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Início da execução penal

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Prévia do material em texto

Informações Iniciais sobre o início da Execução 
Penal
Apresentador: Me. Willian Vieira Costa Zonatto
Direito NÃO é benefício
Sentenciado NÃO é 
reeducando
Lei de execução penal e código 
de processo penal
 A redação do art. 2.º dá a entender que os dispositivos da Lei 7.210/84
convivem harmoniosamente com os arts. 668 e seguintes do Código
de Processo Penal, que cuidam da execução penal. Assim não nos
parece. Toda a matéria regulada por lei especial (Lei 7.210/84)
prevalece sobre o disposto nos arts. 668 e seguintes do Código de
Processo Penal. Não é possível que dois diplomas legais cuidem do
mesmo tema, aplicando-se à execução da pena qualquer norma, a
bel prazer do magistrado. O Código de Processo Penal será,
logicamente, aplicado à execução penal, quando se tratar de
preceito inexistente na Lei de Execução Penal. Portanto, ilustrando, da
mesma forma que o réu tem direito à ampla defesa, patrocinada por
advogado (art. 261, CPP), o preso possui idêntico direito. No mais, os
dispositivos do CPP que conflitarem com a Lei de Execução Penal não
mais serão aplicados, tanto porque a Lei 7.210/84 é mais recente
(critério da sucessividade) como também porque é especial (critério
da especialidade). (NUCCI, 2018)
Objetivos da Execução Penal
Execução Penal tem dois objetivos (LEP, art. 1º):
• Efetivar as disposições da sentença
• Proporcionar a condições para a harmônica integração social do
sentenciado
Como se verifica, a Execução Penal realiza um juízo de prognose,
diferentemente do processo de conhecimento, que realiza um juízo
de diagnose.
Natureza jurídica da Execução 
Penal
Discute-se sobre a natureza jurídica da Execução Penal:
• Administrativa
• Jurisdicional
• Mista (administrativa e jurisdicional) – entendimento prevalente
Princípio da Humanidade das 
penas
Está previsto na Constituição ao dispor que:
• É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral (CR,
art. 5º, inc. XLIX);
• Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação (CR,
art. 5º, inc. L);
Princípio da Humanidade das 
penas
Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos
forçados; d) de banimento; e) cruéis (CR, art. 5º, inc. XLVII).
Princípio da Humanidade das 
penas
Está previsto no art. 10, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos de 1966: “toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser
tratada com humanidade e respeito à dignidade inerente à pessoa
humana”,
E no artigo 5.2, da CADH: “ninguém deve ser submetido a torturas,
nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda
pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido
à dignidade inerente ao ser humano”.
Princípio da Legalidade
Trata-se de princípio com status constitucional, segundo o qual “não
há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal” (CR, art. 5º, inc. XXXIX).
A execução não poderá alcançar os direitos do sentenciado não
atingidos pela sentença (LEP, art. 3º), assim como “não haverá falta
nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou
regulamentar” (LEP, art. 45).
Princípio da Jurisdicionalidade
Decorre não só da estruturação da LEP, como de seu art. 2º, que
estabelece a aplicação das normas do CPP.
O art. 66 da LEP reforça a jurisdicionalidade da execução penal ao
elencar a competência do juízo da execução.
Do mesmo modo, o art. 194, estabelece que “o procedimento
correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial,
desenvolvendo-se perante o Juízo da execução”.
Princípio do Contraditório e ampla 
defesa
Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes (CR, art. 5º, inc. LV).
Princípio do Contraditório e ampla 
defesa
Por esse princípio, defende-se a necessidade da oitiva do
sentenciado perante o juiz da execução em caso de regressão de
regime decorrente da prática de falta grave (LEP, art. 118, § 2º).
Ainda, defende-se a necessidade da prévia oitiva do sentenciado
antes da reconversão da PRD em PPL.
Princípio da Igualdade
Todos os sentenciados deverão receber o mesmo tratamento,
independentemente de ser preso provisório, condenado pela Justiça
Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à
jurisdição ordinária (LEP, art. 2º, p. único), proibindo-se qualquer
discriminação de natureza racial, social, religiosa ou política (LEP, art.
3º, p. único).
Afinal, determina a LEP que constituem direitos do preso a igualdade
de tratamento, salvo quanto às exigências da individualização da
pena (LEP, art. 41, inc. XII).
