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Saúde Mental I - Emelly

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Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
Roteiro de observação clínica 
Observar	como	o	pct	chega	a	consulta	–	notar	e	descrever	
aspecto	 global	 –	 corpo,	 postura,	 vestimenta,	 acessório,	
porte	e	atitudes	psicológicas	
IDENTIFICAÇÃO	DO	PCT	
• Nome:	 pct	 pode	 acreditar	 ser	 outra	 pessoa.	 Ex:	
delirium,	esquizo,	transtorno	dissociativo	após	trauma	
emocional,	simulação	
• Idade	 e	 data	 de	 nascimento:	 demência	 –	 diminui	
memória	 recente	 e	preserva	 a	 antiga	 (+	 fácil	 saber	o	
ano	que	nasceu	do	que	quantos	anos	tem)	
• Sexo,	 nacionalidade,	 estado	 civil,	 etnia,	 procedência,	
religião,	profissão	
• Escolaridade:	alteração	cognitiva	que	significa	retardo	
mental	 –	 baixa	 escolaridade	 e	 nível	 cultural	 podem	
confundir	
QP	OU	MOTIVO	DA	CONSULTA	
QP	vem	do	pct.	A	queixa	e	o	motivo	podem	ser	distintos,	
sempre	colocar	os	2	na	anamnese.	
Usando	a	terminologia	do	pct,	fazer	uma	breve	descrição	
sobre	 o	 problema	 atual	 para	 o	 qual	 ele	 busca	 ajuda	
profissional	ou	para	o	qual	foi	trazido	por	outros	para	TTO.	
Importante	 observar	 quem	 encaminhou,	 de	 quem	 foi	 a	
iniciativa	de	buscar	ajuda	e	com	que	objetivo.	
HDA	
Avaliar	 como	 a	 doença	 começou,	 se	 existiram	 fatores	
precipitantes,	como	evoluiu,	qual	a	gravidade	e	impacto	da	
doença	sobre	a	vida	da	pessoa.	
• Episódio	depressivo:	sintomas	1	única	vez	
• Depressão	recorrente:	 já	 teve	um	episódio	anterior	e	
há	 recorrência	 –	 nesse	 caso,	 	 exemplificar	 tempo	 de	
TTO	e	de	remissão	até	o	momento	
• Crise	maníaca:	momento	de	rebeldia	em	determinado	
período	 da	 vida	 intercalado	 com	 períodos	 de	
normalidade.		
• Transtorno	 bipolar:	 período	 de	mania	 com	 outro	 de	
hipomania.	
Considerar	 a	 descrição	 detalhada	 dos	 sintomas,	 a	
frequência,	duração	e	flutuações	dos	mesmos.	Observar	a	
sequência	 cronológica	 dos	 sintomas	 e	 eventos	
relacionados	 desde	 as	 primeiras	 manifestações	 até	 a	
situação	atual.	Descrever	os	TTO	realizados	–	psicoterapia,	
fármacos	 (quais	 medicamentos,	 em	 que	 dose,	 quanto	
tempo,	 resultados),	 uso	 de	 drogas	 ou	 álcool.	
Disponibilidade	 do	 pct	 para	 buscar	 ajuda	 e	 qual	 a	 visão	
dele	 sobre	 seu	 problema.	 Sempre	 que	 possível,	 usar	 as	
palavras	do	pct,	 ilustrando	seus	sintomas	com	suas	falas	
(pode	usar	o	 termo	técnico	e	descrever	depois	como	ele	
realmente	relata)	
ANTECEDENTES	PESSOAIS	
Hx	 pré-natal/nascimento:	 info	 sobre	 a	 gestação	
(consumo	de	drogas,	álcool,	cigarro),	parto,	condições	do	
nascimento	–	peso,	anóxia,	icterícia,	distúrbio	metabólico	
Infância	e	desenvolvimento:	 importância	ao	1º	ano	de	
vida	–	descrever	condições	de	saúde,	comportamentos	e	
hábitos	 com	relação	ao	 sono,	 alimentação,	 aquisições	de	
habilidades	 –	 incluindo	 desenvolvimento	 motor	 –,	 da	
linguagem	 e	 o	 controle	 dos	 esfíncteres;	 a	 vida	 escolar	 –	
idade	 de	 início	 de	 aprendizagem,	 ajustamento,	
temperamento,	medos,	relacionamento	e	interação	social	
Adolescência:	descrever	 interesses,	aquisições	quanto	a	
vida	escolar,	profissionalização	ou	trabalho,	interações	e	o	
relacionamento	 com	 familiares	 e	 colegas,	 sexualidade	
incluindo	 menarca,	 namoro,	 1ª	 relação	 sexual,	 uso	 de	
drogas	ou	álcool.	Observar	atitude	frente	ao	crescimento,	
sentimentos	de	isolamento	ou	depressão	e	manifestações	
de	delinquência	
Idade	adulta:	descrever		
• Trabalho:	 tipo	 de	 atividade,	 evolução,	 interrupções,	
mudanças	 (instabilidade	 vínculos	 =	 instabilidade	
humor),	 nível	 de	 satisfação,	 dificuldades	 relativas	 à	
competência	e	aos	relacionamentos.	
• Vida	 familiar	 e	 conjugal:	 relacionamentos	 anteriores,	
condições	 do	 casamento,	 características	 do	 cônjuge,	
separações,	sexualidade,	idade,	sexo,	condições	físicas	
e	psicológicas	dos	filhos	
• Sexualidade:	 experiências	 sexuais,	 dificuldades	 de	
relacionamento,	contracepção,	gestações	e	abortos	
• Relacionamentos:	 convivência	 social	 nas	 rotinas	 da	
vida,	no	lazer,	na	situação	familiar,	de	vizinhança	e	de	
trabalho	
• Situação	socioeconômica:	condições	de	moradia,	fontes	
de	recursos,	dificuldades	financeiras,	planos	e	projetos	
futuros.	
ANTECEDENTES	FAMILIARES	
Informação	 sobre	 pais	 e	 irmãos	 –	 idade,	 sexo,	 nível	
educacional,	 atividade	 profissional,	 características	 de	
personalidade,	problemas	de	saúde	(destaque	p/	mental)	
Hx	 de	 adoção,	 suicídio,	 violação	 da	 lei	 ou	 de	 padrões	
sociais.	 Observar	 ordem	 cronológica	 entre	 irmãos.	 Caso	
pais/irmãos	falecidos,	especificar	a	causa	da	morte	e	idade	
da	ocasião	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
Ambiente	 familiar:	 nível	 de	 interação,	 padrões	 de	
relacionamento	dos	pais	 entre	 si,	 com	os	 filhos	 e	destes	
entre	si	
Religião,	 origem	 cultural,	 crenças,	 costumes,	
relacionamento	 com	 vizinhos,	 escola	 e	 trabalho.	 Nível	
socioeconômico	e	sua	estabilidade,	descrição	do	cotidiano	
da	família	
REVISÃO	DE	SISTEMAS	
• Atenção	 a	 dados	 sugestivos	 de	 moléstias	
psicossomáticas,	 endocrinopatias,	 quadros	 comiciais	
(relativos	à	epilepsia)	e	demenciais	
EXAME	FÍSICO	
• Exame	 neurológico:	 atentar	 a	 assimetria	 da	 força	
muscular	 nos	 membros,	 dos	 reflexos	 profundos	 e	
superficiais.	Pesquisar	diversas	alterações	sensitivas	
EXAMES	SUBSIDIÁRIOS	PERTINENTES	
Sugestão	de	quais	exames	seria	interessante	pedir	no	caso	
retratado.	 Ex:	 labs	 de	 sangue,	 urina	 e	 fezes,	 biópsia,	
avaliação	do	liquor,	EEG,	TC,	RM	
EXAME	PSÍQUICO	OU	DO	ESTADO	MENTAL	
• Consciência:	 lúcido	 ou	 extremamente	 alerta	 (drogas	
estimulantes,	cocaína),	ou	algum	grau	de	rebaixamento	
• Orientação:	pessoal	(quem	sou	e	quantos	anos	tenho),	
tempo	(dia	ou	noite,	mês	e	ano),	espaço	(onde	estou)	
• Atenção,	memória,	pensamento,	humor,	impulsividade,	
psicomotricidade,	vontade,	pragmatismo	
Súmula	 psiquiátrica:	 Resumo	 daquilo	 que	 de	 fato	
interessa	sobre	normalidade	ou	anormalidade	encontrado	
durante	todo	o	processo.	Usa-se	termos	técnicos	
HIPÓTESES	DIAGNÓSTICAS	
DIAGNÓSTICO	MULTIAXIAL	
EIXO	 I:	 nome	 da	 doença	 que	 pct	 tem	 –	 transtornos	
clínicos;	outras	condições	que	podem	ser	foco	de	atenção	
EIXO	 II:	 alterações	mentais	 (variação	 da	 normalidade)	
que	não	são	doenças	
• Transtornos	do	desenvolvimento	
• Retardo	 mental:	 abaixo	 da	 faixa	 de	 normalidade	
quanto	a	inteligência	
• Transtornos	 de	 personalidade:	 pct	 fora	 da	média	 do	
funcionamento	(jeito)	das	pessoas.	Dentre	eles	estão	o	
transtorno	de	personalidade	antissocial	(psicopatas)	
EIXO	III:	condições	médicas	gerais	(DM,	HAS,	etc)	
EIXO	IV:	problemas	psicossociais	e	ambientais	
EIXO	 V:	 escala	 de	 avaliação	 global	 de	 funcionamento	
(AGF)	–	quanto	mais	abaixo,	mais	grave	o	prejuízo	
ORIENTAÇÃO	E	CONDUTA	TERAPÊUTICA	
DISCUSSÃO	DO	CASO	CLÍNICO	
Fundamentado	teoricamente	
REFERÊNCIAS	BIBLIOGRÁFICAS	
Exame do estado mental
Descrição	da	aparência,	 fala,	 ação	e	pensamentos	do	pct	
durante	 entrevista.	 Pesquisa	 sistemática	 de	 sinais	 e	
sintomas	de	alterações	do	funcionamento	mental,	durante	
a	entrevista	
ü Atitude	frente	ao	examinador	
ü Aparência	
ü Consciência	
ü Atenção	
ü Concentração	
ü Orientação	
ü Memória	
ü Pensamento	
ü Linguagem	
ü Juízo	
	
• Funções	 +	 afetadas	 nos	 transtornos	 psico-orgânicos:	
nível	 de	 consciência,	 atenção,	 orientação,	 memória,	
inteligência,	linguagem	
	
