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1 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B Genética prova II Herança monogênica - herança/características transmitida por um único gene - Também conhecida como herança mendeliana ou herança tradicional 1º lei de mendel- princípio da segregação Em organismos que se reproduzem sexualmente, os genes ocorrem em pares e apenas um membro desse par é transmitido à prole. Ou seja, os genes funcionam aos pares, porém recebemos um alelo do nosso pai e outro da mãe; 2º lei de mendel- principio da distribuição independente - Genes em diferentes loci (locais) são transmitidos independentemente. - Em um evento reprodutivo, um genitor transmite um alelo de cada locus para a sua prole. - Um alelo transmitido em um locus não tem efeito sobre um alelo transmitido em outro locus. Ou seja, um gene não depende do outro nunca O que acontece com um gene é independente do outro Efeitos dos cruzamentos- conceitos de dominância e recessividade Os efeitos de um alelo podem mascarar os efeitos do outro; Alelo dominante: basta um alelo para que tal característica ou doença se manifeste Alelo recessivo: precisa dos dois alelos (materno e paterno) para que tal característica ou doença se manifeste Herança monogênica: é o tipo de herança dominada por um único gene Subdivida em 4 tipo: - Autossômica: dominante ou recessiva - Ligada ao sexo: dominante ou recessiva - Principalmente ligadas ao X - Na prática não há doenças ligadas ao Y Conceitos Quando uma pessoa possui um par de alelos idênticos em um locus diz-se que é HOMOZIGOTA. - AA: homozigoto dominante - aa: homozigoto recessivo Quando os alelos são diferentes, é HETEROZIGOTA. - Aa: informação do lado paterno é diferente do lado materno Para os alelos de um cromossomo X ou Y nos homens, não há outra cópia, então fala-se HEMIZIGOTO. - exclusivo para homens - Apenas no X ou Y 2 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B Penetrância incompleta: ter o gene alterado não significado que terá a doença Heredogramas Representação gráfica da árvore familiar, com o emprego de símbolos padrão - Quadrados: sexo masculino - Bolinhas: sexo feminino - Números romanos: gerações - Outros números: ordem cronológica dos nascimentos - Duplo traço: casamento com sanguíneo; ou seja, da mesma família - Sinalizado: indivíduo afetado; identificar qual a doença - Número dentro do símbolo: número de indivíduos - Losango: sexo indefinido - Símbolo com G ou P: gestante - Se a mulher já sofreu um abortamento: bolinha preta ou um tringulozinho - Indivíduos adotados: entre [ ] - Individuo dado para a adoção ] [ Parentes de 1º grau: pais, irmãos e filhos Penetrância- termo usado para o real aparecimento de um fenótipo em um indivíduo Expressividade- diferentes expressões de fenótipo que um mesmo gene pode nos trazer Frequência de expressão de um fenótipo é inferior a 100% A manifestação de um fenótipo difere em pessoas que apresentam o mesmo genótipo; Nem todos os indivíduos que possuem o gene exibem o defeito Mesmo dentro de uma família a expressão clínica de um distúrbio pode variar; Exemplo: síndrome do X frágil- penetrância de 80% dos homens; existem 20% dos casos que carregam e não desenvolver a doença Exs: síndrome de Marfan e Neurofibromatose NEUROFIBROMATOSE= Autossômica dominante com penetrância dependente da idade 1º e 3º núcleo familiar são o mais "esperado" 3 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B Parentes de 2º grau: avós, tios, netos Parentes de 3º grau ou mais: primos Características do heredograma Homem à esquerda: não é regra Padrões de herança Autossômica dominante - igual para homens e mulheres; e basta um alelo para que se manifeste enquanto fenótipo - Apenas uma cópia de um alelo da doença é necessário para um indivíduo ser suscetível para expressar o fenótipo; - Todas as gerações afetadas; - Ocorre em homens e em mulheres; - Indivíduos afetados tem 50% de chance de transmitir a doença para cada filho. - No minimo é Aa (50%); pode ser AA (100%) Exemplo: Exceções: Novas mutações e casos com penetrância incompleta (mesmo que indivíduo carregue o gene alterado, não possui fenótipo) Conceito do homozigoto letal Autossômica recessiva -ocorre igual em homens e mulheres; e precisa dos dois alelos para expressar o fenótipo - Duas cópias do alelo da doença são necessárias para um indivíduo ser suscetível à expressão do fenótipo; - Consanguinidade aumenta a probabilidade; - Pais normais com filho afetado; 4 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B - Não ocorre