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Mód VII - Tutorial VII - Yago Maciel

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Módulo VII – Tutorial VII (Aprendizado Médico Baseado em Problemas)
Objetivo:
1) Pesquisar qual a relação do baqueteamento com a doença pulmonar.
2) Estudar qual a causa do abafamento do som na ausculta.
3) Estudar as doenças pulmonares intersticiais.
Pesquisar qual a relação do baqueteamento com a doença pulmonar.
Estudar qual a causa do abafamento do som na ausculta.
Estudar as doenças pulmonares intersticiais.
Doenças pulmonares ocupacionais e ambientais
· HISTÓRIA E AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
A história do paciente tem importância fundamental para a avaliação da possibilidade de qualquer exposição ocupacional ou ambiental. A investigação das práticas laborais específicas deve incluir perguntas sobre contaminantes específicos envolvidos, existência de poeiras visíveis, odores químicos, dimensões e ventilação das áreas de trabalho, e se outros colegas de trabalho têm queixas semelhantes. A correlação temporal entre exposição no trabalho e ocorrência dos sintomas pode fornecer indícios de doença ocupacional. As exposições curtas ou prolongadas aos agentes tóxicos potenciais em passado remoto também precisam ser consideradas.
· DETERMINANTES DA EXPOSIÇÃO INALATÓRIA
O tamanho dos contaminantes devem ser levados em consideração, pois cada velocidade e tamanho é capaz de afetar parte determinada do trato respiratório.
· Partículas > 10 a 15 μm, não possuem uma grande penetração, pois essa partículas não são capazes de ultrapassar a células ciliadas do Nariz e da Garganta.
· Partículas < 10 μm, essas partículas possuem penetração até a laringe, assim sendo depositada nessa região. Essa divisão possui 3 grupos de subdivisão, sendo esses:
· Grupo de 2,5 a 10 μm, essas partículas, presentam deposição na área alta da arvore brônquica, sendo composta geralmente por partículas de sílica, alumínio e ferro.
· Grupo de < 2,5 μm, essas partículas facilmente alcançam as vias aéreas inferiores, sendo então depositadas nessa região, ligada principalmente a queima de combustíveis fosseis e a fumaças e vapores.
· Grupo de < 0,1 μm, essa pequena fração de partícula é considerado de tamanho ultrafino, são as partículas mais numerosas e são depositadas nas paredes dos alvéolos pulmonares, contudo seu tamanho é tão ínfimo que é capaz de atravessar a barreira alveolar e gerar deposição na circulação ou em órgãos extrapulmonares.
· EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS E DOENÇA PULMONAR
· DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTO
Etiologia/Epidemiologia: Asbesto é um termo genérico utilizado para descrever vários silicatos minerais diferentes, incluindo-se crisólita, amosita, antrofilita e crocidolita. Além dos trabalhadores envolvidos no processamento de produtos com asbesto (mineração, moagem e manufatura), alguns profissionais da construção marítima e de empresas construtoras (inclusive montadores de tubulações e caldeireiros) foram expostos ocupacionalmente durante o século XX, porque o asbesto era muito utilizado em razão de suas propriedades de isolamento térmico e elétrico.
Fisiopatologia: Os principais efeitos da exposição ao asbesto na saúde são fibroses pulmonar e pleural, cânceres do trato respiratório e mesoteliomas da pleura e do peritônio. A asbestose é uma doença fibrosante intersticial difusa dos pulmões e está diretamente relacionada com a intensidade e a duração da exposição. Essa doença é semelhante às outras formas de fibrose intersticial difusa. Em geral, a exposição ocorre por pelo menos 10 anos antes que a doença se manifeste. Os mecanismos pelos quais as fibras do asbesto induzem fibrose pulmonar ainda não estão totalmente esclarecidos, mas parecem envolver danos oxidativos secundários à produção de espécies reativas do oxigênio pelos metais de transição presentes na superfície das fibras e às células envolvidas na fagocitose.
