Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana de Luca SEMIOLOGIA PSICOPATOLÓGICA Sinais e sintomas Clusters (agrupamentos): mais ou menos frequentes. Definem, portanto, as síndromes. Entidades nosológicas, doenças ou transtornos específicos (como esquizofrenia, doença de Alzheimer, anorexia nervosa, etc). São fenômenos mórbidos nos quais se pode identificar (ou pelo menos presumir) certas causas, ou fatores casuais (etiologia), o curso relativamente homogêneo, certos padrões evolutivos e estados terminais. Entrevista ! principal ferramenta A anamnese, ou seja, histórico de sinais e sintomas que o indivíduo apresenta ao longo de sua vida, seus antecedentes pessoais e familiares, assim como de sua família e meio social. O exame psíquico, também chamado de exame do estado mental atual. Avaliação física: pacientes com transtornos mentais graves em geral são negligênciados expectativa de vida reduzida em 15 a 20 anos. • Variáveis do paciente. • Contexto institucional → emergência, ambulatório (avaliação longitudinal,…), psicoterapia. • Objetivos da entrevista. • Personalidade do entrevistador. Evitar: • Posturas rígidas. • Atitude excessivamente neutra ou fria. • Reações exageradamente emotivas. • Julgamentos. • Reações emocionais intensas de pena ou compaixão. • Responder com hostilidade ou agressão. • Entrevistas excessivamente prolixas. • Fazer muitas anotações. Exame psíquico: • Aspecto geral e comunicação não verbal: cuidado pessoal, higiene, trajes, postura, mímica, atitude global do paciente. • Nível de consciência. • Orientação alo e autopsíquica. • Atenção. • Memória (fixação e evocação). • Sensopercepção. • Pensamento (curso, forma e conteúdo). • Linguagem. • Inteligência. • Juízo de realidade (presença de delírios, ideias prevalentes, etc.) • Vida afetiva (estado de humor basal, emoções e sentimentos predominantes). • Volição. • Psicomotricidade. • Consciência e valoração do Eu. • Vivência do tempo e do espaço. • Personalidade. • Descrever sentimentos contratransferenciais. • Crítica em relação a sintomas e insight. • Desejo de ajuda. Apresentação e atitude: Apresentação: • Cuidado pessoal, higiene, trajes, postura, mímica, • Atitude global do paciente: colaborativo, pouco colaborativo, dissimulado, simulado. Nível de consciência Estado total de alerta: Consciente. Níveis de redução da consciência: I. 1º Obnubilação: turvação da consciência ou sonolência patológica leve. II. 2º Torpor: é um grau mais acentuado de rebaixamento da consciência. O paciente está evidentemente sonolento. III. 3º Sopor: marcante e profunda turvação da consciência, de sonolência intensa, da qual o indivíduo pode ser despertado apenas por um tempo muito curto, por estímulos muito enérgicos. IV. 4º Coma: perda completa da consciência, o grau mais profundo de rebaixamento de seu nível. Não é possível qualquer atividade voluntária consciente. Alterações qualitativas de consciência: • Estados crepusculares: relativa conservação da atividade motora coordenada, estreitamento transitório do campo da consciência, surge de forma abrupta, amnésia lacunar. • Estado segundo: atividade psicomotora coordenada, mas permanece estranha à personalidade do sujeito acometido Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca • Dissociação da consciência: fragmentação/divisão do campo da consciência. Afeta também a memória, a percepção, a identidade e o controle motor. • Transe: Estado de alteração qualitativa da consciência que se assemelha a sonhar acordado. • Perplexidade patológica: estranheza inquietante, perda de uma sensação de naturalidade. Doenças físicas mais frequentes são • Diabetes tipo II e resistência à insulina, dislipidemia, doenças cardiovasculares (HAS, arritmias cardíacas), obesidade. • Neoplasias malignas. • HIV/aids, hepatite C. • Osteoporose, hiperprolactinemia. • Tabagismo, uso de álcool e de outras substâncias. • Efeitos colaterais dos psicofármacos. Exames complementares • Hemograma completo. • Glicemia de jejum. • Perfil lipídico (Triglicérides + Colesterol). • Eletrólitos (Na, K, Ca total, Cai). • Uréia e Creatina. • Bilirrubinas. • Enzimas hepáticas (TGO, TGP, FA, GGT). • TSH + T4L. • Teste de gravidez. • Prolactina. • Coagulograma. • Vitaminas B12 e D. Exame de imagem do encéfalo: • RNM ou TC sem contraste. • Eletrocardiograma de repouso com D II Longo. • Sorologias: HIV, Sífilis, Hepatite B e C, sempre avisar e solicitar o consentimento do paciente. Atenção • Voluntária: concentração ativa e intencional. • Espontânea: incidental, interesse momentâneo. • Voltada a processos internos (Interna) ou externos (externa) • Focal ou dispersa. • Tenacidade: capacidade do indivíduo de fixar e manter sua atenção sobre determinado estímulo. • Vigilância aspecto da atenção relacionado a mudança de foco (Hipervigil, hipovigil). Orientação Orientação autopsíquica: é aquela do indivíduo em relação a si mesmo. Revela se o sujeito sabe quem é: seu nome, idade, profissão, estado civil, com quem mora, etc. Orientação alopsíquica diz respeito à capacidade de orientar-se em relação ao mundo, quanto ao espaço (orientação espacial ou topográfica) e quanto ao tempo (orientação temporal). Senso percepção e suas alterações • Sensação: fenômeno passivo. • Percepção: fenômeno ativo. • A imagem (real) sensoperceptiva se caracteriza: • Nitidez. • Corporeidade. • Estabilidade. • Extrojeção. • Ininfluenciabilidade voluntária. • Completude. Representação é a reapresentação de uma imagem na consciência, sem a presença real, externa, do objeto que, em um primeiro momento, gerou uma imagem sensorial. Se caracteriza por: • Pouca nitidez. • Pouca corporeidade. • Instabilidade. • Introjeção. • Incompletude. A imaginação é uma atividade psíquica, geralmente voluntária, que consiste na evocação de imagens percebidas no passado (imagem mnêmica) ou na criação de novas imagens (imagem criada). Ilusão: percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Alucinação: percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença de objeto estimulante real. Fases da memória Codificação: captar, adquirir e codificar informações. Armazenamento: reter as informações de modo fidedigno. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Recuperação ou evocação: também denominada de lembranças ou recordações; é fase em que as informações são recuperadas para distintos fins. Tipos de memória Memória de trabalho: a memória de trabalho (working memory) situa-se entre os processos e habilidades da atenção e os da memória imediata. Exemplos de memória de trabalho: • Ouvir um número telefônico e retê-lo na mente para, em seguida, discálo. • Dirigir em uma cidade desconhecida, perguntar sobre um endereço, receber a informação e a sugestão do trajeto e, mentalmente, executar o itinerário de forma progressiva. Memória episódica: trata-se de memória explícita, de médio e longo prazos, relacionada a eventos específicos da experiência pessoal do indivíduo, ocorridos em determinado contexto: recordação consciente de fatos reais. Exemplo: Relatar o que foi feito no último fim de semana Ela corresponde a eventos específicos e concretos. Memória semântica: a representação de longo prazo dos conhecimentos que temos sobre o mundo. Exemplos: o significado das palavras, dos objetos e das ações. Hiperminésia: muita memória. Amnésias: • Amnésia anterógrada, o indivíduo não consegue mais fixar elementos mnêmicos a partir do evento que lhecausou o dano cerebral. • Amnésia retrógrada (verificável na amnésia dissociativa), o indivíduo perde a memória para fatos ocorridos antes do início do transtorno (ou trauma). • Confabulações (ou fabulações): produções de relatos, narrativas e ações que são involuntariamente incongruentes com a história passada do indivíduo, com sua situação presente ou futura. • As confabulações são caracterizadas por três aspectos: 1. Elas são memórias ou recordações falsas; a falsidade repousa ou no seu conteúdo, ou no seu contexto. 2. A pessoa que confabula não sabe da falsidade de suas recordações. 