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ECONOMIA-SOLIDÁRIA-E-ASSENTAMENTOS-RURAIS-DIAGRAMADA

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Economia Solidária e 
Assentamento 
Rurais 
 
 02 
 
 
1. Introdução 4 
 
2. Importância da Economia Solidária no Brasil 7 
 
3. O Quadro Teórico Sobre a Comercialização 
da Produção Agrícola dos Assentamentos 
da Reforma Agrária 12 
Desafios, Possibilidades e Armadilhas da Economia 
Popular Solidária 19 
Aspectos Teóricos Quanto à Comercialização 
em Assentamentos Rurais 23 
 
4. Políticas Públicas para os Assentamentos Rurais 28 
Autogestão e Deliberação Democrática 30 
 
5. Referências Bibliográficas 35 
 
 
 03 
 
 
 
 
 
 4 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
1. Introdução 
 
 
Fonte: Veja Abril1 
 
Brasil possui uma das mais injustas 
distribuições de terras do mundo. 
Segundo dados da FAO/INCRA ba-
seados no censo agropecuário 1995/1996 
do IBGE, 11,4% dos proprietários de terra 
detêm 67,9% das terras. Toledo (2002) 
discute as vantagens e desvantagens da 
produção rural e analisa sua relação com o 
tamanho da propriedade agrícola, conclu-
indo que a produtividade das pequenas 
propriedades é maior que das grandes pro-
priedades (apud, CARVALHO, et al.; 
2006). 
 
Por outro lado, com o avanço 
da reforma agrária demanda que a 
questão não seja avaliada exclusiva-
mente como acesso à terra, todavia, 
sobretudo como a probabilidade de 
 
1 Retirado em http://veja.abril.com.br 
afiançar a sustentabilidade do ho-
mem no campo, o que solicita a pro-
trusão com o modelo vigente, uma 
vez que o que se averígua nos assen-
tamentos rurais é as aquisições em 
monoculturas, com elevados valo-
res, a não produção para subsistên-
cia, a deficiência de postos de traba-
lho e por consequente êxodo de jo-
vens e financiamentos inconciliáveis 
com a realidade do agricultor fami-
liar, fazendo com que os lotes econô-
mico sejam socialmente inviáveis 
 
Uma das formas de viabilizar a 
permanência das famílias nos 
assentamentos pode ser por 
meio da organização e estrutu-
ração de Empreendimentos 
O 
 
 
5 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
Econômicos Solidários (EES), 
definidos por Gaiger et ai (1999 
citado por EID & PIMENTEL, 
2001) como sendo organizações 
coletivas de trabalhadores vol-
tados para a geração de traba-
lho e renda, regidos idealmen-
te, por princípios de autoges-
tão, democracia, participação, 
solidariedade, igualitarismo, 
cooperação no trabalho, autos-
sustentação, desenvolvimento 
humano e responsabilidade so-
cial (apud, CARVALHO, et al.; 
2006). 
 
Logo, a Economia Solidária 
exibe outro modo de organizar esse 
conjunto de consumo, produção, 
mercador, finanças, informação e a 
educação, tendo como núcleo “o ho-
mo, seu trabalho, seu saber social-
mente acumulado e sua criativida-
de”, de forma que as precisões mate-
riais e imateriais do homem sejam 
versados individualmente e ou em 
grupo de forma justa, fraterna e sus-
tentável. 
No que tange sobre as organi-
zações solidárias, 50 % se localizam 
tão-somente na parte área rural do 
país, cuidadosamente envolvidos no 
debate da sustentabilidade entre o 
homem e claro a conservação dos re-
cursos naturais. 
 
Nesse sentido, os princípios da 
Economia Solidária aproxi-
mam-se dos princípios da Agro-
ecologia, por entender que 
existe compatibilidade dessas 
abordagens com a emancipação 
socioeconômica, a segurança 
alimentar e com a preservação 
ambiental. De modo mais am-
plo, verifica-se a consonância 
entre a Economia Solidária e a 
Agroecologia, pois compreen-
dem o homem na sua dimensão 
sócio-histórica, ou seja, como 
um ser capaz de refletir, intervir 
e mudar sua realidade constan-
temente (apud, CARVALHO, et 
al.; 2006). 
 
Desse modo, a Agroecologia 
compõe uma área de estudos que 
busca deter as maneiras degradan-
tes e exploradoras da natureza e da 
sociedade por meio de atuações so-
ciais coletivas de costume participa-
tivo na procura com aplicação de 
modelo agricultor com alternativos 
potencializadores da biodiversidade 
ecológica e da multiplicidade socio-
cultural. 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
2. Importância da Economia Solidária no Brasil 
 
 
Fonte: Sebrae - sc2 
 
m diferentes localizações do 
país, algumas com maior in-
tensidade, tem se desenvolvido, es-
pecialmente nos últimos quinze 
anos, por conta das experiências de 
geração de trabalho, assim melho-
rando a renda, de forma mais solidá-
ria e associativa. 
Logo, as iniciativas isoladas 
deram espaço para uma realidade 
que se amplia e se dinamiza, deri-
vando em atuação de entidades de 
classe e bem como criação de políti-
cas públicas no campo popular, diri-
gidas para uma economia alternati-
va sólida que está em procedimento 
de gestação. 
 
2 Retirado em https://atendimento.sebrae-sc.com.br/blog/economia-solidaria-o-que-e/ 
Gaiger et al., ao analisarem a vi-
abilidade e as perspectivas da 
Economia Solidária no estado 
do Rio Grande do Sul mostra-
ram que, se antes, as experiên-
cias de geração de trabalho e 
renda eram consideradas pelos 
pesquisadores como circuns-
tanciais e efêmeras, de difícil 
registro, a partir da década de 
90, aumenta ano a ano, o inte-
resse por investigações científi-
cas sobre iniciativas solidárias, 
algumas com mais de dez anos 
de atividade contínua. Isso não 
quer dizer que dissoluções não 
ocorram, mas o que se observa 
de novo, é a busca pela sobrevi-
vência e mesmo o crescimento 
de algumas, procurando garan-
tir, simultaneamente, o equilí-
brio entre o econômico e o so-
cial (apud; EID & PIMENTEL, 2001). 
E 
 
 8 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
É nesse contexto que um novo 
comentário sobre experiências soli-
dárias e ações de apoio analisa que, 
para sobreviverem e desenvolverem, 
tenderiam a evolucionar para atua-
ções propositivas, destacando-se a 
criação de novas maneiras de orga-
nização da produção e do trabalho, 
com aplicações diretos no campo 
das políticas públicas, assim como 
nas organizações da sociedade. 
 
