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Esquizofrenia: Sintomas, Subtipos e Etiologia

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Esquizofrenia 1
Esquizofrenia
Data
Eixo SA
Critérios diagnósticos DSM-V:
A. Sintomas característicos: dois ou mias dos seguintes sintomas, cada um dos 
quais presentes por frações significativas de tempo pelo período de 1 mês (ou 
menos se tratados com sucesso):
Delírios - alterações de pensamento
Alucinações - alterações dos sentidos 
Discurso desorganizado 
Catatonia ou desorganização grosseira do comportamento 
Sintomas negativos (embotamento afetivo, alogia ou avolição)
B. Disfunção social/ocupacional: deterioração do nível de funcionamento em área 
como trabalho, relações interpessoais, autocuidado (ou na criança ou adolescente 
quando desempenho social, acadêmico e ocupacional não é alcançado)
C. Duração: sinais continuados do transtorno persistem por, pelo menos 6 meses. 
Deve incluir 1 mês de sintomas que preencham o critério A (fase ativa), e pode 
incluir sintomas prodrômicos ou residuais (sintomas negativos ou sintomas do 
critério A atenuados - crenças estranhas, experiências perceptivas fora do comum)
D. Exclusão dos transtornos esquizoafetivo e do humor: 
1. ausência de episódios depressivos maiores, maníacos ou mistos, ocorrendo 
concomitantemente com sintomas da fase ativa ou
2. episódios de humor forma curtos em relação à duração da fase ativa e 
residual 
E. Exclusão de um problema médico geral com substâncias: o transtorno não se 
deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (droga de abuso, 
medicação) ou a um problema médico geral 
F. Relação a um transtorno geral do desenvolvimento: se existe história de 
transtorno geral do desenvolvimento ou autismo, o diagnóstico adicional de 
@13/09/2021
Esquizofrenia 2
esquizofrenia só é feito se há delírios e alucinações proeminentes por, pelo menos, 
1 mês (ou menos, no caso de serem tratados com sucesso)
Psicopatologia:
As 3 síndromes:
Sintomas positivos:
Produto de um processo anormal de doença
Delírios e alucinações
Desorganização da linguagem
Catatonia
Desorganização do pensamento 
Sintomas negativos:
Déficit na função normal
Não são considerados psicóticos em si
Retraimento social 
Anedonia (perda do prazer)
Anergia
Embotamento afetivo
Sintomas cognitivos:
Déficit de memória, raciocínio e concentração
Perdas graduais
Sintomas residuais 
Pior desempenho em testes que medem cognição 
Subtipos:
1. Paranóide:
Delírios persistentes de grandeza ou perseguição 
Mais comum
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2. Indiferenciada:
Delírios ou alucinações de qualquer tipo
Incorência e desorganização do comportamento 
3. Desorganizada:
Ausência de delírios sistematizados 
Incoerência e afetos inadequados 
4. Residual:
Sintomas positivos são mínimos
Sintomas negativos predominam 
5. Catatônica:
Transtorno motor é predominante 
Hiperatividade agitada ou
Redução na atividade motora de sustentação e postura (estupor, rigidez ou 
posturas bizarras - flexibilidade cérea)
6. Hebefrênica:
Comportamento infantilizado 
Efeito pueril 
Etiologia:
Estudos genéticos: 
Pai biológico esquizofrênico:
Adotados sem nenhum familiar esquizofrênico 
Adotados em uma família com um dos pais comesquizofrenia 
Gêmeos monozigóticos ou dizigóticos 
Concordantes ou discordantes para a esquizofrenia 
Conclusão: estabeleceram de forma inequívoca que existe uma base genética 
para esquizofrenia 
Esquizofrenia 4
1. Hipótese da dopamina (DA): 
redução da DA no córtex pré frontal: sintomas negativos e cognitivos
aumento DA em áreas límbicas: sintomas positivos
antipsicóticos típicos: bloqueiam receptores de dopamina 
2. Hipótese da serotonina (5-HT):
interações complexas entre 5-HT e DA
antipsicóticos atípicos: potentes antagonistas de receptores de 5-HT
efeitos psicóticos de alucinógenos (agonistas de 5-HT)
3. Hipótese do glutamato (Glu):
redução Glu no LCR de esquizofrênicos
antagonistas do glutamato causam sintomas psicóticos (ex. ketamina)
Hipótese do neurodesenvolvimento:
Complicações obstétricas e perinatais:
relação entre complicações obstétricas e esquizofrenia 