3. Confabulações são recordações plausíveis, ou seja, elas se parecem com o que poderia ter acontecido, mas que não aconteceu. Vida afetiva • Sentimentos e emoções. • Afeto: Tonus, modulância e ressonância. • Humor: Eutímico, deprimido, hipotímico. • Maníaco, hipertímico. Volição A vontade, ou volição, é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada intimamente com as esferas instintiva, afetiva e intelectiva (que envolve avaliar, julgar, analisar, decidir), bem como com o conjunto de valores, princípios, hábitos e normas éticas socioculturais do indivíduo. Não é ponto pacífico se ela depende mais da esfera instintiva, de forças inconscientes, do âmbito afetivo, de valores culturais ou de componentes intelectuais conscientes. Processo volitivo: 1. Fase de intenção ou propósito: esboçam as tendências básicas do indivíduo, suas inclinações e interesses. Nesse momento, impulsos, desejos e temores inconscientes exercem influência decisiva sobre o ato volitivo, muitas vezes imperceptíveis para o próprio indivíduo. 2. Fase de deliberação: ponderação consciente. O indivíduo faz uma análise básica do que seria positivo ou negativo, favorável ou desfavorável, benéfico ou maléfico em sua decisão. É um momento de apreciação, consideração dos vários aspectos e das implicações de determinada decisão. 3. Fase de decisão propriamente dita: instante que demarca o começo da ação. 4. Fase de execução constitui a etapa final do processo volitivo, na qual os atos psicomotores simples e complexos, decorrentes da decisão, são postos em funcionamento, a fim de realizar e consumar aquilo que mentalmente foidecidido e aprovado pelo indivíduo. Alterações de psicomotricidade: • Aceleração. • Lentificação. • Parkinsonismos. • Inibição. • Catatonia. • Estereotipias motoras. • Maneirismo. • Conversão. • Praxia. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Pensamento O curso do pensamento: modo como o pensamento flui, sua velocidade e seu ritmo ao longo do tempo. Forma do pensamento: é sua estrutura básica, sua arquitetura, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesses do indivíduo. Conteúdo do pensamento: pode ser definido como aquilo que lhe dá substância, seus temas predominantes, o assunto em si. Há tantos conteúdos de pensamento quantos são os temas de interesse do ser humano. • Pensamento inibido. • Pensamento vago. • Pensamento prolixo. • Pensamento concreto ou concretismo. • Pensamento deficitário (relacionado à deficiência intelectual). • Pensamento demencial. • Pensamento confusional. • Pensamento desagregado. • Pensamento obsessivo. • Ruminações ou pensamento ruminativo perseverativo. Alterações de curso • Aceleração do pensamento. • Lentificação do pensamento. • Bloqueio ou interceptação do pensamento. • Roubo do pensamento. • Fuga de ideias. Juízo de realidade Delírio: • Convicção extraordinária. • É impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva. • Irremovível/irrefutável. • Alterações do juízo são alterações do pensamento prejudicando a avaliação da realidade. • Em geral ao final do exame psíquico podemos concluir se o juízo está preservado ou prejudicado. Resumo: Apresentação, atitude com o examinador, atenção, orientação (temporo-espacial auto e holopsiquicamente), memória, pensamento (fluxo, forma, conteúdo), fala (fluxo, forma, conteúdo, congruência com o pensamento), psicomotricidade (aumento, redução, parkinsonismo...), humor (Deprimido, disfórico, elado, maníaco), afeto (Tonus, ressoancia e modulancia), alteração da senso percepção, ideação suicida e/ou homicida, critica de estado mórbido, juízo realidade. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca TRANSTORNOS DE HUMOR QUANDO IMPACTA O FUNCIONAMENTO → TRANSTORNO. O humor é o estado emocional basal do indivíduo e é expresso de forma difusa. São considerados transtornos do humor as doenças que tem como principal alteração o estado de humor. São caracterizados principalmente por alterações patológicas de humor, cognitivas e psicomotoras. Tratam-se de doenças fásicas que evoluem em episódios únicos ou repetidos e podem ter início súbito e remitir espontaneamente ou apresentar curso crônico ao longo da vida com sintomas de intensidade leve e grave ou incapacitantes. Quando os transtornos são corretamente identificados e tratados, o prognóstico é bom e as chances de recuperação são máximas, desde que o tratamento seja mantido por tempo suficiente, de meses a vitalício. São multifatoriais, resultantes da combinação de fatores ambientais (dieta, álcool, ritmos biológicos), individuais relacionados a personalidade e dos relacionamentos pessoais. Se observam alterações de provas funcionais, modelos de integração neuroquiímicos e de comportamento nos processos de prazer, recompensa e perturbações dos ritmos circadianos. A convergência desses fatores provocam desequilíbrio das aminas biogênicas, especialmente a noradrenalina, a serotonina e, em segundo plano, a dopamina, e dos sistemas de mensageiros secundários e peptídeos neuroativos. Geralmente os fatores psicossociais representam desencadeantes dos transtornos de humor (ex:perda do emprego, ente querido, separações). Não existem traços de personalidade predisponentes para os transtornos do humor. Fatores genéticos tem importante papel para o surgimento de alguns transtornos, principalmente no transtorno bipolar. - Cerca de 50% dos TAB I têm pelo menos um dos pais com transtorno afetivo, especialmente depressão; se um dos pais é portador de TAB I, a chance de um dos filhos apresentar transtorno do humor é de 25%, que sobe para 50 a 75% no caso de ambos os pais serem afetados. Caso clínico História Clínica: L. F., 48 anos, masculino, natural e proveniente de Foz do Iguaçu/ PR, casado, desempregado (taxista como profissão), pai de 4 filhos, esposa gesta do 5o filho, Ensino Fundamental Completo, evangélico. Vem acompanhado da esposa N. M. F. na primeira consulta. Paciente relata sensação de “Vazio no peito”, “Pensamento de morte” e sua esposa refere que L. F. também se queixa por “Não conseguir fazer mais nada”. Esposa relata que paciente teve depressão há 16 anos, quando ela estava grávida do filho mais velho, e há 4 meses demonstra sinais de nova depressão, em período que coincide com evento de AVC da mãe do paciente, o que resultou em abandono do emprego de taxista para cuidar desta. Desde então, a esposa relata que o paciente apresenta insônia, cansaço, sem ânimo para as atividades diárias e perda de peso durante o período de aproximadamente 20 Kg. Em consulta com outro médico psiquiatra, estava sob tratamento com paroxetina e quetiapina (25 mg), porém relata não obtermelhora e abandou o tratamento, alegando que a causa atual se trata de problema espiritual. Quando questionado sobre a presença de doenças, L. F. refere HAS. Sedentário. Nega etilismo e tabagismo. Faz uso de losartan (25Mg). Exame físico: BEG, perda ponderal de 20 Kg Pressão Arterial: 125/75 mmHg Exame psíquico: Avaliação Geral da Pessoa: Auto cuidado pouco preservado, indiferente. Nível de Consciência: Vigil. Estado Cognitivo: orientado autopsiquicamente (sabe sobre si mesmo) e alopsiquicamente (orientado em tempo e espaço); hipovigil ( com relação a espontaneidade, não consegue perceber o entorno dele, como quem entra na sala ou se algo cai// se tiver hipotenacidade, não consegue se concentrar em um objeto só); memória imediata algo prejudicada; prejuízo crítico; Pensamento: lentificado, ora bloqueado, com predomínio de conteúdo negativo com pensamentos de morte; sem delírios Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca aparentes. Linguagem: preservada, com paralisia do olhar. Sensopercepção: algo preservado, porém o paciente relatou ouvir voz masculina que não caracteriza alucinação auditiva. Humor: hipotímico, com afeto hipomodulado não ressoante. Psicomotricidade: algo lentificado. Os principais transtornos de humor são depressão e transtorno bipolar. Além desses, existem outros transtornos do humor como transtorno disfórico pré-menstrual, ciclotimia e transtorno disruptivo da desregulação do humor. Transtorno depressivo maior Transtorno de humor no qual o paciente apresenta episódios onde são percebidas alterações no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas. Embora o diagnóstico seja dado com apenas um episódio depressivo, a doença normalmente apresenta recorrência se não tratada. Os sintomas devem causar sofrimento significativo e prejuízo funcional. Além de estarem presentes quase todos os dias, na maior parte do dia. Episódio depressivo: alteração do estado basal do paciente por um período mínimo de 2 semanas, nas quais ele deve apresentar pelo menos 5 dos critérios abaixo, sendo obrigatório a presença do critério 1 ou do critério 2. No tratamento da depressão, a escolha do medicamento é determinada por fatores clínicos, características do episódio depressivo, fatores sociodemográficos e associados às características farmacológicas dos medicamentos. Os familiares e o paciente devem ser orientados quanto aos efeitos benéficos e colaterais e principalmente em relação ao período de latência entre a introdução do medicamento e o início da melhora dos sintomas, de duas a três semanas. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Transtorno afetivo bipolar Doença crônica cíclica com grande morbimortalidade, na qual os pacientes apresentam episódios de mania, hipomania e depressão ao longo da vida. Geralmente, suas manifestações iniciam final da adolescência e início da vida adulta. A presença de um desses episódios caracteriza a fase aguda da doença. Porém, o paciente também experimenta momentos de eutimia entre um episódio e outro. Durante a eutimia, eles tem funcionalidade normal. Episódio Maníaco: Período de exaltação ou irritação persistente do humor com duração de pelo menos 1 semana, presente quase todos os dias, na maior parte do dia. Necessariamente, precisa ser diferente do comportamento normal do paciente e causar prejuízo funcional. Episódio Hipomaníaco: Período de exaltação do humor ou humor irritável persistente com duração de pelo menos 4 dias consecutivos presente quase todos os dias, na maior parte do dia, de forma diferente do funcionamento basal do paciente em um grau significativo. Menos grave e com menor duração do que a mania. No tratamento de escolha do TAB, utiliza-se os estabilizadores de humor, sendo o lítio o principal. A terapia medicamentosa visa restaurar o comportamento, controlar os sintomas agudos e prevenir a ocorrência de novos episódios. Os pacientes com risco de suicídio, de violência ou de comportamentos de risco devem ser monitorados de perto, e a internação hospitalar está indicada em casos de ameaça a si ou a outras pessoas, complicações psiquiátricas ou médicas, resposta inadequada ou ausência de resposta anterior a tratamento. A intervenção farmacológica é necessária e imprescindível, mas não suficiente para a recuperação e sua manutenção. A psicoeducação do paciente, da família ou do cuidador é fundamental e tem por objetivo oferecer informações sobre a doença, seu prognóstico e as opções de tratamento, propiciando maior entendimento do processo terapêutico e aumentando a adesão. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca DEPRESSÃO Introdução Diagnóstico amplo e heterogêneo. Manuais de diagnóstico → CID-10, da Organização Mundial da Saíde. + DSM-5 da American Psychiatric Association. Devem ser presentes: - Pelo menos 2 semanas de sintomas. - Comprometimento funcional. Curso de remissão e recorrência, alguns sintomas podem persistir entre os episódios. Objetivo principal: remissão (alívio completo dos sintomas). Epidemiologia A depressão é um transtorno altamente prevalente. A depressão é um transtorno crônico, recorrente e progressivo, que afeta 300-350 milhões de pessoas em todo o mundo. A prevalência de TDM permaneceu muito consistente: 4,4%. Ao longo da vida: - Aumenta continuamente entre os 3 e 19 anos. - Picos entre 20 e 64 anos. - Diminui entre 65 e 74 anos. Estima-se que, a cada ano, 6,9% da população da UE sofre de MDD. Neurobiologia • Desregulação da neurotransmissão cerebral → hipótese monoaminérgica. • Alterações neuroendócrinas anatômicas e autoimunes → Eixo HHA. • Alterações de cascatas intracelulares, expressão gênica e fatores neurotróficos. BDNF → fator neurotrófico derivado do cérebro → numero de dendritos vai diminuindo. Organismo tenta se adaptar criando mais receptores, mas continua não tendo aminas → ISRS → bloqueia a recaptação e disponibiliza mais serotonina na fenda. Hipótese monoaminérgica Síndrome depressiva sinais e sintomas Sinais → fenômenos objetivos observados pelo médico → choro, lentificação psicomotora, lentificação do pensamento. Sintomas → queixas subjetivas que o paciente descreve → tristeza, perda do prazer e interesse. • Humor deprimido. • Anedonia. • Fadiga. • Inutilidade / culpa → menos autoestima e autoconfiança. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (podem ser delirantes). Eventos neutros ou triviais vivenciados como evidência de defeitos pessoais. • Mudança de peso / apetite → aumento ou diminuição do apetite. Perda de peso significativa (sem dieta) / ganho de peso (desejo por alimentos específicos). • Distúrbios de sono → insônia ou hipersonia. • Disfunção cognitiva → capacidade prejudicada: pensar/ concentrar/ lembrar de coisas/ tomar decisões menores. Sentimento de incapacidade de realizar atividades que demandem esforços cognitivos. • Agitação / retardo psicomotor → agitação: incapacidade de ficar parado, inquietação das mãos, manipulação das roupas ou outros objetos. Retardo: fala, pensamento e movimentos corporais lentos, aumento das pausas antes de responder, volume diminuído da fala, inflexão, quantidade ou variedade de conteúdo ou mudes. • Pensamentos de morte / suicídio → desejo passivo de não acordar pela manhã, crença de que os outros estariam melhor se o indivíduo estivesse morto, pensamentos transitórios, mas recorrentes de cometer suicídio, plano específico de suicídio, tentativa de suicídio. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina deLuca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Humor deprimido: • Tristeza. • Desesperança. • Desânimo. • Sentimento de falta de sentimento. • Sensação de ansiedade. • Pouca variação ao longo dos dias. • Pouca resposta as circunstâncias. Anedonia: • Perda de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades. • Menos interesse em hobbies. • Não importam mais. • Sem prazer em atividades anteriormente consideradas prazerosas. • Redução significativa do interesse ou desejo sexual. Exame das funções psíquicas na síndrome depressiva 1. Aparência geral Postura geral: passiva, apática, indiferente ao que acontece na entrevista. Apresentação: descuidada, roupas desalinhadas ou sujas, maus cuidados de higiene. Atitude global: deprimida, indiferente, inibida, lamuriosa. Contato: pode ser difícil. 2. Nivel de consciência Vigil → lúcido. 3. Atenção Voluntária → diminuída. Espontânea → diminuida. = Hipoprosexia. 4. Orientação Alopsíquica → desorientação apática. Autopsíquica → diminuição da consciência de existência do eu, chegando a abolição na síndrome de Cotard. Síndrome de Cotard: delírio niilista de negação. Crença delirante → que já está morto, que não existe, que o corpo está em putrefação, que perdeu de sangue, que os órgãos pararam de funcionar. 5. Memória Fixação: diminuída, em função do desinteresse. Evocação: - Hipermnésia seletiva: evocação de fatos ruins, geradores de culpa. - Alomnésia: distorções no sentido de um conteúdo de tristeza, ruína ou culpa. - Hipomnésia: quando a inibição psíquica é muito intensa. 6. Inteligência Deterioração intelectiva reversível e secundária → prejuízo da atenção, falta de motivação, inibição do pensamento. 7. Linguagem Oligolalia (ou laconismo); mutismo; bradilalia (fala devagar); hipofonia (fala baixo), aumento de latência de resposta; hipoprosórdia (monótona). 8. Pensamento Curso (velocidade) → lentificado, alentecido. Forma (estrutura) → prevalentes. Conteúdo (temática) → niilista, de culpa ou ruína. Tipo de pensamento: - Inibido → diminuição da velocidade, número de conceitos, juízos e representações. Lento, rarefeito e pouco produtivo. 9. Juízo de realidade Delírios: - Congruentes com o humor deprimido. - Ruína (ou niilista). - Culpa (ou autoacusação). - Hipocondríaco. - Negação de órgãos (sd. De Cotard). - Incongruentes com o humor deprimido. - Persecutório (sem a ideia de merecer ser perseguido). Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Características dos delírios → convicção extraordinária, conteúdo impossível, conteúdo irremovível, idiossincrático. 10.Sensopercepção Quantitativas: - Hipoestesias: - O mundo parece mais escuro e sem brilho. - A comida é insossa. - Os sons são abafados. Qualitativas: - Ilusões catatímicas: deformação de um objeto a partir de um afeto intenso. - Alucinações auditivas → ouve vozes. 11.Humor Tônus afetivo que a pessoa se encontra em determinado momento. Deprimido (tristeza patológica). Hipotímico (melancólico). Disfórico (ou desproporcionalmente irritável). 12.Afeto Qualidade do tônus emocional que acompanha uma ideia ou representação. Ressonante. Apático. Sentimento ou falta de sentimento. Anedonia. Rigidez afetiva (hipomodulado). 