• Funções	 +	 afetadas	 nos	 transtornos	 afetivos,	
neuróticos	 e	 da	 personalidade:	 atenção,	 afetividade,	
vontade,	psicomotricidade,	personalidade	
• Funções	 +	 afetada	 em	 transtornos	 psicóticos:	
sensopercepção,	 pensamento,	 juízo	 de	 realidade,	
vivência	do	eu,	linguagem	
Ex:	 pct	 trajado	 e	 asseado	 adequadamente,	 vígil,	
gesticulando	muito,	 inquieto;	cooperativo,	mas	um	tanto	
irritado	com	as	perguntas,	linguagem	exaltada,	por	vezes	
prolixo;	 atenção	 espontânea	 e	 voluntária	 preservadas;	
orientado	auto	e	alopsiquicamente,	humor	exaltado,	afeto	
expandido;	pensamento	expansivo,	mas	sem	alteração	de	
curso;	 pragmatismo	 preservado,	 inteligênciasem	
rebaixamento;	crítica	parcial	do	estado	mórbido.	
ASPECTOS	DO	PCT	NA	ENTREVISTA	INICIAL	
Iniciar	 com	 descrição	 sobre	 o	 local	 onde	 a	 entrevista	 é	
realizada	(UBS,	consultório),	o	motivo	pelo	qual	está	sendo	
realizado	 (avaliação	 para	 internação	 hospitalar	 ou	 TTO	
ü Inteligência	
ü Julgamento	
ü Insight	
ü Humor	
ü Afeto	
ü Vontade	
ü Impulsividade	
ü Pragmatismo	
ü Psicomotricidade		
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
ambulatorial,	dx,	consultoria),	seguindo-se	de	impressões	
sobre	o	pct	registradas	pelo	entrevistador	
CASOMI	 APeJuCoL	 (Consciência,	 Atenção,	
Sensopercepção,	 Orientação,	 Memória,	 Inteligência,	
Afetividade,	 Pensamento,	 Juízo	 crítico,	 Conduta,	
Linguagem)	
1	APARÊNCIA	
• Tipo	físico	
• Postura	
• Modo	de	andar	
• Modulações	afetiva	
• Humor	ou	afeto	predominante	
• Sinais	ou	deformidades	físicas	importantes	
• Roupa,	penteado,	corte	de	cabelo,	unhas	
Postura	 encurvada	 e	 desleixo	no	modo	de	 vestir	 podem	
sugerir	afeto	triste.	Já	roupas	extravagantes	e	o	excesso	de	
adornos	 fazem	 pensar	 em	 mania	 ou	 características	
histéricas	de	personalidade	
Uma	pessoa	com	doença	crônica	ou	com	depressão	pode	
aparentar	idade	maior	que	a	real,	enquanto	hipomaníacos,	
histriônicos	ou	hebefrênicos	podem	parecer	mais	jovens	
Pouco	contato	de	olhar	pode	indicar	vergonha,	ansiedade	
ou	dificuldade	de	relacionamento.	
É	útil	a	obtenção	de	informação	com	familiares	a	respeito	
de	mudanças	em	relação	a	aparência	anterior	da	pessoa.	
Atitude	 psicomotora	 e	 comportamento:	 agitação	
psicomotora	 (rabiscar,	 balança	 pés,	 cruza	 e	 descruza	
pernas,	 roer	 unhas,	 enrolando	 o	 cabelo...);	 lentificação	
geral	 dos	 movimentos	 (fala	 e	 curso	 de	 pensamento	 –	
depressão).	 Sintomas	 catatônicos	 ou	 de	 agitação,	
movimentos	 esterotipados,	 maneirismos,	 negativismo,	
ecopraxia	 (imita	 mov.	 do	 outro),	 flexibilidade	 cérea	
(mantém	posição	desagradável	por	horas).	
Comunicação:	 qtd,	 velocidade	 e	 qualidade	 da	 fala	 –	
responsivo,	 loquaz,	 taciturno,	 prolixo,	 volúvel,	 não	
espontâneo.	 Verbalização	 rápida,	 lenta,	 tensa,	 hesitante,	
emotiva,	monótona,	forte,	sussurrada,	indistinta.	Defeitos	
de	fala	como	gagueira	e	tiques	vocais,	como	ecolalia.	
2	ATITUDE	FRENTE	AO	EXAMINADOR	
Cooperativa,	 reservada,	 amigável,	 sedutora,	 hostil,	
bajuladora	 (agradar),	 irônica,	 defensiva,	 ambivalente.	
Realizar	descrição	sumária	da	parte	do	relato	do	pct	que	
faz	o	médico	pensar	em	tal	atitude.	
3	CONSCIÊNCIA		
Totalidade	 da	 experiência	 momentânea	 inserida	 na	
corrente	contínua	da	vida	psíquica.	Reconhecimento	da	
realidade	 externa	 ou	 de	 si	 mesmo	 em	 determinado	
momento,	e	capacidade	de	responder	aos	estímulos	
• MORAL	(ético-religiosa):	capacidade	de	tomar	ciência	
dos	 deveres	 éticos	 e	 assumir	 responsabilidades,	
direitos	e	deveres	concernentes	a	essa	ética	
• PSICOLÓGICA:	 subjetiva;	 soma	 das	 experiências	
conscientes	em	certo	momento	(campo	de	consciência)	
• NEUROPSICOLÓGICA:	 estado	 de	 estar	 desperto,	
acordado,	vigil,	 lúcido	–	nível	de	consciência.	Essa	é	a	
que	+	importa	no	exame	
ALTERAÇÕES	QUANTITATIVAS	
Verticalidade	da	consciência	(Glasgow)	
a. HIPERVIGILÂNCIA:	 ansioso,	 com	 hiperatividade	
autonômica	 e	 respostas	 aumentadas	 aos	 estímulos.	
Consequência	ao	uso	de	drogas	(anfetamina,	cocaína),	
abstinência	(bdz)	ou	estresse	pós-traumático	
b. LÚCIDO:	 funcionamento	 adequado	 da	 capacidade	 de	
atenção,	memória,	pensamento	(compreende,	refletir),	
orientação	auto	e	alopsíquica	(temporo-espacial)	
c. OBNUBILAÇÃO:	 rebaixamento	 leve	 a	 moderado.	
Sonolento	 ou	 parece	 desperto,	 com	 diminuição	 de	
clareza	 do	 sensório,	 lentidão	 da	 compreensão	 e	
dificuldade	 de	 concentração.	 Tende	 a	 cair	 no	 sono	
quando	 não	 estimulado;	 preciso	 falar	 alto	 ou	 tocá-lo	
para	que	responda.	Ex:	TCE,	processo	infeccioso	agudo,	
efeito	colateral	de	drogas/álcool	
d. SONOLÊNCIA:	 estado	 comportamental	 e	 fase	
fisiológica	normal	e	necessária	do	organismo	
e. ESTUPOR/TORPOR:	pct	pode	ser	despertado	apenas	
por	 estímulo	 enérgico,	 sobretudo	 doloroso.	 Sempre	
sonolento,	 incapaz	 de	 qualquer	 ação	 espontânea,	
podendo	 apresentar	 reações	 de	 defesa.	 Ex:	 esquizo	
(catatônico),	 intoxicações,	 doenças	 orgânicas,	
depressão	profunda,	reação	epiléptica	e	histérica	
f. COMA:	grau	mais	profundo	de	rebaixamento	do	nível	
de	consciência.	Pct	não	responde	a	estímulos	internos	
ou	externos	–	abolição	completa	da	consciência	
DELIRIUM	X	DELÍRIO	
Delirium:	 sd	 confusional	 aguda	 –	 alteração	 de	
consciência	com	causa	orgânica.		
• Rebaixamento	 leve/moderado,	 diminuição	 de	
atenção,	dificuldade	de	concentração,	desorientação	
temporoespacial	
• Fala	 incongruente,	 conteúdo	 absurdo	 e	 sem	
articulação	lógica;	perplexidade	
• Agitação	 ou	 lentificação	 psicomotora,	 ansiedade,	
ilusões	 e/ou	 alucinações	 quase	 sempre	 visuais,	
alterações	de	pensamento	
Delírio:	sintoma	(ideia	delirante	primária)	–	alteração	
do	 pensamento	 ou	 juízo	 de	 realidade	 encontrada	
principalmente	em	psicóticos	esquizofrênicos.	
• Higiene	pessoal	
• Gestos	
• Idade	aparente	
• Expressão	facial	
• Contato	visual	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
ALTERAÇÕES	QUALITATIVAS	
Horizontalidade	(amplitude).	Alteração	parcial	ou	focal	do	
campo	da	consciência	–	parte	do	campo	está	preservada	e	
outra,	alterada.		
a. Estados	crepusculares:	estreitamento	transitório	do	
campo,	 obnubilação	 com	 relativa	 conservação	 da	
atividade	 motora	 coordenada.	 Surge/desaparece	
abruptamente,	 de	 duração	 variável.	 Geralmente	 há	
amnésia	 lacunar	 para	 o	 episódio	 inteiro.	 Epilepsia,	
intox.	álcool,	pós-TCE,	choques	emocionais	intensos.	
a. Ordenados	e	orientados:	conduta	aparenta	normal,	
comportamento	como	algo	automático	e	impulsivo,	
com	elementos	ilógicos	
b. Desordenados	 e	 desorientados:	 incoerência,	
desorientação,	 fragmentação	da	 vida	psíquica.	 Ex:	
sonambulismo,	pavor	noturno	
b. Dissociação	da	consciência:	fragmentação	ou	divisão	
do	campo	de	consciência,	ocorrendo	perda	da	unidade	
psíquica	 comum	 do	 ser.	 Ansiedade	 intensa,	 histeria	
(parte	lúcida	e	outra	não)	
c. Transe:	“despersonalização”,	se	assemelha	a	“sonhar”,	
porém	com	atividade	motora	automática	estereotipada	
acompanhada	 de	 suspensão	 parcial	 de	 movimentos	
voluntários.	Contexto	religioso,	cultura,	psicose.	
d. Estado	hipnótico:	polarização	da	consciência,	que	está	
reduzida	e	estreitada,	e	atenção	concentrada,	pode	ser	
induzido	por	outros,	com	forte	tendência	afetiva	
A	 consciência	 demarca	 um	 campo,	 no	 qual	 pode	 se	
delimitar	 um	 foco,	 ou	 parte	 central	 +	 iluminada	 da	
consciência,	e	a	margem/periferia	menos	iluminada,	mais	
nebulosa.		
CONSCIÊNCIA	DO	EU	OU	AUTOCONSCIÊNCIA	
Consciência	interna,	subjetiva,	exclusiva	do	ser	humano.	O	
hemisfério	esquerdo	é	dominante.	Leva	a	personalização.	
• Identidade	 do	 Eu:	 consciência	 de	 ser	 o	 mesmo	 na	
sucessão	do	tempo.	Quem	sou	eu?	Qual	minha	ID?	
• Unidade	do	Eu:	o	Eu	como	algo	uno	e	indivisível	
• Atividade	 do	 Eu:	 consciência	 de	 que,	 em	 todas	
atividades	 psíquicas,	 é	 o	 próprio	 Eu	 que	 as	 realiza	 e	
presencia	
o Alteração	de	consciência	de	existência:	o	homem	não	
sente	sua	existência.	Ex:	sinto-me	como	um	nada	
o Alteração	 da	 consciência	 de	 execução:	 se	 sente	
possuído	 por	 um	 poder	 estranho,	 externo	 e	
inapreensível;	pensamentos	são	feitos	e	impostos	por	
alguém	ou	algo	
• Oposição	 Eu-mundo:	 percepção	 clara	 de	 separação	
entre	 Eu	 subjetivo	 e	 espaço	 exterior.	 Alteração:	
indivíduo	sente	que	seu	Eu	se	expande	para	o	mundo	
exterior	e	não	mais	se	diferencia	desse	
4	ATENÇÃO	
Direção	 da	 consciência,	 estado	 de	 concentração	 da	
atividade	mental	sobre	determinado	objeto;	é	a	dimensão	
que	designa	a	capacidade	para	manter	o	foco	em	uma	
atividade.	 Se	 aumenta	 a	 atenção,	 diminui	 a	 consciência	
(percepção	de	objetos	ao	redor).	Há	patologias	em	que	o	
campo	da	atenção	é	extremamente	reduzido,e	o	campo	da	
consciência	 aumentado.	 Ex:	 mania	 não	 mantém	 foco	
persistente,	mas	presta	atenção	em	muitos	elementos	ao	
mesmo	tempo.	Avaliado	através	da:	
• Vigilância:	 capacidade	 de	 mover	 o	 foco	 da	 atenção	
para	outros	estímulos	externos.	Pode	estar	aumentada	
(hipervigil),	 com	 prejuízo	 de	 atenção	 para	 outros	
estímulos;	ou	hipovigil	(desatento	em	relação	ao	meio)	
• Tenacidade	 (concentração):	 capacidade	de	manter	a	
atenção	dirigida	(focar	em	um	estímulo)	
Se	aumenta	a	vigilância,	diminui	a	tenacidade.	Pct	maníaco	
ou	com	TDAH	é	hipervigil	e	hipotenaz.	Esquizo	pode	ser	
hipertenaz	 e	 hipovigil.	 O	 TOC	 apresenta	 atenção	 ou	
vigilância	 excessiva	 e	 desregulada.	 No	 delirium	 e	
depressão,	hipotenaz	e	hipovigil	
Concentração:	 capacidade	 de	manter	 atenção	 voluntária	
em	 processos	 internos	 do	 pensamento	 ou	 em	 atividade	
mental.	 Para	 observá-la,	 pode-se	 pedir	 que	 se	 subtraia	
consecutivamente	o	nº	7	a	partir	de	100.	Alterações:	
• Aprosexia:	 total	 abolição	 da	 capacidade	 de	 atenção,	
por	mais	fortes	os	estímulos.	Ex:	coma	
• Hipoprosexia:	 diminuição	 global	 da	 atenção,	 com	
fatigabilidade	aumentada,	o	que	dificulta	a	percepção	
de	estímulos	ambientais	e	a	compreensão.	Ex:	quadro	
depressivo,	TDAH,	catatônico,	esquizo,	TOC	
• Hiperprosexia:	atenção	exacerbada.	Foco	vulnerável.	
Estado	maníaco,	uso	de	psicoativos...	
• Distração:	superconcentração	ativa	da	atenção	sobre	
determinados	 conteúdos	 ou	 objetos,	 com	 inibição	 de	
tudo	o	mais	–	hipertenacidade	e	hipovigilância	
• Distrabilidade:	instabilidade	e	mobilidade	acentuada	
da	atenção	voluntária,	com	dificuldade	para	fixar-se	ou	
deter-se	 em	 qualquer	 coisa	 que	 implique	 esforço	
produtivo	–	hipotenacidade	
5	ORIENTAÇÃO	
Capacidade	 de	 situar-se	 quanto	 a	 si	 próprio	
(autopsíquica:	quem	sou	eu	–	confunde	com	a	consciência	
do	eu)	e	ao	ambiente	(alopsíquica	–	temporal	e	espacial).	
Integra	ação,	percepção	e	memória	
DESORIENTAÇÃO:	 principal	 característica	 de	 quadros	
orgânicos	(delirium).	Pode	ser	influenciada	por	alterações	
na	atenção	e	consciência.	Geralmente	ocorre	1º	em	relação	
ao	tempo,	e	ao	agravar	o	transtorno,	se	desorienta	quanto	
ao	espaço	e,	finalmente,	quanto	a	si.	Tipos:	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
a. Por	 redução	 do	 nível	 de	 consciência	 (torporosa	 ou	
confusa):	+	comum.	O	rebaixamento	altera	a	atenção,	
concentração	 e,	 como	 consequência,	 a	 percepção	 e	
retenção	de	estímulos	ambientais.	 Isso	 impede	que	o	
pct	 apreenda	 a	 realidade	 de	 forma	 clara	 e	 precisa	 e,	
assim,	integre	a	cronologia	dos	fatos.	
b. Por	 déficit	 de	 memória	 imediata	 e	 recente	
(amnéstica):	 não	 consegue	 reter	 informação	
ambiental	básica	em	sua	memória.	Assim,	perde	noção	
do	 fluir	 do	 tempo,	 do	 deslocamento	 no	 espaço	
(desorientado	 em	 tempo	 e	 espaço).	 Típica	 da	 sd	 de	
Korsakoff	(def.	vit.B1),	Alzheimer.	
c. Demencial:	perda	de	memória	de	fixação		e/ou	déficit	
de	 reconhecimento	 ambiental	 (agnosias)	 e	 perda	 e	
desorganização	global	das	funções	cognitivas	
d. Apática	 ou	 abúlica:	 	 por	 falta	 de	 motivação	 e	
desinteresse,	 o	 pct	 muito	 deprimido	 não	 investe	
energia	 no	 mundo,	 não	 se	 atém	 aos	 estímulos	
ambientais	e	assim,	torna-se	desorientado	
e. Delirante:	 pct	 vivendo	 ideias	muito	 intensas,	 crendo	
com	convicção	que	estão	habitando	o	lugar	e/ou	tempo	
de	seus	delírios.	É	comum	a	dupla	orientação:	a	 falsa	
coexiste	 com	 a	 correta,	 alternando	 na	 fala	
sequencialmente	os	dois	tipos.	
f. Por	 déficit	 intelectual	 (oligofrênica):	 dificuldade	 em	
compreender	 o	 ambiente	 e	 reconhecer	 e	 interpretar	
convenções	sociais	a	sua	volta.	Deficiência	ou	retardo	
leve	a	moderado		
g. Por	dissociação	(histérica):	quadros	histéricos	graves,	
normalmente	 acompanhada	 de	 alterações	 de	
identidade	e	de	consciência	secundárias	
h. Por	 desagregação:,	 indivíduo,	 por	 desagregação	
profunda	do	pensamento,	apresenta	toda	sua	atividade	
mental	desorganizada,	o	que	o	 impede	de	se	orientar	
de	 forma	 adequada	 quanto	 ao	 ambiente	 e	 a	 si.	 Em	
psicóticos	(ex.	esquizo)	em	estado	crônico	e	avançado	
6	MEMÓRIA	
Composta	de	3	fases	ou	elementos	básicos:	
• Apreensão	e	fixação	(registro):	capacidade	de	notar.	
Estímulo	 à	 sistema	 sensorial	 à	 processada	 e	
armazenada.	 Relacionada	 com	 nível	 de	 consciência,	
atenção	e	interesse	afetivo	
• Conservação/consolidação:	 retenção.	 Repetição	
ajuda	consolidar	
• Evocação:	 consciente,	 busca	 da	 recordação.	
Esquecimento	é	a	impossibilidade	de	evocar	
• Reconhecimento:	imagem	evocada	e	sua	localização	no	
tempo/espaço.	
Condições	 para	 rendimento	 da	 memória:	 atenção,	
sensopercepção,	 só	 se	 fixam	 dados	 de	 interesse,	
capacidade	de	notação,	nível	de	consciência,	subordinada	
ao	 estado	 emocional	 –	 afeto	 (instâncias	 catatímicas:	
orgulho,	medo,	angústia,	proibido)	
São	fixadas	na	memória	situações	que,	quando	ocorreram,	
provocaram	 emoções	 que	 foram	 significativas.	 Ao	 ser	
evocada,	 a	 lembrança	 pode	 trazer	 a	 emoção	 associada.	
Tipos	de	memória:	
• Fotográfica/automática:	+	fiel,	reproduz	exatamente	o	
registro	dos	 fatos,	mesmo	que	a	pessoa	não	os	 tenha	
compreendido	
• Lógica:	recorda	o	significado	essencial	de	experiências,	
sem	sua	reprodução	fiel	
• Auditiva/visual:	maior	 facilidade	em	reter	o	que	vê	e	
ouve	
• Declarativa	ou	verbal:	fatos,	eventos,	nome	de	pessoas	
• Não	 declarativa:	 hábitos	 e	 capacidades	 motores,	
sensoriais	ou	sensório-motores.	Ex:	nadar,	bike	
• Procedural:	de	habilidades,	procedimentos	
• De	 trabalho:	manter	 e	manipular	 informações	novas.	
Combinação	 de	 atenção	 e	 memória	 imediata.	 Ex:	
decorar	nº	de	telefone.	
SUA	ANÁLISE	ENGLOBA	
• Memória	sensorial:	recebe	informação	de	órgãos	dos	
sentidos	e	retém	por	um	breve	período	
• Memória	imediata:	últimos	5min.	É	a	capacidade	de	
reter	 o	 material	 imediatamente	 após	 ser	 percebido.	
Depende	 da	 concentração,	 fatigabilidade	 e	 de	 certo	
treino.	Pedir	ao	pct	que	repita	uma	sequência	de	nºs	ou	
mencionar	 3	 objetos	 não	 relacionados	 e	 pedir	 para	
repetir	imediatamente	
• Memória	recente:	engloba	últimos	dias	e	horas.	
o Curto	prazo:	5-10min.	Solicitar	ao	pct	que	guarde	as	
3	palavras	e	as	repita	em	5min	
o Longo	prazo:	>30min.	Indaga-se	ao	pct	sobre	o	que	
comeu	no	café	da	manhã	ou	janta,	ou	oque	ele	fez	no	
último	 fim	 de	 semana.	 Córtex	 cerebral	
tempoparieto	occipital	
Estruturas	 límbicas	 temporomediais	 (hipocampo,	
amigdala,	córtex	entorrinal):	consolidação	de	registros	
e	 transferência	de	memórias	de	 curto	 e	médio	prazo	
para	longo	prazo	
• Memória	remota:	desde	os	1ºs	anos	de	vida.	Retenção	
permanente	 de	 informação	 selecionada.	 É	 feita	 em	
função	 do	 estado	 emocional	 e	 é	 mais	 facilmente	
evocada	quando	a	pessoa	está	em	situação	semelhante	
a	 ocasião	 inicial.	 Solicita	 ao	 pct	 que	 fale	 de	 eventos	
importantes	com	a	respectiva	data	no	passado	
MEMÓRIA	X	ESQUECIMENTO	
1. Esquecimento	normal:	desinteresse/desuso	
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2. RECALQUE	 (Freud):	 certos	 conteúdos,	
emocionalmente	 insuportáveis,	 são	 banidos	 da	
consciência	
3. REPRESSÃO	(Freud):	desagradável,	 conflito,	podendo	
o	 sujeito,	 por	 esforço	 próprio,	 voltar	 a	 recordar	
conteúdos	 reprimidos	 –	 é	 um	 deslocamento	 para	 o	
inconsciente	 (mecanismo	 de	 defesa/proteção)	 –	 o	
reprimido	continua	ativo	a	partir	do	inconsciente	
LEI	 DE	 RIBOT:	 em	 lesão	 cerebral,	 tende	 a	 perder	 os	
conteúdos	 da	 memória	 (amnésia)	 na	 ordem	 e	 sentido	
inversos	que	os	adquiriu:	o	mais	recente	ao	antigo;	o	mais	
complexo	 e	 depois	 mais	 simples;	 conteúdos	 mais	
estranhos	e	mais	neutros,	e	só	depois	mais	familiares	
MEMÓRIA	X	INTELIGÊNCIA	
Memória	 põe	 o	 material	 mnêmico	 à	 disposição	 da	
inteligência,	é	uma	função	prévia	à	ela	
O	inteligente	tem	memória	bem	desenvolvida,	e	o	
inverso	não	é	verdadeiro	
ALTERAÇÃO	QUANTITATIVAS	
HIPERMNÉSIA:	 pct	 exaltado	–	consegueacessar	 a	
memória	 muito	 rapidamente	 com	 mais	 especificidade,	
podendo	 haver	 um	 pouco	 de	 fantasia.	 Perde	 clareza	 e	
precisão.	
• Permanente:	gênios,	deficientes	mentais	leves,	mania,	
intox.	por	substância	
• Ocasionais:	estados	pré-agônicos	–	situação	de	grande	
risco	 de	 vida	 (“passa	 um	 filme	 na	 cabeça”),	 estados	
hipnóticos,	estados	crepusculares	histéricos	
AMNÉSIA	OU	HIPOMNÉSIA:	perda	de	memória,	seja	a	
da	capacidade	de	fixar	ou	de	manter	e	evocar.	
1. Psicogênica:	 perda	de	memória	 focal,	 que	 tem	valor	
psicológico	 específico	 (afetivo,	 trauma).	 Reversíveis,	
início	 abrupto,	 globais,	 seletivas,	 lacunares,	
retrógradas,	anterógradas	
2. Orgânica:	menos	 seletiva,	 perde-se	 primeiramente	 a	
capacidade	de	 fixação	 (memória	 imediata	e	 recente);	
avançando	 a	 doença,	 o	 indivíduo	 começa	 a	 perder	
conteúdos	antigos.	Evolução	progressiva	ou	não	
	
