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1 FRATURAS DOS MEMBROS INFERIORES Gizelle Felinto FRATURAS DO COLO DO FÊMUR INTRODUÇÃO ➢ É bastante comum em pacientes idosos ➢ O principal mecanismo para esse tipo de fratura em pacientes idosos são traumas de baixa energia, como a queda da própria altura RELEMBRANDO A ANATOMIA ➢ Colo femoral → estrutura óssea que conecta a cabeça do fêmur à diáfise femoral • Por ser uma região pertencente ao fêmur proximal, o colo do fêmur estará sujeito a ação de forças, principalmente durante a deambulação ➢ Vascularização da cabeça femoral → está diretamente relacionada às fraturas do colo do fêmur • No adulto → a principal vascularização da cabeça do fêmur vem através da Artéria Femoral Profunda, que é um ramo da Artéria Femoral • Artéria Femoral Profunda → ramos: ▪ Artéria Circunflexa Femoral Medial ▪ Artéria Circunflexa Femoral Lateral ▪ Essas artérias formam um “anel” em volta do início do colo femoral e emitem ramos, que são os ramos retinaculares, responsáveis por vascularizar a cabeça do fêmur • Artéria do Ligamento Redondo → essa artéria passa por dentro do ligamento redondo ▪ No adulto: ✓ Tem uma importância menor na vascularização da cabeça femoral, pois cerca de menos de 10% da irrigação da cabeça do fêmur é proveniente dessa artéria do ligamento redondo ▪ Na criança: ✓ A artéria do ligamento redondo é a maior responsável pela irrigação da cabeça do fêmur ✓ Assim, à medida em que envelhecemos, o padrão de irrigação vai se invertendo e a artéria femoral profunda é quem será responsável por emitir os ramos que serão responsáveis pela maior parte da irrigação da cabeça do fêmur ➢ Osteonecrose da cabeça do fêmur → quando se tem uma fratura do colo femoral, uma das principais consequências, além da dificuldade para deambular e da dor que o paciente vai sentir, é a ruptura dos vasos que irrigam a cabeça do fêmur. Assim, esse rompimento desses vasos, em maior ou menor grau, pode culminar com o processo de osteonecrose da cabeça do fêmur, e é por isso que se deve tratar essas fraturas de colo de fêmur o mais rápido possível ➢ Em idosos → por essas fraturas de colo de fêmur ocorrerem principalmente em pacientes idosos, na maioria dos casos tem- se um paciente com osso osteoporótico. Assim, isso faz com que essa região tenha maior fragilidade e, quando o paciente sofre uma queda da própria altura, impactando a queda sobre o trocanter maior, pode ocorrer uma falha da estrutura óssea, causando a fratura ➢ Aspectos que dificultam o tratamento das fraturas de colo de fêmur: • Vascularização • Atuação constante de forças no fêmur proximal • Fragmento da cabeça femoral ser pequeno • Osteoporose → pois a maioria dos pacientes são pessoas idosas ➢ Em pacientes jovens, pode-se ter fragilidade do colo do fêmur nos seguintes casos (paciente pode sofrer queda da própria altura e apresentar uma fratura do colo do fêmur, o que não é comum em pacientes jovens): • Traumas de alta energia (Ex: acidentes de trânsito, quedas de altura...) • Paciente com patologia prévia no fêmur (Ex: tumor ósseo, cisto na região do colo femoral...) ➢ Atenção → quando se está diante de um paciente jovem, com cerca de 20 a 30 anos, por exemplo, que sofreu uma queda da própria altura e que apresenta uma fratura de colo de fêmur: • Deve-se investigar se esse paciente já apresentava uma lesão prévia nessa região, pois esse tipo de fratura com esse mecanismo de trauma (queda da própria altura) em pacientes jovens não é comum ➢ QUADRIL: • O quadril é formado pelo acetábulo (osso da bacia) e a cabeça femoral e trata-se de uma articulação sinovial • Capsula articular do quadril → toda articulação sinovial é banhada pelo líquido sinovial e quando se está diante de uma fratura de colo de fêmur a região do colo femoral fica envolvida por essa capsula articular. Assim, no momento em que ocorre a fratura o liquido sinovial vai penetrar no foco da fratura, o que constitui um fator que dificulta a consolidação dessas fraturas, pois o pH do líquido sinovial é mais alcalino EPIDEMIOLOGIA ➢ É mais comum em idosos do que em jovens Colo Femoral Diáfise femoral Cabeça femoral