro e produz adaptações sobre o organismo. A 
 
29 
 
sobrecarga de manutenção é aquela onde o nível está dentro da zona neutra 
(compreende-se como zona neutra a sobrecarga que não produz modificações 
significativas nem positivas, nem negativas sobre o organismo do atleta) e por 
este motivo não estimula melhorias sobre o organismo, havendo apenas a 
manutenção do estado de treinamento. A sobrecarga de destreinamento* 
localiza-se abaixo da zona neutra e impossibilita a manutenção ou elevação de 
um estado de treinamento, desta forma identifica-se um decréscimo no 
rendimento. Verifica-se uma queda na condição física mais acentuada nos 
primeiros dias de sobrecargas de destreinamento, quando estas situam-se em 
limiares próximos aos de repouso. 
*O conceito de sobrecarga proposto por Howley & Powers; 2000, 
considera apenas as cargas de trabalho, que impõem aos sistemas orgânicos e 
tecidos corporais, um estímulo acima daquele limite, ao qual o organismo já 
esteja acostumado. Neste caso, seguindo-se o conceito proposto no presente 
parágrafo, os estímulos que provocam destreinamento não estariam 
classificados como sobrecargas e sim como estímulos débeis. Forçosamente 
devemos empregar a estas condições que propiciam ao estado de 
destreinamento, o conceito de princípio da reversibilidade. Este princípio será 
abordado juntamente com o princípio da continuidade. 
 
Abaixo no quadro 04 encontram-se os percentuais de cargas relacionados 
para o treinamento das valências físicas. 
 
Quadro 04 
 
 
30 
 
Busca-se na aplicação das cargas o momento mais propício e exato em 
que o organismo esteja em seu mais alto nível de recuperação física e 
psicológica. Esta forma de aplicação das cargas é uma das variáveis que 
buscamos frequentemente para elevar continuamente o nível de rendimento. 
Esta forma de manipulação das cargas é também aceita como um princípio 
relacionado ao treinamento desportivo e conceituado como princípio da 
sucessão exata das cargas. 
Há uma grande dificuldade em predeterminar o exato estado de 
recuperação orgânico individual, por este fato devemos estar continuamente 
indagando com os nossos alunos sobre sensações subjetivas relacionadas ao 
estado de ânimo, sono, cansaço ou dores, que podem ser de grande ajuda na 
determinação de uma recuperação plena do organismo. Períodos muito curtos 
ou prolongados de inatividade, podem produzir as reações citadas. 
A recuperação plena do organismo poderá ocorrer em momentos 
diferenciados, e em relação direta aos fatores exógenos e intensidade do 
treinamento, vide quadro 03b, como sono adequado, alimentação balanceada e 
suficiente volume calórico, estímulo ou sobrecarga muito forte e periódica etc. 
Para um controle mais racional deve-se fazer uso constante dos testes 
para a determinação do estado atual de desempenho, e avaliar a 
evolução/involução do mesmo em relação ao estado de desempenho no início 
de cada mesociclo de treino. A comparação dos resultados pode ser a luz para 
o acerto das sobrecargas que visam a elevação máxima da qualidade física alvo, 
e principalmente dentro do tempo previsto para o desempenho máximo. 
As cargas de trabalho devem ser contínuas e variadas na medida do 
possível. A manutenção desta forma de dosagem de cargas é o princípio da 
aplicação contínua das cargas. Cargas contínuas (estímulo de treino 
permanente) criam a condição de treinamento crônico ou prolongado e estão 
diretamente relacionadas ao acumulo de experiências motoras, que após serem 
assimiladas ao longo dos anos, serão perdidas na mesma proporção em que 
foram adquiridas em caso de interrupção do treino, assim como, a recuperação 
 