em todas as gerações; - Proporção de homens afetados igual à de mulheres. - Risco de recorrência para irmãos do probando é de 25%. - Casamentos consanguíneos aumentam as chances Exceções: novas mutações; podem existir mas são raras Evento extremamente raro: na sua maioria, os pais são portadores do gene mutado (heterozigotos). Exemplo: albinismo, fibrose cística Ligado ao X dominante - mulheres são mais afetadas - Apenas uma cópia do alelo doente no cromossomo X é necessário - Expressa em todos os homens que recebem o alelo mutado (hemizigotos); - Pai NUNCA transfere o alelo mutado para filhos homens e SEMPRE passa para filhas mulheres. - Pois o homem só tem o X “doente" para oferecer Exemplos: raquitismo hipofosfatêmico Síndrome de Rett: atraso neurológico nas mulheres; para homens é considerado letal Ligada ao X recessiva - por ser recessiva, é necessários os dois alelos - Homens são mais afetados, pois herdando um X alterado já é o suficiente. Mulher até pode ser portadora - Mulher precisa ter Xa do pai e da mãe Duas cópias do alelo doente no cromossomo X são necessárias pra uma mulher ser afetada; - Mulheres podem ser apenas heterozigotas - 50% de chance dos filhos homens terem a doença; - Expressa em todos os homens que recebem o alelo mutado (hemizigotos); - Pai NUNCA transfere o alelo mutado para filhos homens e SEMPRE passa para filhas mulheres. Portadora 5 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B Exemplo: distrofia muscular de Duchenne - panturrilha: hipertrófica - Coxas: hipotrofica - Doença de padrão degenerativo muscular - Mães e irmãs são portadoras Ligado ao Y - poucos genes envolvidos, sem repercussão clínica - Transmissão de pai para filho - Herança holândrica (ligada ao Y) - Só homens manifestam e transmitem para homens Correlacionando genótipo e fenótipo Heterogeneidade alélica - Se refere a uma determinada doença que afeta um determinado gene, porém dentro desse gene podem haver diferentes mutações Heterogeneidade de locus - Para uma mesma doença podem haver diversos genes. - Exemplo: retinite pigmentosa pode ser autossômica dominante, recessiva ou ligada ao X; ela possui em torno de 25 genes relacionadas Heterogeneidade fenotípica - Fenótipos diferentes que podem vir a partir de um mesmo gene - Exemplo: gene RET: pode causar doença de hirschsprung (bebê que nasce sem plexo mioentérico) ou então neoplasia endócrina múltipla Pleiotropia - mutações em um mesmo gene podem gerar efeitos múltiplos de uma mesma condição médica - Exemplo: síndrome de marfan, osteogênese imperfeita, fibrose cística Aula 27/09 Herança não tradicional - Foge dos conceitos tradicionais descritos por Mendel; Doenças de expansões de trinucleotídeos (ou poliglutamina) Exceção do dogma 1 (os alelos mutantes são transmitidos dos pais para a prole de modo inalterado) - Algumas doenças tem um padrão diferente: a cada geração passada é transmitida de forma mais grave - Nessas doenças, a cada geração, a doença ganha expansões de trinucleotídeos - Se da por instabilidades genéticas - CAG: aminoácido glutamina - Há um fenômeno de antecipação (clínico) e expansão (genético) 6 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B - Quanto maior a expansão, maior a chance de aumentaa expansão na próxima geração - Tamanho da repetição diretamente relacionado à gravidade da doença e idade de início dos sintomas; - Sintomas: ataxia; disfasia e disartria Exemplos de doenças: Doença de huntigton Herança autossômica dominante Epidemiologia: 1:20.000 caucasianos incomum:japoneses/africanos; início: 30-50 anos (2-80) Localização: cromossomo 4 (4p16.3) - pessoas não afetadas: 11-35 cópias de CAG - Sem doença e com expansão: 36-38 cópias CAG - Pessoas com a doença: 36-100 cópias CAG Expansão das repetições: via paterna; 80% dos casos com início antes dos 20 anos têm expansões maiores, transmitidas pelo pai. - Fisiopatogenia: - Perda substancial de neurônios - Diminuição da captação de glicose pelo cérebro - Área mais afetada: corpo estriado. - Perda de até 25% do peso cerebral - Por essa atrofia do cérebro (lobo frontal, por ex) há padrão psiquiátrico Quadro clínico - Perda progressiva do controle motor (coréia) - Distúrbios psiquiátricos (demência/distúrbios afetivos) - Curso clínico progressivo: intervalo diagnóstico-morte- 15 anos - História natural: dificuldade de deglutição; pneumonia de aspiração; 1ª causa de morte; hematoma subdural (TCE), suicídio. - Tratamento: suporte (haloperidol e benzodiazepínicos para a coréia, antidepressivos e antipsicóticos em geral para o quadro