Região Trocantérica Artéria Circunflexa Femoral Lateral Ligamento Redondo Capsula Articular 2 FRATURAS DOS MEMBROS INFERIORES Gizelle Felinto ➢ Mecanismo de trauma → em idosos, é principalmente a queda da própria altura, pois esses pacientes tem um osso osteoporótico, o que o torna mais frágil ➢ Lesões associadas: • Sempre se deve investigar lesões associadas • Exemplo → em paciente idoso que chega no pronto socorro com dificuldade para deambular e com dor, deve-se suspeitar de fratura do fêmur proximal, mas também deve- se pesquisar se esse paciente apresenta outras lesões ▪ É muito comum que o paciente, na hora da queda sobre o trocanter maior, por exemplo, tente amortecer a queda com punho extensão → isso pode fazer com que se tenha associado fraturas do fêmur proximal com fraturas do rádio distal no idoso • Exemplo → paciente que sofreu uma queda da própria altura e caiu com o joelho fletido ▪ Nesse caso, o paciente tanto pode ter uma fratura de patela (pois tem-se o impacto direto da patela sob o solo) quanto pode-se ter a transmissão da energia do trauma pelo fêmur para se dissipar pela região do colo femoral, causando uma fratura do colo do fêmur ▪ Também pode haver fratura do rádio distal, pois o paciente pode fazer um movimento de punho extensão para tentar amortecer a queda DIAGNÓSTICO ➢ DIAGNÓSTICO CLÍNICO: • Anamnese → sempre buscar saber sobre a história do trauma e sobre a epidemiologia do paciente • Quadro Clínico → o paciente apresentará: ▪ Quadro Típico: ✓ Dor: o Pode ser referida tanto na região do trocanter maior quanto na região inguinal o Paciente pode até mesmo referir dor no joelho → o nervo obturatório passa próximo à região da cabeça femoral e seu dermatomo fica príximo ao joelho. Assim, muitas vezes, quando se tem um trauma nessa região proximal do fêmur o paciente pode referir dor no joelho e a lesão ser no quadril ✓ Limitação Funcional: o O paciente não consegue mobilizar/movimentar o quadril ✓ Encurtamento do Membro ✓ Rotação Externa do membro acometido ▪ Casos atípicos → nem sempre o paciente apresenta todo o quadro típico, podendo-se apresentar também das seguintes formas, por exemplo: ✓ Paciente sem encurtamento do membro e sem rotação externa ✓ Fratura sem desvio e os dois membros encontram-se simétricos ✓ Paciente com fratura do colo femoral pode até mesmo chegar no hospital deambulando ✓ Paciente pode não ter dor... • Idosos que sofrem queda da própria altura e apresentam alguma queixa referente ao quadril, mesmo que essa queixa seja discreta → deve-se radiografar a bacia desse paciente ➢ DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO: • O diagnóstico é confirmado pela radiografia • Raio-x: ▪ Incidência Anteroposterior (AP) → na maioria das vezes, apenas essa incidência em AP já confirma o diagnóstico ✓ Se ainda houver duvidas em relação à fratura nessa incidência em AP tem-se duas opções: o Se o serviço tiver tomografia disponível e se a sua realização não for retardar o diagnóstico e o tratamento do paciente → realizar Tomografia Computadorizada (TC) o Caso o serviço não tenha disponibilidade para realização da tomografia → deve-se repetir a radiografia fazendo-se uma leve tração e rotação interna no membro acometido (Raio-x sob tração + Rotação interna) ✓ As dúvidas em relação ao raio-x com incidência em AP ocorrem principalmente nos seguintes casos: o Fraturas impactadas → um fragmento fica encaixado no outro o Fraturas sem desvio o Fraturas por estresse → geralmente, acometem pacientes mais jovens e que são atletas ❖ Devido ao traumaconstante nessa região (Ex: impacto provocado pela corrida) pode ocorrer uma fratura ❖ É muito difícil de se ver na radiografia ❖ Geralmente, só se consegue dar o diagnóstico com uma Tomografia (ainda assim é difícil de se ver) ou uma Ressonância (é o padrão-ouro para identificar fraturas por estresse) Fratura do Colo Femoral Direito - Olha-se o quadril esquerdo e vê-se que o colo do fêmur está preservado e tem uma continuidade - O fêmur direito tem uma descontinuidade, tendo um maior desvio 3 FRATURAS DOS MEMBROS INFERIORES Gizelle Felinto ➢ Atenção → pode-se ter fraturas sem