Princípio da Individualização das 
Penas
A individualização da pena deve ser respeitada em três momentos:
na elaboração da pena abstrata pelo legislador; na fixação da pena
concreta pela sentença penal condenatória; e na execução da
pena imposta.
Espécies de execução
Praticada uma infração penal, surge em favor do Estado o direito de
punir. Instaura-se um processo criminal de conhecimento, que ao final
poderá resultar em uma das seguintes sentenças de mérito:
• Condenação;
• Absolvição imprópria;
• Absolvição.
Somente as duas primeiras formam o título executivo penal.
Espécies de execução
A depender da provisoriedade do título executivo, a execução
poderá ser:
• Execução definitiva – regra (CR, art. 5º, LVII);
• Execução provisória – criação doutrinária e jurisprudencial para
beneficiar o sentenciado.
Espécies de execução
A execução provisória pressupõe:
• Condenação em primeira instância;
• Recurso de uma das partes (ou das duas);
• Prisão preventiva do sentenciado durante o julgamento do recurso
(negativa do direito de recorrer em liberdade).
Espécies de execução
Atenção!
No julgamento do HC nº 126.292, o STF trouxe uma outra hipótese de
execução provisória, a decorrente da condenação em segunda
instância.
Tecnicamente, não se trata de execução provisória, mas sim de
execução antecipada da pena, que fere diretamente a presunção
de inocência.
Espécies de execução
Em 07.11.2019, o Plenário do STF encerrou o julgamento das ADECON’s nº 43, 44 e 54,
decidindo, por maioria de votos (6x5), pela constitucionalidade do artigo 283, caput ,
do CPP e pela inconstitucionalidade da execução provisória da pena privativa de
liberdade, por ofensa ao artigo 5º, inciso LVII, da CR.
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em
virtude de prisão temporária ou prisão preventiva (redação antiga).
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão
cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em julgado. (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
Espécies de execução
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a
necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
Início da Execução Penal
O processo de execução criminal inicia com a autuação da guia de
recolhimento. Por isso, é muito importante que a defesa exija a
urgente expedição da guia. Sem processo, não há possibilidade de
pedir institutos despenalizantes.
Há precedentes no STJ deferindo direitos ao sentenciado quando há
demora na autuação da execução. Mas entendemos que a via mais
rápida é exigir a expedição da GR.
Na prática, muito colegas pedem a expedição da GR na petição de
interposição da apelação.
Guia de recolhimento
A GR deverá conter (LEP, art. 106):
• Nome do condenado;
• Qualificação civil e o número do registro geral no órgão
oficial de identificação;
• Inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem
como da certidão do trânsito em julgado;
• Informações sobre os antecedentes e o grau de instrução;
• Data do término da pena;
• Outras peças do processo reputadas indispensáveis.
Guia de recolhimento
Ninguém será recolhido para cumprimento de pena privativa de
liberdade sem a guia expedida pela autoridade judiciária (LEP, art.
107). Nada obstante, muitos tribunais só expedem a guia de
recolhimento quando chega a notícia da prisão do sentenciado.
Guia de recolhimento
• A GR deverá ser expedida ao juízo da execução do local onde o
sentenciado está preso cumprindo a pena;
• Autuada a execução penal, a serventia deverá verificar se o
sentenciado possui outra execução em trâmite. Em caso positivo, a
execução recente deverá ser apensada à vigente para fins de
soma/unificação de penas;
• A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier
modificação no título executivo.
Guia de recolhimento
Questão prática: qual o prazo para emissão da GR?
Se o sentenciado já estiver preso e sobrevier condenação com
trânsito em julgado, a GR deverá ser expedida no prazo máximo de 5
dias, a contar do trânsito em julgado da sentença (Res. nº 113/10, art.
2º, § 1º).
Na condenação em RA, a GR será expedida no prazo máximo de 5
dias, a contar da audiência admonitória (Res. nº 113/10, art. 2º, § 2º).
Guia de recolhimento
Enquanto não for expedida a guia de recolhimento, questões
urgentes deverão ser dirimidas pelo juízo do processo de
conhecimento, pois não ser pode permitir que o sentenciado, diante
de uma questão urgente, permaneça em um limbo processual sem
acesso à jurisdição (LEP, art. 65).
