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Hipertensão arterial sistêmica(HAS) PALAVRAS DESCONHECIDAS: Hemialgia: Dor de cabeça de intensidade variável, muitas vezes acompanhada de náuseas e sensibilidade à luz e ao som; Dor sentida somente numa metade do corpo. Variação de hemialgesia. 1. Compreender o diagnóstico e os exames complementares da HAS. QUADRO CLÍNICO grande maioria dos casos, a HAS se apresenta de forma completamente assintomática e é por isso que muitas vezes o seu diagnóstico acaba sendo feito em consultas com qualquer outro objetivo. Assim, quando nos deparamos com um paciente que apresente alterações nos níveis pressóricos, é imprescindível que ele seja questionado acerca de um possível diagnóstico prévio de HAS, bem como sobre a evolução da doença e o tratamento que ele segue para controlá-la. Além disso, outros tópicos importantes - anamnese são o histórico familiar, a presença de fatores de risco específicos para doenças cardiovasculares, os aspectos socioeconômicos do paciente e também os seus hábitos de vida exame físico, aqui devem ser obtidos informações gerais como os dados antropométricos do paciente e também o seu exame cardiovascular completo, mas um ponto de grande destaque nesses casos é a própria aferição da pressão arterial. o ideal é que adultos com PA ≤ 120x80mmHg realizem a aferição da pressão ao menos uma vez a cada 2 anos, enquanto que aqueles com PA acima desse valor devem realizar a medição anualmente. a aferição precisa ser um pouco mais complexa do que estamos acostumados por aí. Isso porquê o indicado é que na primeira consulta ela seja medida em cada um dos membros superiores e com o paciente deitado, sentado e em pé. A importância disso tudo é que quando avaliamos os dois membros, conseguimos perceber se existe uma diferença significativa entre eles (diferença de 20mmHg entre a PAs e até 10mmHg no caso da PAd), o que fala a favor de doenças arteriais. Por outro lado, grandes alterações de acordo com o posicionamento do paciente (novamente:diferença de 20mmHg entre a PAs e 10mmHg entre a PAd) nos indicam a presença de uma hipotensão postural. A partir da segunda consulta, no entanto, basta que a PA seja medida no membro superior com maiores valores. Já com relação ao posicionamento do paciente, a medição só precisará ser feita nas 3 posições em pacientes diabéticos, idosos, alcoolistas ou em uso de medicação anti-hipertensiva, caso contrário, basta aferir uma vez com ele sentado. Uma vez tendo avaliado a PA do paciente, nós poderemos classificá-la em 3 categorias: normotensão,pré-hipertensão e hipertensão (que pode ser dividida em 3), Quando a gente olha todos esses números, é importante não perder de vista que isso varia muito de país para país. esses são os valores de referência para a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) Normotensão possuem uma PA dentro dos valores de referência ou então que são hipertensas, mas com ouso correto daterapia anti-hipertensiva conseguemmanter sua pressão arterial em níveis pressóricos normais (hipertensão controlada). Pré-hipertensão Os pré-hipertensos, por sua vez, são aquelas pessoas que estão no meio termo entre o que é considerado normal (≤ 120x80mmHg) e o que é hipertensão (≥ 140x90mmHg). Assim,elas possuem grande probabilidade de se tornarem hipertensas e também um maior risco de desenvolverem alguma complicação cardiovascular e é justamente por isso que precisam ser acompanhadas com mais regularidade. Hipertensão Por fim, os hipertensos são aqueles pacientes que, comprovadamente, mantêm níveis pressóricos ≥ 140x90mmHg, sendo que eles ainda podem ser estratificados em 3 estágios de acordo com o valor da sua PA. Além disso, também entram nesse grupo aqueles indivíduos cujo tratamento anti-hipertensivo não está tendo efeito, que é o caso da hipertensão não controlada. Até aqui está tudo ótimo. O problema é que existem 3 situações que podem nos atrapalhar na hora de classificar um paciente quanto ao valor de sua PA. São elas: efeito do avental branco, hipertensão do avental branco e hipertensão mascarada. Efeito do Avental Branco O efeito do avental branco se dá quando o valor da PA no consultório é diferente de quando o paciente está fora dele, desde que essa diferença seja ≥ 20mmHg no caso da PAs e/ ou ≥ 10mmHg