Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE REALIZA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA JOÃO VITOR CASEMUNDO CHAVES RODRIGUES LEONARDO VITOR MONTEIRO RUY BENTES MARINHO MELEMENDJIAN EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL EM TEMPOS DE PANDEMIA GOIÂNIA 2021 FACULDADE REALIZA CURSO DE GESTÃO PÚBLICA JOÃO VITOR CASEMUNDO CHAVES RODRIGUES LEONARDO VITOR MONTEIRO RUY BENTES MARINHO MELEMENDJIAN EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL EM TEMPOS DE PANDEMIA Trabalho Científico apresentado ao curso de Gestão Pública oferecido pela Faculdade Realiza como requisito para a aprovação na disciplina Trabalho Interdisciplinar I, sob a orientação da Professora Yasmine Alves Batista. GOIÂNIA 2021 FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DO ALUNOS Nome: JOÃO VITOR CASEMUNDO CHAVES RODRIGUES Telefone: (31) 99109-3947 Trimestre: 3º Curso: GESTÃO PÚBLICA Nome: LEONARDO VITOR MONTEIRO Telefone: (62) 98129-1018 Trimestre: 3º Curso: GESTÃO PÚBLICA Nome: RUY BENTES MARINHO MELEMENDJIAN Telefone: (62) 98106-3655 Trimestre: 3º Curso: GESTÃO PÚBLICA Entrega: _____/______/____ EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL EM TEMPOS DE PANDEMIA RODRIGUES, João Vitor Casemundo Chaves MONTEIRO, Leonardo Vitor MELEMENDJIAN, Ruy Bentes Marinho Resumo: Este artigo tem por objetivo analisar os direitos sociais das pessoas com deficiência física em nossas escolas, especificamente no cenário atual em tempos de pandemia. A abordagem é feita considerando os aspectos legais que envolvem os direitos sociais adquiridos para os portadores de deficiência física, se esses direitos estão sendo aplicados no atual cenário educacional do Brasil, as dificuldades enfrentadas pelos alunos nas escolas que não oferecem as adequações necessárias para recebe-los de forma inclusiva, as complicações diante do momento de mudança da rotina presencial para um cenário de aulas online, as dificuldades dos profissionais de educação e dos pais ou responsáveis em dar o suporte adequado nessa nova realidade, por fim, algumas sugestões observacionais e empíricas para a resolução do problema. Palavras chaves: Direitos sociais, Covid-19, Educação, Inclusão, Deficientes físicos. INTRODUÇÃO. Os direitos sociais é algo que é discutido constantemente, pois há anos a população vem lutando para consegui-los. São os direitos as Leis que asseguram a liberdade, direito a educação de poder ir a uma escola, direito de participar de reuniões, direito de ir e vir e o direito de usufruir do transporte público, entre outros que estão sendo restringidos pelos decretos resultantes da pandemia do Covid-19. O transporte público não está sendo totalmente inclusivo, pois sua estrutura não é adequada para as pessoas deficientes, os ônibus não possuem rampas ou elevadores para subirem os deficientes físicos, entre outros problemas. Isso restringe eles de até mesmo pensar em sair de casa. Ora, como ir a algum lugar sabendo que não vai poder usufruir de seu direito? A educação é uma das áreas mais afetadas e os jovens estão ficando cada vez mais prejudicados. Principalmente os deficientes, pois já era difícil para eles, porque a maioria das escolas os aceitam, mas não são adequadas em termos de estrutura. E os poucos professores que tinham para eles estão contaminados ou nem querem correr o risco e até mesmo alguns infelizmente estão mortos pela doença. A inclusão vem melhorando no Brasil, a população está buscando fazer valer seus direitos do artigo 6°da Constituição Federal do Brasil. Os resultados vêm crescendo constantemente, pois o número de alunos com deficiência aumenta a cada ano nas instituições de ensino. 1. BRASIL E A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA EM TEMPOS DE PANDEMIA. Em nosso país, o que já era muito difícil para os estudantes com algum tipo de deficiência física, agora ficou muito mais complicado diante do atual cenário causado pela pandemia. Por um lado, os governantes e as autoridades sanitárias estão combatendo a proliferação do Covid-19 para evitar contaminações e óbitos. Para tanto, várias medidas de restrições de liberdades individuais estão sendo tomadas na tentativa de evitar a contaminação da população. Dentre essas medidas estão o distanciamento social, a utilização de máscaras de proteção, o uso da higienização das mãos através do álcool em gel e, também, o fechamento do comércio em geral e das escolas. No último caso, obrigando os professores e alunos a uma mudança brusca de realidade, deixando o convívio presencial que inicialmente fora construído