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JÚLIA ESTER DE OLIVEIRA SILVA PEDAGOGIA (NOTURNO) FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO III DENIS DOMENEGHETTI AMÉRICO BRASILIENSE 12 DE AGOSTO DE 2021 AVALIAÇÃO DE FILLOSOFIA DA EDUCAÇÃO QUESTÕES Explique a distinção feita pela Escola de Frankfurt entre “razão instrumental” e “razão crítica” O mundo como representação e vontade em Schopenhauer A categoria da “possibilidade” no âmbito das filosofias existencialistas A questão da “morte de Deus” em Nietzsche RESPOSTAS Questão 01 A Filosofia Contemporânea inicia-se a partir do século XIX, tempo de descoberta da historicidade do homem, da sociedade, das ciências e das artes. No século XX a história se torna descontínua, pois cada sociedade tem sua própria história em vez de ser uma etapa da História Universal das civilizações, isto porque o progresso está atrelado ao desenvolvimento das ciências positivas. Daí então, emergem as duas categorias da Teoria Crítica (elaborada pela escola alemã, a Escola de Frankfurt), sendo elas: a razão instrumental, que é técnico científica, faz das ciências e das técnicas não um meio de liberação dos seres humanos, mas sim um meio de intimidação, medo, terror e desespero. Já a razão crítica determina-se por aquela que analisa e interpreta os limites e os perigos do pensamento instrumental e afirma que as mudanças sociais, políticas e culturais só se realizarão verdadeiramente se tiverem como finalidade a emancipação do gênero humano e não as ideias de controle e domínio técnico-científico sobre a natureza, a sociedade e a cultura. Questão 02 O mundo como representação, é FENÔMENO; tudo que existe para o conhecimento, isto é, o mundo inteiro, é fenômeno; uma ilusão que vela a realidade das coisas em sua essência primigênia e autêntica: a representação, que tem duas metades essenciais, necessárias e inseparáveis: o SUJEITO, aquele que tudo conhece, sem ser conhecido por ninguém, fora do tempo e do espaço. O sujeito ordena as representações em um mesmo cosmo cognoscitivo por meio da categoria da causalidade. O OBJETO é aquele conhecido e condicionado pelas formas a priori do tempo e do espaço. Toda realidade do objeto se esgota na causalidade. A causalidade é o princípio da razão suficiente e determinam as categorias dos objetos cognoscíveis (objetos naturais, juízos e silogismos, entes aritméticos e geométricos, e ações e seus motivos). O mundo como vontade, é NÚMENO; a essência íntima de toda a universalidade dos fenômenos, o númeno que se capta é a vontade: ímpeto cego e irresistível que penetra e se estende por todo o universo. A vontade é única e irracional, insatisfação insaciável e eterna, conflito e laceração. Daí segue-se que a vida no universo é dor e a história humana é acaso cego: a vida humana é necessidade de dor, se a necessidade é satisfeita, então se tem saciedade e tédio, e assim vice-versa. Entretanto, quando o homem chega a compreender que a realidade é vontade, então ele está pronto para a sua redenção, cujas etapas ascensionais são: a arte: experiencia estética, a justiça: o reconhecimento dos outros iguais como nós, a bondade: a compaixão para com os seres que vivem nosso mesmo destino trágico (fundamento da ética), a ascese: primeiro como livre e perfeita castidade, que arranca o homem da vontade de viver, e por fim a noluntas: cessação completa do querer. QUESTÃO 03 As relações do homem com as coisas são constituídas pelas possiblidades de que o homem dispõe para usar as coisas e manipulá-las a fim de prover suas necessidades. Dizer que alguma coisa é possível significa prever e projetar, portanto, as possibilidades humanas geralmente têm um caráter de antecipação das expectativas ou dos projetos. As expectativas ou projetos são as possibilidades cuja realização é mais ou menos segura, mas nunca infalível. Por isso, a categoria descritiva e interpretativa fundamenta do Existencialismo é a possibilidade. Distinguem-se três tendencias principais nas várias correntes do Existencialismo: impossibilidade do possível, necessidade do possível e possibilidade do possível. Segundo Kierkegaard as relações do homem com o mundo são dominadas pela angústia que leva o homem a perceber que a possibilidade corrói e destrói as expectativas ou capacidades humanas, além de destroçar cálculos e habilidades com ação do acaso e das possibilidades insuspeitas. A relação do homem consigo mesmo, que constitui o eu, é dominada pelo desespero, ou seja, pela condição na qual o homem se encontra porque percorreu uma possibilidade após outra sem deter-se ou porque esgotou suas limitadas possibilidades e o futuro se fecha diante dele. A própria relação com Deus que parece oferecer ao homem um caminho de salvação da angústia e do desespero, por não ter garantias absolutas, não pode oferecer certeza e nem repouso. Desse modo, ao analisar a existência humana com base na categoria do possível, Kierkegaard entendia o possível em seu aspecto ameaçador e negativo, vendo nele aquilo que é impossível realizar-se, mais do que aquilo que pode não se realizar. QUESTÃO 04 O anúncio da morte de Deus trata-se de um profundo ataque contra o cristianismo, cuja vitória sobre o mundo antigo e sobre a concepção grega do homem envenenou a humanidade. E, por outro lado ainda, vai às raízes da moral tradicional, examina sua genealogia e descobre que ela é a moral dos escravos, dos fracos e dos vencidos ressentidos contra tudo o que é nobre, belo e aristocrático. A morte de Deus anuncia inicialmente Zaratustra, que, depois, sobre as cinzas de Deus, erguerá a ideia do super-homem, do homem novo, impregnado do ideal dionisíaco que ama a vida e que, voltando as costas para as quimeras do “céu” voltará à “sanidade da terra”. Essa morte é um evento cósmico, pelo qual os homens são responsáveis e que os liberta das cadeias do sobrenatural que eles próprios haviam criado. Para Nietzsche, um animal, uma espécie ou um individuo é pervertido quando perde seus instintos, quando escolhe e quando prefere o que lhe é nocivo, e para ele, o cristianismo defende tudo o que é nocivo ao homem, como por exemplo, considerar o pecado tudo o que é valor e prazer na terra. O cristianismo é a religião da compaixão, mas a pessoa perde força quando tem compaixão, ela bloqueia maciçamente a lei do desenvolvimento. Nietzsche vislumbra no Deus cristão “a divindade dos doentes, um Deus degenerado a ponto de contradizer a vida, ao invés de ser a transfiguração e o eterno sim dela.
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