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Órgãos da execução penal e assistências ao

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Órgãos da execução penal e assistências ao 
sentenciado
Apresentador: Me. Willian Vieira Costa Zonatto
ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PENAL 
LEP Art. 61. São órgãos da execução penal: 
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; 
II - o Juízo da Execução; 
III - o Ministério Público; 
IV - o Conselho Penitenciário; 
V - os Departamentos Penitenciários; 
VI - o Patronato; 
VII - o Conselho da Comunidade. 
VIII - a Defensoria Pública. 
Do Conselho Nacional de Política 
Criminal e Penitenciária
SUBORDINADO AO MINISTERIO DA JUSTIÇA, existe desde 1980, antes
da LEP. É órgão de natureza política e é formado pelo Ministro da
Justiça. razão pela qual há um forte conteúdo político nessas
designações.
13 MEMBROS, mas na prática são 26, cada um dos membros tem o
seu suplente.
PROIBIDA a imediata recondução, o que não impede de ser
nomeado ex conselheiro, respeitado o intervalo de 1 ano do termino
do seu mandato. A ideia é que a renovação ocorra sem perder
experiência.
Do Conselho Nacional de Política 
Criminal e Penitenciária
O CNPCP é incubido de: em resumo, realizar atividades de
fiscalização, pesquisa para aprimoramento, e correto funcionamento
dos estabelecimentos penais.
As diretrizes da Politica Criminal estão propostas no Plano Nacional de 
Política Criminal e Penitenciária – PNPCP. 
Do Juízo da Execução
PRINCIPIO DA JURISDICIONALIDADE
O art 65 da LEP confirma a natureza jurisdicional do processo de
execução, etiquetado o juízo da execução como um dos seus
órgãos.
Do Juízo da Execução
COMPETENCIA
Inicia-se, em regra, com o trânsito em julgado da sentença condenatória e será
exercida por um juiz especializado. A COMPETENCIA não é ditada pelo local que
transitou e julgado a sentença condenatória, mas sim:
I – PARA O SENTENCIADO A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE = onde estiver o preso.
II – EM SE TRATANDO DE SURSIS E PENA RESTRITIVA DE DIREITOS, a comarca
competente é a do domicilio do sentenciado.
III – PENA DE MULTA = a competência para execução é da Vara de Execuções
Fiscais, além do seu caráter penal.
IV – SENTENCIADO COM FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO = competência
do próprio tribunal que o processou e julgou
V – PARA A EXECUÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA = competente é o juízo da
execução da comarca em que estiver sendo cumprida a medida, no caso em
Curitiba.
Do Ministério Público
MP – Instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incube ao MP a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis . art 127
CF.
Dentro desse espirito, determina a obrigatória intervenção do MP na
fase da execução da pena e da medida de segurança, fiscalizando
e intervindo nos procedimentos judiciais (RECORRENDO,
REQUERENDO)
Do Conselho Penitenciário
FUNÇÃO CONSULTIVA – emitir parecer em pedidos de indulto e
comutação de pena e NÃO mais livramento condicional.
Atribuições do conselho não é exaustivo.
Do Departamento Penitenciário 
Nacional
Segundo o art. 71 da Lei de Execução Penal, o “Departamento
Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão
executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo
e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária”.
Do Departamento Penitenciário 
Local
Do Cargo de Diretor:
Quanto à formação do diretor do estabelecimento penal, deve ser
portador de diploma de nível superior em área logicamente ligada
aos aspectos essenciais à individualização executória da pena:
Direito, Psicologia, Sociologia, Pedagogia ou Serviços Sociais.
Lembremos, inclusive, ser ele integrante da Comissão Técnica de
Classificação, que emite pareceres sobre a forma de cumprimento da
pena e a respeito do merecimento do condenado (ver os arts. 7.º e
9.º desta Lei). Exige-se, por certo, experiência administrativa na área
de estabelecimentos penais, bem como idoneidade moral e aptidão
para desempenhar suas funções (art. 75, LEP).