com tempo, relacionamento e confiança entre alunos e professores nas escolas - algo tão importante para a inclusão social dos alunos de educação especial - para uma vida virtual através das ministrações de aulas online via internet. O grande problema para os deficientes físicos nesta situação de isolamento social é, além da própria falta de convívio presencial com outros alunos, também a falta de adequação necessária para as aulas online, pois para cada tipo de deficiência é necessário um tipo específico de adaptação ou atenção das entidades de ensino. Em alguns casos, os próprios pais ou responsáveis acabam se tornando também os “professores”, mesmo sem a devida capacitação, para tentar contribuir com a responsabilidade que seria especificamente das escolas que precisam se adaptar adequadamente para essa especificidade real. Eis o grande desafio dos governantes, pois por um lado há necessidade de ações restritivas para combater a proliferação do vírus, mas por outro lado é inconstitucional tomar medidas de restrição em detrimento dos direitos sociais invioláveis dos cidadãos, conforme citado por MARTINS: “...fazem renascer obstáculos de caráter econômico e social que limitam de fato a liberdade e a igualdade das pessoas, e impedem o pleno desenvolvimento da pessoa humana e a efetiva participação de todos na organização política, econômica e social de um país'.” (MARTINS, 2020, tópico 3) Vale ressaltar que os governantes também possuem a responsabilidade de não infringir o Princípio da Proibição do Retrocesso Social, o qual impede que os direitos sociais constitucionais adquiridos não podem, em hipótese alguma, serem suprimidos, conforme MARTINS afirma com muita propriedade: “A proibição do retrocesso consiste na vedação aplicada ao legislador e ao administrador de reduzir o nível dos direitos econômicos, sociais e culturais de que goza a população.” (MARTINS, 2020, tópico 3) “Em outras palavras, 'a proibição do retrocesso pode ser entendida (...) como uma vedação às normas e medidas estatais que, por debilitar ou retrair o nível de proteção outorgado, reinstauram obstáculos para a satisfação de suas necessidades básicas...” (MARTINS, 2020, tópico 3) “Segundo as palavras de Cristina Queiroz, ‘o princípio da 'proibição do retrocesso social' determina, de um lado, que uma vez consagradas legalmente as 'prestações sociais', o legislador não poderá depois eliminá-las sem alternativas ou compensações.” (MARTINS, 2020, tópico 3) Importante salientar que todos esses direitos para os cidadãos com necessidades especiais estão dispostos na nossa Carta Magna (Constituição Federal do Brasil de 1988), bem como em leis específicas como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Declaração Universal dos Direitos Humanos e principalmente – no caso específico – a Lei 13.146/2015, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão (LBI), também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência. Portanto, é necessária a atenção urgente das autoridades no sentido de providenciar a devida adequação e capacitação dos educadores e da estrutura de educaçãopública e privada, bem como a capacitação dos pais ou responsáveis, com o fim de atender corretamente os direitos sociais dos estudantes com deficiência física nessa nova realidade de aulas virtuais via internet, uma vez que esses alunos necessitam de uma didática adaptada e adequada o suficiente para suprir suas necessidades tão especiais. 2. NECESSIDADE DAS ESCOLAS BRASILEIRAS PARA SEREM INCLUSIVAS. As necessidades educacionais especiais nas escolas, representa-se de forma ampla e diversificada com causas e manifestações distintas, ou seja, a inclusão e diversidade escolar, não somente enquanto imposição governamental ou proposta vertical, visando a democratização de acesso e permanência a instituição escolar, garantindo assim através da legislação o direito das pessoas com deficiência um olhar amplo na acessibilidade em geral nas escolas do país. Não há método infalível ou receita milagrosa que garanta a máxima assimilação do aluno em qualquer processo educacional, é preciso antes, conhecer o aluno, seu contexto social, sua personalidade, seus valores e assim traçar novas metodologias para ensinar, formas diferentes de abordagem, pensar a educação para o aluno e não só no currículo escolar. O objetivo é possibilitar que se tenha uma visão crítica, a qual provoque reflexões no que se pode ser feito no sentido de melhorias a respeito, trazendo assim para toda a sociedade a responsabilidade de cobrar das autoridades. Inclusive, demonstrar que