na PAd. Contudo, tal diferença não muda o diagnóstico, ou seja, mesmo com essa variação, um indivíduo normotenso continuará sendo classificado como normotenso e um hipertenso continuará sendo classificado como hipertenso. No entanto, esse efeito pode alterar o estágio da hipertensão e, com isso, influenciar na escolha da terapêutica para o paciente. Hipertensão do Avental Branco Já a hipertensão do avental branco, por sua vez, se dá quando no consultório o indivíduo apresenta níveis pressóricos anormais, mas fora dele sua PA fica normotensa. Ou seja, nessa outra situação a variação na PA mudaria o diagnóstico e, consequentemente, nossa conduta. Hipertensão Mascarada Por fim, a chamada hipertensão mascarada é praticamente o oposto da hipertensão do avental branco: ela se caracteriza por no consultório o paciente apresentar uma PA normal, mas fora dele seus níveis pressóricos serem aumentados. Ou seja, novamente uma condição que alteraria nosso diagnóstico. o que é que a gente tira disso tudo? Que para conseguir definir com certeza um quadro de hipertensão, nós vamos precisar aferir a PA do paciente também fora do consultório. DIAGNÓSTICO durante o exame físico, você percebeu que a PA dele estava acima de 140x90mmHg. Pronto. Esse é o sinal para a gente começar a investigar uma possível HAS. A partir daí, nós poderemos seguir por dois caminhos a depender do valor da PA: • PA ≥ 180x110mmHg diagnostica a HAS • PA ≥ 140x90mmHg e < 180x110mmHg precisa investigar o risco de doenças cardiovasculares ou renais Para calcularmos o risco no paciente com suspeita de hipertensão, nós podemos nos basear na seguinte tabela da diretriz brasileira: As lesões de órgão-alvo (LOA) Beleza, mas para que a gente avalia isso daí? Porque é justamente esse risco que nos ajuda a definir o próximo passo da avaliação do paciente. A ideia é: PA ≥ 140x90mmHg com risco alto já fecha o diagnóstico de HAS. Por outro lado, uma PA elevada com risco baixo ou moderado requer uma avaliação um pouco mais profunda para que a gente possa concluir que realmente se trata de um quadro de hipertensão. Percebeu? Até esse momento da consulta a gente só estava tentando definir quem de fato tem HAS e quem ainda está na suspeita da condição. Feito isso, então, nós deveremos solicitar para todos os pacientes uma série de exames laboratoriais – que são úteis para checar se há lesão de órgãos-alvo – e só para aqueles com suspeita é que nós poderemos solicitar exames complementares de medição da PA, que são a MAPA e a MRPA. MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial) Lembra daquelas três situações que a gente comentou lá em cima, nas quais a PA se apresenta com alguma alteração quando medida no consultório? Pois bem, o grande objetivo da MRPA e da MAPA é driblar esse problema, obtendo medidas da PA de forma sistematizada enquanto o paciente estiver fora do consultório. Com base nisso, a MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial) realiza a aferição da PA do paciente 3 vezes no período da manhã,antes do desjejum e da tomada da medicação, e 3 vezes à noite, antes do jantar. E isso se repete durante 5 dias. Outra opção é fazer apenas 4 medições, 2 de manhã, antes do desjejum e do medicamento, e 2 de noite, antes do jantar, mas aí isso deve ser repetido ao longo de 7 dias. No final das contas, os valores considerados anormais são o de PA ≥ _135x85mmHg. MAPA (Medida Ambulatorial da Pressão Arterial) Já a MAPA (Medida Ambulatorial da Pressão Arterial), por sua vez, é um exame que dura 24h, no qual o equipamento é programado para aferir a pressão a cada cerca de 20min. Isso permite que esse exame avalie as alterações de PA tanto durante a fase de vigília quanto na fase de sono, de modo que ele acaba sendo o padrão-ouro para diagnóstico da PA. E com relação aos seus valoresde referência, considera-se anormais a PA vigília ≥ 135x85mmHg, a PA sono ≥ 120x70mmHg e a média da PA nas 24h ≥ _130x80mmHg. Obs. esses exames laboratoriais são importantes principalmente porque através deles a gente consegue investigar se há lesão de órgão alvo (LOA). Mas além disso, eles podem ser fundamentais para ajudar a determinar o risco cardiovascular do paciente e até para levantar a suspeita de HAS secundária. Obs. o perfil lipídico consiste em colesterol total, triglicérides, HDL