Os empreendimentos econômi-
cos solidários (EES) são defini-
dos por Gaiger et al. (1999) co-
mo sendo organizações coleti-
vas de trabalhadores voltados 
para a geração de trabalho e 
renda, regidos, idealmente, por 
princípios de autogestão, de-
mocracia, participação, iguali-
tarismo, cooperação no traba-
lho, auto-sustentação, desen-
volvimento humano e respon-
sabilidade social. Entende-se 
por Economia Solidária (ES), 
segundo Singer (1999), o con-
junto de experiências coletivas 
de trabalho, produção, comer-
cialização e crédito organizadas 
por princípios solidários, espa-
lhadas por diversas regiões do 
país e que aparecem sob diver-
sas formas: cooperativas e asso-
ciações de produtores, empre-
sas autogestionárias, bancos 
comunitários, ‘clubes de tro-
cas’, “bancos do povo” e diver-
sas organizações populares ur-
banas e rurais (apud; EID & PI-
MENTEL, 2001). 
 
Desenvolvem especialmente 
trabalhos econômicos como: 
 Plantio, 
 Beneficiamento e comerciali-
zação de produtos primários, 
 Prestação de serviços, 
 Confecções, 
 Alimentação, 
 Artesanatos, 
 Entre outras. 
 
 
Fonte: http://facip.ufu.br 
 
Note que para possibilitar a 
expansão da ES, vários desafios são 
encarados, desde a aprovação de no-
vas políticas e organizações públicas 
e populares regressadas à represen-
tação e base, à incubação de EES, ao 
acompanhamento constante dos 
processos de formação, crédito, tec-
nologia, comercio, administração e 
outras. 
Desse modo, por meio de pes-
quisa de campo em trinta cinco EES, 
urbanos e rurais, os autores averi-
guaram que pelo menos três obser-
vações tangíveis: 
 
Garantem sobrevivência imedi-
ata; 
 
 9 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
Criam oportunidades para o de-
senvolvimento intelectual e 
aprendizado de um ofício e 
rompem com o padrão paterna-
lista e clientelista, ainda predo-
minante, na assistênciaàs po-
pulações pobres (Gaiger et al., 
1999). 
 
Note que os pesquisadores no-
taram que em algumas iniciativas 
solidárias conseguiram resistir e 
atingiram planos de acumulação e 
crescimento. Nesse aspecto, a eco-
nomia solidária, sem ignorar o capi-
talismo como singular sistema eco-
nômico mundial na contemporanei-
dade, parte de estimações assinala-
das, dentre outras, autonomia, de-
mocratismo, solidariedade, igual-
dade e fraternidade. 
 
Os pesquisadores analisam que 
o termo empresarial aqui pro-
posto “deve ser dissociado da 
semântica que o vincula apenas 
ao empresário capitalista.” (p. 
25). A diferença estaria no fato 
de que a busca por maior racio-
nalidade está fundamentada na 
cooperação com a exploração 
coletiva das potencialidades 
profissionais, em benefício dos 
próprios produtores. Essa raci-
onalidade é distinta da lógica 
capitalista - não solidária e ex-
cludente - e distingue-se tam-
bém da solidariedade comuni-
tária para a qual faltam instru-
mentos gerenciais. Nos EES o 
trabalho é o elemento central. A 
manutenção de cada posto de 
trabalho tem prioridade maior 
do que a lucratividade. Confor- 
 
me Razeto apud Gaiger et al., “a 
valorização do trabalho próprio 
define a racionalidade destas 
pequenas empresas de traba-
lhadores.” (1999:36). É nesse 
sentido que se pode identificar 
o vínculo entre acumulação e 
cooperação. A acumulação está 
subordinada ao atendimento 
das necessidades definidas pelo 
coletivo de trabalhadores, aos 
objetivos da cooperação. Talvez 
por isso pode-se compreender 
porque, apesar de levarem em 
consideração problemas en-
frentados, praticamente todos 
os trabalhadores entrevistados 
na pesquisa de Gaiger et alii não 
cogitam voltar a trabalharem 
para um patrão ou a arrisca-
rem-se sozinhos com um negó-
cio próprio (apud, EID & PI-
MENTEL, 2001). 
 
Note que embora conseguirem 
identificar as complexidades e incer-
tezas, apontam benefícios se compa-
rado ao trabalho do assalariado, des-
tacando-se: 
 Renda monetária próxima ao 
valor obtido no mercado de 
trabalho; 
 Condição de coproprietário e 
gestor do negócio, com poder 
de decisão em benefício dos 
próprios trabalhadores; 
 Valorização da autoestima; de-
senvolvimento intelectual e 
potencialidades profissionais; 
 Viver o trabalho como algo 
digno e não como atividade 
penosa (EID & PIMENTEL, 
2001). 
 
 
 10 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
Desse modo, a conjectura de 
que a força das organizações solidá-
rios habita o fato de ajustarem a con-
figuração original, o espírito empre-
sarial ao lado do espírito solidário fi-
ca evidenciada. Em abreviação, a co-
operação e a eficácia no trabalho que 
se desenvolvem dentro das EES 
onde haja similitude de empenhos e 
motivações dos participes; emprego 
de uma maior capacidade de traba-
lho em grupo, por meio de acordo no 
coletivo; procura pelo aumento do 
conhecimento técnico e profissional 
adequado ao grupo e incorporado à 
produção e repartição equitativa dos 
resultados do trabalho, de acordo 
com a contribuição real de cada in-
divíduo e do coletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
3. O Quadro Teórico Sobre a Comercialização da 
Produção Agrícola dos Assentamentos da Refor-
ma Agrária 
 
 
Fonte: NPR3 
 
inda, temos que discorrer so-
bre as teorias contemporâneas 
que fundamentam as pesquisas so-
bre as táticas de produção e comer-
cialização dos produtos originários 
dos assentamentos rurais, avaliando 
os aspectos que a simplificam ou di-
ficultam. 
Em nosso país, o trabalho dos 
pequenos produtores rurais para a 
 
3 Retirado em htttp://www.npr.org 
economia do Brasil é bem represen-
tativo. Entretanto, essa representa-
tividade embora não está metodica-
mente calculada, porquanto as in-
formações mais sólidas sobre a te-
mática não possuem como foco essa 
mensuração. 
 