13.Volição Hipobulia → desânimo, falta de energia, perda de iniciativa, da espontaneidade, interesse, indecisão, dificuldade de tomar decisões. Enfraquecimento de instintos: - Diminuição do apetite. - Insônia (inicial ou terminal). - Diminuição da libido. 14.Psicomotricidade Lentificação. Estupor. Inquietação (se sintomas ansiosos associados). 15.Crítica Plena, parcial ou ausente (depressões psicóticas). 16.Pragmatismo Capacidade de colocar em prática, de forma eficaz, aquilo que deseja. Hipopragmatismo. Critérios diagnósticos Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Ana de Luca Em um primeiro episódio depressivo, a chance de recorrência é de 50%. Com 2 episódios → 70%. Com 3 → 90%. Fatores de risco para recorrência: - História de múltiplos ou frequentes episódios. - Início após os 60 anos de idade. - Duração longa dos episódios. - História familiar de doença afetiva. - Pobre controle da sintomatologia. - Ansiedade ou abuso de drogas. Tratamento - orientações gerais O médico deve: - Mostrar empatia e interesse → orientar que é uma doença e não um defeito de carácter, fraqueza ou falta de ocupação. - Recuperação é a regra, não a exceção → explicar que os tratamentos são efetivos e tem muitas opções. - Manter o monitoramento próximo → esclarecer que o risco de recorrência é significativo. - Medicamento não causa dependência → explicar sobre o tratamento medicamentoso como antidepressivos aumenta a adesão. O médico não deve: - Dizer que não é nada, só nervosismo → minimizar as queixas e o sofrimento do paciente. - Encaminhar para psicoterapia → evitar se envolver com as queixas do paciente. - Confundir tristeza com depressão → tristeza pode ser uma mudança adaptativa. Depressão implica prejuízo funcional. - Procurar razões pra depressão → modelo estresse-diátese. Tratamento - terapias não farmacológicas Psicoterapias: terapia comportamental + psicoterapia interpessoal + terapia cognitiva comportamental (CBT) + terapia cognitiva baseada em mindfulness (MBCT). Métodos de estimulação cerebral → eletroconvulsoterapia (ECT) + estimulação do nervo vago (VNS) + estimulação magnética transcraniana (TMS) + estimulação cerebral profunda (DBS). Tratamento farmacológico Manejo dos antidepressivos: Fase aguda (6 a 12 semanas): Escolha do antidepressivo: 1. Perfil de efeitos colaterais, segurança e tolerabilidade. 2. Resposta anterior individual ou em membros da família. 3. Preferência do paciente. 4. Evidências disponíveis. 5. Custo do tratamento. 6. Apresentação clínica dos sintomas depressivos. Reavaliar após quatro a oito semanas pra verificar se houve pelo menos uma melhora moderada. Se não, verificar adesão fatores fármacocinéticos e fármacodinâmicos. Fase de continuação (4 a 9 meses). - Prevenção de recaídas. Fase de manutenção (1 ou mais anos): - Prevenção de recorrências. - Risco de recorrência: episódios anteriores, sintomas residuais, diagnóstico psiquiátrico não afetivo associado, presença de transtorno médico geral crônico. - Gravidade do episódio. - Efeitos colaterais. - Preferência do paciente. Manter a dose da medicação utilizada na fase aguda. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Diabetes gestacional A prevalência dos sintomas depressivos na gestação é de 7,4% no primeiro trimestre, 12,8% no segundo trimestre, 12% no terceiro trimestre. Os fatores de risco incluem: • Ansiedade materna. • Eventos negativos da família (divórcio ou morte de um familiar). • Episódio depressivo anterior. • Baixo suporte social e do parceiro. • Violência doméstica. • Gravidez não planejada. Os três primeiros tem maior força. Os maiores riscos de suicídio incluem: adolescentes grávidas, após o nascimento de um natimorto, mulheres com antecedentes de transtornos psiquiátricos graves. Depressão pós-parto Transtorno do humor puerperal: - TBH: início em 2 semanas após-nascimento. - TDM: até 5 meses após o nascimento. Sintomas de depressão entre 2 e 4 semanas após o parto: rastrear para depressão bipolar. Prevalência de depressão no puerpério: 14,5% um novo episódio nos primeiros três meses após o parto. Início de novos episódios mais frequentes nas primeiras cinco semanas de pós parto. Impacto da depressão pós-parto: prejuízodo cuidado com o recém-nascido (sub-nutrição infantil, desenvolvimento cognitivo, comportamental, neurológico e emocional do recém-nascido); problemas na relação entre mãe e filho, estresse marital, idealização suicida materna. Tratamento da depressão gestacional e pós parto Uso de antidepressivos durante a gestação e aleitamento: - ISRS podem ser usados com cautela durante a gravidez. - A fluoxetina, por haver mais estudos, é o ISRS de escolha na gestação. - ISRS após 20 semanas na gestação → maior risco de hipertensão pulmonar persistente no recém-nascido. - Na amamentação, preferência pela sertralina → níveis baixos do leite materno. Não prescrever anti depressivos para mulher deprimida, ou suscetível a ter uma recorrência durante a gestação, gera riscos maiores para mulheres se o feto do que os riscos de exposição a medicação. ECT → considerar se alto risco de suicídio → não é teratogênica, não precipita trabalho de parto e não traz efeitos de longo prazo sobre o feto ou RN. Psicoeducação Deve ser instruir o paciente sobre: a realidade da doença, os tratamentos disponíveis, os motivos da necessidade de tratamento, a possibilidade de efeitos colaterais e seus manejos. Deve-se também, eliminar os preconceitos de que a depressão decorre de fraqueza da vontade de efeito moral. Iniciar terapia somente após o entendimento dos objetivos da necessidade da adesão ao tratamento exceto em situações emergenciais. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca REFORMA PSIQUIÁTRICA E REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL MOMENTOS HISTÓRICOS Psiquiatria antiga e greco latina 2000 anos a.C → primeiros registros de patologias psiquiátricas, encontradas em papiros egípcios de Kahun. Termo = histeria → principalmente apresentada por mulheres → útero da mulher teria vida própria, era independente e conseguia se deslocar pelo corpo da mulher → disfunção sexual. Recomendação: que as meninas casassem e as viúvas usassem fumegações (fumaças de plantas medicinais assopradas na vagina pro útero se realocar). Psiquiatria medieval Idade das trevas. Ideia de que quem tinha comportamento disruptivos estavam possuídos → cunho mágico-religiosa. Chamava exorcista. Período marcado por exorcismo, intolerância e perseguição aos enfermos mentais e execução em fogueira e incentivo a crueldade, que só no início da Idade Moderna teve fim com a criação dos brutais manicômios. Primeira Revolução Psiquiátrica - escola Francesa Fundação de locais que cuidavam dos doentes mentais → fundação de hospitais psiquiátricos e casas de saúde. Reconheciam a loucura como potência (pintores, músicos,..) e dignos de cuidados médicos, reduzindo o estigma de serem temidos, rejeitados, possuídos, … Visto como uma doença que devia ser tratado por médicos → objeto da psiquiatria. Surgiu o método psicopatológico e classificação das doenças mentais. Philippe pinel Pioneiro no tratamento de doentes mentais e um dos precursores da psiquiatria moderna. Constituiu o saber psiquiátrico por meio da observação e análise sistemática dos fenômenos perceptíveis da doença. Publicou o tratado sobre alienação mental. Observou a influência da hereditariedade na evolução do distúrbio mental e aponta as causas morais como as mais prováveis para a alienação. Considerava a alienação mental como qualquer outra doença orgânica, considera como um distúrbio das funções intelectuais (funções superiores do sistema nervoso), sem constatar inflamação ou lesão estrutural. Identificou 3 causas pra loucura: 1. Causas físicas que se ligam as fisiológicas. 2. Causas ligadas a hereditariedade. 3. Causas morais (paixões intensas, excessos, irregularidades, hábitos de vida). Defendia a cura da loucura pelo tratamento moral → ampla pedagogia normalizadora com horários e rotina rigidamente estabelecidos, medicamentos receitados somente pelo médico e atividades de trabalho e lazer. REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL Teve como primeira fonte o psiquiatra Franco Basagli → reintegrar os “loucos" na sociedade. Desenvolveu uma abordagem de reinserção territorial e cultural do paciente na comunidade. Ao invés de isolar e etc. Essa abordagem de Basaglia passou a ser recomendada pela OMS. Em 1978 teve um racha na Divisão Nacional de Saúde Mental (Dinsam - órgão vinculado ao ministério da Saúde) → profissionais denunciaram as condições de degradação humana que acontecia na maioria dos hospitais psiquiátricos. Em 1979 foi criado o Movimento dos Trabalhadores em saúde Mental (MTSM) e em 1987 o movimento antimanicomial. