Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SAEP & Posicionamento Cirúrgico UA: Assistência de Enfermagem em CC Profa. Dra. Cintia Rachel G. Sales 2º Semestre 2020 Sistematização de Enfermagem Perioperatória - SAEP Instrumento utilizado para fundamentar ações e decisões na rotina diária do CC. Principal atividade está ligada a Assistência no Intra- Operatório e Recuperação Anestésica. Deve ser planejada por Enfermeiros do CC – adequada a realidade da instituição. Sistematização de Enfermagem Perioperatória - SAEP OBJETIVOS (SOBECC, 2017) I. Ajudar o paciente e sua família a compreenderem se prepararem para o tratamento anestésico-cirúrgico proposto; II. Prever, prover e controlar recursos humanos e materiais necessários ao ato anestésico-cirúrgico; III. Diminuir ao máximo os riscos decorrentes da utilização dos materiais e equipamentos necessários para o desenvolvimento desses procedimentos; IV. Diminuir ao máximo os riscos inerentes ao ambiente específico do CC e da SRPA. Sistematização de Enfermagem Perioperatória - SAEP 1990: Castellanos e Jouclas – propuseram aplicar o Processo de Enfermagem (PE) no cuidado ao paciente cirúrgico, baseado na assistência integral, continuada, participativa, individualizada, documentada e avaliada, denominado PE/SAEP. ➢Recomendações para viabilização do processo ➢ 5 Fases do SAEP RECOMENDAÇÕES PARA VIABILIZAÇÃO DO PROCESSO ❖ Implementar a assistência de enfermagem integral, individualizada e documentada nos períodos pré, trans e pós-operatórios; ❖ Realizar o registro das ações do enfermeiro em um instrumento próprio e adequado as fases do perioperatório; ❖ Identificar e analisar as necessidades individuais do paciente que será submetido ao procedimento anestésico cirúrgico; ❖ Realizar o planejamento da assistência de enfermagem; ❖ Ajudar o paciente e sua família a compreenderem o problema de saúde, preparando-os para o procedimento anestésico-cirúrgico; ❖ Diminuir ao máximo os riscos inerentes ao ambiente cirúrgico; ❖ Diminuir a inquietação e a ansiedade do paciente e de sua família, contribuindo para a recuperação do cliente cirúrgico. FASES DO SAEP I. Visita pré-operatória de Enfermagem; II. Planejamento da Assistência Perioperatória; III. Implementação da Assistência; IV. Avaliação da Assistência: visita Pós-Operatória de Enfermagem; V. Reformulação da assistência a ser planejada – mediante resultados obtidos, soluções de situações não desejadas ou ocorrência de eventos adversos. FLUXO OPERACIONAL DA SAEP (Bianchi et al, 2016) Fonte de Dados Avaliação Pré-Operatória Identificação de Problemas Planejamento de Cuidados Implementação da Assistência Avaliação da Assistência Pós-Operatória Prontuário do paciente/Enfª UI Entrevista com paciente e família Histórico Diagnóstico de Enfermagem Planejamento da Assistência de Enfermagem Avaliação dos Resultados Enfª RA, UI ou UTI Equipe de Enfermagem CC, paciente/família POSICIONAMENTO CIRÚRGICO Anestesiologista – tipo de anestesia Cirurgião – tipo de cirurgia Materiais e Acessórios que auxiliam o Posicionamento do Paciente: Perneiras metálicas acolchoadas; Arcos de proteção; Ombreiras metálicas acolchoadas com comprimento e largura adequados; Coxins; Ataduras, gazes e esparadrapo; Braçadeiras metálicas e outros. POSICIONAMENTO CIRÚRGICO 1. Posição Dorsal ou DD 2. PosiçãoVentral ou DV 3. Posição Lateral ou DL 4. Posição Ginecológica 5. Posição de Jackknife ou Canivete POSICIONAMENTO CIRÚRGICO 1. Posição Dorsal ou DD Mais utilizada, menor nº de complicações respiratórias intra e pós- operatórias. Cirurgias abdominais supra e infra-umbilicais, torácicas e vasculares, entre outras. Posição Dorsal ou DD POSICIONAMENTO CIRÚRGICO 2. PosiçãoVentral ou DV Cabeça lateralizada, coxins nos ombros, tornozelos, (evitar distensão e compressão), região infra-umbilical (facilitar a expansão pulmonar e evitar compressão dos vasos do pescoço). Utilizada em cirurgias na região dorsal, lombar, sacrococcígea e *occipital (*colocado suporte para fixação da fronte). POSICIONAMENTO CIRÚRGICO 3. Posição Lateral ou DL Coxins são usados em ambas pernas, cinto de proteção sob a crista ilíaca para restringi-lo a mesa cirúrgica, braço é fixado ao arco de proteção (separa o campo anestésico do cirúrgico); Revestir o suporte metálico e o braço do paciente com atadura de crepe, a fim evitar queimaduras pelo uso do bisturi. Usada em cirurgias de toracotomia ou lobotomia. POSICIONAMENTO CIRÚRGICO 4. Posição Ginecológica Coxas e pernas em cima de perneiras, flexionadas e afastadas. Usada em cirurgias proctológicas orificiais, ginecológicas (parto via vaginal) e urológicas por via baixa. POSICIONAMENTO CIRÚRGICO 5. Posição de Jackknife, Kraske ou Canivete Paciente em decúbito ventral, com as coxas e pernas para fora da mesa operatória e o tórax sobre a mesa, a qual está levemente inclinada no sentido oposto das pernas, e os braços estentidos