Guanziroli (2007, p. 12), afirma 
que “pelos dados do censo do 
A 
 
 13 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística - IBGE de 2006, 
que é uma fotografia rica da re-
alidade rural, ainda não permi-
tem separar a agricultura fami-
liar da agricultura patronal”. 
Paralelamente, as mudanças 
ambientais de negócios decor-
rentes do crescimento dos mer-
cados globalizados, com os pa-
radoxos estabelecidos por uma 
política agrícola, que na visão 
de Schlachta (2008) é inconsis-
tente, delineiam uma série de 
barreiras que oprimem o cresci-
mento e o desenvolvimento do 
pequeno produtor rural, em es-
pecial os oriundos da agricul-
tura campesina. Essas barreiras 
relacionam-se à baixa escolari-
zação, dificuldades econômi-
cas, de acesso ao mercado, de 
política governamental de aces-
so ao crédito e à informação. Na 
época em que os assentamentos 
da reforma agrária foram cria-
dos, na segunda metade do sé-
culo XX, predominavam no 
Brasil os parâmetros da “Revo-
lução Verde” em detrimento do 
modelo convencional de produ-
ção agrícola. Devido a essa con-
turbada transição e também às 
articulações entre a globaliza-
ção e as particularidades de ca-
da localidade, há a necessidade 
de articulação de novos mode-
los produtivos para os assenta-
mentos, que considerem suas 
especificidades (PONTES E 
DOS SANTOS; 2015). 
 
Dessa forma, a advertência de 
sua organização interna, do começo 
dos paradigmas de produção endó-
genos e exógenos apresentam que a 
consolidação de maneiras alternati- 
vas de produção com o desígnio de 
subsistência e da conservação dos 
fatores socioculturais dos seus agen-
tes estará sujeito a superação dos 
empecilhos que danificam a pereni-
dade da agricultura familiar. 
Quanto aos aspectos exóge-
nos, indispensável considerar que as 
políticas governamentais de assis-
tência técnica, assim como as de cré-
dito, logo, o cargo do mercado que 
demanda produção na escala das de-
senvolvidas técnicas agrícolas e a 
juntura com o manufaturamento. 
Dessa maneira, a agricultura 
provinda da “Revolução Verde” pro-
cura meios de fazer com que os pro-
dutos agrícolas conectados ao circui-
to mercantil sejam utilizado a alta 
tecnologia empregada aos insumos, 
máquinas, desenho de comercializa-
ção e metodologia da produção nos 
complexos agroindustriais. 
 
Schlachta (2008) conclui que 
essas externalidades exigem 
alta competitividade de seus 
agentes, portanto para acompa-
nhar a nova dinâmica o agricul-
tor deve focar sua produção em 
produtos comercializáveis e na 
produção em escala. Essa com-
petitividade é possível somente 
com o domínio de técnicas in-
tensivas e pouca utilização de 
mão-de-obra. Este é o cenário 
pertinente à agricultura capita-
lista contemporânea. Outras 
formas de produção são aquelas 
pautadas nos paradigmas endó-
genos, ou seja, práticas efetiva- 
 
 
 14 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
das no âmbito local, observan-
do os recursos e meios disponí-
veis na localidade. Dentro de 
suas realidades (espaços de ma-
nobra), os agricultores desen-
volvem suas atividades tendo 
como fator limitante os recur-
sos disponíveis. O resultado 
apresentado na produção arti-
culada no modelo endógeno 
vem de encontro com as políti-
cas de garantia da subsistência 
e promoção da segurança ali-
mentar, o oposto do paradigma 
exógeno de produção, que foca 
apenas o mercado, que é sim-
plesmente um elo dessa cadeia 
(Schlachta, 2008, apud, PON-
TES E DOS SANTOS; 2015). 
 
Desse modo, pode-se observar 
que o sistema produtivo utilizados 
nos assentamentos da reforma agrá-
ria é atinente aos paradigmas e dis-
posições macroeconômicas de um 
trabalho regressada para o agrone-
gócio, ou se está focalizando na con-
servação de usos, costumes e infor-
mações produtivos locais. 
 
 
O autor aventa a possibilidade 
de constituição de mecanismos 
de produção relacionados à as-
sociação de aspectos das duas 
perspectivas, produzirpara o 
mercado sem agressão à cultura 
de seus agentes, nem contribuir 
para degradação do meio ambi-
ente a segunda. Nesta ótica os 
assentados tornam-se agricul-
tores e também agentes trans-
formadores da cultura local se 
envolvendo nas transformações 
das dimensões ideológica, polí-
tica, social e econômica. A for-
ma como se articula a produção 
agroalimentar demonstra as 
opções de desenvolvimento de 
uma região ou até mesmo de 
um país, e também determina 
as condições em que os produ-
tos são ofertados ao consumi-
dor final em termos de quali-
dade, preço e disponibilidade 
(Gorgen, & Stédile, 1991, apud, 
PONTES E DOS SANTOS; 
2015). 
 
 
 15 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
 
Fonte: http://journls.openeedition.org 
 
De acordo com Bergamasco & 
Norder (1996), apresentam que no 
Brasil, os assentamentos começa-
ram por meio da luta dos trabalha-
dores rurais, e são acentuados como 
a “criação de novas unidades de pro-
dução agrícola por meio de políticas 
governamentais, visando o reorde-
namento do uso da terra, em benefí-
cio de trabalhadores rurais sem ter-
ra ou com pouca terra”. Desse modo, 
todos esses combates e conflitos, 
formaram a “política de criação de 
assentamentos rurais”, de maneira 
desordenada, ao paladar dos comba-
tes e das veemências políticos/eco-
nômicos de momento. 
 
Assim, a partir de 2004, o au-
mento de conflitos rurais, alia-
do ao grande número de ocupa-
ções, “impulsionou” a reforma 
agrária. Segundo dados do go-
verno federal (INCRA, 2012), 
no período 2004-2011, o núme-
ro de assentamentos aumentou 
48%; a área total ocupada por 
projetos da reforma agrária no 
Brasil foi ampliada em 88%, e o 
número de famílias assentadas 
cresceu 72% (OLIVEIRA, 
 
 16 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
2013). Atualmente encontra-
mos assentamentos rurais es-
palhados por todo o território 
nacional. De acordo com o IN-
CRA, em 2015, havia no Brasil, 
8.763 assentamentos rurais, 
ocupando aproximadamente 
86 milhões de hectares e com 
924 mil famílias assentadas 
(MEDINA et al., 2016). Estes 
dados demostram o avanço da 
política agrária e a relevância 
dos assentamentos no contexto 
atual do rural brasileiro 
(GOSCH, 2020). 
 
Entretanto, os assentamentos 
rurais no Brasil estão difundidos de 
maneira dessemelhantes em meio as 
regiões do país, como pode ser visto 
na imagem a seguir: 
 
 
Fonte: GOSCI (2020). 
 
 
 17 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
Note que a inserção nos mer-
cados concebe um campo para a pro-
dução e venda da pequena e da mé-
dia propriedade de estirpe familiar, 
e coopera para que ampla parte dos 
produtores permaneça excluída do 
método produtivo. 
Vejamos que as relações con-
servadas pela agricultura familiar 
com os comércios de alimentos são 
marcadas e incorporando o critério 
espacial que se depara com o apre-
sentado na imagem a seguir. Pode-
se assegurar que esse modelo de 
produção conserva dois modelos de 
vínculos com os comércios dos seus 
produtos: um dirigindo forma inte-
gradas nacional e internacionalmen-
te; e por outro lado, com ciclos regi-
onais/locais de produção, repartição 
e consumo de produção de alimen-
tos. 
 