às crianças com deficiência tem como direito, vagas em escolas regulares, ambientes para lazer, acessibilidade, escolas com professores mais preparados, tecnologias que traga para a escola e para os alunos facilidades e um aprendizado de qualidade. Contudo, nota-se que atualmente a nossa sociedade já evoluiu bastante, ao ponto de não ver mais uma pessoa com deficiência como inútil ou incapaz de fazer algo. Mas cabe pontuar que ainda temos um longo caminho para, de fato, chegarmos à inclusão e acessibilidade adequada, como por exemplo: • Usarmos a tecnologia ao nosso favor, criando brinquedos e projetos nos quais se adaptam para alunos com deficiência ou alguma limitação. • Usar a educação a distância como uma ferramenta para a inclusão dessas pessoas no ensino superior. • Tornar a libra como nossa segunda língua, torná-la como uma disciplina nos anos iniciais. Assim tornaremos a deficiência como uma identidade nacional. A utilização destes recursos requer a capacitação do corpo docente em novas aplicações metodológicas e o reconhecimento das limitações de infraestruturas e de conhecimento, que favoreçam a utilização destas tecnologias no dia a dia. Para que tudo isso aconteça é necessário o envolvimento de todos, professores, familiares e alunos devem contar com o suporte técnico de todas as fases do processo com a participação da sociedade e do Estado, para que todos estes agentes participem dos processos de tomada de decisão que tenham como destinatário principal o aluno. Portanto, é necessário que o educador enxergue essa deficiência como fator motivador e ser agente facilitador desse processo compensatório não facilitando as coisas para o aluno, mas sim desafiando-o, estimulando-o, para que ele mesmo encontre suas próprias soluções e alternativas de novos problemas para que assim ele possa se desenvolver de forma cada vez mais autônoma. Atualmente nossa sociedade passa por um processo de inovação na qual é necessário acrescentar valores que antes não existiam, para assim acabar de vez com o preconceito e adquirimos a igualdade (princípio de acordo com o qual todos os indivíduos estão sujeitos à lei e possuem direitos e deveres) e a inclusão (ato ou efeito de acolher todas as pessoas sem exceções, independentemente de cor, classe social, condições físicas e psicológicas). Para que, de fato, a inclusão aconteça é necessária uma revisão, tanto no ambiente escolar como na sociedade em si com o intuito de atender as demandas individuais de cada cidadão, independentemente de suas diferenças, tornando assim melhor a socialização de todos. Porque qualquer ser humano é feito de erros, acertos, limites e superação. CONSIDERAÇÕES FINAIS A população possui diversas dificuldades para poder usufruir de seus direitos líquidos e certos. Contudo, em pleno século XXI as pessoas estão sendo restritas de direitos que são assegurados a elas pela Constituição Federal (CF/88). Logo, a inclusão social que já era difícil aos deficientes, piorou pelo motivo da pandemia do Covid-19. Inicialmente, a inclusão social já tinha seus desafios, pois as estruturas brasileiras não estão totalmente adequadas para todas as pessoas. Diante disso, as escolas não são todas que tem rampas, corre mão, banheiros adequados, professores especializados em todas as matérias para suprir a demanda e o transporte público sem nenhuma adequação. Por conseguinte, as pessoas especiais vão ficar totalmente prejudicadas sem aprender a ler, não vão ter conhecimento necessário e sem ter o sonho realizado de uma profissão. Outrossim, a pandemia do Covid-19 trouxe grandes dificuldades para população brasileira pelo seu auto índice de contaminação. Nesse sentido, direitos restritos, fechamento de todas as lojas de roupas, shoppings, cartórios e demais serviços não essenciais. Destarte, resultando em milhões de pessoas desempregadas, lojas falidas e pessoas que tem apenas o salário-mínimo para sobreviver vão passar fome. Infere-se, portanto, que com esse cenário de dificuldades algo tem que ser feito de imediato. Nessa perspectiva, os órgãos de educação devem fazer projetos para reformas das escolas e adaptar o transporte público que não estão dentro dos padrões. Desse modo, o governo deve estabelecer medidas como uso de máscaras, álcool em gel, distanciamento de segurança, entre outros meios eficazes para diminuir a disseminação do vírus. Assim, todos serão beneficiados e não haverá direitos restringidos. REFERÊNCIAS: MARTINS, Flávio. Direitos Sociais em Tempos de Crise Econômica. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.
Compartilhar