e LDL complemento: a hipertensão e outros problemas relacionados com a pressão arterial são determinados por aferições repetidas da PA. Exames laboratoriais, radiografias e outros exames complementares geralmente são realizados para excluir hipertensão secundária e determinar a existência ou a gravidade das lesões dos órgãos-alvo. Embora popularmente considerada um sintoma da pressão arterial elevada, a cefaleia costuma ocorrer apenas em pacientes com hipertensão grave. Caracteristicamente, a “cefaleia hipertensa” ocorre de manhã e está localizada na região occipital. Os outros sintomas não específicos que podem estar relacionados com a elevação da pressão arterial consistem em tontura, palpitações, fatigabilidade fácil e impotência. Quando os sintomas estão presentes, em geral são relacionados com doença cardiovascular hipertensiva ou manifestações de hipertensão secundária EXAME FÍSICO ● peso e altura, deve ser observada ● pressão arterial (explicação acima) ● A frequência cardíaca (hipertensos apresentam um aumento da prevalência da fibrilação atrial) ● pescoço deve ser palpado para a detecção de aumento da glândula tireoide ● exame dos vasos sanguíneos pode fornecer indícios sobre doença vascular subjacente e deve incluir exame fundoscópico, ausculta para a detecção de ruídos sobre a carótida e artérias femorais, além de palpação dos pulsos femorais e pediosos ● A retina é o único tecido no qual as artérias e arteríolas podem ser examinadas diretamente. ● Os rins dos pacientes com doença renal policística podem ser palpáveis no abdome. ● O exame físico também deve incluir a avaliação para a detecção de sinais de ICC e exame neurológico 2. Explicar fisiopatologia da HAS. INTRODUÇÃO é uma das doenças mais comuns no mundo: ela acomete em torno de 1 bilhão de pessoas em todo o planeta, sendo que no Brasil, mais especificamente, ela afeta cerca de 30% da população adulta e até 60% dos idosos. Pressão Arterial (PA). Bem... conceitualmente, a PA consiste na força exercida pelo sangue sobre a parede do vaso. No entanto, como o ciclo cardíaco é dividido em duas fases (sístole e diástole), para podermos avaliar bem essa pressão, nós precisamos saber o seu valor em cada uma delas. É justamente daí que surgem as Pressões Arteriais Sistólica (PAs) e Diastólica (PAd). Quais são os fatores que a regulam? Os principais são 2: a) débito cardíaco, que corresponde ao volume de sangue ejetado pelos ventrículos em um determinado intervalo de tempo; e b) resistência vascular periférica, que é a força exercida pelo vaso em oposição à passagem do sangue. Se houver um aumento do débito cardíaco, mais volume estará sendo ejetado e, consequentemente, mais sangue irá se chocar com as paredes vasculares, levando a um aumento da PA. Por outro lado, se os vasos começarem a oferecer mais resistência à passagem do sangue, mais contato haverá entre esse e suas paredes, o que também aumenta a PA. Hipertensão Arterial Sistêmica é definida: Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos (Níveis pressóricos elevados foram definidos como a obtenção de valores de pressão arterial maiores do que 140/90 mmHg) destacar o termo “sustentada”. O que acontece é que, durante o dia, a nossa pressão arterial varia diversas vezes a depender da atividade que estejamos exercendo. Por exemplo, quando estamos praticando algum exercício físico, nosso metabolismo aumenta e o corpo precisa de um maior aporte sanguíneo, o que leva a um aumento do débito cardíaco e, consequentemente, da PA. Por outro lado, quando dormimos é justamente o oposto, então nosso débito cardíaco diminui e a PA também. Em cima disso, para podermos definir que se trata de uma HAS, o paciente deve apresentar valores de PA sempre elevados, independente da atividade que esteja realizando (justifica a forma de diagnostico) FISIOPATOLOGIA Cerca de 95-97% dos casos de HAS são enquadrados como primários ou essenciais, que são aqueles idiopátios em que não se consegue identificar uma causa específica para o aumento dos níveis pressóricos. Assim, acredita-se que esses casos são decorrentes da interação de vários fatores de risco que, de acordo com uma série de estudos, estão relacionados ao aumento da PA. São eles: hereditariedade, reatividade vascular anormal, alta ingestão de sódio, uso de