Do Departamento Penitenciário 
Local
Do quadro do Pessoal Penitenciário:
- Formado por diferentes categorias funcionais;
- A escolha do pessoal administrativo, com instrução técnica,
especializado e de vigilância deve atender a vocação;
- O ingresso do pessoal penitenciário e a ascensão na carreira
depende de cursos de formação específicos e de reciclagem;
- Em estabelecimentos para mulheres somente se permitirá o
trabalho de pessoal do sexo feminino , salvo pessoal técnico
especializado.
Do Patronato
SUA MISSÃO está ligada a minimizar a marginalização social do preso,
em especial após a sua saída do estabelecimento prisional.
COMPETENCIA SOCIAL E FISCALIZADORA.
Do Conselho da Comunidade
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade
composto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação
comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da
Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado
pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela
Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais.
Da Defensoria Pública
Em linhas gerais, incube à Defensoria Pública o acompanhamento da
execução da pena, fazendo valer todos os direitos do preso assistido.
O inciso I, letra ‘a’ resume todo o trabalho e demonstra que o rol das
atribuições é exemplificativo.
“I – Requerer:
a) Todas as providencias necessárias ao desenvolvimento do processo
executivo”
VISITAS DE INSPEÇÃO PELOS 
ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO PENAL 
LEP Art. 61. São órgãos da execução penal: 
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; 
II - o Juízo da Execução; 
III - o Ministério Público; 
IV - o Conselho Penitenciário; 
V - os Departamentos Penitenciários; 
VI - o Patronato; 
VII - o Conselho da Comunidade. 
VIII - a Defensoria Pública. 
LEP Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária,
no exercício de suas atividades, em âmbito federal ou estadual,
incumbe:
[...]
VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim
informar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário,
requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da
execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às
autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao seu
aprimoramento;
LEP Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
[...]
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando
providências para o adequado funcionamento e promovendo,
quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
LEP Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
[...]
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente
os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro
próprio.
LEP Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
LEP Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e
serviços penais;
LEP Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará
periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua
presença em livro próprio.
Resolução n. 47 de 18.12.2007, do Conselho Nacional de Justiça –
“Dispõe sobre a inspeção nos estabelecimentos penais pelos juízes de
execução criminal”.
MOBILIDADE DO PRESO (TRANSFERÊNCIA DE 
CELA E DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL) 
Regras de Mandela
Regra 68
Todo preso deve ter o direito, e a ele devem ser assegurados os meios
para tanto, de informar imediatamente a sua família, ou qualquer
outra pessoa designada como seu contato, sobre seu
encarceramento, ou sobre sua transferência para outra unidade
prisional, ou, ainda, sobre qualquer doença ou ferimento graves. A
divulgação de informações pessoais dos presos deve estar submetida
à legislação local.
Regra 73
1. Quando os presos estiverem sendo removidos de ou para uma
unidade, devem ser expostos ao público pelo menor tempopossível, e
devem ser adotadas as devidas salvaguardas para protegê-los de
insultos, curiosidade e qualquer forma de publicidade.
2. Deve ser proibido o transporte de presos em veículo com ventilação
ou iluminação inadequadas ou que possa submetê-los a qualquer
forma de sofrimento físico.
3. O transporte de presos deve ter as despesas pagas pela
administração e ser feito em condições iguais para todos.
LEP Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública
a fim de resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e
a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e
familiar.
Além disso, Existem decretos que regulam a transferência de pessoas
condenadas para mais variados locais do mundo: Uruguai; Chile,
Panamá; Paises Baixos; Argentina; Bolívia; Paises de língua portuguesa,
Canadá, Espanha, Paraguai, Peru, Londres, e outros.
Lei n. 11.671/2008 - Dispõe sobre a transferência e inclusão de presos
em estabelecimentos penais federais de segurança máxima e dá
outras providências .
Decreto n. 6.877/2009 - Regulamenta a Lei no 11.671, de 8 de maio de
2008, que dispõe sobre a inclusão de presos em estabelecimentos
penais federais de segurança máxima ou a sua transferência para
aqueles estabelecimentos, e dá outras providências .
Súmula 639 do STJ: “Não fere o contraditório e o devido processo
decisão que, sem ouvida prévia da defesa, determine transferência
ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciário
federal”.