• Anterógrada	(fixação):	não	consegue	fixar	elementos	
a	partir	do	evento	que	causou	o	dano	cerebral.	Incapaz	
de	reter	acontecimentos	recentes	–	afeta	memória	de	
curto	prazo,	imediata	e	recente.	Acompanha	fabulação	
e	desorientação.	Há	rebaixamento	de	consciência	pelo	
prejuízo	da	memória.	Raramente	é	psicogênica	
• Retrógrada	(evocação):	pct	perde	memória	para	fatos	
ocorridos	antes	do	início	da	doença/trauma.	Perda	de	
dados	 já	 registrados,	 geralmente	 associada	 a	
anterógrada	(retranterógrada)	
• Lacunar:	 falta	de	 info	sobre	determinado	período	da	
vida.	Pós-crise	convulsiva,	pós-ECT	–	pode	ser	orgânica	
ou	psicogênica	
CAUSAS	DE	AMNÉSIA:	TCE	 	 (tálamo,	 lobo	 temporal),	
tu.	de	4º	ventrículo	e	formação	hipocampal,	hemorragia	
subaracnoide,	 infecção	 intracraniana,	 anóxia,	 intox.,	
ECT,	doença	degenerativa,	déficit.		vit.B,	BDZ,	Korsakoff	
=	qualquer	uma	delas	pode	afetar	a	memória	orgânica	
ALTERAÇÕES	QUALITATIVAS	OU	DISMNÉSIA	
Deformação	do	processo	de	evocação	de	conteúdos	já	fixos	
• Paramnésia:	 alucinação	 de	 memória.	 Criações	
imaginativas	 com	 aparência	 de	 lembranças	 ou	
reminiscências,	 não	 correspondem	 a	 lembrança	
verdadeira	(esquizo).	Falsa	memória	
• Alomnésia:	 ilusões	 de	 memória	 –	 distorções	 de	
recordação	 –	 acréscimo	 de	 elementos	 falsos	 a	 um	
núcleo	verdadeiro	(interferência	catatímica).	
• Confabulação:	 preenchimento	 de	 um	 vazio	 de	
memória	 (imaginação	 completa	 artificialmente),	 em	
demências	–	ex.	pct	em	jejum	diz	que	comeu	tal	coisa		
• Criptomnésia:	lembranças	aparecem	como	novo	fato	
• Ecmnésia:	recordação	súbita,	recapitulação	intensa	
• Déjà-vu:	“já	ter	visto”.	Jamais-vu:	“jamais	visto”	
• Mentira	patológica:	pseudologia	fantástica	–	impulso.	
Ele	não	sabe	por	que	mente.	
• Lembranças	 obsessivas:	 surgimento	 espontâneo	 do	
passado	que	não	pode	ser	repelido	voluntariamente	
ALTERAÇÃO	DE	RECONHECIMENTO	
AGNOSIA:	 déficit	 de	 reconhecimento	 de	 estímulos	
sensoriais,	objetos	e	fenômenos	
• Aperceptiva:	 lesão	 bilateral	 da	 área	 visual	 primária.	
Impossibilita	 o	 adequado	 reconhecimento	 visual	 de	
objetos	
• Associativa:	reconhece,	mas	não	associa	conceitos	
6	SENSOPERCEPÇÃO	
Função	psíquica	através	da	qual	o	indivíduo	pode	refletir	
a	 realidade	 objetiva	 (experiência	 comum,	 percebida	 e	
acessível	aos	demais)	e	através	da	qual	a	consciência	é	
colocada	em	contato	com	o	mundo	externo	
• PSICOSE:	 patológico	 –	 experiência	 fora	 da	 realidade,	
construção	única,	subjetiva	
• NEUROSE:	 entendimento,	 importância	 de	
acontecimentos	 que	 geram	 um	 pct	 que	 reage	 a	
diferentes	padrões	de	vida.		
Sensação:	 neuronal.	 Estímulo	 sobre	 campo	 sensorial,	
fenômeno	 físico,	 periférico,	 passivo	 e	objetivo	 (externa).	
Sensação	 visceral	 e	 cenestésicas	 (nascidas	 no	 próprio	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
corpo,	subjetivas,	 internas).	Percepção:	neuropsíquica	–	
fenômeno	 psíquico	 central,	 complexo,	 ativo	 e	 subjetivo;	
tomada	de	consciência	do	estímulo	sensorial	–	deve	ser	um	
fiel	testemunho	da	realidade.	Em	pessoas	normais,	os	dois	
ocorrem	juntos.	
• O	percebido	não	é	a	realidade,	mas	a	perspectiva	dela.	
Há	 muitas	 realidades	 objetiváveis,	 não	 percebidas	
sensorialmente	
• Sofre	 influência	 dos	 estados	 do	 eu:	 catatimia	
(deformação	afetiva	da	realidade,	influência	do	afeto)	
ü Cinestesia:	 experiência	 sensorial	 de	 movimento	 –	
terminações	nervosas	de	mm.,	ossos,	articulações	
ü Cenestesia:	sensação	visceral	localizada	(interno)	
ü Sinestesia:	sensação	sensorial	múltipla	
SENSOPERCEPÇÃO	X	REPRESENTAÇÃO	
Objetos	 apresentam-se	 na	 consciência	 sob	 forma	 de	
sensopercepção	ou	representação.	O	conteúdo	pode	ser	o	
mesmo,	mas	a	qualidade	formal	possui	≠	importantes.		
PERCEPÇÃO	 REPRESENTAÇÃO	
Desenho	 determinado,	
com	detalhes	completos	
Desenho	 incompleto,	 com	
poucos	detalhes	
Constante,	estável	 Mutável	esvoaçante	
Fidelidade	 sensorial,	
independe	da	vontade	
Depende	 da	 vontade	 e	
desejo	
Corporeidade,	objetivo	 Imaginado,	subjetivo	
Externo	 Interno	
ALTERAÇÕES	QUANTITATIVAS	
Intensidade	das	sensações	(>	ou	<	clareza	da	imagem)	
• Hiperpercepção:	aumento	exagerado	da	intensidade,	
vivacidade	da	imagem	perceptiva.	Intox.	(ex.	bala)	
• Hipopercepção:	 diminuição	 sensível	 e	 global	 da	
sensopercepção	–	depressão,	catatonia,	histeria	
• Hiperestesia:	 intensidade	dolorosa	em	deprimidos	e	
hipocondríacos,	sons	amplificados,	cores	mais	intensas	
–	ex.	LSD,	epilepsia,	enxaqueca,	mania,	esquizo...	
• Hipoestesia:	 lesão,	 disfunção	 de	 receptores,	 vias	 ou	
centros	cerebrais,	ou	em	depressão,	histeria	
• Anestesia:	perda	da	sensação	tátil.	Histeria,	depressão	
ALTERAÇÕES	QUALITATIVAS	
1	 ILUSÕES:	 identificação	 enganosa	 de	 um	 objeto	 real	
(percepção	deformada	–	objeto	presente,	mas	mescla	do	
real	 e	 irreal).	Etiologia:	 limitação	de	órgão	dos	 sentidos,	
alteração	 de	 consciência,	 falta	 de	 atenção,	 deformação	
catatímica,	 sensações	 simultâneas	 e	 monótonas.	
Pareidolia:	ilusões	provocadas	(nuvens,	rosto	em	coisas)	
2	ALUCINAÇÕES:	percepção	clara	e	definida	(voz,	ruído,	
imagem	com	todas	as	características)	sem	objeto	real.	Tem	
claridade,	intensidade	e	convicção.	Tipos:	
o AUDITIVAS:	ouvir	 ruídos	 (simples),	 sons	e	vozes	que	
insultam	 e	 ameaçam	 (complexo),	 comandam,	
comentam	sobre	seus	atos,	dialogam,	falam	dele	na	3ª	
pessoa,	 musicais;	 eco	 sonoro	 do	 pensamento,	 vozes	
dialogando,	sonorização	do	pensamento,	publicação	do	
pensamento.	 Em	 esquizo,	 intox.,	 abstinência,	 mania,	
depressão,	dissociação	
o VISUAIS:	 ver	 pessoas,	 imagens,	 santos,	 animais	
(zoopsias),	 figuras	 humanas	 reduzidas	 (liliputianas),	
extracampinas,	autoscopia	(sair	do	corpo).	Ex.	delirium	
tremens	 (específico	 do	 alcoolismo	 –	 zoopsia),	 intox.,	
abstinência,	esquizo,	delirium,	corpos	de	Lewy	
o GUSTATIVAS/OLFATIVAS:	podre,	cadáver,	fezes,	vela,	
geralmente	acompanhada	de	forte	impacto	emocional.	
Esquizo,	epilepsia	(auras),	psicoses	tóxicas	
o TÁTEIS:	espetada,	insetos	(+	delírio	de	infestação	–	Sd	
de	Ekbom);	associado	a	delírios	eróticos	em	esquizo,	
histeria,	delirium	tremens	e	psicose	tóxica	(cocaína)	
o CENESTÉSICAS	 (percepção	 dos	 órgãos	 internos),	
CINESTÉSICAS	(referente	ao	movimento	-	D.	Tremens;	
perna	encolhe,	braço	levanta,	corpo	afunda...)	
o SINESTÉSICAS:	 fusão	 da	 experiência	 sensorial	 em	
órgão	sensoriais	distintos	
o ALUCINAÇÃO	 EXTRA-CAMPINA:	 fora	 do	 campo	
sensoperceptivo	usual.	Raro,	associado	a	psicose	
• Alucinações	 hipnagógicas	 (ao	 adormecer)	 e	
hipnopômpicas	(ao	acordar)	
o Eidetismo	
3	 PSEUDOALUCINAÇÕES	 (alucinações	 psíquicas):	
aparece	no	espaço	subjetivo	interno,	também	tem	clareza	
e	vivacidade.	Ex.	presença	de	vozes	dentro	da	cabeça	(na	
alucinação	real	–	as	vozes	vêm	de	fora)	
• Alterações	da	qualidade	familiar	do	percebido:	deja-vu,	
jamais-vu	
4	 ALUCINOSE	 (alucinação	 neurológica):	 verdadeiras	
percepções	 sem	 objeto,	 mas	 que	 são	 adequadamente	
criticadas	pelo	sujeito	(sei	que	não	é	real).	Sem	ou	mínima	
alteração	de	consciência.	Álcool,	tu.,	epilepsia	
5	 DESPERSONALIZAÇÃO:estranheza	em	relação	a	si,	
irrealidade/modificação/metamorfose	 e	 ilusões,	 e	
alucinações	 cenestésicas	 (percepção	 de	 modificação	
dentro	do	corpo).	Abarca	tanto	o	Eu	psíquico	quanto	o	Eu	
corporal	 –	 estranheza	 e	 perda	 de	 familiaridade	 do	
indivíduo	com	seu	corpo.	
6	DESREALIZAÇÃO:	estranheza	em	relação	a	realidade	
externo	–	ambiente	irreal,	desconhecido,	diferente	
7	PENSAMENTO	
Processo	 que	 permite	 ao	 psiquismo	 (vida	 mental)	
assimilar,	 formular	 e	 manejar	 ideias,	 articulando-as	 em	
sequência,	ao	redor	de	um	propósito,	de	modo	a	conduzir	
a	formação	de	novas	ideias	(associação	de	ideias...)	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
O	pensamento	consiste	na	atividade	de	suceder	 ideias	
expressas	através	da	linguagem.	Possui	2	componentes	
Associativo:	conecta	as	ideias	de	modo	passivo.	
Tendência	determinante:	ordena	ativamente	de	acordo	
com	o	interesse	e	necessidades	
Possui	elemento	construtivo	(conceito,	juízo,	raciocínio),	e	
dimensões	do	processo	de	pensar:	
Além	de	associar	(curso),	damos	forma	e	expressamos	
um	conteúdo	
1. Pensamento	mágico/derreístico:	primitivo,	criança,	
psicótico.	Expressão	de	desejo,	 fantasia,	medo.	Fere	o	
princípio	da	lógica,	não	respeita	a	realidade	–	a	adapta	
à	fantasia.	Processo	primário.	
2. Pensamento	lógico:	adulto.	Forma	mais	elaborada	do	
pensamento	 humano,	 expressão	 da	 experiência.	
Respeita	as	noções	de	causa	e	efeito,	tempo	e	espaço.	
Regido	 pelo	 princípio	 de	 realidade.	 Processo	
secundário.	
CURSO	DO	PENSAMENTO	(COMO	FLUI)	
AUMENTADO:	aceleração	do	fluxo	de	ideias		
• Associações	por	som	(rima,	assonância)	ou	temas	
• Mudança	 de	 um	 tema	 para	 outro,	 incapacidade	 para	
concluir	o	raciocínio.	Fuga	de	ideias	
• Mania,	 intoxicação	 (psicose	por	anfetamina,	 cocaína),	
ansiedade	intensa.	
VELOCIDADE	DIMINUÍDA:	lentificação	do	pensamento	
• Depressão,	 esquizofrenia,	 neuroses,	 transtornos	
mentais	(TM)	orgânicos	(delirium)	
• Lentificação	extrema	=	monoideísmo,	mutismo	
• Associações	escassas	–	depressão,	estupor	
Bloqueio	(interceptação),	roubo	do	pensamento	–	esquizo	
FORMA	DO	PENSAMENTO	
• Arborização:	 perda	 da	 direção,	 não	 conclui	 o	
raciocínio.	Mania	
• Prolixidade:	 não	 distingue	 o	 principal/essencial	 do	
acessório.	Perde-se	no	detalhes,	não	perde	o	tema	
• Perseveração:	 repetitivo,	 monótono,	 pobre	 ou	
repetição	de	palavras	sem	intencionalidade.	Orgânico.	
• Inserção	 do	 pensamento:	 “alguém	 colocou	 outro	
pensamento	na	minha	cabeça”	–	esquizo	
• Neologismo:	 condensação	 ou	 desintegração	 de	
conceitos,	cria	novas	palavras.	Esquizo,	mania...	
• Sonorização	 do	 pensamento:	 escutam	 meus	
pensamentos	–	alucinação	psíquica	(psicótico)	
• Ambivalente:	amo	e	odeio	–	significados	≠	sentidos	ao	
mesmo	tempo	
• Prevalente:	 supervalorizado	 afetivamente.	 Não	
necessariamente	patológico.	
• Incoerente	 (confuso):	 quadros	 orgânicos	 –	 Delirium	
(mistura	realidade,	fantasia,	estímulos	externos)	
• Obsessivo	ou	anancástico:	absurdo,	reconheço	que	é	
absurdo	mas	não	consigo	me	livrar	dele,	causa	grande	
ansiedade.	Geralmente	só	me	livro	dele	após	um	ritual	
• Desagregação	do	pensamento:	em	esquizo	–	começa	
a	perder	a	lógica	=	salada	de	palavras	
• Empobrecido	
• Concretismo:	 não	 distingue	 dimensão	 abstrata	 de	
concreta,	 não	 consegue	 entender/usar	 metáforas,	 o	
duplo	sentido.	Ex:	deficiente	mental,	esquizo	grave.	
CONTEÚDO	DO	PENSAMENTO	
Refere-se	à	temática	do	pensamento:		
• Culpa,	pecado,	ruína;	hipocondríacos	–	deprimido?	
• Perseguição,	controle	–	esquizo,	mania	
• Influência,	randeza,	poder,	riqueza	(mania)	
• Religiosos	–	místicos	
• Sexual	
8	LINGUAGEM	
Comunicação	 pelo	 uso	 de	 fonemas,	 palavras,	 língua,	
discurso,	onde	o	pensamento	se	reflete:	língua	(conjunto	
de	regras)	+	fala	(motor)	
ALTERAÇÕES	DA	LINGUAGEM	
• Mutismo	(ausência	de	resposta	verbal)	
• Discurso	 diminuído:	 menor	 velocidade	 de	
pensamento	
• Pobreza	de	discurso:	deprimido,	esquizo,	retardado	
• Logorreia:	“diarreia	verbal”	com	taquifasia	(produção	
aumentada	e	acelerada	da	linguagem)	–	maníaco	
• Pressão	de	discurso	
• Fuga	de	ideias	
• Ecolalia:	 repetição	 das	 últimas	 palavras	 de	 outro	 –	
fenômeno	quase	automático,	involuntário	
• Esteriotipia:	frases	repetidas	sempre	da	mesma	forma	
• Mussitação:	 produção	 repetitiva	 de	 voz	 baixa,	
murmurada,	sem	significado.	
• Esquizofasia/jargonofasia	 (salada	 de	 palavras)	 –	
desagregação	do	pensamento,	sem	sentido	
• Neologismo	
• Coprolalia	(G	de	Tourette):	produção	involuntária	de	
palavras	obscenas,	vulgares.	
• Verbigeração:	repetição	estereotipada	e	s/	sentido	
• Sd	Ganser:	pct	age	como	se	possuísse	alguma	doença	
mental,	quando,	na	realidade,	não	apresenta	
9	JUÍZO	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
Capacidade	de	definir	valores	ou	atributos	que	damos	
aos	objetos.	Expressa-se	através	do	pensamento.	Embora	
referenciais	sejam	pessoais,	passa	por	consenso	cultural	
ALTERAÇÕES	DE	JUÍZO	
DELÍRIO	OU	IDEIA	DELIRANTE	PRIMÁRIA	
Juízo	falso	 (ex.	acredito	piamente	que	pessoas	estão	me	
seguindo),	 com	 convicção	 extrema,	 certeza	 subjetiva;	
que	 é	 irredutível	 pela	 argumentação	 lógica	 e	 possui	
conteúdo	possível	(ex.	delírio	de	ciúmes).		
O	 delírio	 (alteração	 de	 pensamento)	 ou	 a	 alucinação	
(alteração	 nos	 5	 sentidos)	 são	 aspectos	 psicóticos.	 O	
verdadeiro	delírio	é	fenômeno	primário	(esquizo),	ligado	
a	um	processo,	incompreensível,	impenetrável,	precedido	
por	 humor	 pré-delirante	 (suspeitas	 obscuras,	
pressentimentos,	há	algo	no	ar,	diferente).		
TIPOS:	sistematizados	(ex.	ciúmes,	paranoia)	ou	frouxos	
(ora	uma	coisa,	ora	outra)	
• Compartilhado:	 folie-à-deux	 (sem	 referencial	 –	 duas	
pessoas	isoladas,	uma	acredita	na	outra)	
• Incongruente	ou	congruente	com	humor	(secundário)		
• Bizarro;	Persecutório;	Ciúmes/infidelidade	
• Niilístico:	ruína,	acabou,	não	tem	solução	–	deprimido,	
esquizo	
• Paranoide:	acredita	que	tudo	tem	a	ver	com	ele	
• Somático:	“tô	com	câncer”	–	mas	não	está	
• De	 referência:	 acredita	 ser	 alvo	 frequente	 de	
referências	depreciativas/caluniosas	
• Autoacusação:	de	culpa	–	deprimido	
• Erotomania:	uma	pessoa	maior	(como	presidente)	está	
apaixonado	por	mim	
• De	 controle:	 pessoa	 não	 age	 com	 seu	 pensamento,	 é	
acredita	ser	“dirigido”	por	alguém	
	DELIROIDE	OU	IDEIA	DELIRANTE	SECUNDÁRIA	
Normalmente	 vem	 depois	 de	 outra	 alteração	 da	 função	
psíquica	 (principalmente	 quando	 deprime	 ou	 tem	
rebaixamento	de	consciência).	Quando	um	 juízo	 falso	de	