apoiados em tala; No quadril é colocado almofada ou travesseiro, na cabeça e nos pés suportes adicionais e sob cada ombro é colocado um rolo, protegendo o plexo braquial. Usada em procedimentos proctológicos e de coluna. Posição de Jackknife, Kraske ou Canivete OUTRAS POSIÇÕES ▪ Há posições específicas, com uso de acessórios especiais. ▪ Ex: cirurgias neurológicas, otorrinolaringológicas... POSIÇÕES CIRÚRGICAS Cuidados quanto ao Posicionamento para Intervenção Cirúrgica: Não comprimir terminações nervosas – evitar paralisias; Não forçar posição de braços e pernas, protegendo do contato de superfícies metálicas; Proteger proeminências ósseas (obesos e idosos) – evitar escara, trombos e compressão da circulação; Cuidar MMII e MMSS para que não fiquem pendentes da mesa de operação – apoiando sobre talas; Evitar distensões musculares provocadas por movimentos bruscos em qualquer parte do corpo. Fatores CONTRA-INDICADOS para Cirurgia Fatores que podem afetar a Cirurgia relacionados ao TIPO DE MEDICAMENTO TIPO EFEITOS DURANTE O ATO CIRÚRGICO ANTIBIÓTICOS Potencializa a ação dos anestésicos, os do tipo Sulfato de Gentamicina e Neomicina, quando tomados semanas anteriores ao ato cirúrgico, podem causar depressão respiratória. ANTIARRÍTMICOS Diminuem a contração do miocárdio, prejudicando a condução durante toda a anestesia. ANTICOAGULANTES Altera os fatores de coagulação, aumentando a hemorragia. ANTICONVULSIVANTES Alteram o metabolismo dos anestésicos. ANTI-HIPERTENSIVOS Interage com o efeito dos anestésicos, causando bradicardia, diminuição da circulação, hipotensão. CORTICOSTERÓIDES Uso prolongado causa atrofia das supra-renais, deixando o organismo susceptível ao estresse. As doses devem ser aumentadas antes e durante o ato cirúrgico. DIURÉTICOS Provocam desequilíbrio eletrolítico, na fase pós-operatória, especificadamente do Potássio (K). INSULINA HUMANA Na fase pré-operatória, o diabético necessita de uma menor quantidade de insulina por estar em jejum. Na fase pós-operatória, a resposta com administração intravenosa de soro glicosado pode ocorrer o aumento da dose diária de insulina. Fatores que podem afetar a Cirurgia relacionados a FISIOLOGIA SISTEMA ALTERAÇÕES RISCO NA CIRURGIA Cardiovascular Alterações degenerativas no músculo cardíaco e válvulas. Diminuição da reserva cardíaca durante e após a cirurgia. Aumento do colesterol. Predisposição a trombos nos membros inferiores. Neurológico Diminuição da sensibilidade e aumento da tolerância à dor. Pode ocorrer menor reação aos sintomas de alguma complicação. Diminuição do tempo de reação. Podem ocorrer períodos de confusão após a anestesia. Metabólico Diminuição do metabolismo basal. O consumo de oxigênio acaba sendo menor. Alterações no hemograma (hemácias /hemoglobina). Ocorre lentidão no transporte de oxigênio. Valores alterados de Potássio e volume hídrico. Ocorre desequilíbrios hidro-eletrolíticos. PulmonarCaixa torácica de tamanho reduzido Ocorre diminuição da capacidade vital do órgão. Alterações no tecido pulmonar Ocorre diminuição da oxigenação do sangue. Alteração na perfusão sanguínea. Risco de choque, nos casos de hemorragia. Renal Alterações na bexiga. Aumento na freqüência das micções ou vontade de urinar não se manifesta se a bexiga não estiver totalmente cheia. Fatores que podem afetar a Cirurgia relacionados ao ESTADO CLÍNICO DISTÚRBIO RISCO Diabetes Mellitus (DM) Dificulta a cicatrização, aumenta o risco de infecção, hiperglicemia provoca alterações no sistema nervoso durante a anestesia. Doenças Respiratórias Crônicas: Asma, Bronquite e Enfisema Pulmonar Diminui a capacidade pulmonar, o efeito anestésico reduz a capacidade funcional e aumenta o risco de hipoventilação. Distúrbio de Coagulação: Hemofilia e Leucemia Contribui para o aumento considerável do risco hemorrágico durante e após a cirurgia. Infecção das Vias Aéreas Superiores Contribuem para complicações respiratórias importantes durante a anestesia. Febre Indica processo infeccioso, podendo ocorrer desequilíbrio hidroeletrolítico. Hepatopatia Altera o metabolismo e a eliminação dos anestésicos usados durante a cirurgia. Interfere na cicatrização da ferida cirúrgica. Cardiopatias: Infarto, Arritmia e Insuficiência Cardíaca O processo cirúrgico em si, leva o coração a um estresse considerado, aumentando a sobrecarga para manter seu débito, e os anestésicos deprimem a função cardíaca. REFERÊNCIAS ▪ SOBECC – Diretrizes de práticas em enfermagem cirúrgica e processamento de produtos para a saúde. SOBECC – Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. 7 ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole; 2017. ▪ Bianchi ERF, Caregnato RCA, Leite RCBO. Modelos de assistência de enfermagem perioperatória. In: Carvalho R, Bianchi ERF (orgs). Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação. 2 ed. Barueri: Manole, 2016. p. 33-52.
Compartilhar