 
Fonte: Adaptado de Maluf (2004) 
 
Ainda, observe que as cadeias 
integradas são simuladas pelas gra-
des cooperativas, do campo alimen-
tício, as organizações agroindustri-
ais, bem como as trades mercantis e 
ainda as grandes redes de supermer-
cados. Logo, podemos dizer que os 
seus objetivos são os mercados naci-
onal e internacional. 
Logo, a integração é o princi-
pal modo de conexão da agricultura 
 
 18 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
familiar a essas cadeias. Assim, a in-
clusão da agricultura familiar nesses 
conjuntos integrados mostra o con-
dicionamento ao capital das empre-
sas que gerenciam o agronegócio no 
Brasil. Deste forma, efetivasse uma 
correlação de dependência do agri-
cultor em relação ao agronegócio, o 
que atém categoricamente as proba-
bilidades de alternativas dos produ-
tores integrados. 
 
É possível afirmar que a inte-
gração permite as empresas ex-
pandirem sua produção e sua 
força de trabalho a custos mais 
reduzidos, pois os agricultores 
são remunerados como presta-
dores de serviços e não como 
trabalhadores empregados di-
retamente por seus contratan-
tes. Os produtos da matriz pro-
dutiva que transitam por essas 
cadeias são: a soja, o milho, o 
trigo, o leite destinado aos lati-
cínios, os animais destinados à 
agroindústria de carnes, as fru-
tas para consumo in natura. 
Quanto à produção oriunda dos 
circuitos regionais/locais de 
produção, sua distribuição e 
consumo de alimentos são arti-
culados no âmbito das regiões 
de inserção ou no entorno dos 
centros urbanos. Além dos pro-
dutores individuais, esses cir-
cuitos são compostos por asso-
ciações de pequenos agriculto-
res, cooperativas e ainda por 
empreendimentos industriais e 
comerciais de pequeno porte, 
ligados ao processamento, 
transformação, distribuição, 
consumo de produtos alimentí-
cios tais como: pequenos super-
mercados, pequena indústria 
alimentar, armazéns, empórios, 
quitandas, padarias, açougues, 
feiras livres, varejões e sacolões 
(PONTES E DOS SANTOS; 
2015). 
 
Dessa forma, os circuitos regi-
onais/locais se implantam também 
a venda direta aos consumistas rea-
lizada pelos próprios produtores. 
Com relação às maneiras de ofício 
do território, é subentendido que a 
preferência desse modelo de produ-
zir em ampla escala é desfavorável a 
adequação dos circuitos regional/lo-
cal e mais maléfico até mesmo para 
a promoção dessas redes com a as-
pecto de desenvolvimento regional e 
local. 
A produção diferençar-se de 
pequena escala, que do mesmo mo-
do, permite o estabelecimento de co-
nexões produtivos e mercantis em 
domínio regional/local, enfocados 
para a produção de mantimentos di-
ferenciados. 
Inversamente da produção 
vinculada as organizações agroin-
dustriais, porquanto sua divisão em 
diferentes propriedades integradas 
não decompõe a meta de se plantar 
em larga escala para os mercados 
pertinentes ao consumo dos empre-
endimentos controladores do agro-
negócio. 
 
Sendo volúveis em sua constru-
ção, os circuitos regionais/lo-
cais são passíveis de dominação 
 
 19 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
e controle por parte dos comer-
ciantes ou intermediários que 
se propõe a organizá-los. Essa 
construção não resulta em be-
nefícios para os pequenos pro-
dutores e para os consumido-
res. Também por causa dessa 
vulnerabilidade, cabe a inter-
venção de ações públicas visan-
do incentivar a produção e o 
consumo de alimentos de quali-
dade, sob a forma de programas 
governamentais e desvincula-
dos da lógica das corporações 
agroindustriais. Os produtos 
com maior incidência nos cir-
cuitos regionais/locais são as 
carnes de aves, farinhas de 
mandioca, milho, trigo, queijos, 
frutas, hortaliças, pescados, 
conservas, condimentos e doces 
em geral. Esses produtos são, 
quase sempre, reflexos de di-
versidades produtivas pautadas 
pelo cultivo tradicional e refle-
tem maneiras de consumo pró-
prias de um lugar ou região. Os 
mercados alvos desse circuito 
são de âmbito local e regional, 
apesar de terem potenciais de 
horizontes mais longínquos 
com a produção, com ênfase na 
agroecologia que é tida como al-
ternativa de agricultura susten-
tável com ênfase na sustentabi-
lidade plena da agricultura. Re-
sultando em produtos com 
identificação de origem artesa-
nal ou orgânicos, com potencial 
de atração de consumidores in-
teressados em produtos social-
mente considerados mais sau-
dáveis e sustentáveis sob os as- 
 
 
pectos social e ambiental (PON-
TES E DOS SANTOS; 2015). 
 
As alterações estruturais, de 
ordem econômica e social, advindas 
sobre o mercador nas últimas déca-
das, demandam o questionamento 
do processo tradicional de relação 
capitalista de produção rural,“sen-
do a economia solidária bastante in-
centivada e disseminada por orga-
nismos governamentais e não gover-
namentais através das cooperativas 
de produção e consumo, das associ-
ações de produtores, redes de pro-
dução, comercialização e consumo 
voltadas para empreendimentos po-
pulares solidários” (Singer, 2002, 
apud, PONTES E DOS SANTOS; 
2015). 
 
Desafios, Possibilidades e 
Armadilhas da Economia 
Popular Solidária 
 
Note que o crescimento da 
Economia Popular Solidária passa 
por em dificuldades, que advém de 
suas origens, além de outros aspec-
tos, como as comunidades não orga-
nizadas, também no gerenciamento 
das organizações em complexidades 
técnicas descobertas ao longo do 
processo produtivo. 
 
 
 
 
 
 20 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
 
Fonte: http://cirandas.net 
 
Isso significa que escasseiam à 
Economia Popular Solidária meto-
dologias efetivas da autogestão no 
dia-a-dia, o que induziria a maior 
parte desses empreendimentos a re-
sistirem em circunstâncias difíceis, 
com complexidades no gerencia-
mento, comercialização, elevação a 
recursos financeiros e a informações 
tecnológicos. 
Inda, percebe-se um conflito 
entre as extensões mercantil e soli-
dária na administração de uma or-
ganização solidária, ou seja, do mes-
mo modo em que a EPS procura a 
promoção de uma “outra economia”, 
ela precisa se relacionar com o mer-
cado tradicional competidor. Do 
mesmo jeito em que a EPS se funda-
 
 21 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
menta em uma dialética não mone-
tária substantiva e associativa, ela 
precisa ter uma administração mo-
derna e racionalidade instrumental 
para resistir ao mercado. 
 