origina	 compreensivelmente	 de	 outras	 vivências	 –	
depressão.	 Pode	 ser	 psicótico	 (manifestação	 delirante,	
comportamento	alterado	ou	alucinação)	ou	neurótico	
OUTRAS	ALTERAÇÕES	DE	JUÍZO:	
• Representação	delirante,		
• Cognição	delirante,		
• Interpretação	 delirante:	 distorção	 radical	 na	
interpretação	 de	 fatos	 e	 vivências	 –	 geralmente	
respeita	certa	lógica	
• Intuição	 delirante:	 capta	 de	 forma	 imediata	 novo	
sentido	 nas	 coisas.	 Não	 interpreta	 ou	 conclui,	 nem	
busca	provas	sobre	a	verdade	do	delírio,	só	intui	
• Percepção	delirante:	se	atribui	a	percepção	normal	real	
um	 significado	 novo,	 sem	 motivo	 compreensível	 –	
esquizo	
10	CRÍTICA	
Capacidade	 de	 comparar	 juízos,	 buscar	 coerência,	
identificar	incoerências.	
• Crítica	exaltada:	auto-acusação	em	deprimidos	
• Insuficiente:	em	oligofrênicos	ou	retardados	
• Ausente:	em	psicóticos	
• Juízo	 crítico:	 habilidade	 de	 julgar	 e	 dar	 valores	 a	
determinadas	situações.	
11	AFETIVIDADE	
Vida	 emocional	 –	 a	 função	 que	 mais	 se	 traduz	 sobre	 o	
corpo.	 Capacidade	 de	 experimentar	 emoções	 e	
sentimentos	 frente	 a	 estímulos	 e	 situações.	 Subjetiva,	
polar,	 não	 tem	 objeto,	 tem	 transcendência	 e	
comunicabilidade.	Características	
1. Estabilidade	 afetiva:	 necessário	 um	 estímulo	 para	
mudar	 sua	 inércia.	 Na	 instabilidade	 afetiva,	 pouco	
estímulo	traz	uma	reação	maior	
2. Modulação	 afetiva:	 capacidade	 de	 gerar	 mudanças	
graduaise	 lentas.	 Labilidade	 afetiva	 (saltos),	 apatia,	
indiferença	 afetiva,	 embotamento	 afetivo	 (mais	
acentuado)	
3. Tônus	afetivo:	intensidade	da	resposta	afetiva	maior	
ou	menor	
4. Ressonância	 afetiva:	 capacidade	 de	 responder	
adequadamente	a	um	estímulo	afetivo	(paratimia	não)	
5. Coerência	 afetiva:	 ser	 capaz	 de	 responder	 com	 o	
mesmo	estímulo.	Ex:	tristeza	com	tristeza	
5	TIPOS	DE	VIVÊNCIAS	AFETIVAS	
• AFETO:	 vivência	 subjetiva,	 imediata,	 sob	 forma	 de	
emoções	 e	 sentimentos,	 desencadeada	 por	 algo	
identificável.	Ex:	medo	–	conexão	direta	com	o	corpo	
• HUMOR	 (estado	 de	 ânimo):	 experiência	 subjetiva,	
constante,	 instalação	 lenta	 e	 progressiva.	 Não	
dependente	 dos	 estímulos.	 É	 o	 elo	 que	 consolida	
reciprocidade	das	relações	sensíveis	entre	a	psique	e	o	
soma.	
• EMOÇÃO:	reação	afetiva	intenso,	breve	e	circunscrito	
• SENTIMENTO:	estado	afetivo	durável,	mais	atenuado,	
revestido	de	tonalidade	intelectual	e	moral	e	de	modo	
geral	não	acompanha	manifestação	somática	
• PAIXÃO:	 estado	 afetivo	 extremamente	 intenso	 que	
domina	 a	 atividade	 psíquica,	 captando	 e	 dirigindo	 a	
atenção	e	interesse	do	indivíduo	em	uma	só	direção	
TEMPERAMENTO:	 disposição	 inata,	 relacionada	 a	
constituição	 orgânica,	 invariável.	 A	 maneira	 de	 reagir	 e	
vivenciar	de	cada	um	frente	ao	mundo	externo.	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
ESTRUTURAS	ENVOLVIDAS	COM	A	AFETIVIDADE:		
• Exteroceptores	(5	sentidos)	
• Interoceptores	(víscera	e	artérias)	
• Proprioceptores	(mm.	e	tendões)	
• Sistema	límbico	(SNC:	estrutura	anatômica	e	funcional)	
Na	consecução	dos	comportamentos	afetivos,	entram	em	
jogo:	m.	estriado/voluntário,	m.	liso,	glândulas	de	secreção	
interna	e	externa,	e	sistema	nervoso	autônomo.	
Afetividade	varia	conforme:	cultura,	oscilação	circadiana,	
fatores	 climáticos,	 uso	 de	 substâncias,	 enfermidades	
somáticas,	estados	fisiológicos,	sede,	 fome,	cansaço,	ciclo	
menstrual	
O	estudo	da	vida	afetiva	evidencia	a	grande	imprecisão	dos	
limites	entre	fenômenos	físicos	e	psíquicos,	e	o	importante	
papel	das	correlações	psicossomáticas	
ASPECTOS	PSICODINÂMICOS	DA	ANSIEDADE	
Sinal	de	perigo:	ego	aciona	mecanismos	de	defesa	e	 joga	
pro	inconsciente,	através	do	recalque	(repressão).	
A	função	da	ansiedade	é	avisar	o	ego	do	perigo	
1. Ansiedade	 normal:	 ocorre	 em	 qualquer	 um.	
Sentimento	difuso,	desagradável	e	vago	de	apreensão,	
originada	no	conflito.	Permite	 tomada	de	medidas	de	
enfrentamento	
2. Medo:	 sinal	 de	 alerta,	 resposta	 a	 uma	 ameaça	
conhecida,	externa,	definida,	não	conflituosa	
3. Pânico:	temor	extremo,	ansiedade	acentuada	
Ego	funcionando	adequadamente	à	equilíbrio	adaptativo	
com		o	mundo	interno	e	externo.	Conflitos	interpessoais	ou	
intrapsíquicos	 intensos	 ou	 persistentes	 =	 ansiedade	
crônica.	
• Sintomas	fisiológicos	(palpitação,	sudorese)	
• Sintomas	psicológicos	(sentir-se	nervoso)	
• Efeitos	 sobre:	 pensamento,	 percepção,	 aprendizado,	
concentração,	memória	
PERTURBAÇÕES	DE	AFETIVIDADE	
DISTIMIA:	 transtorno	 de	 humor.	 Como	 alteração	
patológica	 =	 humor	 não	 está	 em	 seu	 basal,	 ou	 é	
hipomodulado	 (hipotimia:	 tristeza	 profunda	 +	 inibição	
psicomotora)	 ou	 hipermodulado	 (hipertimia:	 aumenta	
intensidade	 e	duração	dos	 afetos;	 euforia,	 elação,	 ânimo	
elevado,	exaltado,	irritado)	
• Disforia:	 desconforto,	mal	 estar,	 irratabilidade,	mau-
humor.	Hipertímica	(maníaco)	e	hipotímica	
ALTERAÇÕES	AFETIVAS	(EMOÇÃO,	SENTIMENTO)	
• Anedonia:	 incapacidade	 de	 sentir	 prazer.	 Um	 dos	 2	
sintomas	para	dx	da	depressão		
• Apatia:	diminui	a	excitabilidade	emotiva	e	afetiva	
• Embotamento	afetivo:	perde	o	afeto,	não	sente	nada	
• Labilidade	afetiva:	mudança	rápida	e	sem	motivo	de	
humor,	acompanhada	de	intensidade	afetiva	
• Incontinência	 emocional:	 dificuldade	 em	 conter	
emoções	(exagero)	
• Ambitimia	 (ambivalência	 afetiva):	 presença	
simultânea	de	sentimentos	opostos.	Amor	e	ódio...	
• Paratimia:	inadequação	do	afeto,	paradoxal	–	reage	de	
forma	incoerente	com	a	situacao	
• Neotimia:	sentimento	novo	–	esquizo	
• Sentimento	 de	 falta	 de	 sentimento	 (Jaspers):	
sentimento	torturante	de	que	não	se	sente	–	depressão	
• Puerilismo:	infantil	na	forma	de	expressar	emoções	
• Indiferença	 afetiva:	 belle	 indefference.	 –	 não	 se	
mobiliza	 afetivamente.	 Ex:	 restrição	 importante	 na	
saúde	 ou	 vida	 do	 pct,	 como	 amputar	 o	membro,	 e	 a	
reação	deste	é	praticamente	indiferente	
• Luto	não	patológico	OU	patológico	
• Depressão:	afetividade	patologicamente	perturbada	–	
mudança	qualitativa	
• Melancolia:	tipo	de	depressão	mais	grave,	associada	a	
ideias	 delirantes,	 piora	 no	 período	 da	 manhã,	
alterações	no	ciclo	circadiana	
12	INTELIGÊNCIA	
Capacidade	de	ajuizar,	pensar,	dar	sentido	ao	essencial.	É	
a	 totalidade	 das	 habilidades	 cognitivas	 do	 indivíduo.	
Capacidade	de	integrar	o	maior	campo	de	informações	de	
aquisição	e	utilização	de	conceitos	e	juízos,	de	adaptar-se	
a	 situações	 existenciais	 novas,	 de	 compreender	 o	 que	
sucede.	Adaptar-se	a	novas	situações	mediante	emprego	
dos	 meios	 ideativos.	 Utilização	 de	 meios	 para	 alcançar	
determinado	fim	
• Não	 é	 característica	 unitária.	 Avaliada	 com	 base	 em	
grande	nº	de	habilidades	+	ou	–	específicas	à	prática,	
teórica,	para	habilidades	específicas	
• Depende	 de	 atenção,	 consciência,	 memória	 e	
linguagem,	 capacidade	de	 aprendizado,	meio	 social	 e	
cultural,	interesse,	fatores	biológicos	e	congênitos	
• Pode	 ser	 submetida	 a	 testes	 e	 medições	 –	 WAIS	
(Wechler	Adult	Intelligence	Scale)	
• Capacidade	 de	 abstração,	 compreender	 símbolos,	
metáforas,	parábolas.	
ALTERAÇÕES	COGNITIVAS	
• Superdotados	
• Deficientes	mentais	ou	oligofrênicos:	não	patológicos,	
se	adaptados	
• Retardo:	 desenvolvimento	 incompleto	 ou	
interrompido,	 com	comprometimento	do	nível	global	
de	inteligência.	Diminuição	das	aptidões	cognitivas,	de	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
linguagem,	motora	 e	 social.	 Diminui	 a	 capacidade	 de	
adaptar-se	a	demandas	diárias	do	ambiente	social	
CRITÉRIOS	DIAGNÓSTICOS	
a) Funcionamento	intelectual	significativamente	inferior	
à	média.	QI	≤70	
b) Déficit	por	prejuízos	concomitantes	no	funcionamento	
adaptativo	 atual	 (efetividade	 em	 atender	 padrões	
esperados	 para	 sua	 idade	 e	 grupo	 cultural)	 em	 pelo	
menos	2	das	seguintes	áreas:	
a. Comunicação,	habilidades	acadêmicas	
b. Cuidados	pessoais,	independência	
c. Vida	doméstica	
d. Habilidades	sociais,	interpessoais	
e. Uso	de	recursos	comunitários	
f. Trabalho,	lazer,	saúde	e	segurança	
c) Início	anterior	aos	18	anos	
12	PROSPECÇÃO	
Dá	uma	ideia	de	como	o	indivíduo	se	projeto	para	o	futuro	
13	PRAGMATISMO	
Mede	o	grau	de	eficácia/eficiência	atingido	pelas	funções	
psíquicas	em	conjunto	
14	CONAÇÃO	(VONTADE,	VOLIÇÃO)	
Consciência	do	arbítrio	em	oposição	à	excitação	instintiva	
(Jaspers).	É	a	disposição	(energia)	interior	com	o	princípio	
de	alcançar	um	objetivo	consciente	e	determinado.	
Atividade	 psíquica	 de	 direcionamento	 para	 a	 ação;	
intensão,	deliberação,	decisão,	execução	=	ato	de	vontade.	
Escolha/decisão	define	a	vontade.	Na	ausência,	instintivo	
ª Instinto:	 conjunto	 de	 comportamentos	 herdados	 de	
uma	espécie.	Função	adaptativa	
ª Pulsão:	 +	 primitivo	 (psicanálise)	 elementos	 inatos	
biológicos	e	psicológico	(pulsão	de	vida/morte)	
ª Desejo:	anseio,	apetite	consciente	ou	inconsciente,	visa	
algo	(satisfação..).	São	móveis	
ª Necessidade:	fixa,	inata	
ª Inclinações:	tendência	a	desejar,	buscar.	É	duradouro,	
estável:	afetivo	e	volitivo	
ALTERAÇÕES	QUANTITATIVAS	
• Hiperbulia:	exagero	da	ação	volitiva	
• Hipobulia:	diminuição	da	capacidade	volitiva	
• Abulia:	perda	total.	Ex:	estupor	depressivo	
ALTERAÇÕES	QUALITATIVAS	
DISBULIAS	ou	PARABULIAS	
• Compulsões	(realizar	atos	contra	sua	vontade)	
• Negativismo:	 tendência	 a	 reagir	 contra	 toda	
solicitação	 do	 mundo	 externo.	 Pode	 ser	 passivo	
(mutismo	 diante	 solicitação)ou	 ativo	 (reage	 ao	
contrário	da	ordem)	
• Sugestionabilidade:	 tendência	 a	 adotar	 qualquer	
solicitação	externa.	Ex:	histéricos	
15	IMPULSIVIDADE	
Energia	 vital,	 atividade	 primária	 e	 espontânea	 do	
psiquismo.	 É	 submetida	 a	 filtros	 conscientes	 e	
inconsciente,	geralmente	inibitórios	=	MORAL.	
• Impulsos	primários,	instinto	natural	e	atos	de	vontade	
Ações	 impulsivas	 não	 são	 e	 não	 podem	 ser	 controladas.	
São	atos	isolados,	súbitos,	involuntários	e	desprovidos	de	
finalidade	
• Hiperestênicos:	 pct	 impulsivo.	 Ex:	 maníaco	 compra	
algo	sem	ter	dinheiro;	pct	com	retardo	mental...	
• Hipoestênico	
• Astênico:	pouca	impulsividade	
ATO	 IMPULSIVO:	 ausência	 de	 intensão,	 deliberação	 e	
decisão.	Intolerância	a	frustração	egosistônica	(de	dentro),	
associados	a	impulsos	patológicos.		
ATO	 COMPULSIVO:	 reconhecimento	 como	 inadequado,	
tentativa	de	evitar,	envolve	ação	motora,	alívio	ao	realizar,	
associado	 a	 ideias	 obsessivas,	 desconforto	 subjetivo,	
egodistônico	 (não	 tem	 a	 ver	 com	 a	 pessoa,	 não	 me	
pertence	mas	não	tenho	controle,	vem	de	fora)	
ALTERAÇÕES	QUALITATIVAS	DE	VONTADE	
DISBULIAS	OU	PARABOLIAS	
• Impulsos	 patológicos:	 ações	 psicomotoras	
(semi)automáticas,	 do	 tipo	 explosivo,	 fulminante,	
instantâneo,	 caracterizadas	 por	 subitaneidade	 e	
incoercibilidade.	
• Impulsos	agressivos-destrutivos:	
o Contra	 objetos:	 frangofilia	 (impulso	 para	
estraçalhar	roupas,	móveis...)	
o Contra	 pessoas	 (inclusive	 a	 própria):	 impulsos	
suicidas	e	homicidas.	
• Cleptomania:	 impulsos	 para	 roubar	 coisas	 que	 não	
necessita,	 que	 não	 precisa.	 Há	 uma	 necessidade	 de	
apoderar-se	daquilo.	
• Perversões:	 transtornos	 instintivos	 relacionados	 ao	
comportamento	nutricional	e	sexual	
• Toxicofilias:	 alteração	 patológica	 do	 uso	 de	
substâncias	(cigarro,	maconha,	álcool...)	
• Parafilias:	transtornos	da	sexualidade	
• Dipsomania:	substâncias	líquidas	
TRANSTORNOS	ALIMENTARES:		
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
• Bulimia	 (impulso	 para	 comer),	 anorexia	 nervosa	
(distorção	da	imagem	corporal)	
• Geofagia	 (comer	 terra),	 onicofagia	 (unha),	 coprofagia	
(fezes),	 objetos	 perigosos,	 tricotilomania	 (cabelo),	
dipsomania	(álcool)	
TRANSTORNOS	DE	SEXUALIDADE	(PARAFILIAS):		
• Fetichismo:	paixão	por	parte	do	corpo	
• Exibicionismo:	necessidade	de	se	expor	e	espantar.	
• Pedofilia	e	gerontofilia	(idoso)	
• Zoofilia,	necrofilia	
• Voyeurismo	(observar	alguém	se	despindo	ou	no	ato	
sexual,	que	não	sabe	que	está	sendo	observada)	
• Frotterurismo:	 excitação	 sexual	 em	 se	 esfregar	 em	
pessoa	que	não	consentiu	com	esse	ato	
• Sadomasoquismo	(provocar	ou	sentir	dor	relacionada	
a	prazer),	trasvestismo	(vestir	roupas	do	outro)	
TRANSTORNOS	 SEXUAIS	 DE	 IDENTIDADE	 DE	
GÊNERO	(DSM-IV):		
• Disfunção	sexual:	perturbação	do	desejo,	da	excitação,	
do	orgasmo,	da	resolução	
• Parafilias	
• Transtornos	da	identidade	de	gênero	
16	PSICOMOTRICIDADE	
Capacidade	 de	 projetar	 modelo	 psíquico	 para	 ação,	
responsável	 pelos	 movimentos	 a	 serem	 realizados	 na	
tarefa	 –	 implica	 numa	 estrutura	 de	 movimentos.	 Todo	
evento	psíquico	termina	em	fenômeno	motor	
• Neurologia:	 mecanismo	 motor.	 Psiquiatria:	 vida	
psíquica	traduzida	no	motor	
• Fazem	 parte:	 atitudes,	 modos	 de	 se	 comportar,	
postura,	produção	verbal	
ALTERAÇÕES	
• Acinéticos	
• Hipocinéticos:	 lentificação,	 inibição	 psicomotora,	
flexibilidade	cérea	(posturas	como	estátua	por	horas),	
estupor,	acinesia	–	deprimido,	esquizo,	maníaco	(vida	
mental	tão	acelerada	que	não	consegue	exteriorizar)	
• Hipercinéticos	 (TDAH,	 maníacos):	 irritabilidade,	
inquietude,	excitação,	agitação	
• Repetitivos	(esquizo):	
o Esteriotipia:	 repetição	de	movimentos	 complexos,	
constante,	desprovido	de	finalidade	
o Tique:	 movimento	 de	 grupos	 musculares	 de	
maneira	súbita	e	involuntária.	Ex:	Tourrete	
o Maneirismo:	ação	motora	habitual	do	pct,	não	usual	
(postura,	escrita,	vestuário,	expressões)	
• Associados	a	sugestão:	ecopraxia	(repetição	imitativa	
de	gestos	e	posturas);	ecolalia,	negativismo,	obediência	
automática	
	
