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Fraturas em Crianças

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1 FRATURAS EM CRIANÇAS 
Gizelle Felinto 
RELEMBRANDO A ANATOMIA 
➢ ESQUELETO DA CRIANÇA: 
 
• O esqueleto da criança apresenta algumas particularidades 
que o diferem do esqueleto do adulto 
• Particularidades do esqueleto da criança: 
▪ Presença da cartilagem/fise de crescimento (partes 
roxas na imagem acima) → é por onde ocorre o 
crescimento ósseo. Além disso, se estendem desde a 
calota craniana até a falange distal 
✓ Nem todas as fises estão presentes desde o 
nascimento → Ex: a fise da cabeça do rádio só é 
vista ao raio-x a partir do 5° ano de vida da 
criança 
✓ Geralmente, o fechamento dessas fises ocorre 
por volta dos 21 anos de idade 
▪ Periósteo mais espesso → o periósteo é uma camada 
que recobre todo o osso. Assim, esse periósteo mais 
espesso faz com que a criança tenha um poder maior 
de remodelação óssea 
✓ Devido a isso, os ossos das crianças podem 
tolerar desvios mais acentuados. Além disso, 
quando o osso for consolidando e crescendo, esse 
osso vai retornando ao seu aspecto normal, sem 
continuar com a deformidade 
✓ Já o adulto, ele não consegue tolerar grandes 
deformidades ósseas, pois sua remodelação 
óssea é bem menor 
▪ Maior plasticidade óssea → devido a isso, é mais fácil 
o osso da criança deformar do que quebrar, pois ele é 
mais maleável 
 
 
 
➢ HISTOLOGIA DO OSSO DA CRIANÇA: 
 
• Epífise 
• Fise de crescimento → apresenta algumas camadas e pode 
predispor o surgimento de fraturas 
• Diáfise → apresenta a medula óssea 
• Periósteo espesso: 
▪ É formado por duas camadas de tecido conjuntivo: 
✓ Camada Externa → é nela onde se insere todos 
os tendões e musculaturas 
✓ Camada Interna → é responsável pela formação 
das células osteoblásticas 
▪ Maior poder osteogênico → o osso da criança 
apresenta um maior poder osteogênico, fazendo com 
que as consolidações ósseas ocorram mais 
rapidamente do que nos adultos, pois a formação óssea 
é maior 
▪ Maior poder de remodelação óssea 
▪ Determinada estabilidade à fratura → o periósteo 
confere maior estabilidade à fratura, o que auxilia a 
mantê-la no lugar 
✓ Assim, as fraturas nas crianças são bem mais 
difíceis de sofrerem desvio do que no adulto, 
devido ao fato de o periósteo das crianças ser 
mais espesso 
DESCOLAMENTO EPIFISÁRIO 
DEFINIÇÃO 
➢ Trata-se de um descolamento que ocorre na epífise (camada de 
crescimento) 
➢ É uma patologia comum de ocorrer 
ANATOMIA 
➢ Placa Fisária ou Fise → é a cartilagem de crescimento 
• Localização → entre a epífise e a metáfise 
• Determina o crescimento longitudinal do osso 
• É específica do tecido ósseo infantil 
• É formada por 4 camadas com aspecto de coluna (o que 
fortalece essa fise): 
 
2 FRATURAS EM CRIANÇAS 
Gizelle Felinto 
▪ Camada Germinativa (G) → é uma 
camada mais densa que apresenta 
células e vasos 
▪ Camada Proliferativa (P) → é uma 
camada mais densa que apresenta 
células 
✓ Essa camada proliferativa e a 
germinativa são camadas mais 
estáveis, pois seu tamanho é 
pequeno, apresentam grande 
quantidade de células e vasos, 
que proporcionam a 
estabilidade 
✓ Essa camada proliferativa, assim como a 
hipertrófica, é responsável pela produção de 
colágeno, que é essencial para a formação óssea 
→ sem o colágeno a criança poderia desenvolver 
a Síndrome dos Ossos de Vidro 
▪ Camada Hipertrófica → é a maior camada 
✓ É formada por 3 zonas: 
o Zona de Maturação (ZM) 
o Zona Degenerativa (ZD) 
o Zona de Pré-Calcificação (ZPC) 
✓ É composta por células gigantes, espaçadas umas 
das outras, o que causa uma instabilidade 
✓ Atenção → é nessa camada hipertrófica que 
ocorrem o descolamento epifisário e a epifisiólise 
do fêmur proximal, por exemplo, pois é a maior de 
todas as camadas e apresenta células gigantes e 
espaçadas umas das outras, o que confere a 
instabilidade dessa camada 
▪ Camada Calcificada (C) → é o osso propriamente dito 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ O descolamento epifisário é responsável por 15% de todas as 
lesões que comprometem o esqueleto da criança: 
• 10% desse total evoluem com alteração do crescimento 
➢ É mais comum no sexo masculino (1:0,8) → na proporção de 1 
menino para cada 0,8 meninas com descolamento da epífise nos 
membros superiores 
➢ Faixa etária → é muito comum de acometer crianças ao final da 
infância e início da adolescência: 
• Meninos → 13 a 14 anos 
• Meninas → 11 a 12 anos 
CLASSIFICAÇÃO DO DESCOLAMENTO EPIFISÁRIO 
➢ CLASSIFICAÇÃO DE SALTER-HARRIS → sempre que há 
acometimento da fise de crescimento, deve-se classificar essa 
lesão por essa classificação de Salter-Harris 
 
