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ONTOGENIA DOS LINFÓCITOS Desenvolvimento do linfócito INTRODUÇÃO → Células do sistema imunológico adaptativo: linfócitos → Células capazes de reconhecer e distinguir de modo específico diversos determinantes antigênicos (epítopos) = ESPECIFICIDADE → MEMÓRIA: uma vez ativada pelo antígeno, os linfócitos podem desenvolver memória imunológica CARACTERÍSTICAS DOS LINFÓCITOS T E B → Presença de receptores para os antígenos distribuídos em clones: cada célula durante seu desenvolvimento, vai desenvolver um receptor característico daquela célula. Isso ocorre porque os genes que codificam os receptores são formados por recombinação dos segmentos do DNA durante o desenvolvimento dessas células • Ou seja, a recombinação é aleatória em cada célula, então cada uma sofre um modelo de recombinação próprio daquela célula • Isso gera um repertório altamente diverso de receptores CLASSES DE LINFÓCITOS → Linfócitos T clássicos: cadeia alfa e beta → Linfócitos B foliculares: (localizados nos folículos dos órgãos linfoides periféricos → Linfócitos B da zona marginal HEMATOPOIESE → Evolução de todas as células que originam células sanguíneas, que originam de uma célula tronco comum, mas se diferenciam de acordo com a fase antes e depois do nascimento → Antes do nascimento as células linfóides se originam das ilhotas sanguíneas do saco vitelino e entre o 3º e 4º mês de gestação, o fígado assume essa produção → Após o nascimento, a medula óssea assume a produção de todas as células sanguíneas • Inicialmente as células são produzidas em todos os ossos mas com o avanço da idade, os ossos que assumem a produção são os ossos chatos → Células tronco hematopoiéticas (CTH): possuem 2 marcadores específicos da etapa precoce de célula tronco hematopoiética • Marcador CD34 • Marcador c-Kit • Esses marcadores estão bem expressos no início da célula tronco, com o avanço do desenvolvimento, eles vão desaparecendo. Com isso surgem novos marcadores, que serão definitivos das linhagens celulares. Eles começam a surgir nas diferentes etapas do desenvolvimento e se fixam nos tipos celulares da etapa final • Cada célula terá um marcador característico de seu amadurecimento final → Progenitores mieloides e progenitores linfóides IL-7 INTERLEUCINA 7 → Produzida na medula óssea e no timo → Fator de crescimento para os progenitores linfoides comum, ou seja, atua na célula que já esta comprometida com a linhagem linfocítica • Chamada de linfopoietina no timo • Chamada de IL-7 na medula → As células progenitoras multipotentes avançam na medula óssea e a medida que isso ocorre, entram em contato com citocinas, produzidas por estromas na medula. A linhagem mieloide se desenvolve a partir do progenitor comum pela IL- 3. E a IL-7 diferencia o progenitor linfoide LINHAGENS DE CÉLULAS T E B PRIMITIVOS → As CTHs amadurecem em progenitores linfoides comuns que originam células B e T. A maturação das células B ocorre na medula óssea e antes do nascimento no fígado fetal • As células B derivadas do fígado fetal originam célula B-1 e as CTHs da medula óssea originam células B foliculares e algumas da zona marginal → Os precursores dos linfócitos T emergem do fígado antes do nascimento e da medula óssea mais tardiamente. As células T alfa beta se originam da medula, já as células T γσ do fígado fetal • Os linfócitos T γσ não amadurecem totalmente porém se localizam em tecidos periféricos, permitindo uma resposta imune com um receptor (não tão especifico) porém na porta de entrada do patógeno MATURAÇÃO DOS LINFÓCITOS → Evento central: formação do receptor. Expressão do receptor de reconhecimento de antígenos → Processo regulado pela expressão gênica → Durante o processo gera-se o repertório de receptores de antígenos em cada clone celular, essa combinação de genes é aleatória → Nesse processo são gerados linfócitos que reconhecem antígenos estranhos, mas não antígenos próprios do nosso organismo RECEPTORES → O receptor que se liga ao antígeno no linfócito B é formado por 2 cadeias polipeptídicas, uma cadeia grande inserida na membrana (cadeia H) e duas cadeias (cadeia L) associadas a cadeia H, mas não estão inseridas na cadeia H. As cadeias estão unidas entre si por pontes dissulfeto → No linfócito T, o TCR, a molécula onde o antígeno se liga, é formado por duas cadeias (cadeia alfa e cadeia beta), as duas estão inseridas