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL A RAPS tem como objetivos gerais: I. Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral. II. Promover a vinculação das pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e de suas famílias aos pontos de atenção. III. Garantir a articulação e a integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências. Além disso, destacam-se os seguintes objetivos específicos: I. Promover cuidados em saúde especialmente a grupos mais vulneráveis (crianças, adolescentes, jovens, pessoas em situação de rua e populações indígenas). II. Prevenir o consumo e a dependência de álcool e outras drogas e reduzir os danos provocados pelo consumo. III. Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mentais e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas por meio do acesso ao trabalho, à renda e à moradia solidária. IV. Produzir e ofertar informações sobre os direitos das pessoas, as medidas de prevenção e cuidado e os serviços disponíveis na rede. V. Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Atenção Psicossocial. VI. Monitorar e avaliar a qualidade dos serviços mediante indicadores de efetividade e resolutividade da atenção. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) – ATENÇÃO PRIMÁRIA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA – ESF (estratégia preconizada para implantação). Vai até a família ao invés de esperar o paciente vir pra UBS. Os usuários com questões relacionadas à saúde mental receberão seus cuidados na atenção primária quando, mesmo com a doença, apresentarem POUCO OU NENHUM PREJUÍZO EM SUAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA. Doenças crônicas em quadros estáveis. CENTRALIZADOR DO CUIDADO. Em caso de crise e/ou mudança significativa do quadro, avaliar se o paciente apresenta demanda para os CAPS ou para a Rede de Urgência e Emergência. CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL– ATENÇÃO SECUNDÁRIA Os CAPS são um lugar de referência e tratamento para as pessoas que sofrem com transtornos mentais e problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas. CAPS III oferece hospitalidade noturna (max 30 dias, previsto é 15 dias). CAPS I → infância e adolescência. 0 a 18 anos. CAPS AD → alcoól e drogas. CAPS adulto → sem uma substância como base. Adulto. Os casos atendidos por esse serviço se caracterizamcomo quadros graves, persistentes ou em situação de crise. Realiza acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários do serviço pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares. Os casos atendidos no CAPS são prioritariamente aqueles em que os usuários apresentem prejuízos importantes nas atividades de vida diárias. REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – ATENÇÃO TERCIÁRIA ALTA COMPLEXIDADE! Samu. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca • Intoxicação e abstinência grave. • Intoxicação exógena. • Atentado à integridade física por auto e/ou heteroagressividade. • Intensa agitação psicomotora. • Tentativa de suicídio. • Recusa alimentar ou distúrbio alimentar com riscos clínicos agudos. • Quadros orgânicos. AÇÕES- ESTRATÉGIA DE REDE! Estabilização do quadro até condição de encaminhamento para a rede (UBS/ CAPS ou transferência para o Hospital Municipal de referência territorial - leitos em hospitais gerais). Se precisar de internação, que seja breve e em leito de hospital geral. Quando entra em hospital psiquiátrico, tem que entrar com previsão de saída. INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA: somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos. - Internação Voluntária: aquela que se dá COM o consentimento do usuário (assinado por ele uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. O término do tratamento será realizado a pedido do paciente e/ou determinação do médico responsável). - Internação Involuntária: aquela que se dá SEM o consentimento do usuário e a pedido de terceiro (deverá ser comunicado no prazo de 72 horas ao MP pelo responsável técnico do estabelecimento, devendo o mesmo procedimento ocorrer na alta. - Internação Compulsória: aquela determinada pela Justiça (é determinada pelo juiz competente). Ana de Luca TRANSTORNO DE ANSIEDADE E ASSOCIADOS + BENZODIAZEPÍNICOS Conceitos gerais Epidemiologia: • Fobia específica 6 a 12% da pop. • Tr. ansiedade social 10%. • Agorafobia pura 2%. • Ansiedade de separação na infância 2 a 3%. • Pânico 2 a 5%. • TAG 3 a 5%. Importância para a saúde pública: A ansiedade é responsável por 10% das causas de incapacidade, ajustada para todos os tr. mentais. Atrás apenas de tr. depressivo maior. Combinação de fatores: alta incidência, instalação precoce, elevado tempo de sintomas sem tratamento, uso abusivo de substâncias psicoativas associado, outras comorbidades psiquiátricas associadas e elevada comorbidade clínica. Medo x Ansiedade: A ansiedade e a preocupação patológicas constituem-se como fenômenos qualitativamente distintos de suas manifestações normais. A diferença entre as condições funcional e clínica é apenas dimensional (Intensidade, duração e frequência). A morbidade não está em suas manifestações primárias, mas nas relações que o indivíduo estabelece com essas vivências internas. Ansiedade em geral Amigdala: área límbica! Envolvida em uma série de reações relacionados ao medo e também a ataques de pânico, funciona como um alarme. Hipocampo: Centro de armazenamento de memórias e experienciais. Fornece essas informações a amigdala que confere se é desconhecido fornecendo um alarme ou então se conhecido qual a qualidade daquela experiencia. TAG • Preocupação crônica e persistente que é altamente aversiva e incontrolável, multifocal, saúde, finanças,.. • TAG em crianças se manifesta como dores abdominais. • Crianças costumam ter mais sintomas físicos e muitas faltas na escola. Um dos tr. Mais comuns na atenção primária! 7 a 8 % dos pacientes raramente os sintomas vem como preocupação mas surgem como sintomas somáticos. Proporção de mulheres para homens 2:1. Parentes em primeiro grau com TAG dobram a prevalência de ansiedade e aumenta em 5 a 6 vezes a prevalência de TAG Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Idade de início variável, picos início da vida adulta e final da vida adulta. Sintomas devem durar mais de 6 meses. Etiologia desconhecida! Teorias: personalidade + processamento cognitivo e função comportamental + fatores psicossociais. Transtorno de pânico Critérios Diagnósticos 300.02 (F41.1) A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional). B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses). Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 2. Fatigabilidade. 3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 4. Irritabilidade. 5. Tensão muscular. 6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo). F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo- compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos Critérios Diagnósticos 300.01 (F41.0) A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso. 1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia. 2. Sudorese. 3. Tremores ou abalos. 4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 5. Sensações de asfixia. 6. Dor ou desconforto torácico. 7. Náusea ou desconforto abdominal. 8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio. 9. Calafrios ou ondas de calor. 10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento). 11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo). 12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”. 13. Medo de morrer. Nota: Podem ser vistos sintomas específicos da cultura (p. ex., tinido, dor na nuca, cefaleia, gritos ou choro incontrolável). Esses sintomas não devem contar como um dos quatro sintomas exigidos. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Transtorno de Ansiedade Social B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características: 1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”). 2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (p. ex., comportamentos que têm por finalidade evitarter ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou situações desconhecidas). C. A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares). D. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., os ataques de pânico não ocorrem apenas em resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social; em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica; em resposta a obsessões, como no transtorno obsessivo-compulsivo; em resposta à evocação de eventos traumáticos, como no transtorno de estresse pós-traumático; ou em resposta à separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação). Critérios Diagnósticos 300.23 (F40.10) A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras). Nota: Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvem seus pares, e não apenas em interações com adultos. B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor; provocará a rejeição ou ofenderá a outros). C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade. Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade, comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em situações sociais. D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade. E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural. F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Fobia específica Agorafobia G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica. I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou transtorno do espectro autista. J. Se outra condição médica (p. ex., doença de Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras ou ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo. Critérios Diagnósticos A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex., voar, alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue). Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso por choro, ataques de raiva, imobilidade ou comportamento de agarrar-se. B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade. C. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento. D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural. E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses. F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do G. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental, incluindo medo, ansiedade e esquiva de situações associadas a sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes (como na agorafobia); objetos ou situações relacionados a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo); evocação de eventos traumáticos (como no transtorno Transtornos de Ansiedade de estresse pós-traumático); separação de casa ou de figuras de apego (como no transtorno de ansiedade de separação); ou situações sociais (como no transtorno de ansiedade social). Critérios Diagnósticos 300.22 (F40.00) A. Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes: 1. Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões). 2. Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados, pontes). 3. Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas). 4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão. 5. Sair de casa sozinho. B. O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (p. ex., medo de cair nos idosos; medo de incontinência). C. As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade. D. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade. E. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural. em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Tratamento Primeira linha: ISRS ou Terapia cognitivo comportamental. Podem ser associados. Exemplos de ISRS: escitalopram, fluvoxamina, paroxetina ou sertralina. Segunda linha: outros antidepressivos, benzodiazepínicos e pregabalina. Reavaliação do paciente nas primeiras semanas e posteriormente mensalmente por 3 meses, caso tenha resposta manter o tratamento por 6 meses. TR. Adaptação Critérios Diagnósticos: A. Desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a um estressor ou estressores identificáveis ocorrendo dentro de três meses do início do estressor ou estressores. B. Esses sintomas ou comportamentos são clinicamente significativos, conforme evidenciado por um ou mais dos seguintes aspectos: 1. Sofrimento intenso desproporcional à gravidade ou à intensidade do estressor, considerando-se o contexto cultural e os fatores culturais que poderiam influenciar a gravidade e a apresentação dos sintomas. 2. Prejuízo significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. A perturbação relacionada ao estresse não satisfaz os critérios de outro transtorno mental e não é meramente uma exacerbação de um transtorno mental preexistente. D. Os sintomas não representam luto normal. E. Uma vez que o estressor ou suas consequências tenham cedido, os sintomas não persistem por mais de seis meses. Tr. de estresse agudo Critérios Diagnósticos 308.3 (F43.0) A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violação sexual em uma (ou mais) das seguintes formas: 1. Vivenciar diretamente o evento traumático. 2. Testemunhar pessoalmente o evento ocorrido a outras pessoas. 3. Saber que o evento ocorreu com familiar ou amigo próximo. Nota: Nos casos de morte ou ameaça de morte de um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento ou acidental. 4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p. ex.,socorristas que recolhem restos de corpos humanos, policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil). Nota: Isso não se aplica à exposição por intermédio de mídia eletrônica, televisão, filmes ou fotografias, a menos que tal exposição esteja relacionada ao trabalho. B. Presença de nove (ou mais) dos seguintes sintomas de qualquer uma das cinco categorias de intrusão, humor negativo, dissociação, evitação e excitação, começando ou piorando depois da ocorrência do evento traumático: F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. H. Se outra condição médica (p. ex. doença inflamatória intestinal, doença de Parkinson) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo. I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental – por exemplo, os sintomas não estão restritos a fobia específica, tipo situacional; não envolvem apenas situações sociais (como no transtorno de ansiedade social); e não estão relacionados exclusivamente a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo), percepção de defeitos ou falhas na aparência física (como no transtorno dismórfico corporal) ou medo de separação (como no transtorno de ansiedade de separação). Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca Sintomas de intrusão 1. Lembranças angustiantes recorrentes, involuntárias e intrusivas do evento traumático. Nota: Em crianças, pode ocorrer a brincadeira repetitiva na qual temas ou aspectos do evento traumático são expressos. 2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou o afeto do sonho estão relacionados ao evento. Nota: Em crianças, pode haver pesadelos sem conteúdo identificável. 3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento traumático estivesse acontecendo novamente. (Essas reações podem ocorrer em um continuum, com a expressão mais extrema sendo uma perda completa de percepção do ambiente ao redor.) Nota: Em crianças, a reencenação específica do trauma pode ocorrer nas brincadeiras. 4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ou reações fisiológicas acentuadas em resposta a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático. Humor negativo 5. Incapacidade persistente de vivenciar emoções positivas (p. ex., incapacidade de vivenciar sentimentos de felicidade, satisfação ou amor). Sintomas dissociativos 6. Senso de realidade alterado acerca de si mesmo ou do ambiente ao redor (p. ex., ver-se a partir da perspectiva de outra pessoa, estar entorpecido, sentir-se como se estivesse em câmera lenta). 7. Incapacidade de recordar um aspecto importante do evento traumático (geralmente devido a amnésia dissociativa, e não a outros fatores, como traumatismo craniano, álcool ou drogas). Sintomas de evitação 8. Esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca do, ou fortemente relacionados ao, evento traumático. 9. Esforços para evitar lembranças (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações) que despertem recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca do, ou fortemente relacionados ao, evento traumático. Sintomas de excitação 10. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade de iniciar ou manter o sono, sono agitado). 11. Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação) geralmente expressos como agressão verbal ou física em relação a pessoas ou objetos. 