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Displasia do desenvolvimento do quadril · Sinônimo: luxação congênita do quadril –sendo que a luxação ou subluxação do quadril se desenvolve geralmente nos primeiros dois meses após o nascimento, rara ao nascimento · Patologia dinâmica facilmente identificável ao nascimento ou no primeiro ano do desenvolvimento da criança · A criança pode nascer sem a luxação do quadril e ao longo dos meses subsequentes apresentar a luxação do quadril Variantes da displasia de desenvolvimento do quadril · Quadril luxado: cabeça femoral totalmente fora do acetábulo · Quadril subluxado: cabeça femoral parcialmente fora do acetábulo e parcialmente fica no acetábulo · Quadril instável: cabeça femoral pode ser deslocada do quadril · Displasia acetabular: acetábulo não tem profundidade suficiente para manter a cabeça do fêmur no devido lugar (acetábulo raso) Etiologia · Desconhecida · Fator genético · Familiar · Sexo feminino é mais frequente · Fator hormonal · Relaxina – produzido pela mãe no parto e passa para o RN concedendo frouxidão dos ligamentos, mas esse efeito é temporário. Muito comum RN logo após o nascimento e se realizar um exame do quadril a criança apresentar um quadril instável (luxável) · Dependendendo da postura em que a criança permanecer a luxação ou subluxação pode ou não acontecer nos próximos meses · Manter a criança com MMII em adução e extensão aumenta muito a chance do quadril instável evoluir pra lux/subluxação · O jeito que o pediatra segura a criança: súbita extensão e adução pelas pernas e de cabeça para baixo, pode levar a deslocamento na criança suscetível · Fator mecânico · Apresentação pélvica · Oligodrâmnio · Primípara · Fator ambiental – países da Europa têm maior incidência da DDQ Diagnóstico É clinico. Não há necessidade de qualquer exame de imagem. A instabilidade do quadril, luxação e subluxação devem ser prontamente reconhecidos no exame rotineiro de todo RN até 3m Achados clínicos No RN e antes da marcha · · Teste de Ortolani · Usado para quadris luxados · Técnica: realiza abdução do quadril ao mesmo tempo que traciona a coxa para cima. Se perceber estalido, é porquereflete o retorno da cabeça femoral para a posição original anatômica, ele entrando no acetábulo com a manobra · Teste de Barlow (se Ortolani negativa, devemos saber se o quadril do bb é luxável) · Usado para quadris instáveis (quadril luxável)– o quadril está na posição, mas com as manobras consegue tirar e colocar o quadril na posição · Técnica: Com uma mão o examinador fixa a bacia e com a outra o examinador movimenta o quadril em direção anterior e posterior na tentativa de tirar o quadril da posição; (medcurso: adução da coxa enquanto força-a para baixo. Se houver instabilidade vai sentir um clique) Obs: a partir do 3 o 4º mês os testes de Barlow e Ortolani se tornam negativos e não se consegue mais detectar a entrada e saída do quadril do acetábulo: após o 3º mês de vida portanto o sinal mais importante é a limitação da abdução que permanece pelo resto da vida, só evidenciado se a displasia for unilateral. Isso ocorre porque à medida que não se dá o diagnóstico existe um encurtamento dos tecidos moles vizinhos à articulação com preenchimento da cavidade acetabular por outro tecido. · Assimetria de pregas cutâneas - só fica evidente quando a displasia é unilateral · Não é patognomônico de luxação congênita de quadril 10 a 15% das crianças saudáveis podem ter e terem quadril normal. No entanto, diante de criança com assimetria de pregas cutâneas, é importante fazer a investigação para DDQ · Sinal de Galeazzi – só fica evidente quando a displasia é unilateral · Técnica: flexão do joelho em 90º demonstra o encurtamento do fêmur · Não é patognomônico de luxação congênita de quadril indica apenas encurtamento do fêmur, o que pode acontecer em outras patologias · Permanece por toda a vida Obs: quando o diagnóstico é feito no RN e iniciado o tratamento, os resultados são muito bons, praticamente não havendo sequelas. Diagnóstico tardiamente, com a criança andando, as lesões se agravam Após o início da marcha · Limitação da abdução · Teste de Trendeleburg positivo – ao ficar de pé o quadril desvia