• Tipo 1 → o traço de fratura passa apenas pela fise de 
crescimento 
▪ É responsável por 5% das lesões 
• Tipo 2 → traço de fratura que passa pela fise de 
crescimento e, quando chega próximo ao final dessa fise, o 
traço sobe para a região metafisária, formando um triângulo 
chamado de Fragmento de Thurston-Holland (pequeno 
fragmento metafisário) 
▪ É a lesão mais frequente, ocorrendo em cerca de 75% 
dos casos 
• Tipo 3 → o traço de fratura se inicia na fise de crescimento 
e desce para a epífise 
▪ Ocorre em 10% dos casos 
• Tipo 4 → é um traço de fratura que acomete a região 
metafisária, a fise de crescimento e a epífise 
▪ Ocorre em 10% dos casos 
• Tipo 5 → traço de fratura na fise de crescimento, em 
decorrência de uma compressão 
▪ É mais rara de ocorrer 
▪ Como diferenciar dos demais tipos → comparando-se 
o tamanho da fise de ambos os lados (lado bom com 
lado acometido). A diminuição do espaço da fise 
significa que há uma fratura tipo 5 
✓ Exemplo: em uma criança com trauma no punho, 
que está sentindo muita dor e tem limitação do 
movimento → radiografa-se o punho e não se 
identifica como sendo tipo 1, 2, 3 ou 4. Porém, essa 
criança apresenta a dor e a dificuldade de 
movimento do punho, por isso deve-se 
radiografar também o punho contralateral, para 
que se compare os dois raios-x, comparando-se a 
altura da fise do lado normal com o lado afetado. 
Assim, se a fise estiver com o espaço diminuído, 
significa dizer que houve uma fratura tipo 5 
• Quanto maior a classificação, pior o prognóstico → Ex: o 
prognóstico do tipo 3 é melhor que o prognóstico do tipo 4 
IMPORTANTE 
Quando uma criança sofre uma queda, por exemplo, na qual há uma lesão da 
extremidade da fise de crescimento, a camada mais atingida é a Camada 
Hipertrófica, pois ela é a maior camada da fise e apresenta células gigantes que 
vão se separando umas das outras. Assim, esse maior espaçamento entre as 
células faz com que essa camada hipertrófica se torne mais frágil e instável. E é 
devido a isso que essa é a camada mais acometida no descolamento epifisário 
 
Ressonância Magnética do Joelho (em T2, pois o líquido 
está com hipersinal) 
Classificação: Salter-Harris tipo 2 
- Todo o líquido presente na fratura é sangue 
- O traço de fratura se inicia pela fise de crescimento e 
depois sobre para a região metafisária (setas pretas) 
- Nem sempre o raio-x evidencia uma fratura assim. Por 
isso que, quando há dúvidas diagnósticas, solicita-se a 
ressonância magnética 
 
3 FRATURAS EM CRIANÇAS 
Gizelle Felinto 
➢ Atenção → nem sempre o raio-x proporciona o diagnóstico 
imediato. Assim, às vezes, em casos de dúvidas diagnósticas, 
pode-se solicitar a Ressonância Magnética (RM), se disponível 
• Quando não se tem a RM disponível → pode-se imobilizar a 
provável fratura do paciente, mandando-o voltar para a casa 
e só retornar ao hospital cerca de uma semana depois. 
Assim, faz-se uma nova radiografia e consegue-se visualizar 
a fratura no raio-x, pois nesse período em que o paciente 
esteve em casa ocorreu uma reabsorção óssea da fratura, 
e no lugar fraturado houve essa absorção de osso 
TRATAMENTO 
➢ Princípios do Tratamento → a classificação de Salter-Harris é 
responsável por nortear o tratamento dos descolamentos 
epifisários: 
• Tipo 1 e Tipo 2 →não há acometimento da articulação (o 
traço de fratura não desce para a epífise). Assim, apesar de 
desejável, essas fraturas: 
▪ Não é obrigatória a Redução Anatômica → porém, por 
se tratar de uma criança e por ainda ter a fase de 
crescimento, os ortopedistas sempre irão tentar 
reduzir anatomicamente, mas não há obrigatoriedade 
• Tipo 3 e tipo 4 → são fraturas que acometem a articulação 
(o traço de fratura desde para a epífise) 
▪ A Redução Anatômica é mandatória → tem a finalidade 
de evitar o fechamento da placa 
✓ Geralmente, é uma Redução Cruenta 
▪ Caso não seja feita a redução anatômica, pode-se ter 
as seguintes complicações: 
✓ Fechamento precoce da fise de crescimento → 
criança pode ficar com o membro mais curto 
✓ Deformidade da fise → pode-se ter uma 
deformidade em valgo ou varo, por exemplo 
 