hemorragia periventricular, hipóxia e lesões isquêmicas
conexões neurais anormais em cerebros de esquizofrênicos 
Eventos ambientais adversos no útero:
probabilidade maior em nascidos no final do inverno ou primavera: 
epidemias de influenza ou outras infecções virais 
desnutrição materna, incompatibilidade Rh 
Anormalidades estruturais baseadas em estudos de imagem cerebral in vivo:
aumento ventriculos cerebrais, ampliação das fissuras e sulcos corticais 
Processos patológicos que se iniciam antes que o cérebro atinja seu estado 
anatômico adulto, ao final da adolescência 
Ativação de circuitos neurais patológicos na adolescência ou no início da vida 
adulta - estresse grave 
Alterações neurodesenvolvimentais produziriam maior sensibilidade a eventos 
estressantes e ação de drogas dopaminérgicas 
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Epidemiologia:
Afeta 1% da população adulta
Comparável em todas soceiedades 
Maior incidência em baixo nível sócioeconômico 
10% dos pais tem esquizofrenia 
outros podem ter formas subclinicas da doença
Ligeiramente mais comum em homens
Idade de início - homens: 20 anos (10-24) e mulheres: 25 anos (15-30)
Idade de início mais precoce: pior prognóstico 
Genética:
Transtorno familiar com mode de herança complexo e expressividade fenotípica 
variável 
Concordância entre gêmeos - dizigóticos 14% e monozigóticos 46%
Filhos de pais esquizofrênicos - um dos pais 5,6% e ambos 46,3%
Filhos de esquizofrênicos adotados vivendo longe dos pais 9,4% (controle 1,2%)
Modo exato de transmissão é desconhecido 
História natural:
Transtornos comportamentais progressivos na infância e adolescência:
retração social e baixo desempenho acadêmico
introvertido, tímido, associal (poucos amigos)
queixas somáticas
hobbis exóticos (ex. ocultismo)
pensamentos e linguagem bizarra
afeto anormal 
experiências alucinatórias 
Esquizofrenia 6
Período prodrômico:
meses ou anos
redução função comportamental ou cognitiva
alterações na personalidade
retraimento e baixo desempenho acadêmico
perda de interesse em atividades prazerosas
comportamento obsessivo-compulsivo e rituais 
redução higiene 
afeto mal-humorado e monótono 
pensamento mágico 
agressividade 
Diagnóstico diferencial:
Transtornos do humor 
Transtornos psicóticos devido a uso de substâncias ou problema médico geral 
epilepsia do lobo temporal, neoplasias cerebrais, trauma frontal ou límbico, 
AVC, SIDA, deficiência de vitamina B12, envenenamento por monóxido de 
carbono ou metais pesados, doença de Creutzfeldt-Jakob, encefalite por 
herpes, neurossifilis, hidrocefalia de pressão normal, lupus eritematoso 
sistêmico, entre outras
Outras doenças psicóticas
Transtornos da personalidade 
Tratamento:
Farmacológico:
esteio do tratamento da esquizofrenia 
antipsicóticos típicos (ex. aloperidol, tioridazina - primeira geração - mais 
sintomas extrapiramidais - rigidez, parkisonismo medicamentoso) e atípicos 
(ex. quetiapina, risperidona, olanzapina - segunda geração - não costuma 
Esquizofrenia 7
ocasionar alterações motoras, mas metabólicas, como aumento do apetite, 
ganho de peso)
iniciar com doses baixas e aumentar se necessário após 4 semanas
tratamento da crise psicótica e prevenção de novas crises
uso contínuo 
Eletroconvulsoterapia (ECT):
pouco usada atualmente (eficácia dos antipsicóticos)
casos com resposta limitada às medicações ou necessidade de rápido 
controle de comportamento agitado 
aplicada com anestesia geral em 6 a 12 sessões (intervalos de 1 a 2 dias)
necessário consentimento do paciente ou da família 
Tratamentos piscossociais:
melhorar a aderência do paciente à terapia com as drogas
apoiar os pacientes
promover habilidades de uma vida independente 
melhorar funcionamento psicossocial e de trabalho
reduzir a carga dos cuidadores
fornecer educação e apoio aos familiares 
disponibilidade na rede SUS (CAPS)
Complicações e comorbidades:
Problemas para adquirir independência 
Desenvolvimento de síndrome demencialgrave (tipo Alzheimer)
Abuso de substâncias e adição ao cigarro
Maior risco de cardiopatias: IAM e arritmias
Risco de suicídio (9 a 13%)

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