31 
 
será mais rápida após a retomada dos trabalhos, mesmo que em condições de 
intensidade inferiores. 
Durante o período programado de transição do treinamento, não deve ser 
permitido ao atleta excluir-se dos treinos por longos períodos, é preferível a 
redução dos trabalhos em termos de volume, para que não seja atingido o 
destreinamento, o qual ocorre com longos períodos de inatividade. 
Pelo motivo exposto acima, deve-se programar os treinamentos com 
antecedência suficiente, para que sejam inclusos períodos mínimos de 
inatividade durante todo o ciclo de treinamento. A mesma regra é válida não só 
para o período de treinamento competitivo, mas também para todo o ciclo da 
vida humana. 
Não devemos manter os percentuais de treinamentoem níveis 
permanentes e muito menos as cargas serem fixas. A aplicação do princípio das 
cargas variáveis ou variadas, é para que não haja uma estabilização e 
acomodação (queda) e seja um estímulo permanente ao desenvolvimento do 
estado de treinamento. 
Para que o estímulo de cargas se torne permanente e crescente há uma 
variação entre estímulos fortes, médios, e muito fortes, este último no caso de 
atletas de elite. Saber manipular com exatidão as cargas de trabalho intenso e 
recuperativo faz a diferença no produto final do treinamento. 
Os ciclos de treinamentos divididos e organizados em microciclos de 
choque, ordinário e recuperativo, criam as condições para um maior controle e 
menor erro sobre a aplicação de cargas elevadas e intermediárias. 
A utilização de um ciclo de treino ordinário com intensidade de estímulo 
forte é bem tolerado durante 04 a 06 semanas consecutivas. Sucessivamente a 
este período, aplicamos um trabalho com cargas de estímulo médio durante 04 
semanas seguida de 2 a 4 semanas com estímulo muito forte (neste caso as 
séries dos exercícios na musculação são repetidas no máximo duas vezes na 
semana). 
Outra maneira de variação nas cargas de treinamento para iniciantes é o 
treinamento em 4 semanas com estímulos médios, 4 semanas com estímulo 
 
32 
 
forte e assim continuamente, até que se identifique o início da estabilização no 
rendimento, com as cargas de estímulo forte. A partir deste momento 
começamos a mesclar estímulos muito forte, durante ciclos de treinamentos 
curtos de 1 semana, com estímulos fracos ou recuperativos de 1 a 2 semanas. 
Como observado no parágrafo anterior as cargas possuem características 
diferenciadas, não sendo iguais mesmo durante o treino contínuo, pelo fato de 
os atletas submeterem-se a competições com fases distintas de polimento e 
destreino programado. Por estes motivos expostos surgiu o princípio da carga 
periódica. 
As sobrecargas devem ser programadas com antecedência no plano geral 
de treinamento em ordem direta com as competições alvo, feito isto saberemos 
com exatidão os momentos oportunos para a aplicação das sobrecargas 
específicas, visando o desenvolvimento da qualidade física mais importante para 
o presente momento. O estado de treinamento ideal deverá ser atingido em 
comum acordo com práticas de sobrecargas adequadas de treinamento e no 
período exato para a sua utilização. 
Caso as cargas de treinamento sejam de intensidade muito forte nos 
períodos iniciais ou mesmo débil durante a fase competitiva, as respostas 
orgânicas positivas para o sucesso no desenvolvimento das mais altas 
performances não serão atingidas. 
4.9 Princípio da continuidade/reversibilidade 
Figura 3. 
Princípio da reversibilidade 
 
33 
 
 
Fonte: Adaptado de material didático do Curso de formação de treinadores nível II da Confederação 
Brasileira de Atletismo, Bragança Paulista, 2010. 
 
Mesmo um atleta que treina a diversos anos a finco poderá perder seu 
excelente condicionamento físico caso permaneça por longos períodos sem 
exercícios físicos. Por isso, o princípio da continuidade enfoca que devemos 
permanecer ativos a fim de não regredir na condição física. 
As modificações induzidas pelo treinamento são transitórias ou 
passageiras. Todas as características secundárias adquiridas por meio do treino, 
perdem-se e retornam aos limites iniciais pré-treinamento, após determinado 
período de inatividade. Pelo motivo exposto há sempre a necessidade de 
manutenção do treinamento em níveis contínuos para a manutenção de um 
estado de treinamento mais elevado. 
As perdas nos níveis de adaptação adquiridos no treino estão intimamente 
relacionadas ao período de tempo em que foram adquiridos. Como regra "quanto 
mais longo o período de treinamento mais longo será o período de destreino" 
Zatsiorsky; 1999 e " Toda aquisição que se ganha lentamente e em um tempo 
prolongado mantém-se com mais facilidade e perde-se com mais lentidão do que 
as aquisições conseguidas rapidamente e em um tempo curto" Barbanti; 1986. 
Alguns aspectos morfológicos e funcionais como no caso das adaptações 
anaeróbias que se perdem mais rapidamente do que as adaptações aeróbias e 
de força máxima. A hipertrofia muscular é tanto quanto vagarosa em sua 
 