bebidas alcoólicas, disfunção do sistema renina-angiotensina e transtornos emocionais (estresse) de duração prolongada. curiosidade: Na verdade, a hipertensão é uma enfermidade de origem multicausal e multifatorial, resultante da superposição e interação de vários fatores que foram surgindo junto com modificações na maneira de viver do homem moderno, dentre os quais sobressaem, particularmente nos grandes aglomerados urbanos, competição desenfreada, consumismo insaciável, pressa para tudo, perda de valores espirituais, insegurança permanente, ruído excessivo, longas jornadas de trabalho, falta de transporte e de lazer. A hipertensão arterial seria uma “adaptação” do organismo humano às condições desfavoráveis de vida. Independentemente da causa, a enfermidade caracteriza-se por aumento da resistência vascular periférica. De início, há apenas alterações funcionais das arteríolas, mas, com o passar do tempo, ocorre espessamento da camada muscular desses vasos, que provoca aumento do trabalho do ventrículo esquerdo. distúrbio parece ser herdado, foram implicados diversos genes, incluindo alguns que codificam enzimas envolvidas no sistema renina-angiotensina-aldosterona e alguns envolvidos na regulação da função das células endoteliais e na contração do músculo liso arteriolar. Teoricamente, embora a hipertensão possa resultar de um aumento do débito cardíaco ou da resistência periférica total, parece que, na maioria dos casos de hipertensão primária bem estabelecida, o aumento da resistência periférica total causado pela redução do raio arteriolar constitua o fator mais significativo. Hipertensão sistólica pressão sistólica igual ou maior que 140 mmHg e pressão diastólica menor que 90 mmHg, indicando a necessidade de intensificar o diagnóstico e o controle da hipertensão sistólica isolada. As pressões altas durante a sístole favorecem o desenvolvimento de hipertrofia ventricular esquerda, aumentam as demandas de oxigênio do miocárdio e, por fim, causam insuficiência cardíaca esquerda. Ao mesmo tempo, a redução absoluta ou relativa da pressão diastólica é um fator limitante da perfusão coronariana, porque a irrigação das coronárias é maior durante a diástole. Pressões de pulso mais altas causam estiramento mais acentuado das artérias e danificam os elementos elásticos dos vasos e, deste modo, predispõem aos aneurismas e ao desenvolvimento de lesões da íntima, que acarretam aterosclerose e trombose. Já os outros 3-5% dos pacientes apresentam o que conhecemos como HAS secundária, que é quando existe uma doença de base responsável por elevar os níveis pressóricos. Entre essas, as principais são: Ao contrário da hipertensão primária, alguns dos distúrbios que causam hipertensão secundária podem ser corrigidos ou curados por intervenção cirúrgica ou tratamento clínico específico. Entre as causas mais comuns de hipertensão secundária estão doenças renais (i. e., hipertensão renovascular), doenças do córtex suprarrenal, feocromocitoma e coarctação da aorta Os anticoncepcionais orais também foram implicados como causa de hipertensão secundária Os anticoncepcionais ativam o sistema renina-angiotensina e elevam a produção de aldosterona,provocando hipertensão arterial em mulheres jovens. Doses altas de corticoides elevam a pressão arterial As manifestações clínicas diretamente relacionadas com o aumento dos níveis pressóricos são as mesmas da hipertensão arterial primária; a elas se somam os sintomas próprios da doença renal, endócrina ou vascular. A. Coarctação da aorta O estreitamento congênito da aorta geralmente ocorre no ponto imediatamente distal à origem da artéria subclávia esquerda. A resistência periférica está aumentada acima da constrição. Portanto, a pressão arterial está elevada nos braços, na cabeça e no tórax, mas baixa nas pernas. Entretanto, como a constrição é proximal às artérias renais, a secreção de renina está aumentada na maioria dos casos de coarctação como um resultado da redução da pressão arterial nas artérias renais. Isso leva ao aumento da pressão arterial em todo o corpo. A eliminação da constrição por resseção do segmento estreito da aorta geralmente cura a condição. B. Sensibilidade ao sal Por meio de cruzamento consanguíneo seletivo, Dahl foi capaz de desenvolver duas estirpes de ratos: ratos sensíveis