Ao mesmo tempo em que a EPS 
preza pela valorização do traba-
lho e a autonomia, buscando a 
eliminação das desigualdades, 
ela está inserida em um con-
texto econômico e social em que 
há precarização do trabalho e 
constante busca pela sobrevi-
vência econômica. Apesar de 
existirem diferentes políticas e 
ações de estímulo à criação de 
empreendimentos solidários, 
tais como aqueles relacionados 
ao microcrédito, à incubação de 
empreendimentos cooperati-
vos/associativos e à formação 
de quadros para a gestão de co-
operativas, dentre outros, este 
tipo de apoio, apesar de rele-
vante, não ajudaria os associa-
dos a desenvolverem endoge-
namente instrumentos de ges-
tão cotidiana (técnicas admi-
nistrativas e econômicas), com-
prometendo a sustentabilidade 
dessas iniciativas. Neste cená-
rio, os empreendimentos soli-
dários precisariam lidar com 
estratégias mais competitivas 
para sobreviverem no mercado. 
Esta realidade parece impor às 
iniciativas no campo da Econo-
mia Popular Solidária impor-
tantes dilemas e desafios, tanto 
de ordem econômica, quanto 
com relação à própria identida-
de e dinâmica constitutiva que 
se enuncia como fundamental-
mente cooperativa e solidária 
(TEODÓSIO E MUNDIM, 
2011). 
 
Outro motivo da complexida-
de de sustentabilidade dessas orga-
nizações estaria conexo a “pouca so-
lidariedade” em meio a eles. Embora 
não se desenvolveu um ciclo de rela-
ções entre as organizações de auto-
gestão, associações e cooperativas 
que procure aprimorar a produção 
pela união de veemências e de com-
plementaridades técnicas e de no-
ções de gestão, aquisição de maté-
rias-primas e insumos, fornecimen-
to de produtos e bom emprego dos 
restos ou compartilhamento de re-
des de negociação. 
Segundo a esse contexto, per-
cebe-se a precisão de desenvolver 
tecnologias e ferramentas para ad-
ministração, além disso, para a pro-
dução que possibilita irromper os li-
mites técnicos das organizações soli-
dárias (desenvolvimento de novos 
produtos, direito sobre novas opor-
tunidades do mercado, ampliação da 
escala de produção, avanço da quali-
dade, etc). 
 
Segundo Rutkowski e Lianza 
(2002), as universidades po-
dem contribuir, e muito, se dis-
puserem a discutir as dificulda-
des de sobrevivência dos em-
preendimentos solidários, 
questionando sobre as causas e 
buscando soluções de gestão e 
produção que lhes permitam 
dar respostas efetivas aos pro-
blemas que esses empreendi-
mentos se propõem a resolver. 
Para Wellen (2008), os produ-
 
 22 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
tos comercializados na Econo-
mia Popular Solidária teriam 
como um diferencial o fato de 
agregarem um valor próprio, 
originários de sua forma de 
produção, cujos mecanismos se 
distanciariam do sistema capi-
talista, que exalta apenas o lu-
cro em detrimento dos indiví-
duos envolvidos na produção. 
Mas, em última análise, a que 
público serviriam esses produ-
tos? (apud, TEODÓSIO E 
MUNDIM, 2011). 
 
Com certeza os beneficiários 
da força do capital, estes que não se 
abespinham-se em saldar um pouco 
mais pela solidariedade sucedida 
pela produção desses produtos, o 
que enquadra ainda para mitigar o 
peso da culpa por conviver do lado 
mais favorecido de uma sociedade 
desigual. 
 
Em outras palavras, o efeito da 
Economia Solidária na socieda-
de séria, ao revés de benéfico, 
apenas uma maneira de enalte-
cer e justificar a forma de pro-
dução capitalista, favorecendo 
apenas para a sua manutenção 
e perpetuação de suas desigual-
dades. Na visão de Gaiger 
(2006), embora o tema Econo-
mia Popular Solidária desperte 
crescente interesse, são ainda 
infrequentes os estudos empíri-
cos sistemáticos sobre as práti-
cas de autogestão e cooperação 
introduzidas e vivenciadas por 
essas experiências. A falta de 
uma análise interna dos empre-
endimentos, do seu momento 
de gênese à sua evolução ulte-
rior, dificulta a identificação 
dos fatores materiais, sociais e 
culturais que impulsionam os 
indivíduos a aderirem e, sobre-
tudo, a permanecerem nessa 
empreitada (apud, TEODÓSIO 
E MUNDIM, 2011). 
 
Com isso, as apreciações ficam 
por conta de constatar aquelas con-
junturas que, à revelia e a contragos-
to desses colaboradores, os impeli-
ram a procurar alternativas de ofício 
e renda, como se a vivência dessas 
pressões significasse ser suficiente 
para dirigi-los, passivamente, em al-
guma direção, para quase todos sem 
conhecimento e incerta. 
 
Relações de gênero e Economia 
Popular Solidária: análise de 
um caso em um assentamento 
rural. Gaiger (2006) ainda en-
fatiza que neste tipo de econo-
mia o trabalho tem um papel 
central, por ser fator preponde-
rante a favor do empreendi-
mento. Ou seja, as formas de 
produção deveriam sofrer mu-
danças significativas a ponto de 
se identificar um novo modelo 
de relações com o trabalho, cujo 
valor principal deixa de ser o 
monetário, passando a focar no 
indivíduo, no espírito coorpora-
tivo e na comunidade (TEODÓ-
SIO E MUNDIM, 2011). 
 
E avigora: a sorte da economia 
solidária está sujeito de igualmente 
com um novo sistema de regulação, 
adequado de ordenar de modo dinâ-
mico as regras do jogo econômico, 
de forma a generalizar seus exercí-
 
 23 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
cios ao contíguo da sociedade e via-
bilizar uma adaptação de escala das 
ações que proliferam em pequeno 
calibre. 
Note que as organizações soli-
dárias estariam auferindo novo va-
lor de forma em que surgem adotan-
do o princípio de fortalecimento da 
competência produtiva da casta 
mais pobre. Ainda, observa-se que 
certas experiências não estão per-
manecendo somente no patamar do 
sustento e jazeriam aos porcos mu-
dando para empreendimento econô-
micos solidários. 
 