Guia de recolhimento
O STJ já manifestou o entendimento de que a ausência de autuação
da GR não pode ser óbice ao reconhecimento dos direitos do
sentenciado, de modo que cabe ao juiz da execução apreciar os
pedidos formulados, independentemente da formação do processo
de execução, sob pena de violar as garantias fundamentais de
peticionar ao Poder Público e de acesso ao Judiciário (CR, art. 5º,
incisos XXXIV, “a”, e XXXV).
(STJ, HC 478.082/PB, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, j. 05.02.2019)
Da classificação
Iniciado o cumprimento da pena, o sentenciado deverá ser
submetido à classificação segundo seus antecedentes e
personalidade. Essa providência tem vistas à individualização da
pena.
A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação, que
elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade
adequada ao condenado ou preso provisório.
Da classificação
A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada
estabelecimento, é presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por:
• 2 (dois) chefes de serviço;
• 1 (um) psiquiatra;
• 1 (um) psicólogo;
• 1 (um) assistente social.
Exame criminológico classificatório
No início do cumprimento da pena, os condenados às penas
privativas de liberdade em regime fechado devem (obrigatório),
enquanto os condenados ao regime semiaberto podem (facultativo),
ser submetidos a exame criminológico, com escopo de obtenção de
elementos necessários a uma adequada classificação e
individualização da execução.
Exame criminológico classificatório
Não se confunde com o exame criminológico determinado no curso
da execução para aferir o mérito do sentenciado à progressão de
regime e ao livramento condicional. Este segundo exame
criminológico, como se verá oportunamente, é excepcional e
depende de fundamentação concreta.
Identificação do perfil genético
O condenado por crime doloso praticado com violência grave contra
a pessoa, bem como por crime contra a vida, contra a liberdade
sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será submetido,
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante
extração de DNA, por técnica adequada e indolor, por ocasião do
ingresso no estabelecimento prisional.
A identificação do perfil genético será armazenada em banco de
dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder
Executivo.
Identificação do perfil genético
A identificação do perfil genético foi novamente reforçada na Lei nº
14.069/20, que criou o cadastro nacional de pessoas condenadas por
crime de estupro.
Identificação do perfil genético
O condenado que não tiver sido submetido à identificação do perfil
genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional,
deverá ser submetido ao procedimento durante o cumprimento da
pena.
Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao
procedimento de identificação do perfil genético.
Identificação do perfil genético
Para a doutrina é preciso fazer uma filtragem constitucional. Nada
impede que o sentenciado concorde em dispor seu material genético
para os fins legais, assim como também é possível a coleta do
material genético dispensado do corpo do sentenciado (como no
caso da saliva, sangue, cabelo desprendido do corpo). Só não pode
ser obrigado.
A falta disciplinar tipificada no artigo 50, inciso VIII da LEP é, portanto,
materialmente atípica por violar o direito fundamental do
sentenciado de não produzir provas contra si.
Separação dos presos
Em respeito à individualização da pena e para garantir a dignidade
da pessoa, “a mulher e o maior de sessenta anos deverão ser
recolhidos separadamente em estabelecimento próprio e adequado
à sua condição pessoal”.
Ademais, os presos devem ser separados de acordo com a situação
processual, natureza do crime e segurança pessoal.
Assim, os presos provisórios deverão ser separados dos presos
condenados com sentença penal transitada em julgado.
Separação dos presos
Dentre os presos provisórios deverá haver nova separação, de acordo
com os seguintes critérios:
• Acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados
• Acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa;
• Acusados pela prática de outros crimes ou contravenções em
situação diversa das previstas acima.
Separação dos presos
Dentre os presos condenados com sentença penal condenatória
transitada em julgado, deverá haver nova separação, de acordo
com os seguintes critérios:
• Condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados
• Reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa;
Separação dos presos
• Primários condenados pela prática de crimes cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa;
• Demais condenados pela prática de outros crimes ou
contravenções em situação diversa das previstas acima.
Separação dos presos
Além disso, o preso que, ao tempo do fato era funcionário da
Administração da Justiça Criminal ficará em dependência separada.
Do mesmo modo, o preso que tiver sua integridade física, moral ou
psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos ficará
separado em local próprio.
Separação dos presos
A questão da orientação sexual e identidade de gênero Nossa
legislação foi editada sob uma visão binária, que leva em
consideração apenas os gêneros homem e mulher.
Desconsidera que a existência, por exemplo, de lésbicas, gays,
bissexuais, transexuais, intersexuais,assexuais, polisexuais e travestis
cumprindo pena em estabelecimentos prisionais inadequados ao
gênero ou orientação sexual das pessoas.