na membrana celular. Essas cadeias estão próximas e ilhotas lipídicas na membrana permitem a movimentação dessas cadeias → Nas extremidades N terminal está a região variável da molécula (gerada por recombinação de DNA no momento que a molécula está sendo formada) e na região COOH que tá inserida na membrana, tem uma porção constante, não tem variabilidade ESTÁGIOS DA ONTOGENIA DE LINFÓCITOS → Comprometimento das células progenitoras, uma célula progenitora linfoide: quando é definido se ela será uma célula de linhagem B ou T (a T amadurece no timo) • O B permanece na medula e o T migra para o timo → Início do rearranjo sequencial e ordenado dos genes do receptor do antígeno: quando começa a recombinação de sequências de DNA formando um receptor típica para cada célula (esse rearranjo é aleatório) → Eventos de seleção: para que ocorra a proliferação, existem etapas em que ocorre a seleção da célula que vai ou não proliferar → Proliferação (progenitores e células imaturas em estágios iniciais específicos) → Aquisição de competência funcional, a capacidade de se ligar ao antígeno (diferenciação de T e B em sub-populações funcional e fenotipicamente distintas) • Essa capacidade passa por etapas de seleção • Ao final, ocorre a etapa de seleção negativa: onde os linfócitos que desenvolveram receptores que se unem a antígenos próprios do nosso organismo, são eliminados, quando esse sistema falha pode gerar doenças auto- imunes OPÇÃO PELA LINHAGEM T OU B → O comprometimento com a linhagem B é mediado inicialmente pelos fatores de transcrição EBF e E2A e subsequentemente pelo Pax5 • Quando os fatores EBF e E2A são ativados, eles ativam o Pax5 e a célula será comprometida com a linhagem B (continuará na medula óssea) → Os linfócitos B tem várias subpopulações • Linfócito B-1: liberado como célula linfóide ainda na fase gestacional. São linfócitos primitivos e vão para os tecidos periféricos e se auto renovam • Linfócitos B-FO (B-2): se localiza no órgão periférico no folículo linfoide, na zona timo independente • Linfócito B- ZM (zona marginal): migra para a região timo independente, mas não entra no folículo, fica retida na zona marginal → O comprometimento com a linhagem T é mediado pelos fatores de transcrição Notch 1 em colaboração com GATA 3 ou o Id2 • As que ativam Notch 1 e GATA 3 dão origem aos linfócitos T alfa beta, esses linfócitos originam duas células fenotípica e funcionalmente distintas: os linfócitos T CD4 e T CD8 (isso não define a população, o que define a população clássica é toda que tem receptor alfa beta) • As que ativam primeiro o Id2, dão origem as células linfóides inatas (ILCs) → Pontos de controle na maturação dos linfócitos: são etapas da maturação em que ele precisa entrar em rearranjo, mas precisa ter condições de serem selecionados positivamente para continuar. Ou seja, o rearranjo que ocorre no gene precisa ser traduzido em proteínas que sejam produtivas (a montagem permita a expressão dela na superfície da célula) • Quando ocorre proliferação de células se inicia o rearranjo para formar o pré receptor. Esse pré receptor formado define quais células progenitoras iniciais (pró T ou pró B) vão continuar proliferando. As células que são incapazes de expressar proteínas produtivas do pré receptor, não recebemsinais para proliferar e sofrem apoptose, as que recebem proliferam • O SINAL DE PROLIFERAÇÃO É DADO QUANDO O RECEPTOR SE LIGA A ALGUMA COISA • Daí as células proliferam até chegar um outro ponto de controle em que elas param a proliferação, fazem uma nova recombinação de segmentos de DNA e formam um receptor completo • O receptor formado também precisa ter capacidade de se ligar em componentes do tecido onde se desenvolve (B na medula óssea, T no timo). As que não conseguem formar o receptor completamente serão eliminadas devido a falta de sinal positivo, ou seja, falta da capacidade de se ligarem a alguma coisa • A célula que completou o receptor vai amadurecer totalmente e passar por um processo de amplificação, mas passam também por um processo de seleção negativa. Ou seja, só se proliferam células capazes de se ligarem a receptores diferentes dos nossos • 1º ponto de controle: expressão do pré receptor que leva a proliferação e ao processo de exclusão alélica • 2º ponto de controle: expressão do receptor completo, seleção negativa
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