Diagnóstico: A exposição pregressa ao asbesto é indicada especificamente por placas pleurais nas radiografias de tórax, que se caracterizam por espessamento ou calcificação ao longo da pleura parietal, sobretudo nos campos pulmonares inferiores, no diafragma e na borda cardíaca. Na asbestose, as provas de função pulmonar demonstram padrão restritivo com reduções dos volumes pulmonares e da capacidade de difusão. Também pode haver indícios de obstrução leve do fluxo ventilatório (por fibrose peribronquiolar).
Diagnóstico diferencial: O câncer de pulmão é o câncer mais comumente associado com a exposição ao asbesto. A frequência aumentada do câncer de pulmão (todos os tipos histológicos) entre os trabalhadores expostos ao asbesto está relacionada com um período mínimo de latência de 15 a 19 anos entre o início da exposição e o desenvolvimento da doença. Os mesoteliomas (Cap. 316) pleurais e peritoneais também estão associados com a exposição ao asbesto. Ao contrário dos cânceres de pulmão, esses tumores não parecem estar associados ao tabagismo. Exposições relativamente curtas ao asbesto (< 1 a 2 anos).
· SILICOSE
Etiologia/Epidemiologia: As principais exposições ocupacionais são: mineração; corte de pedras; jato de areia; produção de vidro e cimento; trabalho em fundições; empacotamento do pó de sílica; e extração e lavra de rochas, principalmente granito. Cerca de 20% dos pacientes podem desenvolver calcificações dos linfonodos hilares, que produzem um padrão característico em “casca de ovo”.
Fisiopatologia: Na maioria dos casos, a fibrose pulmonar causada por exposição à sílica (silicose) segue um padrão de dose-resposta após muitos anos de exposição.
Diagnóstico/Manifestações Clínicas: As manifestações clínicas e patológicas da silicose agudam são semelhantes às da proteinose alveolar pulmonar. As radiografias de tórax podem mostrar infiltração ou condensação miliar profusa e na TCAR há um padrão típico conhecido como “pavimentação em mosaico”. A doença pode ser muito grave e progressiva, apesar da interrupção da exposição. A lavagem pulmonar total pode proporcionar alívio sintomático e retardar a progressão da doença. Como a sílica é citotóxica para os macrófagos alveolares, os pacientes com silicose correm risco mais alto de contrair infecções pulmonares que afetam estas células como defesas primárias (Mycobacterium tuberculosis, micobactérias atípicas e fungos). Em razão do risco elevado de tuberculose ativa, o tratamento recomendado para tuberculose latente nesses pacientes é mais prolongado. Outra complicação clínica potencial da silicose são os distúrbios autoimunes do tecido conectivo, inclusive artrite reumatoide e esclerodermia.
· PNEUMOCONIOSE DO MINERADOR DE CARVÃO
Etiologia/Epidemiologia: A radiografia comum detecta a PMC em cerca de 10% de todos os mineradores de carvão e em até 50% dos mineradores de antracito que trabalham há mais de 20 anos em contato com carvão. A prevalência da doença é menor entre os operários das minas de carvão betuminoso. Com a exposição prolongada ao pó de carvão (i.e., 15 a 20 anos), os trabalhadores podem desenvolver pequenas opacidades arredondadas semelhantes às da silicose.
Fisiopatologia: A PMC complicada evidencia-se pelo aparecimento de nódulos nas radiografias de tórax > 1 cm de diâmetro geralmente confinados à metade superior dos pulmões. Assim como se observa na silicose, a doença pode progredir para FMP, que se caracteriza por disfunção pulmonar grave e está associada à morte prematura.
· DOENÇA CRONICA POR BERILIO
Etiologia/Epidemiologia: Embora possa causar pneumonite aguda, o berílio está associado, com frequência muito maior, a uma doença inflamatória granulomatosa crônica semelhante à sarcoidose. O que diferencia a beriliose crônica (BC) da sarcoidose é a evidência de uma resposta imunológica celular específica (i.e., hipersensibilidade retardada) ao berílio.
