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Gustavo Moreno T19 AULA: ÚLCERA PÉPTICAS: Fisiologia: · Células parietais ou oxintícas, sendo essas produtoras do ácido clorídrico, presente no corpo gástrico. · Células pilóricas: gastrina. · Células principais: pepsinogênico. · Mucosas: produtor de muco. · Região antral - incisura, antro gástrico para baixo, piloro, para cima da incisura é corpo gástrico. · 2 formas de lesões gástricas: ácido está mais ligado a doença do refluxo, o H.P. relacionado à formação de úlceras, mas tem os anti-inflamatórios, que causam lesões gástricas. Formação do ácido: · Células parietais tem 3 estímulos em sua parte interna: gastrina, acetilcolina e histamina. · São 3 receptores que estimulam a produção. · Na acetilcolina, ocorre quando é exagerado o alimento, “sente cheiro, visualiza algo que abre o apetite”, assim, liberando a saliva e até substâncias intragástricas. · Na gastrina e histamina estão relacionado a produção do ácido. · O ácido sai pela troca de potássio e ácido clorídrico nessa bomba de próton, com formação do ácido, havendo uma mistura e digestão. · Ácido clorídrico estimula a produção de pepsinogênio, que é outro elemento corrosivo da fisiologia. · Temos camada de muco para a proteção do pepsinogênio e o ácido, assim fazendo uma proteção para a célula gástrica. Como ocorre a úlcera? · No caso do H.P., ele fica no muco, que vai danificando, assim permitindo que haja corrosão e inflamação crônica gástrica, levando a uma gastrite crônica ou úlceras. · O anti-inflamatório vai agir na parte do muco e da prostaglandina. Tem a prostaglandina 2 que é o COX 1, sendo específica para a proteção gástrica, assim, fazendo uma proteção acima do muco. · COX2 é dos orgãos, inflamações em outros locais, articulações, pele … · Quando é usado anti-inflamatório não seletivo, consequentemente ele vai inibir a prostaglandina (que faz a proteção), assim, o estômago fica fica suscetível ao ácido e ao pepsinogênio. Por essa razão que é chamado de úlcera péptica, agindo na forma de corrosão e lesando a mucosa. · Mecanismo de lesão do AINE: inibição do COX1, ciclo-oxigenase 1, cascata inflamatória, através da ação da prostaglandina. Regulação da secreção gástrica: · A secreção das células parietais é uma solução isotônica de HCL, 150mmol/L, Ph menor que 1, no início. O cloro é transportado por transporte ativo para o interior dos canalículos - dentro das células. · Lembrando que, a entrada de cloro é acompanhada com a entrada de potássio. · Muco e a prostaglandina protegem a célula. · Se der anti-inflamatório ou se tiver presença de bactéria no muco, vai ter uma maior susceptibilidade para lesões. · Depende da quantidade de células e várias outros fatores como estresse, agressões, cigarro … · potássio é trocado pelo hidrogênio pela bomba de prótons · H2CO3 é formado no interior da célula e dissociado pela anidrase carbônica em H+ e HCO3- , assim, formando o bicarbonato. · O bicarbonato é importante pois faz a proteção da mucosa gástrica, fazendo a troca do CL- através da membrana basal. Mas o bicarbonato é um protetor. · OBS: o bloqueador H2 age no receptor da histamina. · Bomba de prótons, faz troca ativamente de potássio por hidrogênio, formando o ácido clorídrico · Prostaglandina produzem muco rico em bicarbonato para neutralizar o hidrogênio que precisa ativar o pepsinogênio. O pepsinogênio é corrosivo, serve para digestão, mas pode corroer as células gástricas. *Por esse motivo que quando da anti-inflamatório, vai inibir a prostaglandina, havendo assim, uma desproteção da mucosa. · Alguns medicamentos para resfriado podem ter associado AINE, causando hemorragia e lesões profundas das mucosas. · Esse tipo de lesão são mais agudas e rotineiras. A bactérias tem importância na formação de úlceras crônicas, gastrites crônicas, atrofia gástrica e de fatores relacionados até ao câncer gástrico. · Tem duas barreiras identificadas no muco em microscópio óptico. · Comprimento desse muco tem algumas células que são importantes para a proteção, nesse caso olha a camada de muco e o Ph em baixo é - 7, e o outro é torno de 2 · Gotículas de muco e essa barreira protetora e o H.P. vive dentro dele, o ácido sai e o pepsinogênio não corroem as células. · Quando essa barreira de muco é destruída, o pepsinogênio e o ácido corroem essas células, fazendo assim, lesões, que são erosões e as úlceras. Inibição da produção do HCL: · Por estímulo vagal das células D do fundo e do antro, a somatostatina inibe a produção do ácido clorídrico. O maior inibidor dos estímulos dessas células é a somatostatina, que inibe a produção do HCL e da