➢ Sobre a passagem dos fios de Kirschner na redução anatômica: 
• Quando se tem um fragmento metafisário → passa-se o fio 
por esse fragmento, evitando-se passar pela fise para que 
se evite deformidades ou limitação do crescimento, caso a 
fise seja lesada 
• Quando há acometimento da epífise 
(Ex: Salter-Harris tipo 3) → passa-
se o fio a partir da epífise e o mais 
centralmente possível na fise de 
crescimento 
▪ O fio não pode ter mais que 
2mm 
▪ Passa-se pelo centro da fise 
porque, caso se tenha uma 
lesão dessa fise, o máximo de sequela que se tem é a 
diferença no tamanho de um antebraço para o outro, o 
que é fácil de ser corrigido por meio de uma osteotomia 
▪ Se o fio não passar pelo centro da fise → Ex: quando o 
fio passa pela lateral (radial) do rádio, toda a região 
medial (ulnar) do rádio irá crescer e a lateral não. 
Assim, a criança terá um desvio radial do punho 
FRATURA SUPRACONDILIANA DO ÚMERO 
ANATOMIA 
➢ Tem-se o côndilo lateral (seta amarela) e o côndilo medial (seta 
vermelha), com a fratura ocorrendo acima desses côndilos 
➢ As fraturas supracondilianas são as fraturas mais comuns no 
cotovelo das crianças 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ Incidência: 
• É mais comum na 1ª década de vida (10 anos) 
• Pico de incidência → dos 5 aos 8 anos de idade 
➢ É mais comum no sexo masculino (3:2) → na proporção de 3 
meninos para cada 2 meninas 
➢ Acomete mais o cotovelo esquerdo do que o direito: 
• Foi feito um estudo que mostrou que, pelo fato de a grande 
maioria das crianças serem destras, elas possuem uma 
cortical óssea do braço direito mais espessa que a dor 
esquerdo, devido ao maior uso do braço direito nessas 
crianças, sendo por isso que o lado esquerdo é mais frágil e 
mais acometido 
➢ As fraturas supracondilianas correspondem a cerca de 55 a 75% 
das fraturas de cotovelo na criança 
 
Raio-x de Punho em AP e Perfil 
- Trata-se de um osso imaturo, pois consegue-se ver a fise de crescimento 
- No Perfil → tem-se um “batente” (seta azul) impedindo a continuação normal da epífise. 
Isso se deve ao fato de que toda a epífise deslocou para a região dorsal (seta verde) e levou 
parte da região metafsária, formando o triângulo de Thurston-Holland (seta roxa) 
- Classificação → Salter-Harris tipo 2 
- Tratamento → Redução anatômica, se possível (pois não é obrigatória) 
- No AP → após o tratamento com fio de Kirschner através do triângulo de Thurston-
Holland, a cortical se encontra uniforme, mas ainda com um pequeno desnível (seta 
amarela), o que mostra que a redução não foi totalmente anatômica, mas é aceita, pois se 
trata de uma região metafisária (não há acometimento de articulação, por isso que a 
redução anatômica não é mandatória). Optou-se por esse tipo de fixação porque quando se 
tem um fragmento metafisário, tenta-se ao máximo fixar a fratura por esse fragmento, 
para que não se atravesse a fise de crescimento com o fio de Kirschner, pois pode haver 
uma lesão na fise, comprometendo o crescimento ou causando uma deformidade 
 
Essa não é uma Salter-
Harris tipo 3, é apenas um 
exemplo de como o fio é 
colocado (linha amarela) 
Fratura 
 
4 FRATURAS EM CRIANÇAS 
Gizelle Felinto 
MECANISMO DE TRAUMA 
➢ Queda com a mão espalmada e cotovelo totalmente estendido 
(98% dos casos decorrem desse mecanismo) → como um 
reflexo para se apoiar durante a queda 
• Com esse apoio do braço, o desvio da fratura é para 
posterior 
➢ Trauma em flexão (2% dos casos): 
• Pode ser devido a trauma direto ou queda com o cotovelo 
fletido 
• Devido a esse trauma, o desvio da fratura é para anterior 
➢ Mão Pronada (75% dos casos) → criança cai com a mão 
espalmada e pronada, em extensão 
• O desvio da fratura é póstero-medial (é o polegar quem 
indica o desvio da lesão) 
➢ Mão Supinada → criança cai com a mão supinada, em extensão 
• O desvio da fratura é póstero-lateral (pois é o polegar quem 
indica o desvio) 
• Há risco de lesão da Artéria Braquial 
EXAME FÍSICO 
➢ No exame físico vê-se os seguintes: 
• Equimose na região anterior do 
cotovelo 
• Perda do contorno normal do 
braço 
➢ Além disso, também deve-se avaliar 
os nervos, os pulsos arteriais e o 
preenchimento capilar: 
• Pulsos: 
▪ O preenchimento capilar e os pulsos estão ausentes 
em até 12 a 15% dos pacientes 
▪ A primeira medida a ser tomada é a palpação do pulso 
distal: 
✓ Pulso ausente → trata-se de uma emergência, 
sendo necessário levar essa criança para a sala 
de cirurgia urgentemente, para que seja feita a 
redução e a fixação, e, em 99% dos casos, cerca 
de 1 a 2min depois, o pulso retorna. Porém, se o 
pulso não voltar, deve-se solicitar uma 
Arteriografia e o parecer dos cirurgiões 
vasculares 
• Nervos: 
▪ Como se faz → Ex: o médico fornece um objeto à 
criança e pede para que ela segure 
▪ Nervos testados: 
✓ Nervo Radial → realiza a extensão e supinação 
✓ Nervo Ulnar → responsável pela abdução dos 
dedos 
✓ Nervo Mediano → responsável pela flexão 
▪ Nervo interósseo anterior (ramo do nervo radial) → é 
o nervo mais acometido nas fraturas supracondilianas 
✓ Teste de Kiloh-Nevin → testa a função desse 
nervo interósseo anterior 
o Não é feito assim que a criança chega ao 
hospital, ele é feito posteriormente 
o Como é feito → 
pede-se para que a 
criança segura uma 
folha com a ponta dos 
dedos 
❖ Na lesão do nervo → a criança não 
consegue segurar com a ponta dos 
dedos. Assim, ela segura a folha com a 
polpa dos dedos 
CLASSIFICAÇÃO 
➢ CLASSIFICAÇÃO DE GARTLAND → classifica com base na 
radiografia de perfil do cotovelo, devendo-se observar dois 
critérios: a fise de crescimento do úmero distal (é uma bolinha 
que se assemelha a um feijão) e a cortical posterior do úmero. 
Assim, é essa classificação a responsável por nortear o 
tratamento do paciente 
• Tipo 1 → fratura sem desvio e incompleta 
▪ O traço de fratura só acomete a 
cortical anterior (seta azul) 
▪ Quando se traça uma linha 
imaginária na cortical anterior, 
essa linha cruza a fise de 
crescimento (linha amarela e 
linha vermelha na figura ao lado) 
→ isso significa dizer que essa fratura não tem desvio 
• Tipo 2 → fratura com desvio e com a cortical posterior 
intacta 
▪ Ao se traçar a linha imaginária na cortical anterior, 
ela não cruzará a fise de crescimento (linha roxa), 
indicando que há desvio 
▪ Não há lesão na cortical posterior → pode haver 
deformidade, mas não há fratura 
• Tipo 3 → fratura com desvio e com acometimento cortical 
posterior 
▪ A linha não cruza a fise de crescimento, indicando o 
desvio (linha verde) 
▪ Há o acometimento da cortical posterior 
TRATAMENTO 
➢ É baseado na classificação da Gartland: 
• Tipo 1 → Tratamento Conservador: 
▪ Gesso Axilo-palmar (vai da axila até a palma da mão) 
→ durante 4 a 6 semanas 
• Tipo 2 → a escolha do tratamento depende do perfil 
socioeconômico dos pais da criança 
 