Apesar dessa nova configura-
ção, esses empreendimentos 
ainda seriam vulneráveis, o que 
dificulta a permanência das 
pessoas nessa forma de organi-
zação do trabalho e da vida em 
sociedade. Ao se trabalhar com 
empreendimentos de caráter 
solidário, deve-se buscar rom-
per com o padrão paternalista e 
clientelista que predomina na 
assistência às populações po-
bres, fomentando o desenvolvi-
mento de uma atitude cidadã 
por parte das pessoas envolvi-
das nessas experiências, valori-zando o livre arbítrio, a consci-
ência dos direitos civis e o en-
volvimento ativo na sociedade. 
Nesse quadro de desafios dos 
empreendimentos solidários, 
uma questão que emerge e que 
nem sempre é discutida com a 
devida profundidade que exige 
é a condição da mulher, visto 
que, em muitas experiências de 
associativismo, a luta para so-
brevivência econômica acaba 
por deixar em segundo plano 
outras dimensões de emancipa-
ção, sobretudo aquelas ligadas 
à condição feminina nesses em-
preendimentos com relação à 
organização social, política e 
até mesmo cultural dessas cole-
tividades (TEODÓSIO E MUN-
DIM, 2011). 
 
Para se progredir nessa alter-
cação, é necessário analisar as díspa-
res abordagens que se comparecem 
sobre o fato da condição de gênero 
na sociabilidade atual. 
 
Aspectos Teóricos Quanto à 
Comercialização em Assenta-
mentos Rurais 
 
Note que a expansão das rela-
ções capitalistas na área rural exci-
tou o processo de expropriação/ex-
pulsão dos trabalhadores do campo. 
No final da década de 70, com o co-
meço do Movimento dos Trabalha-
dores Rurais Sem-Terra (MST), lo-
go, passaram se organizar e realizar 
ações como a luta pela conquista da 
terra. 
Assim, a conquista por exten-
sões de terra e o desenvolvimento 
econômico não constituem somente 
na compreensão do sem-terra no 
mundo produtivo, todavia na con-
quista de direitos, consciência polí-
tica, bem como a cidadania. Então, o 
termo assentamento são atuações 
que procuram ordenar ou reordenar 
soluções fundiárias para abastecer 
 
 24 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
as populações e proporcionar solu-
ções para os problemas socioeconô-
micos. 
 
As ações do Estado são, portan-
to, concebidas como de ordem 
técnica e não tão somente polí-
tica, por outro lado, os benefici-
ários estão destituídos de cará-
ter ativo. O MST, fomentado 
pela Confederação das Coope-
rativas de Reforma Agrária do 
Brasil (CONCRAB), defende a 
necessidade da implantação de 
cooperativas agrícolas nos as-
sentamentos como uma das 
maneiras para fortalecer a luta 
pela transformação da socieda-
de. Cooperativas não devem se 
organizar somente com objeti-
vos econômicos, mas também 
com desígnios políticos em lon-
go prazo, capazes de promover 
conscientização dos trabalha-
dores para o fortalecimento de 
suas lutas em prol do desenvol-
vimento social. As consequên-
cias e a estima das cooperativas 
residem na capacidade de mo-
bilização de trabalhadores em 
prol do alcance dos objetivos 
relacionados à produção e à 
luta pela terra e a liberação de 
membros das cooperativas para 
atuar na luta pela reforma agrá-
ria (FABRINI, 2001).O termo 
assentamento rural, no âmbito 
das políticas públicas para no-
mear um tipo de intervenção 
fundiária, unifica e, por vezes, 
encobre compras de terras, de-
sapropriação de imóveis rurais 
ou utilização de terras públicas 
(apud, CARDOZO, et al.; 2018). 
 
Note que os assentamentos 
tendem a trazer um fortalecimento 
aos movimentos de luta pela classe, 
porquanto são prova da potência de 
pressões intensas, de maneira espe-
cial em ocupações de terra e cam-
pings; demandam rearranjos insti-
tucionais, provocando a precisão de 
um aparelhamento de Estado para 
desenvolver a criação de novas polí-
ticas ou reformulação nos governos 
federais, estaduais e municipais, 
afora de regulamentação e novas 
leis; permitem a criação de empre-
gos e acrescente o nível de renda 
dessas famílias assentadas, além de 
ajudar nas economias municipais e 
regionais; tem potencial para modi-
ficar as correlações entre os poderes 
locais, em menor ou maior medida. 
 
Existe o reconhecimento dos 
assentados em torno da produ-
ção e dimensão econômica arti-
culada à dimensão política. 
Desta perspectiva emerge uma 
das principais propostas de 
produção dos assentados, já 
que a organização da produção 
e a manutenção na terra en-
quanto trabalhadores rurais as-
sentados são tomadas por sua 
própria capacidade de organi-
zação e mobilização política. 
Por acreditarem na importân-
cia da dimensão política na or-
ganização da produção agrícola 
no interior dos assentamentos, 
os sem-terra passaram a desen-
volver ações como a organiza-
ção de trabalhos associativos/ 
cooperativos/coletivos. Entre-
tanto, não se limitam apenas a 
uma organização artesanal e as-
sociações semelhantes às “roças 
 
 25 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
comunitárias”. A operação agrí-
cola dos sem-terra, em sua con-
cepção, é semelhante a um em-
preendimento que apresenta 
inserção mercantil, regras e có-
digos formais. Os camponeses 
sem-terra concebem a organi-
zação associativa como uma sa-
ída para a sua manutenção no 
campo (FABRINI, 2001, apud, 
CARDOZO, et al.; 2018). 
 
Desse modo, a reforma agrária 
é uma resposta não somente para os 
problemas do meio rural, entretanto 
para toda a sociedade inclusive do 
meio urbano. A reforma agrária, 
conceituada por Stedile (2005, p. 
188), possui os seguintes alvos: 
 Garantir o trabalho para todos 
os trabalhadores rurais Sem 
Terra, combinando distribui-
ção de renda e desenvolvimen-
to cultural; 
 Produzir alimentação farta, 
barata e de qualidade a toda 
população brasileira, especial-
mente a urbana em prol de se-
gurança alimentar para a soci-
edade; 
 Garantir o bem-estar social e a 
melhoria das condições de vi-
da de maneira igualitária para 
todos os brasileiros, em espe-
cial aos trabalhadores e priori-
tariamente aos pobres; 
 Buscar permanentemente a 
justiça social, a igualdade de 
direitos em todos os aspectos: 
econômico, político, social, 
cultural e espiritual; 
 Difundir a prática de valores 
humanistas e socialistas nas 
relações entre indivíduos, eli-
minando-se as práticas de dis-
criminação racial, religiosa e 
de gênero; 
 Contribuir para criar condi-
ções objetivas de participação 
igualitária da mulher na socie-
dade, garantindo-lhes direitos 
iguais; 
 Preservar os recursos naturais, 
como águas, solos, florestas, 
entre outros, em prol de de-
senvolvimento sustentável; 
 Implementar a agroindústria e 
a indústria como principal 
meio de se desenvolver o inte-
rior do país; 
 Gerar emprego para todos que 
queiram trabalhar na terra 
(apud, CARDOZO, et al.; 
2018). 
 