gastrina. O controle desse mecanismo vai depender do valor do Ph na mucosa gástrica. Quando a produção de ácido é intensa, a gastrina é inibida. · Controle luminal depende do Ph: · PH > 3 libera gastrina, estimulando a produção ácida. Quando tem pouco ácido, a gastrina aumenta para produzir ácido. · PH > 3 libera somatostatina, inibe a produção do ácido. · Quando a pessoa tem uma gastrite autoimune (que leva a gastrite atrófica), não produz ácido, logo, um dos exames que dosa é o valor da gastrina, que vai estar de 500 a 1000, 1500. Então vai ter excesso de gastrina, porque o ácido não é produzido. Inibidores da bomba de prótons: · Inibidores da bomba de prótons agem inibindo a troca do hidrogênio e potássio pela ATPase, age não deixando produzir o ácido clorídrico. · Acumula-se preferencialmente nas áreas de ph mais baixo, nos canalículos secretórios das células parietais gástricas. · É um efeito específico sobre essas células, diminuindo a produção do ácido. São vários, lansoprazol, pantoprazol. Antagonistas H2: · São aqueles que inibem lá na célula a histamina, e outro receptor estimula a produção ácida. · Eles possuem uma ação menor do que os inibidores de bomba de prótons. · Inibem a secreção ácida estimulada pela histamina e pela gastrina e reduzem a secreção ácida estimulada pela acetilcolina. · Normalmente, usa-se o omeprazol para os problemas gástricos e a ranitidina para duodenais, úlceras duodenais. Mas pode usar os dois. Fatores agressivos da mucosa gástrica: · H.P., anti-inflamatórios não esteroides, excesso de ácido, pepsinas, cigarro, álcool, estresse severo, síndrome zollinger-ellison. · Síndrome Zollinger-Ellison é uma síndrome de tumor, gastrinomas, que produzem gastrinas em excesso, levando a estimulação da produção de ácido no estômago. A gastrina vai fazer com que produza ácido e esse excesso vai levar a formação de úlceras tanto gástricas quanto duodenais. Sendo essa patologia rara. Fatores defensivos da mucosa gástricas: · Muco, bicarbonato, fluxo sanguíneo da submucosa, prostaglandina, regeneração da membrana epitelial. Causas: · H.P., AINE, estresse severo, bebida alcóolica em excesso, tabagismo, tumor produtor de gastrina CLÍNICA DA ÚLCERA PÉPTICA: Definição: doença de evolução crônica com surtos de ativação e períodos de acalmia, resultante da perda de continuidade da mucosa digestiva que entra em contato com a secreção cloridropéptica. Pode ser aguda quando toma AINEs. Sintomas: · A úlcera possui uma dor mais forte comparada a uma gastrite aguda. · Dor melhora de forma espontânea, sem uso de medicação, que seria quando o paciente tem muita dor por 1 a 2 meses e depois para por um período, mas retorna. · Existem alguns horários que as úlceras podem doer, que é chamado de periódica, que seria às 11 horas e 17 horas, quando o estômago está vazio, tendo uma maior concentração de ácido no seu interior. · Paciente pode acordar com dor, que é chamado de clocking - desperta noturno devido à dor gástrica. Característica da lesão: · A úlcera péptica pode ser uma lesão única, quando a lesão ultrapassa a diferença de uma gastrite erosiva para uma úlcera. A diferença entre as duas é a profundidade. · A úlcera ultrapassa a muscular da mucosa e aprofunda, diferente da gastrite, que é uma lesão superficial da mucosa. A úlcera pode ser simples ou multipla. · Pode ser do estômago, esôfago, duodeno e até no jejuno. · Na gastroenteroanastomose, o paciente operado pode ter as úlcerasnessa anastomose, no duodeno distal, jejuno ou na síndrome de Zonllinger Ellison, que tem várias úlceras e divertículos de Meckel. Locais afetados: · Os lugares que tem as úlceras: úlcera duodenal -> 90% no bulbo (primeira porção), 10% na segunda porção. · Úlceras gástricas, na região antro-pilórico 25%, 64% na pequena curvatura , 10% no corpo do estômago, 1% entre a região anto-pilórica e a curvatura menor. · Na úlcera da região antro-pilórica, os sintomas serão dor, náusea, vômitos, pois nessa região os alimentos são moídos. · Maneira geral, se comer e doer, pensar em úlcera gástrica. · Quando for úlcera duodenal, passa o quimo pela úlcera, que vai diluir o ácido que está corroendo a mucosa, assim, o ácido fica diluído e melhora a dor. Então, come e melhora na úlcera duodenal. · Resumindo: se comer e doer pode pensar em úlcera gástrica, pois a moagem dos alimentos ocorre no estômago. No caso de comer e melhorar, pensar em úlcera duodenal, porque o quimo vai ter diluído o ácido, dessa forma vai parar de corroer e doer. · No casos de tumores malignos quanto úlceras na região de acomodação dos alimentos, que seria no corpo alto e fundo gástrico, é difícil