ao sal que desenvolveram um aumento da pressão arterial quando ali- mentados com uma dieta rica em sal, e ratos resistentes ao sal que não o fizeram. Os mecanismos genéticos responsáveis por essas diferenças de estirpes estão atualmente em investigação. Pode haver uma divisão semelhante dos seres humanos em grupos sensíveis e resistentes ao sal, embora, obviamente, as linhagens entre os grupos sejam menos distintas Por motivos desconhecidos, uma porcentagem maior de indivíduos hipertensos negros é sensível ao sal. Esses números têm significado óbvio em termos de recomendações sobre ingestão de sal na hipertensão. indivíduos com função renal normal e secreção normal (ou reduzida) de hormônios mineralocorticoides. Quando a função renal está reduzida, a secreção de mineralocorticoides é aumentada, ou os efeitos dos mineralocorticoides são ampliados, há retenção anormal de sal e água, e hipertensão é produzida nesta base C. Anormalidades renais A observação de Goldblatt de que a vasoconstrição da artéria renal aumentava a pressão arterial em animais experimentais foi seguida rapidamente pela demonstração do mesmo evento em seres humanos. A constrição inicial diminui a pressão arteriolar renal, e isso leva à secreção aumentada de renina Glomerulonefrite aguda e crônica e outras formas de doença renal difusa podem causar hipertensão quando a perda da capacidade de excretar sal é grave o bastante para que Na+ e água sejam retidos e a volemia seja expandida. Transporte anormal de sódio Em muitos casos de hipertensão, o transporte de sódio através da parede celular é anormal, pois a bomba de sódio-potássio (Na+K+-ATPase) é defeituosa ou inibida ou a permeabilidade aos íons de sódio aumenta. O resultado é o aumento do sódio intracelular, o que torna a célula mais sensível à estimulação simpática. O cálcio segue o sódio, de maneira que o acúmulo de cálcio intracelular pode ser responsável pelo aumento da sensibilidade O sistema renina-angiotensina-aldosterona ajuda a regular o volume sanguíneo e, dessa forma, a pressão arterial. A renina, uma enzima formada no aparelho justaglomerular, catalisa a conversão do angiotensinogênio em angiotensina I. Esse produto inativo é clivado pela ECA, principalmente nos pulmões e também nos rins e cérebro, em angiotensina II, um potente vasoconstritor que também estimula centros autônomos no cérebro para aumentar a estimulação simpática e estimular a liberação de aldosterona e vasopressina. Aldosterona e vasopressina provocam retenção de sódio e água, elevando a PA. A aldosterona também intensifica a excreção de potássio e os níveis baixos de potássio no plasma (< 3,5 mEq/L) aumentam a vasoconstrição pelo fechamento dos canais de potássio. A secreção da renina é, no mínimo, controlada por 4 mecanismos, que não são mutuamente exclusivos: ● Um receptor vascular renal responde a alterações da tensão na parede arteriolar aferente ● Um receptor da mácula densa detecta alterações na taxa de fornecimento ou na concentração do cloreto de sódio no túbulo distal ● A angiotensina na circulação tem um efeito de feedback negativo sobre a secreção de renina ● O sistema nervoso simpático estimula a secreção de renina mediada por betarreceptores (através do nervo renal) Geralmente, admite-se que a angiotensina é responsável pela hipertensão renovascular D. Distúrbios hormonais Um número considerável de anormalidades suprarrenais causa hipertensão. Elas incluem principalmente condições em que mineralocorticoides são secretados em excesso, mas a secreção excessiva de cortisol também causa hipertensão, como também a secreção exagerada de catecolaminas por tumores da medula da glândula suprarrenal. Um fator contributivo particular à hipertensão em mulheres é o estrogênio. A secreção de angiotensinogênio pelo fígado está sob controle endócrino e é estimulada unicamente por estrogênios. Consequentemente, ela está aumentada em mulheres em uso de pílulas contraceptivas que contêm grandes quantidades de estrogênios. Quando o angiotensinogênio circulante está aumentado, mais angiotensina II é formada e a pressão arterial sobe. A compensação normal para esta resposta é a diminuição da secreção de renina, porque a angiotensina II faz retroalimentação diretamente às células justaglomerulares para reduzir a secreção de