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Esclerose sistêmica Referências: Livro SBR 2° Ed + Aula UFR Indrodução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença rara, causada por disfunção endotelial e imunológica que compromete o tecido conjuntivo da pele, sistema musculoesquelético e órgãos internos, particularmente o coração, rins, pulmões e trato gastrointestinal. É mais prevalente no sexo feminino. O início da doença se dá preferencialmente entre os 45 e 64 anos de idade, sendo rara na infância. *Quando acontece em homens é um quadro mais tardio e mais agressivo Os fatores genéticos envolvidos são controversos, uma vez que a concordância da doença em gêmeos monozigóticos é baixa, e existe correlação ambiental com infecções bacterianas e virais. Fsiopatologia: A ativação imunológica, o dano vascular e a síntese excessiva de matriz extracelular (MEC), com deposição de colágeno, são considerados importantes no desenvolvimento dessa doença. Ooccre ainda aumento de entotelina-1 (vasoconstrictor), com isso migração de células lisas para a parede do vaso e ativação de fibroblastoS. Inicia, com isso, um processo de fibrose que leva a hipóxia progressiva e necrose tecidual. A hipóxia tecidual promove a angiogênese (formação de novos vasos a partir de vasos funcionais remanescentes) e a vasculogênese (formação de novos vasos a partir de células endoteliais progenitoras), com o intuito de restaurar o aporte celular de oxigênio. Aproximadamente 95% dos pacientes com ES têm autoanticorpos circulantes dirigidos contra um ou mais de vários antígenos. Estes incluem topoisomerase I, centrômeros, fibrilarina, ácido ribonucleico (RNA) polimerase, PM/Scl e fibrilina-1, bem como RNA I, II e III. Embora não sejam muito sensíveis, os anticorpos antitopoisomerase-I são altamente específicos para a ES (98 a 100%) e se correlacionam com um risco maior de doença pulmonar intersticial. Títulos mais elevados também estão associados a um envolvimento cutâneo mais extenso e com maior atividade da doença. A lesão endotelial crônica resulta em adesão plaquetária e ativação do sistema fibrinolítico, além do aumento da permeabilidade vascular e adesão leucocitária à parede vascular. Diagnóstico: Quadro clínico – Inicialmente nessa doença têm-se fenômeno de Raynald e refluxo gastroesôfagico. *A manifestação mais frequente é o fenômeno de Raynoud, que pode vir junto com um pouco de prurido Como ferramenta para diagnóstico utiliza-se: Obs: Auto anticorpos considerados específicos para ES Obs: anticorpos considerados específicos para ES -antitopoisomerase 1 -anticentrômero -anti RNA polimerase 3 - Sistêmica cutânea limitada: espessamento cutâneo restrito a extremidades dos dedos e face + tipicamente presença de anticorpo anticentrômero + hipertensão arterial pulmonar em fase tardia - Sistêmica Difusa: espessamento cutâneo precoce (por isso causa prurido) que se estende para região proximal de membros e tronco + fibrose pulmonar + crise renal esclerodérmica + anticorpos predominantes são o anti-Scl70 (topoisomerase 1) e o anti- RNA polimerase III Achados laboratoriais: -VHS/PCR: mede atividade da doença -Ureia e creatinina: indica se pode ocorrer uma crise renal esclerodérmica -Creatinofosfoquinase: pode indicar miosite -fragmentoN-terminal do peptídeo natriurético tipo B: acometimento cardiado primário ou seucundário à hipertensão pulmonar -FAN: é esperado padrão nucleolar (quando não tem FAN é necessário pensar nos diag diferenciais para ES) Obs: quando você pega um paciente com espessamento de pele em metacarpofalangeana proximal (ou distal sem que o trabalho da pessoa justifique isso), deve pedir FAN Estudos de imagem e outros testes: Importante para medir como está a progressão da doença, podemos pedir função pulmonar, tc de tórax, rm cardíaco Capilaroscopia periungueal: É um método para ver alterações na microcirculação periférica. 