34 
 
evolução durante o treino quanto no destreinamento. Segundo Fleck & Kraemer; 
1999, a redução da força durante o destreino dá-se em uma velocidade inferior 
quando comparada com o tempo para aquisição no treino. Vale lembrar, que os 
níveis de força muscular em períodos curtos de destreino, permanecem um 
pouco acima daqueles encontrados no pré treinamento Fleck & Kraemer; 1999. 
Para evitar uma drástica perda nos níveis de força alcançados, e criando 
condições para preservar um declínio mais vagaroso da mesma, deve-se 
programar períodos curtos de trabalhos contra resistência. A atitude de criar 
microciclos breves de treinamento de força, visando uma manutenção 
satisfatória da força com menor perda momentânea, faz-se lógica, necessária e 
econômica, assim como aproveita de maneira otimizada os efeitos residuais do 
treinamento. 
Para a manutenção ou preservação da força durante um breve período de 
destreino ou manutenção, deve-se trabalhar contra resistência duas vezes por 
semana, salientamos que estas cargas de trabalhos possuem baixo volume, mas 
com intensidade elevada nos casos de atletas de elite e praticantes assíduos. A 
escolha dos exercícios torna-se valiosa, e é imprescindível a presença dos 
exercícios principais no caso de atletas de elite. Dá-se preferência aos exercícios 
multiarticulares e de grandes massas musculares, exceto nos casos específicos 
esportivos. 
4.10 Princípio da interdependência volume X intensidade 
Com fins ilustrativos é possível imaginar que o volume pode ser traduzido 
como “QUANTO” e a intensidade “COMO”. Ambas as variáveis estão presentes 
nos treinamentos físicos e são inversamente proporcionais: quando o volume 
aumenta necessariamente a intensidade diminui e vice-versa. 
O presente princípio baseia-se na relação ótima de aplicação do volume 
e da intensidade no treinamento, comumente sempre que o volume de treino se 
eleva reduz-se a intensidade. Como regra geral de segurança dá-se prioridade 
 
35 
 
ao volume nas primeiras modificações do treino, em seguida eleva-se a 
intensidade. 
Entendemos como volume a quantidade de treinamento, caracterizada 
por toda mudança ou modificação relacionada ao número de repetições por série 
de exercícios, número de exercícios em cada série ou sequência, número de 
grupos, número de treinos diários, semanais e mensais do macrociclo. 
A intensidade é reconhecida como a qualidade do treinamento, possui 
estreita relação com as manipulações sobre a sobrecarga de trabalho 
(percentual de cargas), intervalos de repouso, velocidade de execução dos 
gestos etc. 
O volume de treinamento na atualidade encontra um lugar de destaque 
tão alto quanto a intensidade. Em alguns esportes é elemento determinante do 
sucesso esportivo, e relacionado diretamente com a quantidade de treinamento 
alcançado no decorrer da preparação do atleta. Como exemplo os esportes de 
resistência (maratona, esqui de fundo, triatlon etc.) fazem parte desse seleto 
grupo. 
" Elevar o volume de treinamento é uma necessidade para qualquer 
desporto ou evento aeróbio" Bompa; 2000. 
" Uma característica adicional de treinamento, importante sob o ponto 
de vista prático, é o alto volume de treinamento ou a quantidade total 
de peso levantado durante uma sessão de treinamento". Zatsiorski; 
1999. 
A intensidade do treinamento é prioritária e inerente aos esportes de força 
e velocidade, por este motivo há uma grande preocupação com o controle das 
sobrecargas empregadas no cotidiano. Para que haja um acompanhamento 
periódico sobre a intensidade aplicada no treinamento de força, devemos utilizar 
o cálculo do coeficiente de intensidadepor meio da equação exposta no quadro 
05 a. No quadro 05 b pode ser visualizada a resolução da equação por meio de 
uma situação hipotética. 
 
Quadro 05 A 
 
36 
 
 
 
Busca-se excepcionalmente no treinamento atual, a manutenção dos 
treinos de atletas de elite, um alto volume associado a uma intensidade também 
elevada. A presente forma de estímulo só deve ser utilizada durante períodos 
breves de treinos, e visam principalmente ultrapassar os limites de estagnação 
ou estabilização da performance física. 
"A elevação contínua do volume de treinamento é provavelmente uma 
das mais altas prioridades do treinamento contemporâneo". 
Bompa;2000. 
No quadro 06 encontra-se um modelo imaginário de mesociclo, com os 
microciclos de intensidade e volume elevados de treinamento. 
 
Quadro 06 
 
 
 