5 FRATURAS EM CRIANÇAS 
Gizelle Felinto 
▪ Tratamento Conservador → quando os pais entendem 
a gravidade da fratura da criança, têm condições de 
retornarem ao hospital semanalmente (não morammuito longe) e irão cuidar bem dessa criança 
✓ Faz-se uma redução incruenta, para transformar 
esse grau 2 em grau1, colocando-se o gesso axilo-
palmar posteriormente 
▪ Tratamento Cirúrgico → é indicado quando os pais 
são pouco esclarecidos e não entendem a gravidade do 
quadro, não irão cuidar muito bem da criança e não 
tem como irem ao hospital novamente (moram longe) 
• Tipo 3 → Tratamento Cirúrgico: 
▪ Inicialmente, tenta-se uma Redução 
Fechada/Incruenta e posteriormente faz-se a Fixação 
Percutânea 
COMPLICAÇÕES 
➢ COMPLICAÇÕES PRECOCES: 
• Neurológicas: 
▪ Estão presentes em 10 a 20% dos casos 
▪ Lesão do nervo radial → ocorre quando há o desvio 
medial 
▪ Lesão do nervo mediano → decorre do desvio lateral 
▪ Lesão do nervo ulnar → ocorre quando há desvio 
anterior 
▪ Lesão do Nervo Interósseo Anterior → esse é o nervo 
mais comumente acometido 
• Vasculares: 
▪ 10 a 20% dos pacientes com Gartland III apresentam-
se com ausência de pulso 
▪ O desvio dos fragmentos pode causar lesão vascular: 
✓ Fragmento desviado para póstero-lateral → 
lesão da Artéria Braquial 
• Síndrome Compartimental → ocorre em 1% das fraturas 
▪ Deve-se avaliar os 5 P’s → Palidez, dor (Pain) fora de 
proporção, ausência de Pulso, Parestesia e Paralisia 
▪ Pode ocorrer tanto pela fratura quanto pela utilização 
do gesso 
➢ COMPLICAÇÕES TARDIAS: 
• Deformidades → as complicações tardias mais frequentes 
são as deformidades, que decorre do tratamento mal feito 
ou pela falta de tratamento 
▪ Em decorrência do tratamento: 
✓ 14% dos casos de deformidade decorrem do 
tratamento apenas com a imobilização 
(tratamento conservador com o gesso) 
✓ 3% dos casos são devido ao tratamento cirúrgico 
▪ A criança pode 
desenvolver: 
✓ Cubitus Varus 
→ é o mais 
comum 
✓ Cubitus Valgus 
SUBLUXAÇÃO DA CABEÇA DO RÁDIO 
INTRODUÇÃO 
➢ Essa pronação dolorosa é bastante comum de ocorrer e o seu 
tratamento pode ser feito em qualquer hospital, sem necessidade 
de realização de raio-x. É necessário saber apenas a história 
clínica do paciente e fazer o exame físico, para que se trate com 
a manobra correta 
➢ Até os 6 anos de idade, o cotovelo da criança ainda não está 
totalmente formado, pois ainda não apresenta todas as fises de 
crescimento: 
• Ligamento anular → é um ligamento responsável por 
manter a cabeça do rádio articulada 
▪ Quando é feita uma tração no 
braço da criança, pelo fato de a 
estrutura óssea do cotovelo ainda 
não estar totalmente formada, o 
ligamento anular acaba saindo do 
lugar e indo para a articulação, 
causando a Subluxação da cabeça 
do rádio 
ANATOMIA 
➢ Ligamento anular: 
• A estabilidade primária da articulação radioulnar proximal 
é conferida pelo ligamento anular, que mantém a cabeça do 
rádio articulada 
• Esse ligamento fica: 
 
