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Listéria e outras bactérias associadas á infecções zoonóticas Doenças que são transmitidas de animais para humanos Vias de aquisição de zoonoses: Por penetração direta através da pele (atividade veterinária, manutenção de animais) Através de escoriações de feridas Artrópodes (vetores mecânicos – ponte entre animal e homem ou biológico quando a bactéria ocupa o artrópode) – ex: doença de Lyme, Peste Bubônica Através de mordida de animais Por inalação (ex: Anthrax) Por ingestão (ex: Listeriose, Salmonelose) Manifestações clínicas de zoonoses dependem de: Agente infeccioso Porta de entrada (via de aquisição): única ou múltipla Transmissão de agentes zoonóticos → ser humano atua como hospedeiro final: como intruso acidental no envolvimento em cadeias animais. Antrax Doença epidêmica em todo o mundo, através de sua transmissão por animais e humanos. Causador: Bacillus anthracis Gram positivo Formador de esporos Hospedeiros variados: bovinos, eqüinos, caprinos OBS: contaminação comum em veterinários → caráter ocupacional Vias de contaminação: Respiratória (aspiração) Gastrointestinal (ingestão) Cutânea (penetração) Após o primeiro contato, ocorre a desesporulação (a forma vegetativa é assumida) e são produzidos os fatores de virulência. Conforme a forma de contaminação, maior a gravidade da doença. A doença sistêmica de maior gravidade ocorre quando há contaminação pela via respiratória, seguindo-se o trato gastrointestinal e a pele. Fator de Virulência: mais importante é a toxina do antrax - grande responsável pela sintomatologia. Peste Bubônica: Yersinia pestis (enterobactéria) Vias de aquisição: Penetração pela pele (penetração da bactéria por microfissuras e soluções de continuidade) Respiratória (inalação) Hospedeiros naturais: carnívoros e roedores. Podem ser sintomáticos ou não. Vetor → pulga Ciclo urbano: cães e gatos; ratos e camundongos picados por pulgas do ciclo silvestre passam a ser hospedeiros urbanos da bactéria. Transmissão: Pela pulga: penetração na pele Homem a homem (respiratória) Animal doente – homem (respiratória) Listéria Morfologia regular Habitat primário: solo e vegetais em decomposição Patógeno de caráter oportunista. Listeriose Síndromes clínicas: Infecção assintomática (portadores assintomáticos humanos → a bactéria fica na microbiota intestinal) ou infecção com quadro inespecífico, presentes também em outras infecções bacterianas. OBS: não tem sintomatologia entérica como quadro principal. Infecções neonatais (abscessos generalizados), aborto séptico (depende da fase de gestação) Meningites, encefalites e outras infecções do SNC (meningoencefalite). No adulto essas manifestações, assim como a bacteremia, são as mais comuns, podendo evoluir para as demais manifestações citadas abaixo. Bacteremia Endocardite, artrite, osteomielite, abcessos intrabdominais, infecções pleuropulmonares Foram descritos também infecções em surtos, apesar de a tendência é de os casos de Listeriose serem isolados. Nestas descrições os surtos ocorreram pela ingestão de produtos alimentares de origem animal contaminados. Atualmente a contaminação acontece isoladamente por contato com um animal contaminado Quando o inoculo é pequeno, temos uma forma mais branda da Listeriose, onde há uma bacteremia que é eliminada pelo organismo. Transmissão: Contato direto com animais contaminados (mamíferos, aves, peixes, insetos) Transplacentária Ingestão de alimentos contaminados (leite, queijos, carnes, vegetais) Contato com ambiente contaminado: solo, água e vegetação. Fatores Bacterianos: Patógenos intracelulares facultativos – cresce em macrófagos e células epiteliais (sobrevive nos fagossomas). Amostras virulentas produzem listeriolisina (LLO) – hemolisina OBS: Também lisa outras células → vantagens na implantação → degrada a parede dos fagossomas. Crescem em baixas temperaturas (geladeira) e pHs variados. ADESÃO, INVASÃO E MOTILIDADE Invasão pela via do epitélio intestinal Após a entrada na célula e a formação do fagossoma primário, ela multiplica-se e ao mesmo tempo desestabiliza a parede do fagossoma, conseguindo atingir o citoplasma. A seguir, ela continua se multiplicando e, passa a ser dotada de uma cauda de actina tornando-se móvel e dirigindo-se a um dos pólos da célula, onde forma uma protuberância, que é engolfada pelas células adjacentes. Assim o ciclo recomeça. Isso confere a Listeria uma certa proteção pois ela consegue se manter ilesa em ambiente intracelular, onde na verdade deveria estar sendo digerida. Depois de se disseminar célula a célula a listéria ataca a membrana basal e se dissemina pelos vasos sanguíneos (pode ocorrer simultaneamente) → circulação sistêmica → BACTEREMIA Fatores de virulência associados a estes processos: Ptn de suporte (internalina): propicia a invasão dos tecidos subjacentes à mucosa Listeriolisina O (LLO) – escape do fagossoma Fosfolipase: hidrolisa fosfolipideos de membrana Formação da cauda de actina: movimentação para a célula vizinha Flagelos peritríquios → motilidade a 20-25°C (temperatura baixa para outras bactérias, mas não para a listéria) Diagnóstico Laboratorial: Espécime: LCR, sangue, líquido amniótico, biópsias de tecidos Em caso de surtos: espécimes de alimentos (vegetais – repolho, cogumelos – queijos, aves, salsichas, leites, patês). Objetivo → investigação epidemiológica Bacterioscopia: Bacilos gram + (intra ou extracelular) Cultura: microorganismo exigente – meio Agar sangue Diferencial entre listeria e streptococcus grupo B = bacterioscopia A síndrome clínica é parecida em neonatos Testes fisiológicos - teste de motilidade 20-25°C - produção de β-hemolisina - produção de co-hemolisina - fermentação de açucares Populações de risco - gestantes - fetos / neonatos - transplantados - SIDA + - idosos - imunocomprometidos - pacientes com linfomas Controle / Prevenção e Tratamento Evitar alimentos crus ou parcialmente cozidos, principalmente queijos Tratamento: penicilina ou ampicilina. Só ou em combinação com um aminoglicosideo.
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