Classificação em psiquiatria 
A	classificação	mais	adequada	é	a	etiológica.	Uma	doença	
é	 1º	 reconhecida	 sindromicamente.	 Os	 propósitos	 de	
classificação	 para	 dx	 psiquiátricos	 –	 distinguir	 um	 dx	
psiquiátrico	de	outro,	ajudar	o	clínico	a	prescrever	TTO	+	
efetivo;	 criar	 linguagem	 comum	 entre	 profissionais;	
facilitar	a	pesquisa	na	área	
2	principais	classificações:	DSM	(manual	dx	e	estatístico	de	
transtornos	mentais	–	associação	americana	de	pesquisa)	
e	CID	(classificação	internacional	de	doenças	–	OMS)	
• DSM-V	foi	projetado	para	corresponder	a	CID-11.	
• CID	 é	 +	 flexível,	 descrições	 +	 abertas	 das	 patologias,	
usado	em	todo	mundo	
• DSM	 tem	 alta	 credibilidade,	 é	 a	 base	 para	 a	 CID.	 Ele	
seleciona,	 para	 cada	 área	 de	 interesse,	 especialistas	
que	 coordenam	 um	 grupo	 de	 pesquisa,	 realizam	
discussões	 e	 constroem	 em	 conjunto	 uma	 descrição	
detalhada	de	cada	patologia.	
Características	básicas:	
• Abordagem	descritiva:	ateórico	
• Critérios	dx:	lista	de	aspectos	
• Descrição	sistemática:	características	associadas	
• Incertezas	dx:	regras	para	informações	insuficientes	
DSM-IV-TR	(AVALIAÇÃO	MULTIAXIAL)	
EIXO	 I:	 distúrbios	 clínicos	 –	 transtornos	 de	 humor,	
ansiedade	
EIXO	 II:	transtornos	de	personalidade	e	retardo	mental.	
Uso	habitual	de	determinado	mecanismo	de	defesa	pode	
ser	indicado	aqui.	Condições	perenes,	que	não	mudam	no	
cotidiano	 do	 indivíduo.	 Padrões	 de	 comportamento	 e	
vivências	
EIXO	 III:	 condição	 médica	 geral	 além	 do	 transtorno	
mental	–	asma,	infecção	
EIXO	 IV:	 problema	 psicossociais	 e	 ambientais	 que	
contribuem	significativamente	para	o	desenvolvimento	ou	
exacerbação	do	transtorno	atual.	
ESCALA	V:	escala	de	avaliação	global	do	funcionamento	
(0-100)	
o 1-10:	 perigo	 persistente	 de	 ferir	 gravemente	 a	 si	
mesmo	ou	a	terceiros	OU	incapacidade	constante	de	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
manter	 a	 mínima	 higiene	 pessoal	 OU	 grave	 ato	
suicida	com	intenção	clara	
o 100:	funcionamento	superior	em	uma	ampla	faixa	de	
atividades;	 problemas	 nunca	 fora	 de	 controle;	
procurado	 por	 outros	 em	 vista	 de	 suas	 muitas	
qualidades	+	
Relação médico-paciente 
1	ENTREVISTA	PSIQUIÁTRICA	X	ENTREVISTA	
MÉDICAS-CIRÚRGICAS	
Objetivos	técnicos	da	entrevista	psiquiátrica:	reconhecer	
determinantes	 psicológicos	 do	 comportamento	 e	
classificar	os	sintomas	
Mecanismos	enfrentados:	ansiedade,	negação,	depressão,	
barganha,	 culpa,	 regressão,	 isolamento,	 dependência,	
raiva,	aceitação	
Estilos	de	entrevista:	orientado	ao	insight	(psicodinâmico)	
OU	orientado	para	sintomas	(descritivo	–	DSM-V)	
2	TRANSFERÊNCIA	E	
CONTRATRANSFERÊNCIA	
Transferência:	pct	atribui	inconscientemente	ao	médico	
certos	aspectos	de	relacionamentos	que	já	vivenciou	(ex.	
pais)	
Contratransferência	 é	 o	 inverso	 (verificação	 do	 que	 o	
médico	sente).	
3	INÍCIO	E	TÉCNICAS	DE	ENTREVISTA	
I. Empatia:	
Deixar	 o	 pct	 a	 vontade,	 identificar	 a	 dor	 e	 expressar	 a	
solidariedade;	 avaliar	 o	 insight	 dos	 pcts	 e	 tornar-se	 seu	
aliado;	demonstrar	conhecimento;	estabelecer	autoridade	
como	 médico	 e	 terapeuta;	 equilibrar	 papéis	 de	 ouvinte	
empático,	especialista	e	autoridade	
II. Dicas	iniciais:	
Ansiedade	 no	 1º	 encontro;	 clareza	 nas	 identificações	
(quem	 é	 o	 entrevistador	 e	 quem	 é	 o	 pct?).	
Encaminhamentos	 corretos.	 Privacidade,	 silêncio	 e	
ausência	de	interrupções	(RESPEITO)	
III. Conteúdo	e	processo:	
Conteúdo:	o	que	é	dito	pelo	médico	e	pct	(temas,	assuntos)	
Processo:	ocorrer	de	forma	não-verbal	entre	ambos	(o	que	
acontece	 “abaixo	 da	 superfície”).	 Envolve	 sentimento	 e	
reações	não	 reconhecidas	ou	 conscientes.	Ex:	doença	do	
filho	do	vizinho	morreu	em	6	meses,	será	que	eu	também?	
IV. Técnicas	específicas:		
Perguntas	 abertas	 no	 início	 e	 fechadas;	 reflexão;	
facilitação;silêncio;	 confrontação;	 clarificação;	
interpretação;	interpretação;	resumo;	explicação;	resumo;	
explicação;	 transição;	 auto	 revelação;	 reforço	 positivo;	
tranquilização;	conselhos.	
V. Término:		
Espera-se	 que	 pct	 saia	 da	 entrevista	 sentindo-se	
compreendido	 e	 respeitado	 e	 acreditando	 que	 todas	 as	
informações	 pertinentes	 e	 importantes	 foram	
transmitidas	para	um	ouvinte	informado	e	empático	
• Chance	para	perguntas	
• Esclarecer	próximos	passos	
• Receitas:	 explicadas	 de	 forma	 clara	 e	 simples,	
certificando-se	da	compreensão	do	pct	
• Próxima	consulta?	
QUESTÕES	ESPECÍFICAS:	sigilo,	supervisão,	consultas	
perdidas,	duração	das	sessões,	disponibilidade	do	médico,	
seguimento	
PACIENTES	PROBLEMÁTICOS	E	SITUAÇÕES	
ESPECIAIS	
• Histriônicos	
• Dependentes	
• Exigentes	
• Queixosos	que	recusam	ajuda	
• Manipuladores	
• Culturas	e	origens	diversas	
Psicofármacos 
1. O	QUE	É	MIGRAÇÃO	NEURONAL?	
O	nº	de	neurônios	atinge	o	seu	máximo	±	na	12ª	semana	
de	 gestação.	 Nesse	 período	 tem	 início	 o	 processo	 de	
migração	neuronal,	no	qual	céls	neuronais,	orientados	por	
céls	 da	 glia	 e	 mediado	 por	 diversas	 molécs	 de	 adesão,	
migram	pra	formam	diferentes	camadas	corticais.		
As	céls	neuronais	que	nascem	na	zona	ventricular	migram	
radialmente,	 usando	 céls	 da	 glia	 como	 ancoragem	 e	
originando	céls	piramidais.	
As	 céls	 geradas	 na	 porção	 mais	 ventral,	 migram	
tangencialmente	 e	 originam	 interneurônios	 corticais.	 A	
sinaptogênses	inicia	por	volta	da	22ª	semana	gestacional.	
• Narcisistas	
• Desconfiados	
• Isolados	
• Obsessivos	
	