 4 semanas de pós-operatório 
Fixação Cruzada 
- Passa-se os fios medial e 
lateralmente 
- Toda essa “sombra” ao redor 
do osso representa o calo 
ósseo formado no pós-
operatório (seta azul) → isso 
significa que já está na fase de 
retirar os fios 
 
Fixação com dois fios laterais 
- Hoje em dia, vem-se usando cada vez 
mais esse tipo de fixação 
- Na região medial do cotovelo passa o 
nervo ulnar. Assim, às vezes, quando se 
passa os fios cruzados causava-se uma 
iatrogenia, que é a lesão do nervo ulnar. É 
por isso que atualmente opta-se cada vez 
mais pela fixação com dois fios laterais 
- Tem o mesmo benefício que a fixação 
cruzada 
CASO CLÍNICO 
Criança com fratura supracondilianas do úmero, classificada como Gartland tipo 
3, apresentando ausência de pulso: 
- Conduta → encaminha-se a criança para o centro cirúrgico urgentemente, 
após a radiografia ter sido feita para avaliar a fratura, para que seja feita a 
redução (preferencialmente incruenta, mas, se não for possível, pode fazer a 
redução cruenta) e posteriormente faz-se a fixação. Após a realização do 
procedimento, espera-se 1 a 3min e palpa-se novamente o pulso dessa criança: 
✓ Se o pulso voltou → o que estava causando a ausência de pulso era o 
desvio da fratura 
✓ Se o pulso não voltou → deve-se solicitar a Arteriografia e o parecer do 
cirurgião vascular 
 
6 FRATURAS EM CRIANÇAS 
Gizelle Felinto 
▪ Tenso quando a antebraço está em supinação, devido 
ao formato cabeça do rádio 
▪ Frouxo na pronação do antebraço 
• Até os 5 anos de idade, a inserção do ligamento anular é 
muito instável, podendo sair do lugar a qualquer momento 
→ assim, até os 5 anos é muito comum a criança 
apresentar a pronação dolorosa 
• Após os 5 anos de idade, a inserção distal do ligamento 
anular no colo do rádio se torna mais forte e estável, o que 
previne lacerações e subluxações 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ Mais comum no sexo feminino (2:1), devido à frouxidão ligamentar 
→ na proporção de 2 mulheres para cada 1 homem acometido 
➢ 70% dos casos ocorrem no cotovelo esquerdo: 
• Isso é explicado pelo fato de que 
essa lesão, geralmente, é 
ocasionada pelos pais, que na 
maioria das vezes são destros, 
quando a criança vai se jogar no 
chão e o pai está segurando o seu braço. Assim, para que a 
criança não caia no chão, o pai acaba puxando/tracionando 
o braço da criança e realizando a pronação, o que faz com 
que o ligamento anular entre sobre a articulação, causando 
a Subluxação da cabeça do rádio 
➢ É comum dos 6 meses aos 6 anos de idade 
➢ Pico de incidência → dos 2 aos 6 anos de idade 
• Pois nessa idade as crianças, geralmente, são muito ativas 
(correm, brincam...) 
➢ Índice de recorrência → 5 a 30% 
MECANISMO DE LESÃO 
 