ASSISTÊNCIA AO APENADO E AO 
EGRESSO. 
Regras de Mandela
Regra 106
Atenção especial deve ser dada para a manutenção e o
aperfeiçoamento das relações entre o preso e sua família, conforme
apropriado ao melhor interesse de ambos.
Regra 107
Desde o início do cumprimento da sentença de um preso, deve-se
considerar seu futuro após a liberação, e ele deve ser incentivado e
auxiliado a manter ou estabelecer relações com indivíduos ou
entidades fora da unidade prisional, da melhor forma possível, para
promover sua própria reabilitação social e os seus interesses e de sua
família.
Regra 108
1. Os serviços e as agências, sejam governamentais ou não, que ajudam
presos libertos a se restabelecerem na sociedade devem assegurar, na
medida do possível e do necessário, que eles possuam os documentos e
papéis de identificação apropriados, que tenham casa e trabalho
adequados, que estejam adequadamente vestidos, levando em
consideração o clima e a estação do ano, e que tenham meios
suficientes para alcançar seu destino e para se sustentarem no período
imediatamente posterior a sua liberação.
2. Os representantes autorizados de tais agências devem ter todo o
acesso necessário à unidade prisional e aos presos e devem ser
consultados sobre o futuro do preso desde o início de sua sentença.
3. As atividades de tais agências devem ser centralizadas ou
coordenadas, na medida do possível, para garantir o melhor uso de seus
esforços.
LEP Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado,
objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em
sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
LEP Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
LEP Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em
estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser
prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do
assistente social, o empenho na obtenção de emprego.
LEP Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do
estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
LEP Art. 27. O serviço de assistência social colaborará com o egresso
para a obtenção de trabalho.
Política Nacional de Pessoas Egressas do Sistema Prisional – Conselho
Nacional de Justiça.
Resolução n. 307 de 17.12.2019 do Conselho Nacional de Justiça -
Institui a Política de Atenção a Pessoas Egressas do Sistema Prisional no
âmbito do Poder Judiciário, prevendo os procedimentos, as diretrizes,
o modelo institucional e a metodologia de trabalho para sua
implementação.
ALIMENTAÇÃO 
Regras de Mandela
Regra 22
1. Todo preso deve receber da administração prisional, em horários
regulares, alimento com valor nutricional adequado à sua saúde e
resistência, de qualidade, bem preparada e bem servida.
2. Todo preso deve ter acesso a água potável sempre que necessitar.
LEP Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no
fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
ALIMENTAÇÃO ESPECIAL 
Resolução n. 3 de 05.10.2017, do Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária - Dispõe sobre a prestação de serviços de
alimentação e nutrição às pessoas privadas de liberdade e aos
trabalhadores no sistema prisional.
Projeto de Lei n. 1.249/2011 em trâmite na Câmara dos Deputados -
Dispõe sobre alimentação especial do preso (Situação: Aguardando
Designação de Relator na Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania [CCJC]):
Art. 2º O inciso I do art. 41 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, que
institui a Lei de Execução Penal, passa a vigorar com a seguinte
redação:
Art. 41. Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário, garantindo-se alimentação
especial aos detentos com prescrição médica;
VESTUÁRIO 
Regras de Mandela
Regra 19
1. Todo preso que não tiver permissão de usar roupas próprias deve
receber roupas apropriadas para o clima e adequadas para mantê-lo
em boa saúde. Tais roupas não devem, de maneira alguma, ser
degradantes ou humilhantes.
2. Todas as roupas devem estar limpas e ser mantidas em condições
adequadas. Roupas íntimas devem ser trocadas e lavadas com a
frequência necessária para a manutenção da higiene.
3. Em circunstâncias excepcionais, sempre que um preso se afastar do
estabelecimento prisional, por motivo autorizado, deverá ter
permissão de usar suas próprias roupas ou outra que seja discreta.
Regra 20
Se os presos tiverem permissão de usar suas próprias roupas, devem-se
adotar procedimentos adequados na sua entrada no
estabelecimento prisional para assegurar que elas estejam limpas e
próprias para uso.