37 
 
4.11 Princípio da especificidade dos movimentos 
Este princípio rege que a prescrição da atividade está diretamente 
relacionada com a natureza do gesto esportivo e do sistema energético 
predominante. 
A aplicação de um estímulo de treinamento provoca sobre o organismo 
uma resposta especifica e relacionada diretamente à forma de exercício 
utilizado. Treinamento de força provoca adaptações sobre os mecanismos 
neuromusculares, específicos das fibras musculares que foram solicitadas nos 
treinos. Contrariamente, os exercícios de resistência provocam adaptações 
musculares sobre as mitocôndrias e capilares para elevar a capacidade de gerar 
energia aeróbia. 
A própria flexibilidade possui elementos relacionados com as respostas 
esperadas do treinamento. O treinamento de flexibilidade deve ser o mais 
próximo possível da realidade do esporte praticado, ou seja, a posição do 
movimento no treino poderá trazer respostas diferenciadas caso não esteja 
adequada à posição normalmente utilizada durante a prática esportiva. Segundo 
Weineck;1986, os fusos musculares reagem de maneira semelhante àquela já 
habituada (treinada) e a cada novo processo de utilização diferenciado, este 
deve ser ajustado ou regulado mediante a nova exigência motora. 
Mesmo nas atividades com a mesma característica de movimento e 
energética, obtêm-se respostas diferentes, e em comum acordo com a exigência 
motora aplicada. Howley & Powers; 2000, citam as modificações induzidas por 
treinamento de corrida e ciclismo, sobre o limiar de lactato sanguíneo. Foram 
comparadas amostras por meio de testes realizados no início e no final do tempo 
de treinamento. Os testes foram realizados em tapete rolante e bicicleta. 
Respectivamente os resultados foram: o treinamento de corrida aumentou 58%, 
e elevou em 20% os resultados dos testes na esteira e na bicicleta. O 
treinamento de ciclismo elevou em 39% os resultados na bicicleta e sem 
nenhuma melhoria no limiar na esteira. 
 
38 
 
"A transferência dos ganhos de treinamento pode diferir 
significativamente, mesmo em exercícios muito similares". 
Zatsiorski;1999. 
Há a possibilidade de possibilitarmos melhorias sobre a endurance 
intensa, quando esta for treinada paralelamente e principalmente em dias 
alternados com a força muscular, neste caso detectamos uma transferência 
positiva da forma de treinamento e não da especificidade do treino, justificando 
a utilização momentânea do Cross training neste caso em particular. 
Necessitamos ainda de mais pesquisas relacionadas à possível síndrome de 
transferência positiva para várias atividades de treinamento cruzado ou 
combinado. 
Como exemplo clássico da especificidade do movimento temos 
naturalmente uma diferença no desenvolvimento da força, relacionada com cada 
angulo do arco do jogo articular. Por este fato, um treinamento voltado apenas 
para o desenvolvimento das qualidades físicas específicas do esporte, torna-se 
pouco produtivo ou potencialmente inferior, caso não seja associado aos 
movimentos e gestos específicos esportivos. A biomecânica esportiva possui 
elementos determinantes no momento da escolha dos exercícios, para serem 
introduzidos e treinados a cada período do programa geral de treinamento. 
Nadadores devem destinar a maior parte do tempo do treinamento, 
realizando e aperfeiçoando o nado propriamente dito, corredores devem correr 
e assim logicamente os outros esportes devem fazer o mesmo, na aplicação dos 
gestos e das técnicas inerentes ao esporte. 
Na escolha dos exercícios para o desenvolvimento dos jovens atletas, 
quase todos os exercícios são benéficos, e proporcionam melhorias da 
performance, devendo ser usados na formação física de base ou geral durante 
os primeiros anos de desenvolvimento esportivo. À medida que o atleta se 
aproxima de seu limite máximo geneticamente determinado, e passa a competir 
rotineiramente buscando a superação de recordes, surge a necessidade de 
otimizar a escolha dos exercícios, para que os mesmos sejam produtivos na 
elevação do estado de treinamento. 
 
39 
 
A complexidade do exercício torna-o cada vez mais estressante. À medida 
que os exercícios complexos são introduzidos no treinamento, de forma lenta e 
gradual passam a ser melhor compreendidos e assimilados por parte do 
organismo do atleta, tornando-se mais plástico e até certo ponto realizado de 
modo intuitivo. 
As exigências para o treino de alta complexidade técnica são inerentes 
aos esportes competitivos. Os treinamentos técnicos devem ser precedidos por 
período de repouso pleno, para que a assimilação pelo sistema nervoso central 
dos engramas motores dos gestos, seja facilitada e não possua interferências 
geradas principalmente por cansaço extremo ou má adaptação. 
"A transferência do ganho de treinamento é baixa em bons atletas; para 
iniciantes quase todos exercícios são úteis". Zatsiorski;1999. 
Os exercícios para desenvolvimento da velocidade de deslocamento, da 
força explosiva e coordenação motora, devem ser introduzidos no início da 
sessão de treinamento, exceto nos casos em que se visa a capacidade de 
resistência ou manutenção da eficiência dos gestos sobre estresse ou fadiga 
competitiva. 
4.12 Princípio da estruturação das sequências de exercícios 
Esse princípio é responsável pela criação ou montagem das séries ou 
sequências de exercícios, na forma de aplicação prática durante os treinos 
contra resistência. Em função direta com os períodos ou fases de treinamento, 
deve-se selecionar e utilizar as sequências mais específicas e ou indicadas para 
com a realidade momentânea do condicionamento ou estado de treinamento do 
aluno/atleta. 
Abaixo estarão enumeradas algumas das possíveis divisões, que podem 
ser utilizadas no ato da confecção das séries ou sequências de exercícios. 
 