renina. Contudo, em algumas mulheres, a compensação é incompleta e os estrogênios causam um aumento significativo da pressão arterial. Algumas das mulheres com a condição têm hipertensão essencial subjacente, que é desencadeada pelos estrogênios, mas em outras a hipertensão é curada pela suspensão do tratamento com estrogênio. E. Distúrbios neurológicos O sistema nervoso desempenha um papel fundamental em manter a pressão arterial em indivíduos normais (ver discussão anterior). A clonidina e outros fármacos reduzem a pressão arterial agindo no encéfalo para diminuir a descarga simpática, e vários dos tratamentos mais efetivos para hipertensão crônica atuam perifericamente para reduzir o efeito da descarga vasomotora simpática nos vasos sanguíneos e no coração (posso falar da epinefrina que atua nos vasos ligando-se a receptores alfa adrenérgicos - contraído e aumentando a resitencia) Deficiência de vasodilatador A deficiência de vasodilatador (p. ex., bradicinina e óxido nítrico), em vez de excesso de vasoconstritor (p. ex., angiotensina e noradrenalina), pode causar hipertensão. Redução do óxido nítrico devido a artérias rígidas está ligada à hipertensão sensível ao sal, um aumento desordenado de > 10 a 20 mmHg da PA sistólica após uma grande carga de sódio (p. ex., refeição de comida chinesa). https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/hipertens%C3%A3o/hipertens%C3%A3o-renovascular Se os rins não produzirem quantidades adequadas de vasodilatadores (em virtude de doença do parênquima renal ou nefrectomia bilateral), pode haver aumento da PA. Vasodilatadores e vasoconstritores (principalmente endotelina) também são produzidos nas células endoteliais. Portanto, a disfunção endotelial afeta consideravelmente a PA. 3. Conhecer os fatores de risco da HAS. Idade Há uma associação direta e linear entre envelhecimento e prevalência de HA, relacionada História familiar Geneticistas não encontraram genes comuns com efeitos expressivos na hipertensão. Contudo, é possível que vários genes situados em diversos loci determinem a pressão arterial, cada gene com uma influência pouco expressiva ou com contribuições variáveis dependendo do sexo, da raça, da idade e do estilo de vida Raça apenas mais prevalente entre os negros que nos outros grupos étnicos, como também é mais grave. Além disso, a hipertensão tende a acontecer com uma idade mais precoce nos negros que nos caucasoides e, em geral, não é tratada com a devida precocidade ou com o rigor necessário. Os negros também tendem a desenvolver lesões cardiovasculares e renais mais gravescom determinado nível de pressão Resistência à insulina e anormalidades metabólicas. Há especulação de que a resistência à insulina causa secreção de insulina aumentada e que a hiperinsulinemia resultante estimula o sistema nervoso simpático, causando hipertensão outro fator é o Maior índice de glicose no sangue(vilosidade) Ingestão exagerada de sal. É possível que o sal aumente a pressão arterial, acentue a sensibilidade dos mecanismos cardiovasculares ou renais aos estímulos do SNS ou produza seus efeitos por algum outro mecanismo como o sistema renina-angiotensina-aldosterona. No Brasil, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), obtidos em 55.970 domicílios, mostraram disponibilidade domiciliar de 4,7 g de sódio/pessoa/dia (ajustado para consumo de 2.000 Kcal), excedendo em mais de duas vezes o consumo máximo recomendado (2 g/dia). Obesidade A gordura abdominal ou visceral parece causar mais resistência à insulina, intolerância à glicose, dislipidemia, hipertensão e doença renal crônica que a gordura subcutânea. Também há entendimento crescente dos efeitos neuroendócrinos do excesso de tecido adiposo na pressão arterial. Evidências recentes sugeriram que a leptina – um hormônio secretado pelos adipócitos – possa ser uma ligação entre adiposidade e hiperatividade simpática do sistema cardiovascular. Além dos seus efeitos no apetite e no metabolismo, a leptina atua no hipotálamo e aumenta a pressão arterial por ativação do SNS. Os níveis altos de ácidos graxos livres na circulação dos pacientes obesos também parecem contribuir para a ativação do SNS. Também há estudos apontando a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona pelo angiotensinogênio derivado dos adipócitos e a possibilidade de que os tecidos adiposos aumentem os níveis de aldosterona ao gerar fatores que estimulam a produção desse hormônio Consumo excessivo de álcool Ingestão dietética de potássio, cálcio e magnésio. Apneia obstrutiva do sono Sedentarismo Fatores socioeconômicos . 