Regra 21
Todo prisioneiro deve, de acordo com os padrões locais e nacionais,
ter uma cama separada, e roupas de cama suficientes que devem
estar limpas quando distribuídas, ser mantidas em boas condições e
ser trocadas com a frequência necessária para garantir sua limpeza.
LEP Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no
fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
HIGIENE 
Regras de Mandela
Regra 18
1. Deve ser exigido que o preso mantenha sua limpeza pessoal e, para
esse fim, deve ter acesso a água e artigos de higiene, conforme
necessário para sua saúde e limpeza.
2. A fim de que os prisioneiros possam manter uma boa aparência,
compatível com seu autorrespeito, devem ter à disposição meios para
o cuidado adequado do cabelo e da barba, e homens devem poder
barbear-se regularmente.
LEP Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no
fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
LEP Art. 39. Constituem deveres do condenado:
[...]
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
SAÚDE MÉDICA E ODONTOLÓGICA 
Regra 24
1. O provimento de serviços médicos para os presos é uma
responsabilidade do Estado. Os presos devem usufruir dos mesmos
padrões de serviços de saúde disponíveis à comunidade, e os serviços
de saúde necessários devem ser gratuitos, sem discriminação
motivada pela sua situação jurídica.
2. Os serviços de saúde serão organizados conjuntamente com a
administração geral da saúde pública e de forma a garantir a
continuidadedo tratamento e da assistência, inclusive nos casos de
HIV, tuberculose e outras doenças infecciosas, abrangendo também
a dependência às drogas.
LEP Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter
preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico,
farmacêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para
prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro
local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
§ 3º Será assegurado acompanhamento médico à mulher,
principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-
nascido.
LEP Art. 41 - Constituem direitos do preso:
[...]
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e
religiosa;
LEP Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de
confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento
ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e
acompanhar o tratamento.
Resolução n. 4 de 18.07.2014 do Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária - Aprova as Diretrizes Básicas para Atenção
Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema
Prisional.
TRABALHO 
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de
dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as
precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação
das Leis do Trabalho.
TRABALHO 
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia
tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que
determinados judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a
manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem
prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
TRABALHO 
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte
restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança,
que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à
comunidade não serão remuneradas.
TRABALHO 
Decreto n. 9.450/2018 - Institui a Política Nacional de Trabalho no
âmbito do Sistema Prisional, voltada à ampliação e qualificação da
oferta de vagas de trabalho, ao empreendedorismo e à formação
profissional das pessoas presas e egressas do sistema prisional, e
regulamenta o § 5º do art. 40 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
que regulamenta o disposto no inciso XXI do caput do art. 37 da
Constituição e institui normas para licitações e contratos da
administração pública firmados pelo Poder Executivo federal.
TRABALHO INTERNO
- Na medida de suas aptidões e capacidade;
- Deve levar em conta as necessidades futuras do preso;
- Deve ser limitado o artesanato sem expressão econômica;
- Preso provisório e política não são obrigados ao trabalho;
- Jornada não inferior a 6 horas nem superior a 8 horas;
TRABALHO EXTERNO
- Diz respeito ao trabalho exercido pelo preso no regime fechado
- Somente em serviços e obras públicas da Administração Direta ou
Indireta;
- O limite máximo de 10% do total de empregados na obra;
- Autorizado pela Direção do Estabelecimento, desde que o preso
tenha: aptidão, disciplina e responsabilidade, além do
cumprimento mínimo de 1/6 da pena.
LEP Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso
para a obtenção de trabalho.
LEP Art. 41 - Constituem direitos do preso:
[...]
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
EDUCACIONAL 
LEP Art. 41 - Constituem direitos do preso:
[...]
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e
religiosa;
LEP Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução
escolar e a formação profissional do preso e do internado.
LEP Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema
escolar da Unidade Federativa.
LEP Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral
ou educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios,
em obediência ao preceito constitucional de sua universalização.
§ 1º O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema
estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e
financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos
destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou
administração penitenciária.
§ 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos
supletivos de educação de jovens e adultos.
§ 3º A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus
programas de educação à distância e de utilização de novas
tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas. 7.627
LEP Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação
ou de aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional
adequado à sua condição.