 
40 
 
1. Sequência Simples ou alternada por articulação: realiza-se um 
exercício em uma região articular, o próximo será executado em outra região 
distinta e após repouso predeterminado. Alterna-se progressivamente os 
exercícios durante a realização de toda a sequência. Utiliza-se esta forma de 
treinamento principalmente para os iniciantes, objetivando por meio da 
alternância dos grupos musculares não elevar demasiadamente o nível de fadiga 
local. Os treinamentos visando força máxima, força explosiva e força dinâmica 
são beneficiados quando há pouca ou nenhuma fadiga acentuada no momento 
da realização da exigência motora. 
 
2. Sequência Básica: dá-se ênfase aos exercícios que envolvam os 
grandes grupos ou cadeias musculares, especificamente exercícios 
biarticulares. A inclusão dos exercícios que envolvam os músculos de 
característica de sustentação corporal como coxas, glúteos, lombares, 
abdominais, dorsais superiores e ombros, devem sempre estar presentes nesta 
série, caso não haja impedimentos de ordem anatomopatológica, para a inclusão 
dos mesmos. 
 
3. Sequência Prioritária: a escolha dos exercícios dá-se frente a uma 
exigência específica sobre um grupamento ou região muscular previamente 
selecionado. Neste exemplo os exercícios são aglomerados emfunção da 
característica de atuação do mesmo grupo muscular sobre os movimentos. 
 
4. Sequência Parcelada: os exercícios são dispostos em series distintas 
e divididos ou distribuídos ao longo do dia (manhã, tarde, noite) ou durante a 
semana de treino. Treinos ao longo do dia são basicamente utilizados por 
halterofilistas. A forma parcelada semanalmente é alvo principal dos culturistas, 
por proporcionar maior período de repouso entre as solicitações dos grupos 
musculares selecionados em cada série. A presente série também poderá ser 
utilizada nos trabalhos da musculação atual, nos casos daquelas pessoas que 
treinam a partir de 3 dias na semana, deve-se dividir a série com muita atenção 
 
41 
 
garantindo que os músculos sejam solicitados no mínimo ideal de duas vezes 
durante a semana. 
 
5. Sequência Seletiva: faz-se a seleção de exercícios de característica 
biarticular ou multiarticular, com esse treinamento visa-se atingir estados de 
fadiga extremos sobre os músculos selecionados. Ao final da realização do 
número de repetições predeterminados para cada grupo, aplica-se duas 
contrações de caráter estático ou isométrico em torno de 08 a 10 segundos. Esta 
maneira de montagem e execução dos exercícios deve ser encorajada apenas 
aos alunos experientes ou em fase de treinamento específico. 
 
6. Sequência Associada à articulação adjacente: o segundo exercício 
é composto pela articulação que foi utilizada durante o primeiro exercício, e 
adicionada a uma articulação próxima ou adjacente, visando a manutenção 
máxima do fluxo sanguíneo na região articular promovendo uma maior 
vascularização por meio de uma elevada hiperemia local. 
 
7. Sequência Alternada por origem e inserção muscular: esta forma 
de ordenação é aplicada utilizando-se os exercícios que envolvem cadeias 
musculares de característica biarticular. Comumente haverá alternância entre o 
trabalho inicial ser sobre a origem ou a inserção, não havendo uma regra 
especifica determinante. 
 
8. Sequência Continuada, bombeada ou localizada por 
articulação: há uma exploração "máxima" dos movimentos permitidos por uma 
articulação. A forma de montagem da série geralmente utiliza movimentos ou 
músculos opostos sobre a mesma articulação, ou seja, agonista/antagonista, 
podendo-se aplicar ou excluir os intervalos de recuperação entre os exercícios 
opostos. A característica de manutenção da hiperemia muscular no membro 
utilizado é objetivada da mesma forma que a série do parágrafo anterior. 
 
 
42 
 
4.13 Qualidades e Fatores Físicos 
CLASSIFICAÇÃO DAS QUALIDADES FÍSICAS 
 
1- FORÇA: 
Define-se de forma simplificada como a capacidade de vencer uma 
resistência, mas podemos caracterizá-la mais através de algumas subdivisões 
que permitem compreender melhor aquilo a que nos referimos: 
 Força Explosiva 
 Força Máxima 
 Força em Regime de Resistência 
 Força Absoluta 
 Força relativa 
 
Orientação de volume e intensidade para o desenvolvimento da força e 
suas manifestações 
 
 
Fonte: Adaptado de material didático do Curso de formação de treinadores nível 
II da Confederação Brasileira de Atletismo, Bragança Paulista, 2010. 
 