12. Hipervigilância. 13. Problemas de concentração. 14. Resposta de sobressalto exagerada. C. A duração da perturbação (sintomas do Critério B) é de três dias a um mês depois do trauma. Nota: Os sintomas começam geralmente logo após o trauma, mas é preciso que persistam no mínimo três dias e até um mês para satisfazerem os critérios do transtorno. D. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento ou álcool) ou a outra condição médica (p. ex., lesão cerebral traumática leve) e não é mais bem explicada por um transtorno psicótico breve. Tr. Estresse pós-traumático Nota: Os critérios a seguir aplicam-se a adultos, adolescentes e crianças acima de 6 anos de idade. Para crianças com menos de 6 anos, consulte os critérios correspondentes a seguir. A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas: 1. Vivenciar diretamente o evento traumático. 2. Testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras pessoas. 3. Saber que o evento traumático ocorreu com familiar ou amigo próximo. Nos casos de episódio concreto ou ameaça de morte envolvendo um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento ou acidental. 4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p. ex., socorristas que recolhem restos de corpos humanos; policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil). Nota: O Critério A4 não se aplica à exposição por meio de mídia eletrônica, televisão, filmes ou fotografias, a menos que tal exposição esteja relacionada ao trabalho. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca B. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático, começando depois de sua ocorrência: 1. Lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático. Nota: Em crianças acima de 6 anos de idade, pode ocorrer brincadeira repetitiva na qual temas ou aspectos do evento traumático são expressos. 2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou o sentimento do sonho estão relacionados ao evento traumático. Nota: Em crianças, pode haver pesadelos sem conteúdo identificável. 3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente. (Essas reações podem ocorrer em um continuum, com a expressão mais extrema na forma de uma perda completa de percepção do ambiente ao redor.) Nota: Em crianças, a reencenação específica do trauma pode ocorrer na brincadeira. 4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a exposição a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático. 5. Reações fisiológicas intensas a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático. C. Evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático, começando após a ocorrência do evento, conforme evidenciado por um ou ambos dos seguintes aspectos: 1. Evitação ou esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados de perto ao evento traumático. 2. Evitação ou esforços para evitar lembranças externas (pessoas,lugares, conversas, atividades, objetos, situações) que despertem recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes cerca de ou associados de perto ao evento traumático. D. Alterações negativas em cognições e no humor associadas ao evento traumático começando ou piorando depois da ocorrência de tal evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos: 1. Incapacidade de recordar algum aspecto importante do evento traumático (geralmente devido a amnésia dissociativa, e não a outros fatores, como traumatismo craniano, álcool ou drogas). 2. Crenças ou expectativas negativas persistentes e exageradas a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo (p. ex., “Sou mau”, “Não se deve confiar em ninguém”, “O mundo é perigoso”, “Todo o meu sistema nervoso está arruinado para sempre”). 3. Cognições distorcidas persistentes a respeito da causa ou das consequências do evento traumático que levam o indivíduo a culpar a si mesmo ou os outros. 4. Estado emocional negativo persistente (p. ex., medo, pavor, raiva, culpa ou vergonha). 5. Interesse ou participação bastante diminuída em atividades significativas. 6. Sentimentos de distanciamento e alienação em relação aos outros. 7. Incapacidade persistente de sentir emoções positivas (p. ex., incapacidade de vivenciar sentimentos de felicidade, satisfação ou amor). E. Alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático, começando ou piorando após o evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos: 1. Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação) geralmente expressos sob a forma de agressão verbal ou física em relação a pessoas e objetos. 2. Comportamento imprudente ou autodestrutivo. 3. Hipervigilância. 4. Resposta de sobressalto exagerada. 5. Problemas de concentração. 6. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade para iniciar ou manter o sono, ou sono agitado). F. A perturbação (Critérios B, C, D e E) dura mais de um mês. G. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. H. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento, álcool) ou a outra condição médica. Pra todos os casos!!!! EXAMES COMPLEMENTARES • Hemograma completo. • Glicemia de jejum. • Perfil lipídico (Triglicérides + Colesterol). • Eletrólitos (Na, K, Ca total, Cai). • Uréia e Creatina. • Bilirrubinas. • Enzimas hepáticas (TGO, TGP, FA, GGT). • TSH + T4L. • Teste de gravidez. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca • Prolactina. • Coagulograma. • vitaminas B12 e D. Exame de imagem do encéfalo: RNM ou TC sem contraste. Eletrocardiograma de repouso com D II Longo. Sorologias: HIV, Sífilis, Hepatite B e C, sempre avisar e solicitar o consentimento do paciente. Benzodiazepínicos Ansiolíticos (Calmantes), tarja preta. Atentar para sedação e dependência. Causa tolerância, abstinência, sensação de prazer. Estresse agudo → evita benzodiazepínico e debriefing. Pode dar medicações sedativas, antipsicóticos, mas evitar bzd. porque pode levar a ter tept depois. + terapia. TEPT → com sintomas depressivos → associa com antidepressivo. Psicose → associa com antipsicótico. Pode usar benzodiazepínico. + terapia. Revivescência → vive de novo a cena! Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca RAPS Lei em 2001 que instituiu que não faz mais tratamento só em hospital psiquiátrico. Pacientes atendidos em liberdade. Em 2011 tem implantação da RAPS → organiza os serviços para atender os pacientes com adoecimento mental. Pensar em cuidado em liberdade. Se tiver crise → internação breve. A RAPS tem como objetivos gerais: I. Ampliar o acesso a atenção psicossocial da população em geral. II. Promover a vinculação da pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e de suas famílias aos pontos de atenção. III. Garantir a articulação e a integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção a urgências. Muda de lógica biomédica (cura/testes) para um modelo comunitário. A reforma psiquiátrica acompanha a reforma sanitária (implantação do SUS, etc..). 3 pontos principais: cuidado em liberdade, lógica comunitária (se aproximar do território/população para criar vínculo), oferta a todos. Componentes da RAPS Integralidade → questões psíquicas podem agravar adoecimentos de ordem física. Antigamente paciente de saúde mental era apenas de saúde mental, não via outras áreas. Com a RAPS, passou pra um cuidado integral → diálogo entre serviços e diferentes pontos da rede. Trabalha nos diferentes níveis de saúde: • AB: prevenção de agravos, promoção de saúde → UBS, centros de convivência, estratégia de saúde da família, NASFS, consultórios de rua. • Nível secundário: CAPS → serviço da crise → centro de atenção psicossocial. Se organiza com lógica territorial. Ex: CAPS III: acima de 200 000 habitantes. • Entra em crise → agitação psicomotora (ex: ciclando/ rompe com realidade → quadro de mania → expansividade, irritação, se colocando em risco). Quando vai abordar a AGITAÇÃO PSICOMOTORA → TRÍADE: aumento do conteúdo verbal, aumento do conteúdo motor, não consegue responder a intervenções/ perdeu consciência). Agitação psicomotora acentuada em casos de mania. • Precisa internar → leva pra urgência e emergência no hospital GERAL! • Terciário: SAMU, alas de reabilitação, UPA. SRT: serviços de residência terapêutica. • Casas implantadas no território onde as pessoas que ficavam. Internadas muito tempo vão morar. Não é temporária, é fixo, diferente do abrigo temporário da atenção primária. • Até 10 pacientes crônicos em cada SRT. Tem a liberdade de sair de casa, cozinhar o que que,.. • 2 técnicos que ficam. • Se morrer → fecha a vaga. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) tem como objetivo: “Garantir a articulação e a integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências em saúde mental”. A Rede integra o Sistema Único de Saúde (SUS), composta por serviços e equipamentos variados, tais como: os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); os Centros de Convivência Cultural, as Unidade de Acolhimento (UAs), e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos CAPS III). Na atenção básica UBS: porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Centralizador do cuidado! Núcleo de Apoio a Saúde da Família: estratégia primordial para a organização e o fortalecimento da atenção básica. A partir do acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada, são desenvolvidas ações de promoção da saúde e prevenção. Consultório de Rua: modalidade de serviço da atenção primária à saúde, no âmbito da Estratégia Saúde da Família, oferecida pelo Sistema Único de Saúde para as populações em situação de rua. Unidades de acolhimento: instituições de caráter transitório, que constituem-se como respostas para alguns dos modos de fragilidade social,seja quais sejam: a vida na rua, a ruptura dos vínculos familiares, sociais, a proteção nas situações de ameaças e risco à vida dos usuários, etc. Centros de convivência e cultura: inclusão social das pessoas com transtornos mentais. Surge após a Reforma Psiquiátrica. Atenção Secundária ! Atenção Psicossocial Estratégica CAPS → Centros de Atenção Psicossocial. Os CAPS podem ser de tipo I, II, III, álcool e drogas (CAPSad) e infanto-juvenil (CAPSi). Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca L Atenção Terciária - Atenção de Urgência e Emergência Samu. UPAS 24 horas: atua como uma estrutura de complexidade intermediária entre os serviços prestados pelas Unidades Básicas de Saúde e urgências hospitalares, absorvendo assim parte da demanda da população pelas emergências de hospitais públicos. Hospital Geral: oferecem leitos gerais. Estratégia de Desinstitucionalização SRT: moradias destinadas a pacientes egressos de hospitais psiquiátricos e hospital de custodia (HCTP) que tenham passado dois anos ou mais ininterruptos internados nestes hospitais, e que não tenham vinculo familiar ou este vinculo esteja intensamente prejudicado. PVC: programa de volta pra casa → inaugura o Programa De Volta Para Casa (PVC), que garante o auxílio de reabilitação psicossocial para a atenção e o acompanhamento de pessoas em sofrimento mental, egressas de internação em hospitais psiquiátricos. A internação psiquiátrica só acontece com laudo médico. • Voluntária → paciente entende que precisa da internação. • Involuntária → não quer ir, mas a equipe médica e familiares acham importante ficar recluso. • Compulsória → determinada pela Justiça. CAPS I: atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e também com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas de todas as faixas etárias. Serviço de atenção a saúde mental em municípios com população: de 20 mil até 70 mil habitantes. CAPS II: atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, podendo também atender pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, conforme a organização da rede de saúde local, indicado para Municípios com população acima de 70 mil habitantes; CAPS III: atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive CAPS Ad, indicado para Municípios ou regiões com população acima de 200 mil habitantes; CAPS AD: atende adultos ou crianças e adolescentes, considerando as normativas do Estatuto da Criança e do Adolescente, com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Serviço de saúde mental aberto e de caráter comunitário, indicado para Municípios ou regiões com população de 70 a 200 mil habitantes; CAPS AD III: atende adultos ou crianças/adolescentes, considerando as normativas do Estatuto da Criança e do Adolescente, com necessidades de cuidados clínicos contínuos. Serviço com no máximo doze leitos para observação e monitoramento, de funcionamento 24 horas, incluindo feriados e finais de semana; indicado para Municípios ou regiões com população acima de 200 mil habitantes; CAPS i: atende crianças e adolescentes e jovens (até 25 anos).com transtornos mentais graves e persistentes e os que fazem uso de crack, álcool e outras drogas. Serviço aberto e de caráter comunitário indicado para municípios ou regiões com população acima de 200 mil habitantes. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca MATRICIAMENTO Novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica. Objetivo: • Estruturar o cuidado colaborativo entre saúde mental e atenção primária. • Superar a lógica de encaminhamentos indiscriminados. • Corresponsabilização entre as equipes de Sáude da família (SF) e saúde mental (DM). Construção compartilhada. Equipe de referência (atenção básica) + equipe de apoio matricial. Verticalidade x horizontalidade Horizontalidade → matriciamento. • Proporcionar a retaguarda especializada da assistência. • Suporte técnico-pedagógico. • Vínculo interpessoal e apoio institucional de construção coletiva. • Integrar saúde mental e atenção primária. Tanto as equipes do NASF (atenção primária) quanto no CAPS (atenção secundária) podem ajudar na atenção primária. Ex: pedir ajuda de um profissional do NASF para fazer uma visita domiciliar em um paciente de saúde mental. Agentes comunitários de saúde → importante para fornecer informações sobre a família, território.. Nota técnica n3/2020 - DESF/SAPS/MS → a composição de equipes multiprofissionais deixa de estar vinculada as tipologias de equipes NASF-AB + o gestor municipal passa a ter autonomia para compor suas equipes multiprofissionais, definindo os profissionais, a carga horária e os arranjos da equipe. Quando a equipe de referência deve solicitar apoio matricial? • Auxilio para esclarecimento diagnóstico, estruturação de um projeto terapêutico e abordagem da família. • Suporte para realizar intervenções psicossociais específicas da atenção primária, como grupos de pacientes com transtornos mentais. • Integração do nível especializado com a atenção primária. • Apoio em dificuldades nas relações pessoas ou especialmente difíceis encontradas na realidade do trabalho diário. Pontos importantes na discussão conjunta: 1. Motivo do matriciamento. 2. Informações sobre o indivíduo, a família e o ambiente. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca 3. Dificuldades no manejo e na comunicação. 4. História do problema atual, cronologia, intervenções já realizadas, resultados. 5. Configuração familiar: genograma. 6. Social: convívio em grupos, instituições, apoio social, situação econômica. 7. Reflexos do caso na equipe referência. 8. Formulação de diagnóstico multiaxial. PTS O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas para um indivíduo, uma família ou um grupo que resulta da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar com Apoio Matricial, se esse for necessário. Nesse sentido, pode ser utilizado como uma ferramenta do processo de integração entre NASF e equipes vinculadas. Pode ficar só na UBS ou ser ampliado para outros setores. Fruto da discussão em quipe. Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana Carolina de Luca Machado Ana de Luca TRANSTORNO BIPOLAR Conceito Carácter fásico e episódico. - Episódios de mania e depressão ocorrem de modo relativamente delimitado no tempo. - Períodos de remissão (humor normal, eutímico) e as alterações psicopatológicas mais intensas regridem. Apesar da possibilidade de períodos de remissão mais ou menos completa é um transtorno mental grave. - Prejuízo na qualidade de vida, na produtividade e sociabilidade. - Prejuízo neuropsicológico. - Risco aumentado de doenças físicas e suicídio. Epidemiologia Chance de recorrência alta! Risco de suicídio maior em: - Episódios mistos, ciclagem rápida e TBH com sintomas ansiosos. - Quadros refratários. - Tratamentos inadequados. - Comorbidades. - Transtorno de personalidade do cluster B → borderline, histriônica ou narcisista. - Uso de substâncias → álcool, cocaína, maconha. Neurobiologia Relação com sistema límbico e paralímbico → estruturas cerebrais interconectadas que estão envolvidas no processamento de emoção, definição de metas,.. Estudos mostram influência genética. Psicopatologia humor ou estado de ânimo → estado emocional
Compartilhar