➢ Tração longitudinal sobre o cotovelo estendido: 
• O braço pode estar supinado ou pronado, mas há um 
consenso de que é mais fácil de ocorrer a Subluxação 
quando o braço está em pronação 
• Ex: rodar a criança pelo braço 
• Ex: fazer tração e pronação do braço da criança quando ela 
vai cair ou quando se vai levantar essa criança 
AVALIAÇÃO CLÍNICA 
➢ Anamnese: 
• É muito importante conversar com os pais para que eles 
contem como esse trauma ocorreu 
• Cerca de 33 a 50% dos casos decorrem de uma tração 
longitudinal 
• Ex: levantou a criança abruptamente pelo braço → com 
essa história, não há necessidade de se solicitar o raio-x, 
pois ela já é característica da pronação dolorosa 
➢ Quadro Clínico → a criança chega com os seguintes sinais: 
• Extremidade superior pendente 
• Antebraço em pronação 
• Cotovelo ligeiramente flexionado 
• A criança se recusa a utilizar o membro (devido à dor) 
➢ Exame Físico: 
• Geralmente, não se tem: 
▪ Equimose 
▪ Derrame articular (é raro de ocorrer) 
• A criança apresenta dor à palpação na face anterior e lateral 
do cotovelo 
• Sempre se deve realizar o exame neurovascular, mas, na 
maioria dos casos, não há alterações 
TRATAMENTO 
➢ Atenção → na ortopedia, toda redução é feita realizando-se o 
movimento contrário do mecanismo de trauma. Assim, por 
exemplo, se o mecanismo foi uma extensão com pronação, o 
movimento de redução deve ser uma flexão com supinação 
➢ Redução Fechada: 
• O mecanismo do trauma foi → extensão/tração e pronação 
do cotovelo 
• Manobra de redução → faz-se uma supinação do cotovelo, 
e, ao mesmo tempo em que se faz essa supinação, vai-se 
realizando a flexão do cotovelo 
▪ O antebraço é colocado em pronação dorsal, com 
pressão sobre a cabeça do rádio. Além disso, realiza-
se, quase simultaneamente, a supinação do antebraço 
com a flexão do cotovelo 
▪ Como fazer → 
com um braço 
segura-se o punho 
da criança e com o 
outro braço fica-se 
segurando o cotovelo e sentindo a cabeça do rádio 
✓ Sente-se um “estalido/click” (click palpável 
durante a redução) → significa que o ligamento 
anular está voltando para o seu local de origem e 
a cabeça do rádio está voltando para a articulação 
• Após a redução: 
▪ Deixa-se a criança quieta por 5 a 10min, pois ela ainda 
estará sentindo dor. Mas após esse tempoela voltará 
a brincar, sem apresentar mais qualquer tipo de dor 
▪ Não há necessidade de realizar raio-x: 
✓ Porém, em casos que ocorreram há mais de 12 a 
24h, a radiografia pode ser necessária 
▪ Não é necessário imobilizar: 
✓ Só se imobiliza quando, na manobra de redução, 
não se sente o click palpável. Assim, pede-se o 
raio-x e ele não mostra qualquer fratura, 
retornando-se à hipótese de pronação dolorosa. 
Dessa forma, imobiliza-se o braço da criança e 
pede-se para que ela volte depois de alguns dias, 
para que se retire a imobilização e se veja como a 
lesão se encontra. Geralmente, o quadro estará 
 
7 FRATURAS EM CRIANÇAS 
Gizelle Felinto 
resolvido, mas, ainda assim, repete-se a manobra 
de redução 
COMPLICAÇÕES 
➢ Subluxação cronicamente não reduzida: 
• Geralmente, ocorre redução espontânea → com os 
movimentos do cotovelo, a própria criança coloca o cotovelo 
no local de forma espontânea 
➢ Recorrência: 
• Ocorre em 5 a 39% dos casos 
• Pode cessar após a criança passar dos 4 a 5 anos de idade, 
que é o período em que o ligamento anular se fortalece 
➢ Subluxação Irredutível: 
• É muito rara de ocorrer 
• Decorre da interposição do ligamento anular → o ligamento 
fica interposto e, por mais que se faça o movimento de 
redução, o cotovelo não volta para o lugar 
• Nesses casos, é necessário o Tratamento Cirúrgico → faz-
se uma incisão próxima à cabeça do rádio e retira-se o 
ligamento da articulação com uma pinça de Kelly 
FRATURAS DO ANTEBRAÇO 
ANATOMIA 
➢ Diáfise radial e ulnar → se ossificam durante a 8ª semana de 
gestação (já é possível visualizar essas diáfises no ultrassom) 
➢ Epífise distal → a do rádio aparece no 1° ano de vida e a da ulna 
só aparece entre os 5 a 7 anos de idade 
➢ As fises distais da ulna e do rádio → são responsáveis por 80% 
do crescimento do antebraço 
➢ Periósteo mais espesso: 
• Geralmente, se rompe no lado convexo da fratura, enquanto 
que o lado intacto fica côncavo → assim, o periósteo pode 
entrar na fratura e, caso não seja reduzido, pode continuar 
nesse mesmo local, podendo causar uma pseudoartrose. 
Dessa forma, na maioria das vezes, é necessário 
hiperdeformar a fratura, para retirar o periósteo de dentro, 
tracionando um pouco (Manobra de Lambotte) 
MECANISMO DO TRAUMA 
➢ Trauma Indireto → a maioria são causadas por esse tipo de 
trauma 
• A criança cai com a mão hiperestendida 
• Ex: a criança cai com a mão espalmada no chão, fazendo com 
que a energia transmitida para o antebraço cause a fratura 
• A rotação do antebraço determina a angulação: 
▪ Pronação → lesão em flexão 
✓ Angulação dorsal → quando a criança cai com a 
mão pronada, os fragmentos desviam para a 
região dorsal 
▪ Supinação → lesão em extensão 
✓ Angulação volar (anterior) 
➢ Trauma Direto: 
• É raro na criança, ocorrendo mais no adulto 
• Ocorre um trauma direto sobre o rádio e/ou a ulna 
• Ex: brigas, trauma direto por cassetete ou vassoura... 
AVALIAÇÃO CLÍNICA 
➢ Quadro Clínico: 
• Dor 
• Edema 
• Deformidade variável 
• A criança evita usar o membro lesionado 
➢ Exame Neurovascular Criterioso → é essencial! 
• Lesões mais distais: 
▪ Nessas lesões, deve-se analisar se há Síndrome do 
Túnel do Carpo (nervo mediano): 
✓ Síndrome do Túnel do Carpo Presente → 
configura o quadro como uma emergência 
o Deve-se levar a criança para a sala de 
cirurgia, para ver se há algum fragmento 
lesando o nervo mediano 
• Lesões mais proximais: 
▪ Podem ocorrer lesões do Nervo Interósseo Anterior ou 
Posterior: 
✓ Deve-se realizar o Teste de Kiloh-Nevin 
➢ Síndrome Compartimental → nos casos de edema acentuado, 
deve-se analisar os 5 P’s para saber se a criança está ou não com 
essa síndrome: 
• (Pain) Dor desproporcional 
• Palidez 
• Ausência de pulso 
• Parestesia 
• Paralisia 
 