 
43 
 
Habilidade que permite um músculo ou grupo de músculos produzir uma 
tensão e vencer ou igualar-se a uma resistência na ação de empurrar, tracionar 
ou elevar. 
 
FORÇA ISOTÔNICA (DINÂMICA) – É o tipo de força que envolve os 
músculos dos membros em movimento ou suportando o peso do próprio corpo 
em movimentos repetidos. 
 
 
FORÇA ISOMÉTRICA (ESTÁTICA) – É o tipo de força que explica o fato 
de haver força produzindo calor e não havendo produção de trabalho em forma 
de movimento. 
 
 
http://www.ck.com.br/materias/2001_08_arquivos/0801_arquivos/20018b.gif
http://www.ck.com.br/materias/2001_08_arquivos/0801_arquivos/20018a.gif
 
44 
 
FORÇA EXPLOSIVA (POTÊNCIA) – Habilidade de exercer o máximo de 
energia em um ato explosivo. 
P = Fdin X V 
Potência é igual a Força dinâmica X a Velocidade. 
 
2- FLEXIBILIDADE 
É a capacidade de realizar movimentos de grande amplitude. A 
flexibilidade é uma qualidade física que depende do comprimento de certos 
músculos, da elasticidade de certas estruturas articulares e ainda das formas do 
esqueleto. A parte treinável apresenta vantagens para o atleta a dois níveis: 
 O aumento da flexibilidade permite a realização de movimentos que, de 
outra forma, seriam impossíveis; 
 O fato de se conseguir uma grande amplitude, diminui o risco de lesão no 
caso de se atingirem distraidamente posições extremas. 
Pode ser evidenciada pela amplitude dos movimentos das diferentes 
partes do corpo. É dependente da elasticidade muscular e da mobilidade 
articular. 
A mobilidade articular é expressa pelas propriedades anatômicas das 
articulações e a elasticidade muscular é projetada pelo grau de estiramento dos 
músculos envolvidos. 
Portanto, a flexibilidade, capacita as pessoas a aumentarem a extensão 
dos movimentos, numa articulação determinada. 
 
3- RESISTÊNCIA 
Tabela 1. 
Divisão temporal para trabalhos de capacidade e potência 
 
Utilização relativa e absoluta de produções de energia 
Tipos de resistência Subdivisão da resistência Duração da potência e 
da capacidade 
Potência alática 4s a 7s 
 
45 
 
 
Resistência anaerobia 
alática 
Capacidade alática 7s a 15/20s 
 
Resistência anaerobia 
lática 
Potência lática 20s a 60s 
Capacidade lática 1min a 2/3min 
 
Resistência aeróbia 
Potência aeróbia (VO2máx) 2/3min a 10/13min 
Capacidade 
aeróbia 
(limiar 
anaeróbio) 
> 13/15min 
 
Potência = Fator qualitativo Capacidade = Fator 
quantitativo 
Fonte: Adaptado de material didático do Curso de formação de treinadores 
nível II da Confederação Brasileira de Atletismo, Bragança Paulista, 2010. 
 
É a capacidade de manter a atividade física por períodos de tempo 
prolongados, adiando a fadiga. Tal como no caso da força, podemos subdividir 
a resistência de diversas formas: 
Resistência Anaeróbia 
Resistência Aeróbia 
 
Qualidade física que permite um continuado esforço durante um 
determinado tempo. 
 
RESISTÊNCIA AERÓBICA: permite manter por um determinado período 
de tempo, um esforço em que o consumo de O2 equilibra-se com a sua absorção 
(STEADY – STATE), sendo os esforços de fraca ou média intensidade. 
 
RESISTÊNCIA ANAERÓBICA: Permite manter por um determinado 
período de tempo, um esforço em que o consumo de O2 é superior à sua 
absorção, acarretando um débito de O2 e que somente será recompensado em 
repouso, sendo os esforços de grande intensidade. 
 
46 
 
RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA (RML): Capacidade individual 
de realizar num maior tempo possível a repetição de um determinado 
movimento, em um mesmo ritmo e com a mesma eficiência. 
É a capacidade de repetir várias vezes uma mesma tarefa utilizando-se 
baixos níveis de força. É a capacidade do músculo em trabalhar contra uma 
resistência moderada durante longos períodos de tempo. 
Níveis indicativos de intensidade, volume, duração e recuperação para o 
desenvolvimento das resistências aeróbia e anaeróbia. 
 