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Uma	 vez	 no	 córtex	 cerebral,	 cada	 neurônio	 precisa	
encontrar	 a	 posição	 adequada	 e	 estabelecer	 conexões	
sinápticas	 funcionais,	 caso	 contrário,	 será	 eliminado	
através	da	apoptose.	Falhas	em	um	desses	elementos	pode	
causar	 alterações	 no	 desenvolvimento,	 resultando	 em	
lesões	mais	ou	menos	focais,	dependendo	da	extensão	e	do	
tipo	de	defeito.	O	processo	de	mielinização	inicia	no	fim	da	
gestação	e	prossegue	até	a	vida	adulta	
	
2. DO	QUE	SE	TRATA	A	HIPÓTESE	DE	ALTERAÇÕES	DE	
NEURODESENVOLVIMENTO?	 EM	 QUAIS	
TRANSTORNOS	 SE	 ESTUDA	 ESSA	 HIPÓTESE	 COMO	
PROVÁVEL	EXPLICAÇÃO	ETIOLÓGICA?	
Falhas	em	qualquer	um	dos	elementos	que	podem	causar	
alterações	do	desenvolvimento.	
A	 hipótese	 de	 alterações	 do	 neurodesenvolvimento	 é	
estudada	 no	 autismo,	 TDAH,	 no	 transtorno	 bipolar	 e	
esquizofrenia.	 O	 indivíduo	 apresentaria	 um	
neurodesenvolvimento	 normal	 de	 início,	 mas	 seria	
submetido	 a	 um	 dano	 no	 período	 mais	 crítico	 do	
desenvolvimento	 (ex.	 trauma	 perinatal,	 infecção	 viral	
congênita,	restrição	proteica,	dieta	pobre),	o	que	alteraria	
a	 citoarquitetura	 cerebral	 e	 promoveria	 maior	
vulnerabilidade	à	doença.		
Outro	 mecanismo	 seria	 o	 indivíduo	 já	 apresentar	 um	
desenvolvimento	alterado	desde	o	início,	não	aparente	nos	
1ºs	 anos	 e	 evidenciado	 durante	 a	maturação	 por	 algum	
fator	estressor.	
	