4. Elucidar as complicações da HAS. qual é o real problema por trás de um quadro de hipertensão arterial? pressão arterial é a força que o sangue exerce sobre as paredes do vaso, quando a pessoa apresenta uma hipertensão, o choque entre o sangue e a parede é mais intenso e mais constante, o que acaba favorecendo a ocorrência de lesões por todo o sistema cardiovascular e também lesões em órgãos-alvo(LOA). É justamente isso que justifica a comum associação da HAS com processos patológicos como: SE LIGA! No Brasil, a HAS está direta ou indiretamente relacionada com cerca de 50% das mortes por doenças cardiovasculares, sendo que essas, por sua vez, correspondem à principal causa de morte entre brasileiros (30%). Como o ventrículo esquerdo de um indivíduo hipertenso precisa bombear cronicamente contra uma pressão arterial aumentada (pós-carga), ele desenvolve um aumento adaptativo de sua massa muscular, denominado hipertrofia ventricular esquerda. Nas fases iniciais da doença, essa hipertrofia ajuda a manter a função do coração como bomba. Entretanto, com o passar do tempo, ocorrem alterações na organização e nas propriedades das células miocárdicas, resultando em diminuição da função contrátil e insuficiência cardíaca. A presença de hipertensão também aumenta o possível desenvolvimento de aterosclerose e ataques cardíacos, lesão renal e acidente vascular encefálico – o bloqueio ou ruptura de um vaso sanguíneo cerebral, causando lesão cerebral localizada. Os dados a longo prazo sobre a ligação existente entre a pressão arterial e a saúde mostram que, para cada aumento de 20 mmHg na pressão sistólica e para cada aumento de 10 mmHg na pressão diastólica, o risco de doença cardíaca e acidente vascular encefálico duplica. hipertrofia ventricular esquerda, ICC, anormalidades do fluxo causadas por DAC aterosclerótica, bem como doença microvascular e arritmias cardíacas. controle agressivo da hipertensão pode regredir ou reverter a hipertrofia ventricular esquerda e reduzir o risco de cardiopatia. Não está claro se classes diferentes de agentes anti-hipertensivos apresentam um impacto adicional na redução da massa ventricular esquerda, independente de seu efeito para abaixar a pressão arterial. A ICC pode estar relacionada com disfunção sistólica, disfunção diastólica ou uma combinação das duas. Anormalidades da função diastólica, as quais variam da cardiopatia assintomática até a insuficiência cardíaca evidente, são comuns nos pacientes hipertensos. Aproximadamente 33% dos pacientes com ICC apresentam função sistólica normal, mas função diastólica anormal. A disfunção diastólica é uma consequência inicial da cardiopatia relacionada com a hipertensão, sendo exacerbada pela hipertrofia ventricular esquerda e isquemia. A cateterização cardíaca fornece a avaliação mais apropriada da função diastólica. Como alternativa, a função diastólica pode ser avaliada por vários métodos não invasivos, como ecocardiografia e angiografia com radionuclídeos. AVE é a segunda causa mais frequente de morte no mundo; é responsável por 5 milhões de mortes a cada ano, com mais 15 milhões de pessoas tendo AVE não fatal. A pressão arterial elevada é o fator de risco mais forte para AVE. Cerca de 85% dos AVEs são por infarto, e os restantes, por hemorragia intracerebral ou subaracnoide. A incidência de AVE aumenta progressivamente com o aumento dos níveis de pressão arterial, em particular pressão arterial sistólica em indivíduos com mais de 65 anos. O tratamento da hipertensão reduz a incidência tanto de AVE isquêmico como hemorrágico. A hipertensão também está associada à deficiência cognitiva na população que está envelhecendo Os mecanismos de hipertensão relacionados com o rim incluem redução da capacidade de excretar sódio, excesso de secreção de renina em relação ao estado de volume e excesso de atividade do sistema nervoso simpático. Em contrapartida, a hipertensão é um fator de risco para lesão renal e DRET. As lesões vasculares ateroscleróticas relacionadas com a