LEP Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio
com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou
ofereçam cursos especializados.
LEP Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada
estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias
de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
LEP Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar:
I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número
de presos e presas atendidos;
III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou
aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos;
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de
presos e presas.
Resolução n. 391 de 10.05.2021 do Conselho Nacional de Justiça -
Estabelece procedimentos e diretrizes a serem observados pelo Poder
Judiciário para o reconhecimento do direito à remição de pena por
meio de práticas sociais educativas em unidades de privação de
liberdade.
Portaria n. 8/2013 – Atualizada conforme Resolução n. 391/2021, do
CNJ – remição por leitura.
SOCIAL 
LEP Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o
internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
LEP Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as
dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas
temporárias;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da
pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da
Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do
internado e da vítima.
RELIGIOSA 
Regras de Mandela
Regra 65
1. Se a unidade prisional contiver um número suficiente de presos de
uma mesma religião, deve ser indicado ou aprovado um
representante qualificado daquela religião. Se o número de
prisioneiros justificar tal procedimento, e se as condições permitirem,
deve-se adotar este procedimento em tempo integral.
2. Um representante qualificado indicado ou aprovado conforme o
parágrafo 1 desta Regra deve ter permissão para realizar celebrações
regulares e fazer visitas pastorais privadas a presos de sua religião em
horário apropriado.
3. O direito de entrar em contato com um representante qualificado
de sua religião nunca deve ser negado a qualquerpreso. Por outro
lado, se um preso se opuser à visita de qualquer representante
religioso, sua decisão deve ser plenamente respeitada.
CRFB/1988 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma
da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-
se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
Lei n. 9.982/2000 - Dispõe sobre a prestação de assistência religiosa
nas entidades hospitalares públicas e privadas, bem como nos
estabelecimentos prisionais civis e militares (link de acesso).
LEP Art. 41 - Constituem direitos do preso:
[...]
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e
religiosa;
Resolução n. 8 de 09.11.2011 do Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária - Estabelecer as diretrizes para a assistência
religiosa nos estabelecimentos prisionais.
Portaria n. 9/2014 – Liberação de porte, por visitante, de livro religioso.
RECREAÇÃO 
Regras de Mandela
Regra 23
1. Todo preso que não trabalhar a céu aberto deve ter pelo menos
uma hora diária de exercícios ao ar livre, se o clima permitir.
2. Jovens presos, e outros com idade e condições físicas adequadas,
devem receber treinamento físico e de lazer durante o período de
exercício. Para este fim, espaço, instalações e equipamentos devem
ser providenciados.
Regra 104
1. Instrumentos devem ser criados para promover a educação de
todos os presos que possam se beneficiar disso, incluindo instrução
religiosa, em países onde isso é possível. A educação de analfabetos
e jovens presos deve ser compulsória, e a administração prisional deve
destinar atenção especial a isso.
2. Na medida do possível, a educação dos presos deve ser integrada
ao sistema educacional do país, para que após sua liberação eles
possam continuar seus estudos sem maiores dificuldades.
Regra 105
Todas as unidades prisionais devem oferecer atividades recreativas e
culturais em benefício da saúde física e mental dos presos.
LEP Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
[...]
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a
recreação;
PRÁTICA ESPORTIVA 
Regras de Mandela
Regra 23
1. Todo preso que não trabalhar a céu aberto deve ter pelo menos
uma hora diária de exercícios ao ar livre, se o clima permitir.
2. Jovens presos, e outros com idade e condições físicas adequadas,
devem receber treinamento físico e de lazer durante o período de
exercício. Para este fim, espaço, instalações e equipamentos devem
ser providenciados.
Regra 35
1. O médico ou o profissional competente de saúde pública deve
regularmente inspecionar e aconselhar o diretor sobre:
[...]
(e) O cumprimento das regras em relação a educação física e
esportes, nos casos em que não houver pessoal técnico para tais
atividades.
LEP Art. 41 - Constituem direitos do preso:
[...]
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e
desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da
pena;
Portaria n. 205 de 07.10.2020 do Conselho Nacional de Justiça - Institui
Grupo de Trabalho para elaboração de Plano Nacional de Fomento
ao Esporte e Lazer no Sistema Prisional (link de acesso).