Os assentamentos possuem a 
preocupação primária de garantir a 
conservação e reprodução do assen-
tado. O alvo é a afiançar\sobrevivên-
cia através da organização da produ-
ção dentro dos assentamentos. Para 
isso, a produção agrícola passa ser o 
centro de discussões, porquanto o 
sem-terra assentado quer terra pois, 
dessa forma, consegue afiançar as 
precisões básicas de sua família, 
deste modo, procura-se a benesse 
pela vida e não para o lucro. Muito 
além de refletir na produção para o 
mercado, os moradores dos assenta-
dos idealizam a organização produ-
tiva para a vida. 
 
 
 26 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
Por meio de trabalho organiza-
do em lotes individualmente ou 
coletivamente, os sem-terra co-
locam na prática as experiên-
cias adquiridas, não somente na 
agricultura, mas experiências 
de luta pela terra, onde se des-
taca o aspecto da dimensão po-
lítica, implícita na organização 
da produção agrícola no assen-
tamento. O mercado, por sua 
vez, não é reconhecido como 
um mecanismo para a garantia 
de sua permanência na terra, 
uma vez que os segmentos do-
minantes da sociedade (capital 
mercantil, industrial, financei-
ro) subtraem os benefícios re-
sultantes do trabalho e renda. A 
lógica, por conseguinte, não 
prioriza o trabalho e, dessa ma-
neira, elaboram-se propostas 
de organização da produção pa-
ra subverter a ordem desigual 
da economia de mercado e do 
modo de produção capitalista 
(FABRINI, 2001; apud, CAR-
DOZO, et al.; 2018). 
 
Na prática a reforma agrária 
proporciona: 
 Desconcentração e democrati-
zação da estrutura fundiária; 
 Produção de alimentos bási-
cos; 
 Geração de ocupação e renda; 
Combate à fome e à miséria; 
 Interiorização dos serviços 
públicos básicos; 
 Redução da migração campo-
cidade; 
 Promoção da cidadania e da 
justiça social; 
 Diversificação do comércio e 
dos serviços no meio rural; 
 Democratização das estrutu-
ras de poder (INCRA, 2017). 
 
27 
 
 
 
 28 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
4. Políticas Públicas para os Assentamentos Rurais 
 
 
Fonte: Veja Abril4 
 
Síntese das Políticas Públicas da Agricultura Familiar, por Área de Atuação (Em 2013) 
 
Pronaf Tem por objetivo facilitar a execução das atividades agropecuárias, a aquisi-
ção de equipamentos e a elevação da renda. Os financiamentos podem ser 
acessados individualmente ou coletivamente, com taxas de juros abaixo da 
inflação. 
PNFC Financia a aquisição de imóveis rurais não passíveis de desapropriação, 
áreas insuficientes para a produção, investimentos em infraestrutura da 
unidade produtiva e de projetos Comunitários. Executado principalmente 
nas áreas do Semiárido. 
Assistência Técnica 
Ater Presta serviços de assistência técnica com o objetivo de ampliar o conheci-
mento e a tecnologia dos agricultores e de elevar a produtividade e a 
renda. Articulado com outras políticas públicas, como o PAA, o Pnae e o 
PBSM. 
Mercados Institucionais 
PAA Prevê a aquisição de alimentos da agricultura familiar por órgãos públicos 
federais, estaduais e municipais para o atendimento de populações em si-
tuação de insegurança alimentar e nutricional. Também objetiva a inclusão 
social dos produtores e o fortalecimento da agricultura familiar. 
 
4 Retirado em http://veja.abril.com.br 
 
 29 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
Pnae Os alimentos adquiridos são direcionados para o abastecimento da rede 
pública de ensino, que deve comprar pelo menos 30% de alimentos consu-
midos da agricultura familiar. 
Infraestrutura 
Terra Legal Engloba ações interministeriais por meio de programas como Luz para To-
dos, Água para Todos, Minha Casa Minha Vida, e investimentos em estradas 
vicinais em parceria com o poder municipal. 
Proinf Repassa recursos para projetos de implantação de agroindústrias e arma-
zenamento de produtos. Também fomenta obras de infraestrutura, como a 
abertura ou a recuperação de estradas vicinais. 
Trabalho e Renda 
Terra Forte Visa apoiar o incremento de renda nos assentamentos por melo de recur-
sos financeiros direcionados ao financiamento de projetos de cooperati-
vas/associações, aquisição de equipamentos e suporte para a gestão das 
iniciativas coletivas. 
Educação e Cidadania 
Pronera Objetiva garantir a alfabetização e a educação fundamental, média, superior 
e profissional de jovens e adultos nos assentamentos. É realizado em parceria 
com movimentos sociais e sindicais de trabalhadores rurais, instituições co-
munitárias de ensino sem fins lucrativos e governos estaduais e municipais. 
Pronatec Oferece cursos de educação profissional para a qualificação de jovens e adul-
tos das áreas rurais. Compõe o Programa Nacional e é executado em parceria 
entre o MDA e o MEC. 
PNDTR Direcionado para os trabalhadoras rurais que não possuem documentos ou 
necessitam fazer a segunda via. O programa vai até os municípios, onde são 
feitos mutirões, para emitir a documentação, como Registro de Nascimento, 
CPF, Carteira de identidade, CTPS, DAP, ou registro no INSS. 
Territórios 
da Cidadania 
Visa a promoção do desenvolvimento económico e a universalização de pro-
gramas básicos de cidadania, integrando as ações dos governos à participa-
ção da sociedade civil por meio da identificação dos principais problemas 
que contribuem para a estagnação econômica e a não superação dos níveis 
de pobreza. É coordenado pela Casa Civil em conjunto com o MDA. 
Fonte: Meio (2015) com informações de MDA (2013). 
 
Para entendermos sobre as re-
percussões das políticas públicas pa-
ra as táticas organizativas das coo-
perativas, tendo como exemplo um 
caso concreto a participação de uma 
cooperativa no PAA, estará sujeito 
as expressões que são lançadas a 
partir da relação de influência mú-
tua constituída entre pesquisador e 
o homem do campo baseado na ex-
periência e, para tanto, as políticas 
públicas devem ser estruturadas a 
partir desse método. 
 