3. CITE	OS	PRINCIPAIS	NEUROTRANSMISSORES	E	VIAS	
ENVOLVIDOS	NA	SINTOMATOLOGIA	PSIQUIÁTRICA	
• DOPAMINA:	 as	 principais	 vias	 dopaminérgicas	 têm	
origem	na	área	tegmentar	ventral	e	substância	negra,	e	
se	projetam	para	o	 córtex	pré-frontal	 e	 frontal-basal,	
núcleo	acumbens,	núcleo	estriado,	tálamo,	hipotálamo,	
amígdala	e	hipocampo.	Essas	vias	estão	relacionadas	à	
regulação	 dos	 movimentos,	 sistema	 de	 recompensa,	
cognição,	sintomas	psicóticos	e	outros.	
• NORADRENALINA:	vias	noradrenérgicas	se	originam	
principalmente	 na	 área	 tegmental	 lateral,	 no	 tronco	
encefálico,	 e	 se	 projetam	 para	 os	mesmos	 locais	 das	
vias	 dopaminérgicas,	 além	 do	 cerebelo	 e	 medula	
espinhal.	 Relacionadas	 com	 a	 regulação	 d	 humor,	
vigília,	cognição	e	outros.	
• SEROTONINA:	 vias	 serotoninérgicas	 tem	origem	nos	
núcleos	 da	 rafe,	 no	 tronco	 encefálico,	 e	 se	 projetam	
para	 os	 mesmos	 locais	 das	 vias	 noradrenérgicas.	
Relacionadas	 com	 a	 regulação	 do	 humor,	 ansiedade,	
sono	e	dor.	
• ACETILCOLINA:	 via	 colinérgica	 –	 os	 circuitos	 têm	
origem	 no	 tronco	 encefálico,	 núcleo	 estriado,	 núcleo	
basal	 de	 Meynert,	 núcleo	 septal	 medial	 e	 banda	
diagnonal	de	Broca	(presente	no	córtex	frontal	basal).	
Projeta-se	 para	 o	 córtex	 pré-frontal	 e	 frontal	 basal,	
hipotálamo,	amígdala	e	hipocampo.	Estão	relacionados	
a	cognição,	principalmente	a	memória	
• HISTAMINA:	projeções	histaminérgicas	tem	origem	no	
hipotálamo	e	se	projetam	para	núcleos	da	base,	para	a	
região	 frontal,	 para	 amígdala,	 hipocampo,	 tálamo	 e	
medula	espinal.	Estão	relacionados	com	o	despertar,	o	
estado	de	vigília	e	sono	
• GABA	–	 off:	 principal	neurotransmissor	 inibitório	do	
SNC,	presente	na	maioria	dos	circuitos	
• Glutamato	 –	 on:	 principal	 neurotransmissor	
excitatório	presente	no	SNC	
	
4. DE	ACORDO	COM	O	TEXTO,	EXISTEM	ALTERAÇÕES	DE	
ESTRUTURA	 CEREBRAL	 PERCEPTÍVEIS	 EM	 EXAMES	
DE	NEUROIMAGEM	SOFISTICADOS?	
A	 hipótese	 de	 que	 os	 sintomas	psiquiátricos	 ocorreriam	
como	 consequência	 das	 lesões	 de	 estruturas	 cerebrais	
relacionadas	 ao	 processamento	 emocional	 e	 cognitivo	
encontra	 subsídios	 em	 estudos	 com	 humanos,	 que	 têm	
demonstrado	 redução	 no	 volume	 cerebral	 em	
diferentes	 transtornos	 psiquiátricos.	 A	 busca	 de	 um	
substrato	 anatômico	 para	 os	 transtornos	
neuropsiquiátricos	 avançou	 bastante	 nas	 últimas	 2	
décadas,	 graças	 ao	 uso	 de	 técnicas	 mais	 precisas	 e	
refinadas	 de	 neuroimagem.	 As	 técnicas	 de	 ressonância	
magnética	estrutural	(RMe)	e	funcional	(RMf),	tomografia	
por	 emissão	 de	 fóton	 único	 (SPECT)	 ou	 emissão	 de	
pósitrons	(PET)	e	imagem	dos	tensores	de	difusão	(DTI)	
são	 ferramentas	 importantes	 para	 a	 compreensão	 da	
arquitetura	 e	 do	 funcionamento	 cerebral	 normal	 e	
patológico.		
As	 técnicas	de	neuroimagem	estrutural	 (RNM	e	DTI),	de	
uma	maneira	 segura	 e	 não	 invasiva,	 permitem	 avaliar	 a	
integridade	 anatômica	 do	 cérebro	 como	 um	 todo	 e	 de	
estruturas	 específicas;	 o	 delineamento	 de	
histoarquitetura;	 a	 medida	 volumétrica	 de	
compartimentos	(substância	cinzenta,	substância	branca	e	
liquor);	e	a	avaliação	microestrutural	da	substância	branca	
e	 da	 integridade	 de	 tratos.	 Assim,	 a	 investigação	 de	
alterações	 neuroestruturais	 em	 doenças	
neuropsiquiátricas	 é	 uma	 das	 importantes	 linhas	 de	
pesquisa	 que	 têm	 por	 objetivo	 delimitar	 modelos	
fisiopatológicos	para	essas	doenças.		
Em	contrapartida,	as	técnicas	de	neuroimagem	molecular	
(SPECT	 e	 PET)	 são	 um	 novo	 e	 prolífico	 paradigma	 de	
pesquisa	 em	 neurociências,	 permitindo	 medir	 in	 vivo	
proteínas	 cerebrais,	 como	 neurorreceptores,	
transportadores	 e	 enzimas.	 Pela	 junção	 entre	 a	
neurociência	 molecular	 e	 os	 estudos	 clínicos,	 a	
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neuroimagem	molecular	permite	um	maior	entendimento	
da	 fisiopatologia	 das	 doenças	 neuropsiquiátricas	 e	
colabora	com	o	desenvolvimento	de	métodos	diagnósticos	
mais	precisos	e	TTOs	farmacológicos	mais	eficazes.	
Estudos	 utilizando	 técnicas	 de	 RMe	 têm	 evidenciado	
redução	volumétrica	do	hipocampo,	da	amígdala	e	do	
giro	para-hipocampal,	particularmente	à	esquerda,	em	
pacientes	 com	 esquizofrenia	 quando	 comparados	 a	
controles	saudáveis.	Outros	estudos	observaram	que	essas	
reduções	poderiam	estar	correlacionadas	à	gravidade	das	
manifestações	 psicopatológicas.	 Pesquisas	 usando	 a	
técnica	de	espectroscopia	por	RNM	demonstraram	menor	
concentração	de	N-acetil-aspartato,	um	marcador	indireto	
de	viabilidade	neuronal,	no	córtex	frontal	e	no	hipocampo	
de	pacientes	esquizofrênicos.	Da	mesma	forma,	pesquisas	
utilizando	a	técnica	de	RNM	observaram	diminuição	do	
volume	de	substância	cinzenta	no	córtex	pré-frontal,	
no	 hipocampo	 e	 na	 amígdala	 em	 pacientes	 com	
episódio	 depressivo	 em	 comparação	 com	 controles	
saudáveis,	relacionando	os	achados	ao	tempo	de	doença,	à	
gravidade	e	ao	número	de	episódios5. DIFERENÇA	DE	SINAPSE	ELÉTRICA	DE	QUÍMICA	
As	sinapses	podem	ser	tanto	de	natureza	química	quanto	
elétrica.	 Em	 uma	 sinapse	 elétrica,	 as	 células	 pré	 e	 pós-
sinápticas	 são	 conectadas	 por	 canais	 iônicos,	 os	 quais	
permitem	o	fluxo	direto	de	corrente	de	uma	célula	para	a	
outra.	Em	uma	sinapse	química,	a	excitação	da	célula	pré-
sináptica	 leva	 à	 liberação	 de	 uma	 substância	 química,	
conhecida	como	neurotransmissor,	na	fenda	sináptica.	
	
6. QUAIS	 AS	 CARACTERÍSTICAS	 APRESENTADAS	 POR	
UMA	 SUBSTÂNCIA	 PARA	 SER	 CONSIDERADA	
NEUROTRANSMISSOR?	
I-	Deve	ser	sintetizada	no	neurônio	pré-sináptico.	
II-	Deve	produzir	uma	resposta	pós-sináptica.	
III-	A	aplicação	exógena	da	substância	ou	de	seus	agonistas	
farmacológicos	deve	mimetizar	os	efeitos	da	transmissão	
sináptica.	
IV-	 Deve	 possuir	 sítios	 de	 ação	 definidos	 (proteínas	
receptoras).	
V-	Deve	possuir	 um	mecanismo	para	 terminação	da	 sua	
ação.	
	
7. O	QUE	SÃO	MEDICAMENTOS	NEUROLÉPTICOS	
São	antipsicóticos	que	tem	como	funcionamento	básico	o	
antagonismo	 de	 receptores	 D2	 direcionado	 à	 região	
mesolímbica,	buscando	reduzir	o	estado	de	hiperativação	
do	 sistema	 dopaminérgico	 associado	 aos	 estados	
psicóticos.	
Obs:	 Esquizofrenia	 –	 eixo	 dopaminérgico	 fica	
hiperestiulado	(hiperestimulação	dopaminérgica)	
	
8. O	 QUE	 DIFERENCIA	 UM	 ANTIPSICÓTICO	 TÍPICO	 DE	
ATÍPICO?	
Os	 neurolépticos	 convencionais	 ou	 de	 primeira	 geração	
têm	sua	potência	associada	ao	antagonismo	de	receptores	
D2	direcionado	à	região	mesolímbica,	buscando	reduzir	o	
estado	 de	 hiperativação	 do	 sistema	 dopaminérgico	
associado	 aos	 estados	 psicóticos	média	 ou	 alta	 potência	
(haloperidol).Antipscóticos	 Atípicos	 (risperidona,	
quetiapina,	 ziprasidona	 e	 clozapina)	 atuam	 em	 diversos	
outros	 receptores,	 sem	 uma	 clara	 demonstração	 dessa	
característica	nos	efeitos	clínicos	dos	fármacos.	Contudo,	o	
efeito	 antagonista	 dos	 receptores	 5-HT2A	 parece	 ser	 o	
ponto	 determinante	 para	 diferenciar	 essa	 classe	 dos	
neurolépticos	 convencionais	 (atua	 mais	 em	 receptores	
serotoninérgicos	–	diminui	a	ansiedade,	paciente	consegue	
interagir	mais)	
9. CITE	5	ANTIPSICÓTIOCS	TÍPICOS	E	5	ATÍPICOS	
TÍPICOS:	Clorpromazina;	Haloperidol;	Flufenazina;	
Benperidol;	Triperidol		
ATÍPICOS:	 Clozapina;	 Olanzapina;	 Quetiapina;	
Risperidona;	Ziprasidona	
	
10. O	QUE	SÃO	ESTABILIZADORES	DE	HUMOR?	
Um	 estabilizador	 de	 humor	 é	 um	 medicamento	
farmacêutico	psiquiátrico	usado	para	tratar	distúrbios	de	
humor	 caracterizados	 por	 quadros	maníacos,	mudanças	
de	humor	intensas	e	sustentadas,	como	transtorno	bipolar	
tipo	I	ou	tipo	II	e	transtorno	esquizoafetivo.	Ex:	Lítio	
	
11. CITE	AS	PROVÁVEIS	AÇÕES	DO	LÍTIO	
Foi	o	primeiro	fármaco	usado	no	tratamento	de	quadros	
maníacos,	 considerado	 um	 estabilizador	 do	 humor	
“padrão	 ouro”,	 com	 efeito	 terapêutico	 nos	 episódios	
depressivos	bipolares	e	maníacos,	além	de	ser	profilático	
após	a	estabilização	clínica	do	paciente.	O	lítio	é	um	cátion	
monovalente	que	interfere	nos	sistemas	intracelulares	de	
segundos	mensageiros.	Exerce	várias	ações	bioquímicas,	
como	 a	 inibição	 da	 liberação	 (dependente	 de	 cálcio)	 de	
certos	 neurotransmissores,	 o	 bloqueio	 da	 formação	 do	
fosfatidilinositol	por	meio	da	 inibição	da	enzima	inositol	
monofosfatase	 e	 a	 modificação	 das	 respostas	 mediadas	
pelos	 adenilato	 ciclase	 e	 AMPc.	 Interfere,	 assim,	 na	
transdução	de	sinais,	na	transcrição	e	na	expressão	gênica	
por	 meio	 da	 síntese	 de	 novas	 proteínas.	 Esses	 efeitos	
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teriam	 influência	 em	 vários	 aspectos	 do	 funcionamento	
neuronal	 e,	 provavelmente,	 seriam	os	 responsáveis	 pela	
ação	profilática	do	uso	continuado	do	lítio	nos	transtornos	
bipolares	do	humor.	O	lítio	é	capaz	de	aumentar	os	níveis	
da	proteína	citoprotetora	Bcl-2	em	várias	áreas	do	cérebro	
de	roedores	e	em	culturas	de	células	humanas.	Também	
consegue	 inibir	 a	 enzima	 GSK	 3B,	 associada	 a	 vários	
processos	 responsáveis	 pela	 maturação	 e	 pela	
sobrevivência	celular.	Corroborando	esses	efeitos,	o	lítio,	
em	 concentrações	 terapêuticas,	 promove	 efeito	
citoprotetor	em	relação	a	vários	tipos	de	agressão	celular,	
como,	por	exemplo,	aumento	da	atividade	glutamatérgica,	
ativação	 de	 receptores	 NMDA,	 radiação	 e	 oclusão	 da	
artéria	cerebral	média.	Além	disso,	promove	neurogênese	
no	hipocampo	de	roedores	adultos.	Para	avaliar	os	efeitos	
neurotróficos	no	cérebro	de	humanos	in	vivo,	estudos	de	
neuroimagem	avaliaram	a	presença	de	N-acetil-aspartato	
(NAA),	um	marcador	da	viabilidade	e	do	 funcionamento	
neuronal,	em	pacientes	que	receberam	lítio.	Após	quatro	
semanas	 de	 uso	 da	 medicação,	 elevados	 níveis	 de	 NAA	
foram	observados	na	substância	negra	do	córtex	de	forma	
global.	Esses	achados	indicam	que	uma	das	hipóteses	da	
eficácia	 terapêutica	 do	 lítio	 é	 baseada	 em	 efeitos	
neurotróficos	 e	 citoprotetores.	 No	 entanto,	 precisam	 de	
maiores	elucidações	quanto	aos	mecanismos	envolvidos	e	
seus	respectivos	significados	clínicos.	
PROF:	Síntese	de	algumas	proteínas	cerebrais,	age	muito	
na	 membrana,	 corrige	 algumas	 questões	 de	
neurotransmissão,	 tem	 alguns	 efeitos	 que	 estão	
explicando	 neuropsiquiatricamente	 a	 etiologia	 de	 várias	
doenças.	
	