desvio, sem deformidade e sem dor, por exemplo, mas é impossível se ter uma fratura na qual não ocorra sangramento. Assim, em toda fratura, no momento em que ocorre a fratura tem-se sangramento no local, formando o hematoma fraturário ➢ Nos casos de fratura por estresse: • Paciente na primeira consulta: ▪ Não se solicita logo no início a ressonância ▪ A conduta deve ser: ✓ Repouso ✓ Medicação para dor ✓ Observar e após uma semana avaliar se o paciente persiste com a dor → se persistir a dor é que se pede a ressonância • Se o paciente já tem histórico de estar em tratamento para a dor, mas que mesmo com esse tratamento ele persiste com a dor → pode-se solicitar logo a ressonância CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS DE COLO DE FÊMUR ➢ Classificações existentes: • GARDEN → essa classificação de Garden é a mais utilizada para classificar as fraturas do colo do fêmur, mesmo a classificação AO sendo mais fácil de se reproduzir ▪ Leva em consideração o principal fator que dita o prognóstico → a probabilidade de, diante de uma fratura de colo femoral, o paciente evoluir ou não para uma osteonecrose da cabeça femoral • PAUWELS • AO → classificação alfanumérica ➢ CLASSIFICAÇÃO DE GARDEN → é dividida em 4 tipos • Garden 1 e Garden 2: ▪ O desvio é mínimo ou não há desvio Fratura do colo do fêmur esquerdo - A fratura tem um desvio menor Importante Desvio da Fratura do colo do fêmur e prognóstico - Quanto maior o desvio de uma fratura de colo femoral maior será a probabilidade de haver uma ruptura dos vasos retinaculares, que são os vasos que nutrem a cabeça femoral, e maiores serão as chances de o paciente evoluir para uma osteonecrose da cabeça do fêmur Fratura do colo do fêmur - Praticamente não se vê desvio, mas, percorrendo-se a cortical do colo femoral, vê-se uma região de descontinuidade óssea Fratura do colo do fêmur por estresse - Imagem → corte coronal de uma Ressonância Magnética - Lado esquerdo → observa-se que a região do colo femoral está totalmente esbranquiçada, não havendo nenhum conteúdo de infiltração na região - Lado esquerdo → vê-se uma área mais escura, que significa o edema ósseo, indicando presença de sangue no local (hematoma fraturário) - Nesse padrão de ressonância só fica escuro o local que apresenta líquido - Na fratura por estresse a ressonância serve justamente para avaliar se há hematoma fraturário no local - Na radiografia não foi vista nehuma alteração Esquerda Direita Radiografia Ressonância Fratura do colo do fêmur - Caso → paciente com trauma por queda da própria altura - Radiografia → praticamente não se consegue ver a fratura - Ressonância → vê-se o edema ósseo, que é o hematoma fraturário Garden 1 Garden 2 4 FRATURAS DOS MEMBROS INFERIORES Gizelle Felinto ▪ A probabilidade de ruptura dos vasos retinaculares é menor, rompendo-se menor vasos do que nas fraturas com desvio maior ▪ O prognóstico e o tratamento do Garden 1 e do Garden 2 são semelhantes • Garden 3 e Garden 4: ▪ Garden 3 → tem desvio parcial ▪ Garden 4 → tem desvio total ✓ É o tipo em que o paciente tem maior probabilidade de evoluir com osteonecrose da cabeça do fêmur ▪ Apresentam uma maior probabilidade de ruptura dos vasos retinaculares, rompendo-se muito mais vasos do que nas fraturas sem desvio ▪ O prognóstico e o tratamento do Garden 3 e do Garden 4 são semelhantes • Pelo fato de o tratamento e o prognóstico do Garden 1 e 2 e do Garden 3 e 4 serem semelhantes, hoje em dia tem-se uma tendência a dividir-se apenas em 2 grupos: ▪ Garden 1 → fraturas sem desvio ou com pouco desvio ▪ Garden 2 → fraturas com desvio OSTEONECROSE DA CABEÇA DO FÊMUR ➢ Em quanto tempo essa osteonecrose ocorre: • À nível celular → quando se tem uma fratura de colo de fêmur, em questão de horas (cerca de 3 a 4h) já se identificaria, caso fosse realizado um corte histológico da cabeça do fêmur, e se conseguiria observar microscopicamente que células da cabeça femoral já começaram a sofrer o processo de morte celular • Na radiografia → vê-se somente após algumas semanas ▪ Não se consegue ver em horas após a fratura do colo do fêmur a presença dessa osteonecrose da cabeça femoral ▪ Se o paciente teve uma fratura do colo femoral que não foi adequadamente tratada → após algumas semanas pode-se, radiograficamente, identificar sinais de reabsorção óssea (densidade radiografia da cabeça do fêmur começa a diminuir), que são os sinais de osteonecrose da cabeça do fêmur ➢ Às vezes, mesmo sendo tratado adequadamente o paciente pode evoluir para uma osteonecrose da cabeça do fêmur → assim, sempre se deve explicar para os pacientes com fratura de colo femoral que, mesmo com o tratamento adequando, ele pode evoluir com a osteonecrose da cabeça do fêmur ➢ Quadro clínico → dor persistente • Exemplo → após o tratamento da fratura do colo do fêmur, com o passar dos meses o paciente começa a sentir dor novamente, e essa é uma dor persistente. Assim, nesse caso deve-se suspeitar de osteonecrose da cabeça do fêmur TRATAMENTO ➢ Lembrete → a maioria dos pacientes com fratura de colo de fêmur são idosos • Assim, deve-se ter um cuidado maior no manejo pré- operatório, transoperatório e pós-operatório do paciente ➢ O tratamento para fratura de colo de fêmur é eminentemente Cirúrgico! ➢ TRATAMENTO CONSERVADOR → é exceção • Só se indica tratamento conservador em pacientes que não tem condições de serem submetidos a uma cirurgia (que não tem reserva orgânica para o trauma consequente de uma cirurgia) → paciente que já está praticamente indo ao óbito, com várias complicações e totalmente descompensado • Atenção → paciente idoso com comorbidades, como diabetes, hipertensão, história de infarto, sequela de acidente vascular cerebral, Alzheimer, por exemplo: ▪ É muito comum que médicos não ortopedistas pensem que pacientes com essas comorbidades não podem ser operados, o que está totalmente errado, pois: ✓ Se um paciente idoso que sofre fratura de colo de fêmur não for operado é muito provável que ele venha ao óbito → é por isso que mesmo nos pacientes que apresentam um risco cirúrgico elevado, a indicação cirúrgica tem um risco menor do que o risco de se deixar o paciente sem ser submetido à cirurgia ✓ Os riscos são muito maiores se o paciente não é operado → é por isso que se deve operar todos os pacientes, a menos que ele já esteja praticamente indo ao óbito, que é a indicação para realização do tratamento conservador ➢ TRATAMENTO CIRÚRGICO: • O melhor momento clínico do paciente é quando ele chega no hospital, pois com o passar do tempo o seu quadro tende a piorar cada vez mais → quando se demora mais de 24h para operar o paciente ele já pode começar a complicar mais o seu quadro, desenvolvendo escaras, infecção urinária... Garden 3 Garden 4 Classificação de Garden A. Garden 1 → a cabeça do fêmur faz uma rotação externa (essa é a única diferença entre o tipo 1 e o tipo 2) B. Garden 2 → não há nenhum desvio C. Garden 3 → desvio parcial D. Garden 4 → desvio total 5 FRATURAS DOS MEMBROSINFERIORES Gizelle Felinto • O paciente deve ser operado o mais rápido possível, desde que ele esteja pelo menor minimamente compensado • Antes de tudo o ideal é: ▪ Compensar o quadro do paciente nas primeiras 24h ▪ Realizar o protocolo do ATLS → ABCDE ▪ Controlar comorbidades (pressão, glicemia...) ▪ Lembrete → pacientes com comorbidades podem sim ser submetidos a cirurgia • OSTEOSSÍNTESE: ▪ O que é → reduzir/alinhar os fragmentos ósseos e fixá-los através de algum implante ✓ “Aproveita-se” o osso do paciente, fixando-se esse osso e esperando-se que o seu organismo consolide a fratura ▪ Indicações: ✓ Garden 1 ou Garden 2 → independentemente da idade do paciente! ✓ Garden 3 ou 4 (< 65 anos) → em pacientes menores de 65 anos • ARTROPLASTIA: ▪ O que é → é a substituição de uma articulação por um elemento metálico (prótese) ✓ Resseca-se o fragmento ósseo, substituindo-o por uma prótese ▪ Indicações: ✓ Garden 3 ou 4 (> 65 anos) → em maiores de 65 anos ✓ Outras possíveis indicações: o Problema no colo e na cabeça do fêmur o Paciente que fez osteossíntese e com o passar do tempo vê-se que ele tem risco de necrose da cabeça do fêmur → ele pode realizar uma artroplastia total ▪ Relembrando a anatomia → a articulação do quadril é composta por: ✓ Cabeça femoral ✓ Acetábulo ▪ Pode ser: ✓ Artroplastia Parcial → substitui-se apenas um dos elementos da articulação o Substitui apenas o componente femoral o Tem-se um conjunto formado por metal (prótese) e osso (acetábulo do paciente) o Tende-se a indicar mais para pacientes mais idosos → pois nesses pacientes, geralmente, a demanda funcional é pequena (Ex: deambulam pouco e passam a maior parte do tempo em casa) o Deve-se evitar próteses parciais em pacientes mais jovens → o conjunto formado pelo metal e pelo osso, ao longo do tempo e da demanda funcional alta que esses pacientes têm, acaba tendo muito impacto um sobre o outro, o que pode, com o passar dos anos, desgastar totalmente o acetábulo do paciente, fazendo com que a prótese entre na pelve do paciente ✓ Artroplastia Total → substitui-se os dois elementos da articulação o Substitui-se o componente femoral e o componente acetabular o Em pacientes mais jovens é preferível realizar a artroplastia total, pois assim ele terá o acoplamento de uma prótese com a outra, fazendo com que não se tenha o desgaste que ocorreria se fosse colocada uma prótese parcial ▪ Para saber qual tipo de artroplastia escolher → deve- se avaliar a idade e a demanda funcional do paciente ✓ Exemplo: paciente com 85 a 90 anos de idade com pouca demanda funcional (como passar o dia todo em casa) → Artroplastia parcial ✓ Exemplo: paciente com 65 a 80 anos de idade com uma demanda funcional significativa (como realizar exercícios físicos, trabalhar...) → Artroplastia Total ➢ Resumindo as indicações cirúrgicas: • Garden 1 ou 2 → Osteossíntese, independentemente da idade • Garden 3 ou 4 → as chances de o paciente evoluir para uma osteonecrose da cabeça do fêmur são bem maiores ▪ < 65 anos → Osteossíntese ▪ Idosos (> 65 anos) → Artroplastia Total (mais jovens) ou Parcial (mais idosos) Osteossíntese - Imagem da esquerda → fratura do colo femoral com desvio - Imagem da direita → fratura reduzida e fixada através de 3 parafusos Osteossíntese - Imagem fluoroscópica de um intensificador (imagem da direita) → o intensificador de imagem é um aparelho utilizado no centro cirúrgico que ajuda a guiar o ortopedista na execução de algumas cirurgias traumatológicas, através de imagens dinâmicas. Assim, no ato cirúrgico já se vê o posicionamento do parafuso - Essa cirurgia da imagem, com esses três parafusos, é uma cirurgia percutânea, que é uma cirurgia em que as 3 incisões realizadas para se introduzir os 3 parafusos tem no máximo 0,5cm. Assim, ela é guiada do começo ao fim pelo intensificador 6 FRATURAS DOS MEMBROS INFERIORES Gizelle Felinto COMPLICAÇÕES ➢ Úlceras de Pressão → pois quanto mais demorar para se realizar a cirurgia, pelo fato de o paciente não conseguir ficar em pé, ficando apenas sentado, ele pode desenvolver essas úlceras por pressão, que podem infectar ➢ Complicações Pulmonares: • Atelectasias • Pneumonias: ▪ Paciente não consegue eliminar as secreções de maneira adequada, podendo desenvolver uma pneumonia aspirativa • Paciente pode broncoaspirar ➢ Tromboembolismo Pulmonar ➢ Pseudoartrose ➢ Consolidação viciosa ➢ Infecção por artroplastia → é uma das complicações mais temidas, pois é muito difícil de se tratar ➢ Se um paciente idoso que sofreu uma fratura de colo de fêmur e fica acamado ele pode apresentar: • Escaras de decúbito → essas escaras podem infectar • Pneumonia Aspirativa • Trombo em membro inferior → pode evoluir para um Tromboembolismo Pulmonar (TEP) • Infecção urinária • Atelectasia... UM BREVE PASSO A PASSO DA CONDUTA A SER TOMADA Exemplo → Paciente chega no pronto-socorro com dor e história de queda da própria altura 1. Protocolo do ATLS para compensar o paciente (ABCDE) + Estabilizar a Fratura da forma mais anatômica possível 2. Realizar radiografia em AP 3. Classificar a fratura (Garden) 4. Realizar a cirurgia o mais rapidamente possível → paciente deve estar pelo menos minimamente compensado Artroplastia - Cabeça metálica substitui o fêmur - Haste → introduz-se dentro do canal femoral medular - Componente acetabular → substitui o acetábulo Artroplastia Parcial de Quadril Artroplastia Total de Quadril
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