psiquiátrico). Até o momento não há um tratamento curativo, apenas cuidados paliativos - existe teste preditivo Doença X frágil Herança ligada ao X Epidemiologia: 1:1.250 homens; 1:2.500 mulheres - é a causa herdada isolada mais comum de déficit cognitivo Gene FMR1 38kb, 17 exons - É a principal condição genética associada aos transtorno do espectro autista em meninos - Penetrância: 80% homens; 30% mulheres 7 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B Quadro clínico - face longa - orelhas proeminentes - mandíbula proeminente - hipermobilidade articular - macro-orquidismo na puberdade - pés planos - retardo mental (deficiência cognitiva) - Mulheres tem como característica possuem falência ovariana precoce Características físicos podem não ser evidentes Heredograma na síndrome do X frágil Homem normal transmissor pois a doença tem penetrância incompleta Doenças com imprinting genômico Exceção do dogma 2 (Os alelos de um dado gene de ambos os pais são expressos na prole de modo igual) Expressão diferencial de um gene em função de sua origem parental Exemplo: Síndrome de beckwith- wiedemann Quadro clínico GIG, língua grande, onfalocele, predisposição a tumor de Willms (nefroblastoma) e hepatoblastoma. Causa Herança de duas cópias do cromossomo 11 paterno (nenhuma cópia materna) Gene envolvido Fator de crescimento 2 (IGF 2): está imprintado no cromossomo de origem materna e ativo apenas no de origem paterna— com 2 cópias do IGF 2 paterna — IGF 2 em dose dupla; aumentando fator de crescimento com causa do hiper crescimento e risco de tumores E se fossem as duas cópias da mãe? Criança é o extremo oposto dessa síndrome; Síndrome de silver-russel Doenças com mutação no DNA mitocondrial Excessão do dogma 3 (A herança mendeliana clássica mostra padrões de herança nuclear com heredogramas que seguem padrões bem típicos) As mitocôndrias desempenham funções vitais na produção aeróbia de energia e são as únicas o rgane la s c ito p la smát ica s das cé lu la s eucarióticas a possuir DNA próprio, designado DNA mitocondrial. Portadora 8 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B Doenças mitocôndriais possuem sintomas comuns em tecidos com limiar mais elevados (com muitas mitocôndrias): cérebro, músculos, coração, glândulas endócrinas Herança mitocondrial - somente a mãe fornece mitocôndrias para os filhos de ambos os sexos - Somente as mulheres são capazes de transmitir - A gravi dade da doença depen de da quantidade de mitocôndrias com alteração passadas da mãe para os filhos; imprevisível - Homoplasmia - Heteroplasmia Herança complexa Onde a genética importa, ou seja, há base genética mas não necessariamente é possível calcular o risco diretamente, não é puramente genética - Há uma mistura entre genética e ambiente - Padrão de herança não mendeliano - Não monogênico- POLIGÊNICA - Influencia do ambiente - Isso que torna a doença complexa Não há um padrão de herança fixo aparente Herança poligênica - Nenhum gene é dominante ou recessivo; há mais de um gene envolvido atuando ao mesmo tempo para aquela condição Não há conceito de dominância ou recessividade de um gene sobre o outro, mesmo na representação do gene principal, ele não é dominante sobre os outros Representação gráfico-matemática É possível esse tipo de gráfico por serem vários genes Características como altura também podem são influenciadas Genética da altura possuem vários genes Outros exemplo: - Peso; - Glicemia - Triglicerídeos - Cor do olho 9 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B - Cor do cabelo OBS- Cor dos olhos: não é monogênica; são pelo menos 5 genes que codificam; influência ambiental Modelo de propensão/limiar em herança complexa - Forma de explicar as doenças multifatoriais - Atribuição de alguns pontos de corte das curvos onde a partir dali é doença; a partir de x ponto é a patologia Alterações qualitativas: não é numérica, como o câncer; não há ponto de corte exato Quantitativas: pressão arterial, glicemia; possui ponto de corte exato Consequências do modelo de limiar 1. incidência é maior entre os parentes dos pacientes mais gravemente afetados - Exemplo: fenda palatina em parentes de primeiro grau (pais, irmãos, prole) - 6% se for renda labial bilateral - 2% se for fenda labial unilateral Ou seja, maior gravidade, maiores chances. 