 30 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
Dessa forma, podem ser reali-
zadas em três estratégias para a 
construção das informações: 
 Exploração do referencial teó-
rico para a compreensão dos 
fenômenos ligados à relação 
estabelecida entre cidadania, 
exclusão e subjetividade e do 
referencial bibliográfico e do-
cumental sobre cooperativis-
mo e implantação do PAA em 
assentamentos rurais; 
 Observação das reuniões men-
sais da cooperativa, a fim de 
compreender a dinâmica orga-
nizativa estabelecida pelo 
grupo; e 
 Entrevistas semiestruturadas 
realizadas com nove associa-
dos, um membro do MST e um 
prestador de serviço de assis-
tência técnica e extensão rural 
(Ater), cujos tópicos-guia con-
templaram assuntos relacio-
nados à participação da coope-
rativa no PAA (estratégias de 
organização e comercialização 
da produção, vantagens e difi-
culdades) (MELO E SCOPI-
NHO, 2018). 
 
Autogestão e Deliberação De-
mocrática 
 
Note que a autogestão é o prin-
cípio basilar da economia solidária. 
O que significa que a organização so-
lidária é administrada por seus tra-
balhadores. Não existe um cargo co-
mo de patrão, e os colaboradores são 
proprietários e administradores de 
suas atividades. O princípio demo-
crático, cujo todos possuem voz e 
possibilita que as decisões sejam to-
madas em grupo, consolidando um 
apoio aos empreendimentos solidá-
rios. 
 
Todos os trabalhadores partici-
pam de forma igualitária na 
empresa que tem por base a au-
togestão. Temos, neste modelo, 
a substituição do trabalho assa-
lariado pelo associado, um 
rompimento com a visão de 
“subordinação”. Contudo, para 
que isto ocorra é necessária 
uma profunda mudança nas re-
lações sociais de produção, ou 
seja, todos os trabalhadores 
passam a ser responsáveis pela 
gestão e deliberação das deci-
sões da empresa solidária. Nes-
te contexto, pode-se falar de 
uma “educação para a autoges-
tão”, ou seja, de processos de 
formação que resgatem valores 
de coletividade e que rompam 
com práticas individualistas 
por meio de uma cultura de 
participação, diálogo e demo-
cratização dos processos de de-
cisão (TIMÓTEO, et al; 2019). 
 
Vejamos que ao realizar os 
exercícios educativas para a auto-
gestão constitui em investir no tra-
balho para certificar e desenvolver o 
coletivo para que as disposições e o 
controle pertençam, dessa forma, 
aos próprios colabores que integram 
a organizações. Ou seja, trabalha-se 
 
 31 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
não somente no nível das informa-
ções, todavia, especialmente, no de-
senvolvimento de novos valores so-
ciais e culturais. 
Deste jeito, é plausível fomen-
tar práticas solidárias e de autoad-
ministração a partir de métodos 
educativos que analisem a capacita-
ção continuada, sistêmica, com as-
pecto pedagógico e metodológico 
que conserve os espaços e disposi-
ções democráticas. 
Quando articulamos sobre a 
gestão democrática, discorremos de 
um empreendimento que é conduzi-
do e dirigido com apoio em decisões 
coletivas, com reparte, respeito à 
igualdade, direito e responsabilida-
des de todos os membros. 
 
Há, neste sentido, uma ruptura 
com formatos tradicionais de 
planejamento e de ação - com 
decisões tomadas de “cima para 
baixo” - tendo a economia soli-
dária uma horizontalidade nas 
ações, o que acaba por garantir 
a participação de um conjunto 
de atores sociais. Com isto, não 
desconsideramos a existência 
de conflitos inerentes a um pro-
cesso de aprendizagem relacio-
nal, mas estes podem dar lugar 
ao consenso em prol da coletivi-
dade e de interesses mais fortes 
(TIMÓTEO, et al; 2019).Do mesmo modo, a concepção 
de aprendizagens, sintonia e de rela-
ções de parceria entre os comedian-
tes sociais, o que os aponta para a 
autonomia e ao estruturamento ou 
ainda melhor, a um método de cons-
trução, legitimação e consideração 
aos poderes compartilhados impres-
cindíveis à atuação econômica, polí-
tica e social. 
Note que por autogestão su-
bentende a vivência de autonomia e 
implica na habilitação para o geren-
ciamento coletivo do negócio. Auto-
nomia tanto nas integrações produ-
tivas quanto em sua veemência re-
presentativa, ou seja, sem atrela-
mento dos órgãos governamentais 
ou mesmo os paraestatais. Confia-
mos que quando se fala sobre a au-
togestão necessita-se afiançar o di-
reito ao conhecimento e democracia 
nas disposições. 
 
Democracia não apenas como 
voto ou mera representação, 
mas, principalmente, como 
partilha de poder e controle da 
vida do empreendimento cole-
tivo. Por conta disso, educar 
para a autogestão significa pro-
mover autonomia e a inteligên-
cia coletiva dos trabalhadores 
(ADRIANO, 2010, p. 128). Niti-
damente, pode-se observar que 
a participação é essencial neste 
arranjo, considerando que cada 
um contabiliza um voto essen-
cial nas decisões a serem toma-
das. O poder sobre o empreen-
dimento é compartilhado e a 
autogestão é praticada por meio 
de assembleias gerais, forma-
ção de comissões gestoras e, 
principalmente, pela garantia 
de eleição dos representantes 
destas comissões entre todos os 
 
 32 
ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
associados. Sob essa ótica, a 
economia solidária produz uma 
solidariedade interna: “a soli-
dariedade é promovida entre os 
membros dessas iniciativas, 
que estabelecem entre si um 
vínculo social de reciprocidade 
como fundamento de suas rela-
ções de cooperação” (LAVILLE 
& GAIGER, 2009, p. 167; apud, 
TIMÓTEO, et al; 2019). 
 
Para além desta, também é de-
senvolvida uma solidariedade exter-
na: claramente, o empreendimento 
solidário é um espaço de contes ta-
ção ao sistema dominante, de eman-
cipação social, de inserção social e 
comunitária, de discussão política, 
e, assim, um modelo democrático di-
alógico e de construção de uma cida-
dania ativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
Materiais Complementares 
 
Links “gratuitos” a serem con-
sultados para um acrescentamento 
no estudo do aluno de assuntos que 
não poderão ser abordados na apos-
tila em questão: 
 
Assentamento rural 
 
Economia Solidária e Desenvolvi-
mento Social 
 
Agroecologia 
 
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/1410/1838.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://uenf.br/dic/editora/wp-content/uploads/sites/5/2019/10/economia-solidária-e-desenvolvimento-social.pdf
https://uenf.br/dic/editora/wp-content/uploads/sites/5/2019/10/economia-solidária-e-desenvolvimento-social.pdf
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/recursos/AgrobCap2ID-upGSXszUrp.pdf
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ECONOMIA SOLIDÁRIA E ASSENTAMENTO RURAIS 
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