Diagnóstico: O exame que geralmente fornece esse indício é o teste de proliferação dos linfócitos com berílio (BeLPT). Esse teste compara a proliferação in vitro dos linfócitos retirados do sangue ou do lavado broncoalveolar em presença de sais de berílio com as células sem este estímulo. As anormalidades detectadas nos exames de imagem do tórax são semelhantes às da sarcoidose (nódulosao longo das linhas septais), exceto pelo fato de que a linfadenopatia hilar é um pouco menos comum. Assim como ocorre na sarcoidose, as provas de função pulmonar podem demonstrar déficits ventilatórios obstrutivos e/ou restritivos e redução da capacidade de difusão. Nos indivíduos sensibilizados ao berílio, a presença de granulomas não caseosos ou de infiltrados monocíticos no tecido pulmonar confirma o diagnóstico.
· OUTROS METAIS
Alumínio e dióxido de titânio foram associados raramente há uma reação semelhante a sarcoidose os tecidos pulmonares. O cobalto é um dos prováveis agentes etiológicos da pneumonite intersticial e da asma ocupacional. 
· POEIRAS ORGANICAS
· Poeira do algodão (bissinose)
Os trabalhadores expostos ocupacionalmente a poeira do algodão durante a produção de fios podem desenvolver uma síndrome semelhante a asma, que é conhecida a bissinose. os trabalhadores expostos mostram queda significativa no VEF1 ao longo do turno de trabalho. Após mais de 10 anos de exposição, os trabalhadores com sintomas recidivastes são os mais suscetíveis apresentar um padrão obstrutivo nas provas de função pulmonar.
· Poeira de grãos
Apresentação clínica da doença obstrutiva das vias aéreas dos trabalhadores expostos a isso poeira do grãos é praticamente idêntica há que se observa nos casos típicos de tabagismo, ou seja, tosse persistente, hipersecreção de muco, sibilos e dispnéia ao esforço e redução do VEF1 e dar relação VEF1/CVF. Os trabalhadores tabagistas expostos às poeiras são mais suscetíveis a desenvolver déficits ventilatórios obstrutivos nas provas de função pulmonar.
· Pulmão de fazendeiro 
Esta doença resulta da exposição ao feno que contém esporos de actinomicetos termofílicos que produzem pneumonite de hipersensibilidade. o paciente com doença aguda do pulmão de fazendeiro apresenta-se depois de 4 a 8 horas da exposição com febre, calafrios, mal-estar, tosse e dispnéia sem sibilos. Na forma crônica da doença a história de crises repetitivas após a exposição é importante para distinguir essa síndrome de outras causas de fibrose difusa.
· SUBSTÂNCIAS QUIMICAS TÓXICAS
Os bombeiros e as vítimas de um incêndio correm o risco de sofrer inalação de fumaça, que é uma causa importante de insuficiência cardiorrespiratória. A intoxicação por monóxido de carbono com hipoxemia significativa pode ser fatal.
· AVALIAÇÃO DE INCAPACIDADE
Incapacidade é a expressão utilizada para descrever a redução da capacidade de trabalho em razão das consequências de um distúrbio clínico. Em geral os médicos são capazes de avaliar a disfunção fisiológica ou limitação, mas a graduação da incapacidade para fins de indenização por perda da renda também envolve fatores não clínicos como educação e empregabilidade do indivíduo.
· EXPOSIÇÕES DOMÉSTICAS
Vários estudos mostrar um quê a carga de partículas inaláveis em algumas residências era um diferentemente proporcional ao número de tabagistas que viviam nessas casas. Alguns estudos também mostraram que existe um aumento da prevalência de doenças respiratórias sobretudo a asma níveis reduzidos de função pulmonar avaliada por espirometria de crianças com pais tabagistas.

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