hipertensão no rim afetam primariamente as arteríolas pré-glomerulares, resultando em alterações isquêmicas nos glomérulos e estruturas pósglomerulares. A lesão glomerular também pode ser uma consequência de lesão direta aos capilares glomerulares devido à hiperperfusão glomerular Estudos de lesões renais relacionadas com a hipertensão, principalmente em animais experimentais, sugerem que a perda de autorregulação do fluxo sanguíneo renal na arteríola aferente resulta em transmissão de pressões elevadas para um glomérulo não protegido com subsequente hiperfiltração, hipertrofia e esclerose glomerular segmentar focal. Com lesão renal progressiva há perda da autorregulação do fluxo sanguíneo renal e taxa de filtração glomerular. Clinicamente, a macroalbuminúria (razão aleatória albumina/creatinina urinária > 300 mg/g) ou microalbuminúria (razão aleatória albumina/creatinina urinária de 30 a 300 mg/g) são marcadores precoces de lesão renal. Elas também são fatores de risco para a progressão das doenças renal e cardiovascular. 5. Depreender as medidas preventivas e o programa de controle da HAS oferecido pelo SUS. Propostas para o controle da HAS: ➔ Programa de mudança do comportamento alimentar para prevenção e controle da hipertensão: Promover programa de alimentação saudável que preconize e encoraje mudanças no comportamento alimentar, incluindo redução da ingestão diária de sódio e a adoção de uma alimentação saudável baseada no consumo de alimentos naturais ou minimamente processados, incluindo alimentos com potencial cientificamente evidenciado de redução da pressão arterial. Campanhas educativas dirigidas aos profissionais de saúde, estudantes, empresas e comunidades. ➔ Programa de mudança do comportamento quanto à prática de atividade física para prevenção e controle da hipertensão:Promover programa que preconize, encoraje e oportunize a prática de atividades físicas à população, visando à prevenção e ao controle da hipertensão. Síntese de evidências para políticas de saúde: prevençãoe controle da hipertensão arterial em sistemas locais de saúde. ➔ Uso de fármacos anti-hipertensivos combinados em um comprimido de dose fixa, visando aumentar a adesão ao tratamento: Promover programa de fortalecimento da adesão ao tratamento farmacológico, direcionado aos médicos e aos pacientes, através da prescrição de anti-hipertensivos combinados em um comprimido de dose fixa para simplificar o tratamento e melhorar a adesão. Considerações gerais acerca das opções propostas Barreiras culturais podem dificultar a implementação das opções, como mudança de hábitos alimentares, por exemplo, cultura alimentar com predileção por itens como grãos, tubérculos e farináceos, além do uso cotidiano do açúcar e frituras. Além disso, a aquisição de alimentos in natura, como verduras e legumes pode ser dificultada pelo custo adicional que podem representar à cesta básica de alimentos. ➔ Direcionar atividades educativas em saúde de forma especial para a população feminina, visto o papel das mulheres como gerenciadoras dos lares, o que as torna multiplicadoras das ações de promoção da saúde, pode ampliar impacto das ações. ➔ O fortalecimento e a ampliação da cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) são capazes de melhorar o vínculo médico-paciente, e, consequentemente, o engajamento do paciente em seu tratamento e na mudança de hábitos de vida, uma vez que a participação ativa do indivíduo é a única solução eficaz no controle da doença e na prevenção de suas complicações. Muitas dificuldades têm sido apontadas no momento de efetivação ao nível municipal de políticas de saúde, devido a fatores como: falta de estrutura organizacional e física, recursos humanos, falhas nos sistemas de informação, deficiência de cobertura da Estratégia Saúde da Família e outros. Além da falta de controle da qualidade dos dados obtidos em saúde, dificultando assim, o reconhecimento do perfil da população assistida e o desenvolvimento de ações que visem à promoção e prevenção em saúde. O uso de fármacos anti-hipertensivos combinados em um comprimido de dose única também pode encontrar barreiras entre os próprios médicos que muitas vezes não estão habituados ou orientados a realizar este tipo de prescrição.
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