de ter os sintomas. · Câncer nessa região são diagnosticados tardiamente, pois as concentrações não são frequentes dessa região e não doi. Já câncer ou úlceras na região anto-pilórica e do corpo baixo do estômago são diagnosticado mais cedo, ja que é uma região alta motilidade e consequentemente dor mais frequente. · Na região antral a musculatura é bem mais forte, porque é o local que mói os alimentos. Logo, na região fundo e do corpo é mais fino, sendo para a passagem dos alimentos. Complicações: · Perfurações, hemorragias, estenoses (inflamação que leva ao estreitamento) · Hemorragia pode ser tratada endoscopicamente · Estenose pode ser dilatada, mas a perfuração é operada Epidemiologia: · Duodenal 10:1 gástrica. · Pode alterar esse quadro devido ao uso dos anti-inflamatórios. · Homens 3:1 mulheres. · Idade: paciente com úlcera gástrica com mais de 40 anos, normalmente mais associada com anti-inflamatórios; Duodenal, mais jovens entre 20 a 40 anos, contaminação com o H.P. e condições de hábito de vida. · O declínio das úlceras nos últimos 40 anos foi pela erradicação do H.P. Exame físico: · Dor epigástrica à palpação · A úlcera pode perfurar e gerar o abdome em tábuo, no qual é extremamente irritado devido a secreção biliar e gástrica. · Pode ocorrer estenose pilórica devido à formação de úlcera que cicatriza, e depois, forma outra úlcera que também cicatriza, e assim por diante - Onda de Kussmaul. · Em lesões mais altas (corpo e fundo gástrico) os sintomas são menores, já na parte distal o paciente terá vômitos e dor. Pode ocorrer hematêmese e melena. Gastrina pode estar aumentada. Na gastrite atrófica o estômago não consegue produzir ácido e logo não causa úlcera. Diagnóstico: · Endoscopia é o padrão ouro para avaliar esses pacientes. · O raio x pode ajudar, pode ser usado para identificar se tem pneumoperitônio. Biópsia para diagnóstico diferencial de câncer e pesquisas para saber se o paciente tem H.P. · Exames: avaliação do tamanho, margem, local, pregas da lesão e ciclo evolutivo. · Para pesquisa do H.P.: · Teste respiratório da uréia marcada com carbono 13 ou 14 ou sorologia para detectar o H.P. · Teste de reação da urease: · é realizado por biopsia durante a endoscopia. Tem um frasco de ureia e um marcador de Ph de cor neutra. Ao colocar o fragmento biopsiado no frasco (inicialmente o Ph estará 7), e esse não mudar a cor isso significa que não teve reação da uréia com a urease da bactéria. · Agora se colocarmos um fragmento da biopsia dentro do frasco e esse ficar com a coloração vermelha, quer dizer que houve uma reação, a bactéria produziu urease que vai reagir com ureia formando amônia + CO2 + H20. Essa coloração avermelhada vem do fenol que é um marcador. · Teste de rotina durante uma endoscopia para detectar se tem ou não a bacteria? r: teste da urease, é uma biopsia que se for positivo resultara na reação amônia CO2 e H20; Objetivo do tratamento: · Abolir os sintomas, cicatrizar a lesão e evitar recidivas. · Abolir sintomas com IBPs ou bloqueadores de H2, cicatrizar a lesão com IBPs e bloqueadores de H2, evitar recidivas com a erradicação da bactéria. · Cirurgia - em casos de complicação - quando não consegue resolver a perfuração, hemorragia e estenose. Terapia medicamentosa: · Antisecretores. · Bloqueador H2: cimetidina, ranitidina, famotidina, nizatidina. · IBP: omeprazol. lanzoprazol, pantoprazol. · Pró-secretores. · Antiácidos, sucralfato, bismuto coloidal, misoprostol. Evolução da úlcera: · 1882 um cientista resolveu tratar os pacientes com úlcera fazendo gastrectomia total, anastomosando com o duodeno. Até 50 se realizava hemi-gastrectomia, na década de 70 tratava a úlcera com vagotomia troncular seletiva. · 1983: reavaliação da H.P., assim semeando em uma estufa com meio de cultura e foram observando as novas formações de colônias de cor dourada, assim, percebendo que era essa bactéria. assim analisando: · Por meio da ingestão de bactéria seguido dos diversos sintomas gástricos agudos · A H.P. em infecção aguda pode dar sintomas. · Bactéria estava presente nas úlceras com número bem grande e que quando eliminamos essas bactérias as úlceras sumiam. Classificação da evolução da úlcera: → Classificação de Sakita: A1: quando é aguda, recente e não tem nenhum halo avermelhado. A2: quando já tem um halo avermelhado em volta. H1: quando já está melhorando (healing) - Halo bem avermelhado e maior. H2: ainda possui o amarelo onde é a úlcera e que está quase cicatrizando, porém há presença de exsudato. S1: de cicatriz (scar), avermelhado em volta da cicatriz, que é branco. S2: quando a cicatriz é branca sem o halo avermelhado.