 
- Fise de crescimento do olecrano (seta azul) e da ulna distal (seta amarela) 
- Fises de crescimento do rádio (setas roxas) 
- Quando se está em duvidas que se uma lesão ou a fise de crescimento , solicita-se um 
raio-x contralateral para comparar 
Fises de Crescimento 
- Deve-se ter bastante cuidado para não as confundir com 
fraturas 
 
 
- Tração → essa tração é dolorosa quando é feita, mas é necessária, e ela alivia um pouco 
da dor após ser realizada. Após essa tração, deve-se colocar uma tala e passar uma faixa, 
deixando-se o membro o mais esticado possível. Só após isso é que se deve encaminhar o 
paciente para o serviço de ortopedia 
Fratura do Antebraço 
- Quando se está em um hospital do interior para 
encaminhar ao centro de ortopedia → deve-se 
realizar pelo menos uma Tração, para diminuir essa 
deformidade, pois essa deformidade, se não for 
tracionada, pode causar a interrupção do fluxo 
sanguíneo, por exemplo, e, se o local for muito 
distante do centro de referência, pode-se ter a 
isquemia desse membro, fazendo com que a criança 
perca esse antebraço 
 
8 FRATURAS EM CRIANÇAS 
Gizelle Felinto 
AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA 
➢ RADIOGRAFIA: 
• Incidência → sempre solicitar as duas incidências: 
▪ Anteroposterior (AP) 
▪ Perfil 
CLASSIFICAÇÃO 
➢ Nas fraturas de antebraço das crianças não há classificação AO 
➢ Assim, a classificação é descritiva, devendo-se descrever o que 
se está vendo no raio-x em AP e em Perfil 
➢ CLASSIFICAÇÃO DESCRITIVA: 
• Localização → terço proximal, médio ou distal 
• Tipo: 
▪ Deformidade plástica 
▪ Fratura incompleta (galho verde) 
▪ Fratura por compressão (Tórus ou Impactada) 
▪ Fratura completa 
• Desvio → dorsal ou volar 
• Angulação → quantos graus de angulação 
▪ A angulação é importante, pois, dependendo dela, o 
tratamento pode ser conservador 
▪ Crianças de até 10 anos toleram até 15° de angulação 
 
TRATAMENTO 
➢ TRATAMENTO CONSERVADOR: 
• A grande maioria das fraturas precisam apenas de 
tratamento conservador 
• Quando não se realiza o tratamento conservador: 
▪ Fraturas expostas, instáveis, irredutíveis ou 
associadas a síndrome compartimental 
▪ Síndrome do Túnel do carpo associada 
• Redução Fechada + Aplicação do Gesso Axilopalmar → é 
realizado para a maioria das fraturas 
▪ A redução deve ser mantida com pressão do lado 
intacto do periósteo (lado côncavo) → sempre que se 
realiza a redução é necessário colocar uma pressão 
maior do gesso na região do lado côncavo, pois quando 
se deixa reto o periósteo fica enrugado, e quando se 
fornece essa pressão, esse periósteo alisa e fica mais 
rente ao músculo 
▪ Em alguns casos, é necessário aumentar a 
deformidade, fazendo a Manobra de Lambotte → 
aumenta-se a deformidade para que o periósteo saia 
de dentro da fratura, conseguindo-se fazer a redução 
correta 
▪ Devido às forças musculares deformantes, o nível da 
fratura determina a rotação da imobilização do 
antebraço: 
✓ Fratura do 1/3 proximal → imobiliza-se com o 
antebraço supinado 
✓ Fatura do 1/3 média → neutro 
✓ Fratura do 1/3 distal → pronação 
✓ Isso é feito para que se equilibre as forças 
musculares, fazendo com que o fragmento não 
saia do lugar e não tenha uma deformidade 
▪ Gesso: 
✓ Deve ser mantido por 4 a 8 semanas até a 
evidência radiológica: 
o Gesso axilopalmar → deixa-se apenas por 4 
a 6 semanas 
 
Fratura de Monteggia 
- Fratura diafisária da ulna + luxação da cabeça do rádio 
- É muito comum de ocorrer nas crianças 
 
 
 
Fratura de Galeazzi 
- Fratura diafisária do rádio + luxação 
radioulnar distal 
- É muito comum de ocorrer nas crianças 
 
 
Fratura completa do rádio e da ulna 
- Classificação → fratura diafisária do 
antebraço, com traço completo e com 
desvio volar 
- O rádio encontra-se com desvio volar, 
pois está deslocado para frente (seta 
azul) 
 
Fratura em Galho verde (incompleta) 
- Muitas vezes, é necessário “quebrar” a outra 
cortical para que se consiga a redução → isso faz 
com que se diminuam os riscos de pseudoartrose, 
pois, às vezes, o periósteo fica interpostono 
fragmento e acaba não ocorrendo a consolidação 
- Assim, se não for feita essa quebra da outra cortical, 
uma fratura que antes era estável passa a ser 
instável, não se conseguindo uma redução e havendo 
a necessidade de operar 
 