para o lado oposto ao MMII afetado e o tronco desvia para o lado acometido · Marcha de pato – criança anda com balanço para direita e para esquerda leva a sinal de Trendelemburg positivo · Rotação externa do membro · Lordose lombar excessiva Achados exames de imagem · Lembrar que o diagnóstico é clínico · Radiografia da pelve – se a cabeça do fêmur não estiver no acetábulo, ele não se desenvolve. Note que um “novo acetábulo” começa a se desenvolver no local do quadril em que a cabeça do fêmur está luxada e o acetábulo se torna incongruente, de forma que na cirurgia de reconstrução será necessária a reconstrução do acetábulo, complicando o prognóstico · À medida que a criança começa a crescer, o núcleo de ossificação proximal do fêmur se calcifica e fica mais fácil de evidenciar na radiografia. Portanto a radiografia de pelve so tem indicação diagnostica na displasia de desenvolvimento do quadril após o aparecimento da epífise proximal do fêmur (em torno de 4 a 7 meses de idade) O fêmur direito tem núcleo de ossificação e é perceptível que encontra-se dentro do acetábulo. O esquerdo encontra-se luxado e notar que o acetábulo esquerdo encontra-se reto, raso, denunciando que esta luxação já vem desde o nascimento, comprometendo o desenvolvimento do acetábulo (para que ele se forme adequadamente precisa da cabeça do fêmur dentro dele) · Antes disso, a epífise do fêmur ainda não ossificou, ainda tem cartilagem para ser ossificada. Fica difícil de detectar a luxação, por isso,são usados sinais indiretos · Distância aumentada fêmur-quadril Este é um caso em que o exame mais adequado para identificar se a cabeça do fêmur está dentro do acetábulo é a USG · Linha de Hilgenreiner – reta horizontal traçada entre as as cartilagens trirradiada (cartilagens do acetábulo) · Linha de Perkins – é uma reta r traçada perpendicularmente à de Hilgenreiner tangenciando o rebordo do acetábulo · A partir do traçado das duas linhas são formados quatro quadrantes de Ombredane 1) superoexterno 2)inferoexterno 3) inferointerno 4)superointerno. Em quadris normais, o núcleo de ossificação do fêmur deve se encontrar no quadrante inferointerno. Se o núcleo de ossificação se encontra no quadrante ínferoexterno, há luxação. · Arco de Shanton – o traçado inicia no forame obturador e vai até o colo do fêmur. No quadril não luxado o arco formado entre esse trajeto é uniforme e continuo, mas no luxado, o arco se quebra e tem que continuar em outro trajeto: · Índice acetabular: ângulo formado pela linha de Hilgenreiner e uma linha traçada no teto acetabular. Se o ângulo for >30º sugere displasia acetabular · USG - grande valor para acompanhamento do tratamento · Nos pacientes menores de 3 meses, em que a radiografia não consegue ver as estruturas cartilaginosas radiotransparentes · No período neonatal é melhor o exame físico que a USG para o diagnóstico!! · Artrografia – não mencionou · TC – não mencionou · RNM - não mencionou Tratamento · Correia de Pavlik · Padrão ouro · Só podem ser usadas até 6 meses de idade, idealmente não deve ser usada no 6º mês da criança. Preferivelmente usada no RN · Tratamento dinâmico da luxação congênita de quadril – mantém abdução e flexão dos quadris mas ainda permite à criança fazer certo grau de movimentação na posição correta para estimular o acetábulo pela cabeça do fêmur corretamente. · Uma correia serve para manter a flexão e outra para limitar adução ( a abdução encaixa o fêmur no acetábulo, dai a necessidade de manter a criança em abdução) · Com cerca de 3 meses a criança está curada · Redução incruenta –criança entre 1 e 6 meses em que a correia de Pavlik não conseguiu realizar a redução;Quando o diagnóstico não é dado precocemente opta-se por essas outras medidas · Redução cruenta – após insucesso da incruenta · A cç é mantida em imobilização gessada em abdução pormeses · Encurtamento femoral · Osteotomias de fêmur proximal · Osteotomia de bacia Obs: fraldas de Fredjka – antigamente, hoje em desuso Obs: a displasia do acetábulo (acetábulo raso) irreversível é a sequela natural da doença não tratada, que certamente acarretaráem osteoartrose grave do quadril no adulto jovem.
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