2. Risco é maior entre os parentes mais próximos do caso e diminui para parentes mais distantes - exemplo: espinha bífida - Parentes de primeiro grau: 4% - Parentes de segundo grau: 1% - Parentes de terceiro grau: 0,5% 3. Quando há mais de um parente afetado, os riscos para os demais parentes é maior - Exemplo: espinha bífida - Um irmão afetado: 4% - Dois irmãos afetados: 10% MUITO IMPORTANTE 4. Se a condição é mais comum em indivíduos de um determinado sexo, então os parentes de um indivíduo afetado, de sexo menos frequentemente afetado, estará em maior risco que os parentes de um i n d i v í d u o afeta d o d o s exo ma i s frequentemente afetado - Exemplo: estenose pilórica (5 homens: 1 mulher) - Paciente índice masculino: 5% risco de prole - Paciente índice feminino: 20% Limiar é diferente para homens e mulheres: - para homens: mais fácil de ter - Para mulheres: mais difícil- significa que na família que possui uma mulher afetada, já está acontecendo o mais raro 10 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B - ESTÁ LIGADA SOMENTE A DOENÇAS COM PREDILEÇÃO POR SEXO COMO ESTUDAR DOENÇAS COMPLEXAS? N o caso d a s heranças complexas, genótipos e fenótipos podem ser diferentes; - Genótipos igual podem resultar em fenótipos diferentes - Genótipos diferentes podem resultar em fenótipos iguais - Concordância: quando os indivíduos da mesma família tem a mesma doença - Discordância: quando só um membro de um par de parentes é afetado para uma determinada doença Relação de parentesco - quanto mais relacionados na familia, mais apelos dois indivíduos terão em comum - Comparação de parentes mais e menos relacionados: avaliação da contribuição genética - Concordância aumenta conforme o grau de parentesco aumenta - A partir de 4º é praticamente inexistente Herdabilidade - Contribuição genético em uma característica completa - coeficiente de correlação: grau de semelhança entre os parentes para um traço quantitativo - Taxa de concordânc ia entre gêmeos monozigóticos e dizigóticos Melho r t ip o de e stu do : com gêmeos monozióticos e dizigóticos:se uma doença possui grande diferente entre eles, tem grande importância genética Estudos com adotados: relata a influencia do ambiente Quanto mais perto de 1, maior herdabilidade; maior influência da genética 11 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B Exemplo: esquisofrenia- patolog ia muito genética; ainda que o ambiente participe Dificuldade no estudo de doenças complexas - Grande número de genes envolvidos na característica. - Efeito pequeno de cada gene. - Interação gene-gene e gene-ambiente. - Extensão dos efeitos ambientais podem variar de doença para doença. - Separação dos efeitos dos genes e do ambiente. - Heterogeneidade genética - Heterogeneidade fenotípica - Diferenças entre populações - Freqüências gênicas - Fatores ambientais CASOS CLÍNICOS 1) Uma mulher diabética tipo 2 está planejando gestação com um homem não-diabético. Na história familiar da paciente, sua mãe é diabética de difícil controle desde por volta dos 40 anos e seu avô materno também faleceu devido a complicações do diabetes. a) É possível calcular o risco exato de seu filho ser diabético? Não há como calcular o risco exato por ser uma herança complexa, poligênica com influência ambiental; Mesmo que não há como calcular de forma exata, o filho dessa casal está em maior risco do que de um casal que não possui diabetes Filho será diabético? Não necessáriamente b) Quais variáveis estão implicadas no risco de diabetes? Parte genética (poligenes) e fatores ambientais No diabetes é importante também levar em conta o microambiente uterino 2) Um menino nasceu com fenda labial unilateral, sem outras alterações relatadas. a) Suponha que nenhum dos genitores tenha fendas orais. Pode-se afirmar que há envolvimento genético? Sim, pois é genético e não hereditário; pode ter sido o primeiro da família a desenvolver a mutação do gene; Também fala apenas dos pais, então pode ser que haja outros da família Gene mestre da fenda palatina: CLPTM1 b) Qual a probabilidade de o próximo filho desse casal ter uma fenda labial? Não há como calcular de forma exata; há tabelas de risco empírico: 12 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B c) Suponha que a mãe seja epiléptica em tratamento. Pode haver alguma relação com essa anomalia? TOTAL Epilética em tratamento: está usando remédio- fármaco pode estar associado; Substancias químicas farmacológicas depressoras de ácido fólico; consomem ácido fólico - ANTICONVULSIVANTES Ácido fólico previne primariamente o fechamento do tubo neural; Participa também do processo de fechamento do palato Nesse caso: trocar medicamento ou aumentar dose de ácido fólico; dose de reforço Herança multifuncional oncogenética Participação da genética na