 
Fratura de Tórus (por compressão) 
- Seguindo-se a cortical, vê-se um 
abaulamento ósseo, que configura a 
fratura por compressão 
- Os ossos das crianças têm uma 
plasticidade maior, deformando com 
uma maior facilidade 
 
 
 Fratura de Galeazzi Fratura de Monteggia 
 
 
9 FRATURAS EM CRIANÇAS 
Gizelle Felinto 
o Luva gessada → coloca-se 4 a 6 semanas 
após a colocação do axilopalmar, caso já se 
tenha uma consolidação adequada 
✓ Cuidado! → crianças não podem ficar muito 
tempo com o gesso axilopalmar, pois pode-se 
causar uma artrofibrose (ocorre a consolidação, 
mas o cotovelo fica rígido/duro, fazendo com que 
a criança não consiga esticar o cotovelo). É por 
isso que, depois de 4 a 6 semanas, troca-se o 
gesso axilopalmar pela luva gessada 
➢ TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
• A estabilização cirúrgica é necessária em 1,5 a 31% dos 
casos 
• Indicações: 
▪ Redução instável/inaceitável da fratura após a redução 
▪ Fartura exposta 
▪ Síndrome compartimental 
▪ Refratura com desvio 
▪ Fratura segmentar 
▪ Idade → > 10 anos com angulação significativa 
persistente 
• Fixação Intramedular ou Aberta: 
▪ Inserção percutânea das hastes ou fios intramedulares 
 
• Fixação com Placas: 
▪ Indicação: 
✓ Fraturas gravemente cominuídas 
✓ Fraturas associadas à perda óssea segmentar 
✓ Fraturas com instabilidade rotacional → Ex: 
tenta-se reduzir, mas o rádio fica em pronação e 
a ulna em posição neutra. Assim, quando a criança 
for fazer o movimento do antebraço, esse 
movimento não é uniforme 
 
• Fraturas Supracondilares Ipsilaterais: 
▪ Resulta no “Cotovelo Flutuante” 
▪ Ocorre quando se tem uma fratura de antebraço 
associada a uma fratura supracondiliana 
▪ Tratamento cirúrgico: 
✓ Realiza-se a fixação supracondilar e depois vê-se 
a necessidade ou não da fixação do antebraço: 
o Quando não há necessidade de fixação do 
antebraço → Pinagem convencional da 
fratura supracondilar + Imobilização com 
gesso da fratura do antebraço 
o Quando há necessidade da fixação do 
antebraço (presença de instabilidade ou 
desvio) → Pinagem convencional da fratura 
supracondilar + Estabilização da fratura do 
antebraço 
❖ As fraturas mais distais são mais 
instáveis que as diafisárias 
 
COMPLICAÇÕES 
➢ Refratura → ocorre em 5% dos pacientes e é mais comum após 
fraturas em galho verde ou após a remoção das placas (a cortical 
onde estavam a placa e o parafuso fica mais frágil, podendo ser 
mais fácil de ser quebrada) 
➢ Sinostose: 
• É uma complicação rara em crianças 
• Os fatores de risco são trauma por 
alta energia, manipulações repetidas, 
fraturas proximais, traumas 
cranianos ou pela utilização de uma 
estabilidade relativa (Ex: fios de 
Kirschner) 
• Geralmente, a fratura é no mesmo nível. Assim, começa-se 
a formar o calo ósseo do rádio e o da ulna, que se unem, 
fazendo com que a criança perca a capacidade de fazer a 
pronosupinação 
➢ Pseudoartrose → normalmente, está relacionada a um 
tratamento incorreto 
 
Fratura diafisária completa do rádio e da ulna 
- Provavelmente, trata-se de uma fratura instável e/ou exposta 
- Trata-se de uma fratura cominuída, pois tem um fragmento a mais (seta vermelha) 
- Tratamento → optou-se pela colocação de fios intramedulares 
- Posteriormente, após o tratamento, houve a formação do calo ósseo (seta azul) 
- Atenção → o antebraço se comporta como uma articulação e deve-se fornecer uma 
estabilidade absoluta (para isso é necessário que se tenha apenas dois trações simples de 
fratura, para que se dê compressão no foco de fratura). Porém, nem sempre isso é 
possível, como nesse caso da imagem, pois trata-se de uma fratura cominuída, por isso 
não se consegue fornecer uma estabilidade absoluta, optando-se por uma estabilidade 
relativa 
- A utilização de placas no procedimento cirúrgico em crianças é um pouco restrita, pois 
posteriormente seria necessária uma nova cirurgia para retirar essa placa. Porém, com a 
utilização dos fios metálicos intramedulares (fios de Kirschner) não é necessário realizar 
uma nova cirurgia, pois as pontas do fio ficam fora do osso, e, quando ocorre a 
consolidação, o ortopedista pode retirar esses fios com o porta-agulha 
 
Fixação com Placa 
 
Cotovelo Flutiante 
- Fratura Supracondiliana (seta 
azul) + Fratura do antebraço 
(seta roxa) 
- Fixou-se a fratura 
supracondilianas com dois fios 
laterais e, pelo fato de a região 
distal do rádio ser muito instável, 
fixou-se o rádio, e não houve 
necessidade de reduzir a ulna 
cirurgicamente, pois ela reduziu-
se anatomicamente de forma 
espontânea

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