Separação dos presos
Por isso, a Comissão Internacional de Juristas e o Serviço Internacional
de Direitos Humanos, em nome de uma coalizão de organizações de
direitos humanos, realizou um projeto com o objetivo de desenvolver
um conjunto de princípios jurídicos internacionais sobre a aplicação
da legislação internacional às violações de direitos humanos com
base na orientação sexual e identidade de gênero, objetivando dar
mais clareza e coerência às obrigações de direitos humanos dos
Estados.
Separação dos presos
Nesse contexto, foram editados os chamados princípios de
Yogyakarta, segundo os quais, toda pessoa privada da liberdade
deve ser tratada com humanidade e com respeito pela dignidade
inerente à pessoa humana.
A orientação sexual e identidade de gênero são partes essenciais da
dignidade de cada pessoa. Assim, os Estados deverão:
Separação dos presos
• Garantir que a detenção evite uma maior marginalização das
pessoas motivada pela orientação sexual ou identidade de gênero,
expondo-as a risco de violência, maus-tratos ou abusos físicos, mentais
ou sexuais;
• Assegurar, na medida do possível, que todos os detentos e detentas
participem de decisões relacionadas ao local de detenção
adequado à sua orientação sexual e identidade de gênero;
Separação dos presos
• Fornecer acesso adequado à atenção médica e ao
aconselhamento apropriado às necessidades das pessoas sob
custódia, reconhecendo qualquer necessidade especial relacionada
à orientação sexual ou identidade de gênero, inclusive no que se
refere à saúde reprodutiva, acesso à informação e terapia de
HIV/Aids e acesso à terapia hormonal ou outro tipo de terapia, assim
como a tratamentos de reassignação de sexo/gênero, quando
desejado;
Separação dos presos
• Implantar medidas de proteção para todos os presos e presas
vulneráveis à violência ou abuso por causa de sua orientação sexual,
identidade ou expressão de gênero e assegurar, tanto quanto seja
razoavelmente praticável, que essas medidas de proteção não
impliquem maior restrição a seus direitos do que aquelas que já
atingem a população prisional em geral;
• Assegurar que as visitas conjugais, onde são permitidas, sejam
concedidas na base de igualdade a todas as pessoas aprisionadas ou
detidas, independente do gênero de sua parceira ou parceiro;
Separação dos presos
• Proporcionar o monitoramento independente das instalações de
detenção por parte do Estado e também por organizações não-
governamentais, inclusive organizações que trabalhem nas áreas de
orientação sexual e identidade de gênero;
• Implantar programas de treinamento e conscientização, para o
pessoal prisional e todas as outras pessoas do setor público e privado
que estão envolvidas com as instalações prisionais, sobre os padrões
internacionais de direitos humanos e princípios de igualdade e não-
discriminação, inclusive em relação à orientação sexual e identidade
de gênero.
Separação dos presos
Atentos a essas novas questões, o Conselho Nacional de Combate à
Discriminação LGBT e o Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária editaram a Resolução Conjunta nº 1, de 15 de abril de
2014, visando estabelecer os parâmetros de acolhimento de LGBT
(lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) em privação de
liberdade no Brasil.
Separação dos presos
De acordo com a Resolução, às travestis e aos gays privados de
liberdade em unidades prisionais masculinas, considerando a sua
segurança e especial vulnerabilidade, deverão ser oferecidos
espaços de vivência específicos. Os espaços para essa população
não devem se destinar à aplicação de medida disciplinar ou de
qualquer método coercitivo.
A transferência da pessoa presa para o espaço de vivência
específico fica condicionada à sua expressa manifestação de
vontade. As pessoas transexuais masculinas e femininas devem ser
encaminhadas para as unidades prisionais femininas.
Separação dos presos
O Conselho Nacional de Justiça, por sua vez, editou a Resolução nº
348 de 13 de outubro de 2020, que estabeleceu diretrizes e
procedimentos a serem observados pelo Poder Judiciário, no âmbito
criminal, com relação ao tratamento da população lésbica, gay,
bissexual, transexual, travesti ou intersexo que seja custodiada,
acusada, ré, condenada, privada de liberdade, em cumprimento de
alternativas penais ou monitorada eletronicamente.