12. MEDICAÇÕES	 QUE	 TRATAM	 SINTOMAS	 DE	
ANSIEDADE	COSTUMAM	ATUAR	POR	QUAIS	VIAS?	
Fármacos	com	ação	ansiolítica	sem	efeitos	sedativos	ou	que	
causem	 amnésia	 e/ou	 dependência	 têm	 sido	 alvo	 de	
inúmeras	 pesquisas,	 como,	 por	 exemplo,	 fármacos	
agonistas	do	subtipo	α2	de	receptores	GABA	-A.	Contudo,	a	
vertente	mais	promissora	no	 tratamento	dos	 transtornos	
da	 ansiedade	 é	 baseada	 na	 utilização	 de	 fármacos	 que	
atuam	 na	 via	 serotonérgica,	 sobretudo	 os	 ISRSs.	 Essa	
indicação	 teve	 origem	 na	 observação	 de	 que	
antidepressivos	 tricíclicos	 eram	 eficazes	 em	 reduzir	
sintomas	 ansiosos.	 No	 entanto,	 a	 maneira	 pela	 qual	 a	
modulação	serotonérgica	causada	por	esses	fármacos	pode	
reduzir	a	ansiedade	ainda	é	um	enigma.	Esforços	têm	sido	
realizados	 explorando	 fármacos	 que	 ajam	 em	 subtipos	
distintos	 de	 receptores	 serotonérgicos.	 Apesar	 dos	
escassos	resultados,	o	antagonismo	dos	receptores	5-HT2A	
e	 5-HT2C	 parecem	 ser	 alvos	 importantes	 para	 a	
compreensão	desse	efeito.	O	efeito	ansiolítico	de	fármacos	
que	 atuam	 nesses	 receptores,	 como,	 por	 exemplo,	 a	
mirtazapina,	 a	 trazodona	 e	 os	 neurolépticos	 atípicos,	
corroboram	esse	achado	
R:	receptores	GABA	e	vias	serotoninérgica	
	
13. POR	QUE	O	USO	DE	BDZ	(Clonazepan,	Midazolan)	NO	
VEM	CAINDO	EM	DESUSO	NO	TTO	DE	INSÔNIA?	
Os	 verdadeiros	 benzodiazepínicos,	 como	 o	 diazepam,	 o	
lorazepam,	o	clonazepam	e	o	alprazolam,	vêm	caindo	em	
desuso,	 devido	 aos	 efeitos	 colaterais	 (sonolência,	
dependência	química	e	amnésia	anterógrada)	
Atualmente:	apenas	emergência.	Uso	rônico	de	BDZ	está	
associado	ao	quadro	de	demência	–	ataque	ao	hipocampo	
(memória	recente	fica	prejudicada)	
	
14. QUAIS	 AS	 PRINCIPAIS	 INDICAÇÕES	 PARA	 USO	 DE	
ELETROCONVULSOTERAPIA	(ECT)	
A	 princípio,	 o	 uso	 da	 ECT	 era	 destinado	 a	 psicoses	
decorrentes	de	 esquizofrenia;	 contudo,	 com	o	passar	do	
tempo,	esse	tratamento	também	foi	indicado	para	outros	
transtornos	psiquiátricos:	
◦ Depressão	maior	unipolar	e	bipolar	
◦ Mania,	em	especial	episódios	mistos	e	psicóticos	
◦ Certas	 formas	 de	 esquizofrenia	 (sobretudo	 a	 forma	
catatônica)	
◦ Sintomas	de	esquizofrenia	de	forma	aguda	e	produtiva	
resistentes	aos	neurolépticos	atuais	
◦ Transtorno	esquizoafetivo	
◦ Certas	 condições	 mentais	 secundárias	 a	 condições	
clínicas	 (estados	 confusionais	 e	 catatônicos	
secundários	a	doenças	tóxicas	e	metabólicas)	
◦ Certas	formas	de	doença	de	Parkinson	
◦ Pacientes	 impossibilitados	 de	 usar	 a	 terapêutica	
psicofarmacológica	
Uma	 corrente	 elétrica	 passa	 no	 cérebro,	 existe	 uma	
estimulação	 não	 apenas	 para	 reavivar	
neurotransmissores,mas	também	novas	vascularizações.	
Áreas	cerebrais	entrando	em	inutilização	são	“recriadas”	
	
15. PROVÁVEL	MECANISMO	DE	AÇÃO	DO	ECT	
Teorias	 biológicas:	 neurotransmissores,	 neurotróficos	 e	
neuroendócrinos	
A	convulsão	generalizada	induz	alterações	fisiológicas	que	
desenvolvem	efeitos	endógenos	anticonvulsivantes	e	um	
aumento	 da	 transmissão	 de	 neurotransmissores	
inibitórios	 e	 de	 neuropeptídeos.	 Além	 disso,	 a	 ECT	
aumenta	o	fluxo	sanguíneo	cerebral,	a	utilização	de	glicose	
e	 oxigênio	 e	 a	 permeabilidade	 da	 barreira	
hematencefálica.	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
PROF:	 epilepsia	 –	 focos	 de	 estimulação	 focal	 ou	
generalizada,	 focos	 entram	 em	 ativação	muitas	 vezes,	 e	
como	não	são	controlados,	tem	grande	período	de	tempo	
(quase	como	o	uso	de	uma	droga),	causam	lesão.	A	ECT	é	
uma	convulsão	sedada,	programada,	não	tão	intensa	como	
um	quadro	de	epilepsia	(excesso	de	ativação),	ocorre	em	
uma	 frequência	 que	 não	 ocorre	 lesão	 (obs:	 pessoa	 não	
lembra	muito	bem	dos	acontecimentos	próximos	ao	ECT)	
	
16. O	QUE	SÃO	ANTIDEPRESSIVOS	
Antidepressivos	 são	 fármacos	 que	 agem	 no	 sistema	
nervoso,	 tendo	 a	 função	 de	 normalizar	 o	 fluxo	 de	
neurotransmissores,	 como:	 noradrenalina,	 serotonina,	
acetilcolina,	etc.	
São	várias	as	classes	de	antidepressivos,	sendo	que	cada	
uma	 age	 de	 um	 modo	 diferente	 nos	 receptores	 e	
neurotransmissores	do	SNC,	podendo	ter	inúmeros	efeitos	
benéficos	e	maléficos	no	organismo	
	
17. QUAIS	AS	PRINCIPAIS	CLASSES?	
Inibidores	 seletivos	 de	 recaptação	 de	 serotonina	 (ISRS);	
tricíclicos	e	inibidores	da	MÃO	
	
18. ANTIDEPRESSIVOS	 SÃO	 PRESCRITOS	 EM	 QUADROS	
DE	ANSIEDADE?	
Sim.	Em	quadros	de	ansiedade	associados	a	parkinson	os	
antidepressivos	 são	 empregados	 com	 grande	 benefício	
para	o	paciente.	
O	uso	de	antidepressivos	no	Transtorno	de	Pânico	 (TP),	
que	é	uma	representação	da	ansiedade,	também	é	bastante	
efeito,	sendo	usados	ISRS,	sugerindo-se	que,	aumentando	
a	 atividade	 serotonérgica	 no	 sistema	 nervoso	 central,	
ocorra	um	efeito	secundário	de	desaceleração	da	atividade	
noradrenérgica,	 como	 diminuição	 dos	 sintomas	
cardiovasculares	associados	aos	ataques	de	pânico.	
No	que	tange	o	Transtorno	de	ansiedade	generalizado,	o	
uso	 é	 predominantemente	 de	 benzodiazepínicos	 e	
barbitúrico	devido	a	que	a	zona	afetada	são	os	receptores	
GABAa.	
No	transtorno	de	estresse	pós-traumático,	acredita-se	que	
o	sistema	serotonérgico	esteja	amplamente	envolvido	na	
manifestação	 de	 estresse	 e	 ansiedade,	 e	 respostas	 ao	
tratamento	 com	 ISRSs	 confirmam	o	 envolvimento	 desse	
sistema	na	etiolopatologia	do	TEPT.	
No	transtorno	de	ansiedade	social,	as	principais	classes	de	
medicamentos	 utilizadas,	 com	 eficácia	 comprovada	 em	
ECRs	 controlados	 por	 placebo	 e	 com	perfil	 favorável	 de	
efeitos	adversos,	são	os	ISRSs	e	os	IRSNs.	Os	IMAOs	e	os	
Benzodiazepínicos	também	apresentam	forte	evidência	de	
eficácia,	 mas	 não	 são	 considerados	 medicações	 de	
primeira	escolha	nos	algoritmos	de	tratamento,	em	função	
do	perfil	pouco	favorável	de	efeitos	adversos	e	do	risco	de	
abuso	e	dependência,	respectivamente.	
No	que	tange	o	Transtorno	obsessivo	compulsivo,	apesar	
de	a	maioria	dos	pacientes	com	TOC	manifestar	um	curso	
crônico,	os	ensaios	clínicos	com	ISRSs	e	clomipramina,	um	
antidepressivo	 tricíclico	 com	 ação	 predominantemente	
serotonérgica,	 mostraram	 uma	 superioridade	 desses	
agentes	sobre	o	placebo.	Em	relação	a	antidepressivos	com	
outros	 mecanismos	 de	 ação,	 a	 venlafaxina	 mostrou-se	
efetiva	 sobretudo	 em	 estudos	 comparativos	 com	
medicações	 ativas,	 e	 a	 mirtazapina	 foi	 efetiva	 em	 um	
estudo	aberto,	mostrando	que	o	uso	de	antidepressivos	é	
interessante	para	o	tratamento	do	TOC.	
PROF:	 Em	 quadro	 de	 depressão	 há	 a	 disfunção	 de	
comunicação	 de	 neurônio	 pré	 e	 pós	 e	 diminuição	 do	
funcionamento	 serotoninérgico	 (falta	 de	 serotonina	 na	
fenda	sináptica	em	alguns	tipos),	precisa	de	uma	série	de	
rearranjos	(Ex:	fluoxetina).	Quando	falamos	em	ansiedade,	
há	 um	 cérebro	 hiperestimulado	 pelo	 funcionamento	
inadequado	 da	 transmissão	 serotoninérgica	 (alguns	
neurônios	 estão	 mais	 outros	 menos,	 umas	 áreas	
funcionam	mais	e	outras	menos	–	funcionamento	neuronal	
disfuncional).	 Medicações	 inibidoras	 da	 recaptação	 da	
serotonina	precisam	ser	dadas	em	doses	muito	altas	para	
ansiedade	(as	mesmas	dadas	em	doses	mais	baixas	para	
depressão).	
	
19. COMO	 ATUAM	 OS	 INIBIDORES	 SELETIVOS	 DA	
RECAPTAÇÃO	DE	SEROTONINA?	
ISRS	 atuam	 por	 meio	 do	 bloqueio	 dos	 receptores	 de	
serotonina	 (5-HT),	 permitindo	 que	 mais	
neurotransmissores	 fiquem	 disponíveis	 na	 fenda	
sináptica,	 o	 que	 potencializa	 a	 transmissão	
serotoninérgica.	 Essa	 classe	 é	 uma	 das	 mais	 prescritas	
dentre	os	antidepressivos,	com	melhor	adesão,	resultados	
e	 segurança.	 Um	 dos	 principais	 efeitos	 adversos	 é	 a	
interferência	na	libido,	pela	ação	em	receptores	5-HT2a	
PROF:	Há	uma	proteína	que	 recapta	 a	 serotonina	 e	 leva	
para	 dentro	 do	 neurônio	 novamente;	 essa	 proteína	 é	
inibida	 e	 a	 quantidade	 de	 serotonina	 na	 fenda	 é	maior.	
Com	 o	 tempo	 o	 corpo	 aumenta	 mais	 a	 produção	 de	
serotonina.	
	
ANTIDEPRESSIVOS	
Aumenta	disponibilidade	de	5-HT,	NE	 e	DA	 (serotonina,	
noradrenalina	 e	 dopamina)	 através	 do	 bloqueio	 da	
recaptação	deles	no	neurônio	pré-sináptico	ou,	ainda,	da	
Saúde	Mental	I	|	Emelly	Erbs	–	MED	XLVIII	
	
inibição	 da	 MÃO	 (enzima	 que	 inativa	 esses	
neurotransmissores)	
• Ao	bloquear	receptor	5-HT2,	também	funcionam	como	
antienxaquecosos	
Divididos	em	4	grupos:	
1. Antidepressivos	tricíclicos	(ADT)	
2. Inibidores	seletivos	de	recaptação	da	5-HT	(ISRS)	
3. Inibidores	da	MAO	(IMAO)	
4. Outros	
TRICÍCLICOS	
• Amitriptilina,	 Clomipramina,	 Imipramina	 (150-
300mg/d);	Nortriptilina	(50-150mg/d)	
Normalmente,	 resultados	 obtidos	 em	 15-30d	 depois	 do	
início	da	utilização	
Potentes	 anticolinérgicos	 –	 por	 isso	 efeitos	 colaterais	
acentuados	 e	 logo	 no	 início	 do	 TTO:	 dificuldade	 de	
acomodação	visual,	xerostomia,	constipação,	aumento	da	
FC,	 hipotensão	 postural,	 retenção	 urinária,	 disúria,	
diminuição	da	libido,	retardamento	do	orgasmo;	sedação	
inicial,	 sonolência,	 insônia,	 sd	 anticolinérgica	 central	
(idoso	 –	 agitação,	 confusão,	 delírio,	 alucinação);	 tremor	
fino,	sudorese	excessiva,	ganho	de	peso...	
INDICAÇÃO:	TTO	de	estados	depressivos	diversos.	
• Amitriptilina	 +	 indicada	 em	 casos	 de	 ansiedade	
associada	 a	 depressão,	 depressão	 com	 sinais	
vegetativos,	 dor	 neurogênica,	 anorexia,	 dor	 crônica	
grave.	
• Clomipramina	+	indicada	em	TOC	e	outros	transtornos	
ansiosos.	
• Nortriptilina:	+	 indicada	para	 idosos	pois	 tem	menor	
efeito	anticolinérgico	
Obs:	 solicitar	 sempre	 ecocardiograma	e	hemograma	por	
risco	 de	 leucopenia	 e	 plaquetopenia.	 Introduzir	 a	
medicação	em	dose	baixa	e	aumentar,	progressivamente,	
até	dose	terapêutica	
CONTRAINDICAÇÃO:	 1º	 trimestre	 de	 gestação,	 BRV,	
glaucoma	 de	 ângulo	 fechado,	 prostatismo	 e	 pós-IAM.	
Quando	risco	de	suicídio,	os	tricíclicos	são	contraindicados	
pois	possuem	limiar	de	overdose	baixo.	
Amitriptilina	 pode	 causar	 constipação,	 insônia	 e	
desordens	 alimentares,	 por	 isso,	 contraindicado	 em	
idosos.	Substituir	por	nortriptilina	
ISRS	
• Citalopram	 (20-60mg/d),	 Fluoxetina	 (20-80mg/d),	
Paroxetina	 (20-40mg/d),	 Sertralina	 (50-200mg/d),	
Escitalopram	(10-20mg/d)	
Fluoxetina:	 associado	 a	 alguns	 acasos	 de	 acatisia,	
especialmente	 quando	 dose	 muito	 alta	 –	 estimulação	
maior	do	SNC		
Paroxetina:	 +	 sedação,	 efeitos	 anticolinérgicos	 e	
extrapiramidais	que	outros	ISRS;	assim	como	abstinência	
com	a	supressão	brusca	do	TTO	
INDICAÇÃO:	TTO	de	transtornos	depressivo,	alimentar,	
pânico,	fóbico-ansiosos;	TOC;	neuropatia	diabética,	dor	de	
cabeça	tensional	crônica	
Boa	escolha	pra	pct	com	comorbidade,	principalmente	CV,	
mas	contraindicado

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