JURÍDICA 
Regras de Mandela
Regra 54
Todo preso, na sua entrada, deve receber informação escrita sobre:
(a) A legislação e os regulamentos concernentes à unidade prisional e
ao sistema prisional;
(b) Seus direitos, inclusive métodos autorizados de busca de
informação, acesso à assistência jurídica, inclusive gratuita, e
procedimentos para fazer solicitações e reclamações;
(c) Suas obrigações, inclusive as sanções disciplinares aplicáveis; e
(d) Todos os assuntos necessários para possibilitar ao preso adaptar-se
à vida de reclusão.
LEP Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos
internados sem recursos financeiros para constituir advogado.
LEP Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de
assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro
e fora dos estabelecimentos penais.
§ 1º As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural,
pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções,
dentro e fora dos estabelecimentos penais
§ 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado
destinado ao atendimento pelo Defensor Público.
§ 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos
Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência
jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade,
egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir
advogado.
DIREITO DOS VISITANTES
Regra 50
As leis e regulamentos acerca das revistas íntimas e inspeções de
celas devem estar em conformidade com as obrigações do Direito
Internacional e devem levar em conta os padrões e as normas
internacionais, considerando-se a necessidade de garantir a
segurança nas unidades prisionais. As revistas íntimas e inspeções
serão conduzidas respeitando-se a inerente dignidade humana e
privacidade do indivíduo sob inspeção, assim como os princípios da
proporcionalidade, legalidade e necessidade.
Regra 51
As revistas íntimas e inspeções não serão utilizadas para assediar,
intimidar ou invadir
desnecessariamente a privacidade do preso. Para os fins de
responsabilização, a administração prisional deve manter registros
apropriados das revistas íntimas e inspeções, em particular daquelas
que envolvam o ato de despir e de inspecionar partes íntimas do
corpo e inspeções nas celas, bem como as razões das inspeções, a
identidade daqueles que as conduziram e quaisquer resultados dessas
inspeções.
Regra 52
1. Revistas íntimas invasivas, incluindo o ato de despir e de inspecionar
partes íntimas do corpo, devem ser empreendidas apenas quando
forem absolutamente necessárias. As administrações prisionais devem
ser encorajadas a desenvolver e utilizar outras alternativas apropriadas
ao invés de revistas íntimas invasivas. As revistas íntimas
invasivas serão conduzidas de forma privada e por pessoal treinado
do mesmo gênero do indivíduo inspecionado.
2. As revistas das partes íntimas serão conduzidas apenas por
profissionais de saúde qualificados, que não sejam os principais
responsáveis pela atenção à saúde do preso, ou, no mínimo, por
pessoal apropriadamente treinado por profissionais da área médica
nos padrões de higiene, saúde e segurança.
Regra 53
Os presos devem ter acesso aos documentos relacionados aos seus
processos judiciais e serem autorizados a mantê-los consigo, sem que
a administração prisional tenha acesso a estes.
CONSTITUCIONAL. PENAL. REVISTA ÍNTIMA PARA INGRESSO EM
ESTABELECIMENTO PRISIONAL. PRÁTICAS E REGRAS VEXATÓRIAS. PRÍNCIPIO
DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PRINCÍPIO DA INTIMIDADE, DA
HONRA E DA IMAGEM DAS PESSOAS. OFENSA. ILICITUDE DA PROVA.
QUESTÃO RELEVANTE DO PONTO DE VISTA SOCIAL E JURÍDICO.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. A adoção de práticas e regras
vexatórias com a revista íntima para o ingresso em estabelecimento
prisional é tema constitucional digno de submissão à sistemática da
repercussão geral. (ARE 959620 RG, Relator(a): EDSON FACHIN, Tribunal
Pleno, julgado em 01/06/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-119 DIVULG
14-06-2018 PUBLIC 15-06-2018).
Submetido ao plenário, pelo reconhecimento de repercussão geral.
Atualmente suspensoo julgamento em razão de pedido de vista do Min.
Nunes Marques:

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