Fonte: Adaptado de material didático do Curso de formação de treinadores nível 
II da Confederação Brasileira de Atletismo, Bragança Paulista, 2010. 
 
4- VELOCIDADE 
Mostra a capacidade de produzir o máximo deslocamento possível no 
mínimo de tempo possível. A velocidade depende da amplitude do movimento, 
da técnica, da flexibilidade e da força. Podemos também separar está qualidade 
física em diversas categorias: velocidade instantânea, média, de reação, 
explosiva, etc. 
Qualidade física particular do músculo e das coordenações 
neuromusculares, que permite a execução de uma sucessão rápida de gestos, 
 
47 
 
que em seu encadeamento constitui uma só e mesma ação, de intensidade 
máxima e duração breve ou muito breve. 
 
VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO: Capacidade máximade uma 
pessoa deslocar-se de um ponto a outro. 
 
VELOCIDADE DE REAÇÃO: Rapidez com a qual uma pessoa é capaz 
de responder a um estímulo (visual, auditivo ou tátil). Tempo requerido para ser 
iniciada a resposta a um estímulo recebido. 
 
VELOCIDADE DE MEMBROS: Capacidade de mover membros 
superiores e ou inferiores tão rápido quanto possível. 
 
Estimativa aproximada das capacidades específicas no 
desenvolvimento da velocidade (Jonath e Krempel, 1986) 
 
Fonte: Adaptado de material didático do Curso de formação de treinadores nível 
II da Confederação Brasileira de Atletismo, Bragança Paulista, 2010. 
 
5- EQUILÍBRIO 
Capacidade para assumir e sustentar qualquer posição do corpo contra a 
força da gravidade. 
 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO: adquirido em determinada posição; 
 
EQUILÍBRIO DINÂMICO: adquirido durante o movimento; 
 
7 
 
48 
 
EQUILÍBRIO RECUPERADO: explica a recuperação do equilíbrio após o 
corpo. Ter estado em movimento. 
 
6- COORDENAÇÃO 
Capacidade de executar movimentos complexos de modo conveniente, 
para que possam ser realizados com o mínimo de esforço. Constitui-se uma 
atividade psicomotora indispensável em todas as habilidades desportivas, 
devendo ser trabalhada em todos os programas de Educação Física desde os 
primeiros níveis. 
Deve ser treinado durante os primeiros anos de escolaridade que estas 
capacidades devem ser treinadas, pois é entre os 6 e os 12 anos que elas se 
desenvolvem intensamente, parando ao atingir a puberdade, isto leva a que está 
aprendizagem motora tenha que ser rápida e com exercícios e movimentos que 
possam ser executados nessas idades. 
O rendimento das capacidades coordenativas dependerá sempre: 
 Da capacidade dos órgãos dos sentidos que dão informações 
atuais sobre o meio e sobre o próprio corpo; 
 Da mobilidade e plasticidade do sistema nervoso e dos dados que 
nele estão armazenados; 
 Da qualidade das ligações existentes entre os músculos, que 
recebem a ordens, e as vias nervosas, que as canalizam. 
 Capacidade de Observação- é a capacidade de perceber o 
desenvolvimento de um movimento, dos colegas de equipa ou dos 
adversários ou dos objetos móveis, tendo como referência os 
objetos imóveis. 
 Capacidade de Controlo Motor - é a capacidade de poder 
responder a exigências de elevada precisão nos movimentos, do 
ponto de vista temporal, espacial e dinâmico. 
 Capacidade de Reação Motora - é a capacidade de poder reagir o 
mais rápido e corretamente possível a um determinado estímulo. 
 
49 
 
 Capacidade de Antecipação - é a capacidade de prever o 
desenvolvimento e o resultado de uma determinada ação que se 
está a desenrolar, para que assim o desportista possa preparar a 
sua própria ação. 
 Ritmo- é a capacidade de compreensão, acumulação e 
interpretação de estruturas temporais e dinâmicas pretendidas ou 
contidas na evolução do movimento. 
 Capacidade de Expressão Motora - é a capacidade de criar os 
próprios movimentos de uma forma estética e artística. 
 Capacidade de Representação - é a capacidade de representar 
mentalmente situações bem determinadas de acordo com as 
informações disponíveis. 
 Capacidade de Diferenciação Cenestésica - é a capacidade de 
diferenciar as informações provenientes dos músculos, tendões e 
ligamentos, que nos informam sobre a posição do nosso corpo num 
determinado momento e espaço, permite-nos realizar as ações 
motoras de uma forma correta e económica, conseguindo assim a 
coordenação dos movimentos. 
 Capacidade de Coordenação Motora - é a capacidade de adequar 
de forma correta uma combinação de ações que se desenrolam de 
uma forma sequencial ou ao mesmo tempo. 
 Equilíbrio - é a capacidade de manter o corpo numa ligação normal 
quanto ao solo, desenvolvendo reflexos para acomodar o corpo ao 
movimento. 
 Orientação Espacial - é a capacidade de reagir a um estímulo 
externo em termos de deslocação ou de estabilização da postura. 
A repetição contínua de movimentos combinados, melhora gradualmente 
a coordenação. É o resultado de um trabalho conjunto do sistema nervoso e o 
muscular, mostrando-se os movimentos coordenados, amplos e econômicos, 
sem desnecessárias contrações. 
 