Destacamos a seguir os principais pontos da resolução:
Separação dos presos
Art. 4º O reconhecimento da pessoa como parte da população LGBTI
será feito exclusivamente por meio de autodeclaração, que deverá
ser colhida pelo magistrado em audiência, em qualquer fase do
procedimento penal, incluindo a audiência de custódia, até a
extinção da punibilidade pelo cumprimento da pena, garantidos os
direitos à privacidade e à integridade da pessoa declarante.
Parágrafo único. Nos casos em que o magistrado, por qualquer meio,
for informado de que a pessoa em juízo pertence à população LGBTI,
deverá cientificá-la acerca da possibilidade da autodeclaração e
informá-la, em linguagem acessível, os direitos e garantias que lhe
assistem, nos termos da presente Resolução.
Separação dos presos
Art. 6º Pessoas autodeclaradas parte da população LGBTI submetidas
à persecução penal têm o direito de ser tratadas pelo nome social,
de acordo com sua identidade de gênero, mesmo que distinto do
nome que conste de seu registro civil, como previsto na Resolução
CNJ nº 270/2018.
Parágrafo único. Caberá ao magistrado, quando solicitado pela
pessoa autodeclarada parte da população LGBTI ou pela defesa,
com autorização expressa da pessoa interessada, diligenciar pela
emissão de documentos, nos termos do artigo 6º da Resolução CNJ nº
306/2019, ou pela retificação da documentação civil da pessoa.
Separação dos presos
Art. 9º Em caso de violência ou grave ameaça à pessoa
autodeclarada parte da população LGBTI privada de liberdade, o
magistrado deverá dar preferência à análise de pedidos de
transferência para outro estabelecimento, condicionado a prévio
requerimento pela pessoa interessada.
Obs: A sigla está desatualizada, pois hoje temos LGBTQIA+
Execução em outra unidade 
federativa
Questão: Como devemos proceder quando um sentenciado é
condenado em um estado e o mandado de prisão é cumprido em
outro?
1. Conversar com o sentenciado se pretende cumprir a pena no
estado em que foi preso ou no estado de origem. Essa decisão nunca
pode ser tomada pelos familiares, mas pelo próprio sentenciado;
2. Caso opte por cumprir no local atual, devemos pedir ao juízo
corregedor para que oficie o juízo de origem e solicite a emissão da
GR. Se já possuir execução vigente no estado de origem, devese
pedir a remessa desta;
Execução em outra unidade 
federativa
3. Caso opte por retornar ao seu estado, deverá pedir ao juízo
corregedor para que oficie o juízo de origem e seja aberto
procedimento perante as Secretarias Estaduais de remoção;
4. O fundamento do pedido é o direito do sentenciado de cumprir a
pena próximo aos familiares, com vistas à sua harmônica integração
social;
5. O pedido deve ser formulado com a apresentação de documentos
que provem o domicílio dos familiares que visitarão o sentenciado;
Reaproximação familiar
Questão: Como deve agir a defesa quando desejar pedir a remoção
do sentenciado a estabelecimento prisional mais próximo ao de sua
família?
1. Requerer a transferência ao juízo da execução penal, instruindo o
requerimento com documentos que provem o domicílio dos visitantes,
indicando, se possível, as unidades prisional mais próximas. Na petição
deverão constar as razões do pedido de transferência;
2. A defesa técnica nunca deve requerer a remoção do sentenciado
sem o desejo expresso deste. Por cautela, o pedido de transferência
seja instruído também com requerimento escrito do preso;
Falta de vagaem semiaberto
Questão: Como proceder quando o sentenciado foi progredido ao
regime semiaberto e, por falta de vaga, permanece em regime
fechado?
1. Requerer ao juiz das execuções a imediata remoção do
sentenciado a estabelecimento adequado. Na mesma petição, em
caráter subsidiário, a colocação do sentenciado em regime aberto
ou prisão domiciliar, até que seja disponibilizada vaga em
estabelecimento adequado;
2. Em caso de indeferimento, deverá impetrar HC perante o TJ e
Reclamação perante o STF por descumprimento da Súmula
Vinculante nº 56;
Preso inimputável
Infelizmente há presos inimputáveis em unidades prisionais. Neste
caso, devemos impetrar HC com pedido de imediata transferência do
paciente a estabelecimento adequado e, liminarmente, a colocação
em tratamento ambulatorial até que haja o surgimento de vaga em
HCTP.
(STJ, HC nº 284.520/SP, Min. Rel. Rogerio Schietti Cruz, 6ª T., DJe
22/4/2014).

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