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ANÁLISE RADIOGRÁFICA DE LESÕES INTRA-ÓSSEAS Devemos, para descrever a lesão, localizar a anomalia, definir o tipo de imagem (estrutura interna: radiolúcida, radiopaca, mista e aspectos internos da lesão), definir a periferia e a forma (bordas radiolúcida, radiopacas, bem delimitada, circunscrita, parcialmente circunscrita, difusa, circular, oval, festonado), analisar efeitos nas estruturas adjacentes (deslocamento raiz, invade seio maxilar, expande cortical óssea, desloca canal mandibular) e sugerir uma interpretação radiográfica e conduzem as hipóteses diagnósticas. - localizar alteração: epicentro (o ponto inicial da lesão, pode ser de origem odontogênica ou não), tamanho (pode levar ao pensamento da agressividade e a quanto tempo ela está se desenvolvendo da lesão e conduz o raciocínio para a hipótese diagnostica), bilateral/unilateral (bilateral pensa em anatomia normal ou variações anatômicas, mas pode também não ser. Um acometimento unilateral sugere uma condição patológica ou não – defeito ósseo de Stafne: depressão anormal causada pelas glândulas submandibular ou sublingual próximas a base da mandíbula), isolada/múltipla (vários focos ou se está sozinha para construir um raciocínio de hipóteses. Uma alteração generalizada é uma alteração com acometimento sistêmico: doença óssea de Paget = hiperostose com aumento da espessura cortical e esteoesclerose, desorganização e espessamento das trabéculas com expansão óssea e áreas radiopacas generalizadas em vários ossos do corpo) e posição em relação as estruturas adjacentes. - estrutura interna: radiolúcida, radiopaca, mista (radiolúcida com massas radiopacas no interior, entremeado de radiolúcido e radiopaco e radiolúcido periférico), vidro fosco, casca de laranja, septação interna (aspecto multilocular com septos radiopacos), trabeculado denso (dá aparência radiopaca para a alteração) - aspecto e forma da periferia: circunscrita (visualiza os limites e consegue delimitar), difusa (não consegue delimitar), infiltrativa (não tem limite definido e invasão de tecidos mais profundos) parcialmente circunscrita, corticalizada (linha radiopaca ao redor da lesão: reação periférica e espessamento ósseo), descorticalizada (sem formação de osso reativo), linha radiolúcida (ao redor da lesão: cemestoblastoma) e esclerose periférica (não é uma linha, a radiopacidade periférica é mais espessa: displasia cemento-óssea) e pode ter os dois juntos (halo radiopaco com linha radiolúcida: odontoma), festonada (periferia fica como um bordado, clássico do cisto ósseo traumático), oval e circular. - relação com as estruturas adjacentes: deslocamento do canal mandibular (uma lesão acima do canal mandibular mais provavelmente é odontogênica e uma abaixo provavelmente não é), rompimento da cortical óssea, reabsorção radicular, alargamento do canal mandibular regular (benigna que mantem a cortical do canal, associado a doenças neurais e vasculares) ou irregular com destruição cortical (pensa em lesão maligna), expansão ou rompimento da cortical óssea externa e reação periosteal com neoformação óssea (casca de cebola, irradiada). Normalmente lesões benignas são de crescimento lento e progressivo, ocorrendo processo de reabsorção e deposição óssea de forma gradual, podendo causar deslocamento dentário e de cortical e reabsorção dentária. Lesões malignas tem um desenvolvimento muito mais rápido e podem perfurar a cortical e canal da mandíbula com destruição óssea. Para interpretação adequada das lesões intraósseas (realizando uma técnica adequada, mostrando tecido anômalo e tecido normal), precisa-se ter conhecimento de patologia, anatomia, patogenia da doença e também a prática clínica e experiencia que facilita a interpretação e a criação de hipóteses diagnosticas.
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