 
50 
 
7- AGILIDADE 
Habilidade que se tem para mover o corpo no espaço. Habilidade do corpo 
inteiro, ou de um segmento, em realizar um movimento, mudando a direção, 
rápida e precisamente. Requer uma combinação de várias qualidades físicas e 
embora dependa da carga hereditária, pode ser bastante melhorada com o 
treinamento. 
 
8- RITMO 
É a ordenação dos movimentos. Sequência de movimentos repetidos 
várias vezes, de forma equilibrada e harmônica. 
 
9- DESCONTRAÇÃO 
É um fenômeno neuromuscular, resultante da redução de tensão na 
musculatura esquelética. 
 
DESCONTRAÇÃO TOTAL: Capacita o indivíduo a recuperar-se de 
esforços realizados. Relaxamento de todos os músculos do corpo, o máximo 
possível. 
 
 
DESCONTRAÇÃO DIFERENCIAL: Diferenciação entre os músculos que 
são necessários para determinada atividade e aqueles que não são. Qualidade 
física que permite a descontração dos grupos musculares que não são 
necessários a execução de um movimento específico. 
 
4.14 Qualidades e Fatores Tácticos 
No treinamento tático deve ocorrer o aperfeiçoamento dos fundamentos 
específicos de cada modalidade. 
 
51 
 
O Método de ensino integral das ações motoras técnicas, utilizando-se de 
exercícios e jogos de forma global; 
O Método de ensino analítico sintético; 
O Método situacional - situações de jogo em 2X2, 3X3, 2X1, 3X2. 
Estes métodos ainda são discutidos na literatura especializada do treino, 
especialmente para os jogos desportivos coletivos; todavia, todos os métodos 
são relevantes e devem ser utilizados pelos professores/técnicos. No 
treinamento tático, procura-se desenvolver os sistemas mais complexos, tanto 
ofensiva como defensivamente, por intermédio das estratégias. 
Exemplo: Basquetebol Segundo os estudos de Garganta (2000), nos 
quais o autor enfatiza alguns fatores imprescindíveis para o treinamento da tática 
do basquetebol: a necessidade de analisar a estrutura e a dinâmica interna de 
cada jogo desportivo coletivo, no sentido de configurar a sua especificidade; e 
também determinar as linhas de força que permitem moldar o treinamento de 
acordo com a competição. Em relação a essa análise, busca-se o 
desenvolvimento complexo dos mais diferentes planos, físico, técnico-táctico, 
aliado às reais condições de competições, nas quais a tática é dependente das 
competências físicas, técnicas e da filosofia pretendida pelos técnicos, com base 
no pensamento estratégico. Essa relevância é atribuída à definição de um 
quadro prévio dos princípios, ações e regras da gestão do jogo que delimitem o 
direcionamento do treino e possam regular a competição. 
 
Qualidades Fatores Técnicos 
 
-Técnicas Cognitivas: 
Abrange as funções psíquicas como percepção, imaginação e memória. 
Por meio de processos avaliativos, determinações de metas pessoais, atribuição 
de causas e autoafirmações, os praticantes modulam o seu estado motivacional 
atual. 
Vários desportistas de alto nível beneficiam-se das seguintes técnicas: 
Imaginar as capacidades positivas; 
 
52 
 
Imaginação de metas concretas; 
Estabelecer e modificar metas; 
Autoafirmação; 
Antecipação do reforço externo. 
 
- Técnicas Motoras: 
Alguns atletas atuam contra o desânimo e a falta de motivação utilizando 
processos de movimentação. Em outros casos, a participação na organização e 
realização do treinamento também é uma técnica motivadora para alguns. 
 
- Técnicas Emocionais: 
Alguns atletas estimulam-se por meio de emoções positivas durante o 
exercício e até por estímulos musicais para criar um estado emocional agradável. 
Existem reações/emoções estudadas como resultados das técnicas 
emocionais: 
 Flow-feeling:

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