90% dos pacientes com ES apresentarão padrão escreroderma, caracterizado por dilatações vasculares e desvascularização. É um exame não invasivo de alto valor propedêutico. Manifestações cutâneas: O espessamento da pele (esclerodermia) proximal às metacarpofalangeanas é o suficiente para classificar um paciente como portador de ES. Existem três fases de envolvimento cutâneo. Inicialmente ocorre edema, depois atrofia e por fim a pele se torna fina e aderida a planos profundos. *vamos ver teleangectasias na pele Manifestações vasculares: Fenômeno de Raynald (lembrar que durante esse fenômeno a mão apresenta três cores, fica uma parte branca, outra vermelha e outra roxa – cianose, palidez e rubor ao mesmo tempo) – piora com o frio Nas formas limitadas da doença, o FRy antecede em anos (mesmo em décadas) as manifestações cutâneas ou viscerais da doença; já nas formas difusas, surge concomitantemente. O FRy associado a ES apresenta complicações, quais sejam, cicatrizes de úlceras digitais (digital pitting scars), úlceras digitais, gangrena e amputação dos dedos. Manifestações gastrintestinais: Envolve desde orofaringe até ânus, por conta da atrofia da musculatura lisa asssociada a lesão vascular e neurogênica. Com isso pode ocorrer esofagite de refluxo, facilitando a metaplasia de Barret, pode ocorrer síndrome disabsortiva, sintomatologia dispéptica e supercrescimento bacteriano. Manifestações musculoesqueléticas: Artralgia., artrite, contratura articular (causada por erosão, anquilose óssea e alteração fibrótica da pele), comprometimento muscular (mialgia, déficit de força, elevação de enzimas musculares). Manifestações pulmonares: Comum comprometimento pulmonar na ES. Na forma cutânea difusa da ES, a doença intersticial pulmonar ocorre em associação com a presença de anticorpos antitopoisomerase I, rápida evolução para fibrose pulmonar, envolvimento cardíaco e crise renal esclerodérmica. Já na forma cutânea limitada, a doença intersticial pulmonar ocorre menos frequentemente, e o mais esperado é a evolução para hipertensão arterial pulmonar, sendo que os anticorpos anticentrômeros estão presentes em 20 a 40% dos casos. Manifestações cardíacas: O comprometimento cardíaco pode ocorrer de forma primária, pela própria fisiopatologia da doença, microangiopatia, inflamação e fibrose, levando à isquemia miocárdica, fibrose do sistema de condução cardíaco, miosite, pericardite e insuficiência cardíaca. O comprometimento valvar é raro. Quando o envolvimento cardíaco ocorre secundariamente à hipertensão arterial pulmonar, há insuficiência cardíaca direita e esquerda, insuficiência tricúspide, diagnosticadas por meio do ecodoppler transesofágico e do cateterismo cardíaco. Manifestações renais: Mais comum na forma difusa. Antes do advento dos inibidores da ECA a crise renal esclerodérmica era motivo de morte. Causava hipertensão arterial sistêmica de inicio súbito e difícil controle, cefaleia, distúrbios visuais, encefalopatia, distúrbios visuais, edema pulmonar, derrame pericárdico e rápida perda de função renal. Atualmente é uma manifestação bem controlada com inibidor da ECA. Alterações clássicas da ES: -Produção de auto anticorpos 9antitopoisomerase 1, anti centrômero, anti RNA...) -FAN (padrão nucleolar) -Raynaud -Espessamento de pele Quadro clínico geral: -Raynaud -Aderência de pele a plano profundo (não faz prega cutânea) -Leucomiladodermia: áreas descoradas na pele -Microstomia: boca vai diminuindo (diminuição de fenda oral) -Expansão e ifllamação de gengiva espaçando os dentes -Fibrose dos tendões -Acroescrelose (esclerose de extremidades) -Úlcera nas pontas dos dedos -Telangiectasias -Calcificação cutânea -Esclerodactilia; os dedos ficam em garra -Osteólise Tratamento: - Medidas não farmacológicas: educação do paciente sobre a doença, proteção da exposição ao frio, vacinação para influenza e pneumococo, suspenção de tabagismo, medidasantirrefluxo, suporte nutricional, exercício físico, reabilitação motora e cardiopulmonar. O tratamento farmacológico dependerá do fenótipo apresentado pelo paciente: Prognóstico: A sobrevida acumulada a partir do início dos sintomas tem sido estimada em 84,1% em 5 anos, 75,5% em 10 anos e 48,5% em 20 anos. Entre os fatores associados a um pior prognóstico destacam-se a idade, sexo masculino, forma cutânea difusa, presença de doença pulmonar intersticial, hipertensão pulmonar, comprometimento renal ou cardíaco e elevação de marcadores inflamatórios. É a doença mais grave do tecido conjuntivo. Esclerodermia localizada Curso beingno, autolimidada. (localizada) Dividida em 5 subtipos: -Morfeia circunscrita ou em placa: placa de coloração acastanhada, consistência fibrótica, aspecto em anel (halo ao redor), quanto mais lilás, maior o grau de atividade da doença (mais frequente no adulto) -Morfeia linear: um exemplo é a lesão em golpe de sabre, é lesão atrófica, deprimida, linear que causa alopecia local; em alguns casos pode chegar até o osso. Obs: nas crianças pode acometer tecido muscular e ósseo e gerar danos
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