formação do câncer; É uma herança multifatorial: tanto a genética quanto o ambiente estão participando Doenças infectocontagiosas: não estão mais no extremo ambiente; algumas pessoas são mais suscetíveis que outras Na metade, estão as doenças multifatoriais, genética e ambiente pesam de igual forma Característica de uma herança poligênica ou multifatorial - pologenica: várias genes atuando - Multifatorial: Câncer= proliferação celular descontrolada - célula ganha estimulo para se proliferar; múltiplas mitoses sem frio- se torna um tumor - Alguns desses tumores permanecem benignos e outros viram malignos (chamados de câncer) TODO CÂNCER É GENÉTICO Se tem alteração do gene, há alteração do fenótipo; mesmo sem fatores Doenças que dependem apenas do ambiente 13 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B Genes de interesse são divididos em dois grandes grupos; todos nós temos: - Oncogenes: facilitam a transformação maligna por estimulares proliferação ou a inibição da apoptose; - Exemplos: RET, MET, RAS - Genes supressores tumorais: controlam o crescimento celular; importantes para dar o stop no processo de divisão celular; mutações nele facilitam a mitose descontrolada- célula perde seu freio - Exemplos: TP53, RB1, MSH2, MLH1 - Síndromes monogênicas que podem causar câncer - Síndromes de instabilidade cromossômica - Agentes ambientais conhecidos - Radiação, agentes químicos - Síndromes de predisposição familiar ao câncer - Não é algo só monogenênico nem somente agentes ambientais - Indivíduos que ja nascem com mutações genéticas nos genes específicos; nascem predispostos ao câncer SÍNDROME DE LI-FRAUMENI - Mutação no gene TP53 - Esse gene, quando alterado causa essa síndrome; ele é conhecido como “guardião do genoma” - Gene mestre= multiplas rotas dependem dele - É um supressor tumoral; um dos grandes coordenadores do processo de apoptose - Mutação nele= síndrome de li-fraumeni - Característica da síndrome- possibilidade de se ter câncer em praticamente todos os órgãos - Pela grande importância do gene TP53 - Principalmente: Câncer de mama é o principal Todo organismo pode estar suscetível Penetrância: Aos 40 anos= 50% Aos 60 anos= 90% Não é sinônimo de câncer= pessoas podem ter a síndrome e não ter câncer (em torno de 10%) - Padrão autossômico dominante - Não tem preferencia de gênero; basta um para que o fenótipo se manifesta 14 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B Caso clínico Hígida= sem comorbidades ACO- uso de anticoncepcional oral G2- 2 gestações C2- 2 cesárias Em verde- as características do tumor Imunohistoquímica- avalia a característica do câncer Nessa caso, mesmo o tumor sendo pequeno, foi feito mastectomia pela síndrome Deve-se evitar radioterapia: risco maior de desenvolver tumor induzido pela radioterapia; Se ela não fosse mutada- não precisaria tirar toda mama, não precisaria acompanhamento rigoroso. O que há de diferente no caso? - Pessoas mais jovens do que o esperado para o câncer; - Pessoa com histórico familiar muito importante - Cancer de mama em homem: raro - Sarcoma - Muda manejo/acompanhamento do paciente; ao conhecer a síndrome, é necessário acompanhamento árduo, rastreamento intenso, por exemplo com ressonância - Tratamento: se houver diagnostico, paciente faz cirurgia e tratamento diferente - Aconselhamento genético: se tiver filhos, ver se tem a mutação Ficar atento no histórico familiar e na idade do paciente SÍNDROME DE CÂNCER MAMA-OVÁRIO (HBOC) - Mutação nos genes BRCA1 e BRCA2; em locus diferentes mas atuam em conjunto. Alterações podem ser de um ou nos dois genes - Padrão autossômico dominante - Genes de câncer mais comum alterado - Não SOMENTE esses câncer, mas é o mais comum - Penetrância - Além de mama e ovário, alterações nesses genes podem também ter risco aumentado para câncer de pâncreas, aumento do risco para câncer de próstata (em homens; até aumentando a agressividade do câncer), elevação do risco de melanoma Caso clínico Possui comorbidades: hipertensão Importante saber menarca: meninas com primeira menstruação muito precoce tem risco maior Tumor triplo negativo- tumor mais agressivo de câncer de mama; se prolifera muito rápido: tumor com pior prognóstico 15 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B Tinha mutação patogênica do BRCA2 Qual o gene- tipo de mutação (qual as bases nitrogenadas envolvidas)- efeito molecular (na proteína, o que causou? Troca de aminoácidos, stop códons)- classificação: patogênico (se encontrou a mutação causadora de câncer), significado incerto (sinal amarelo; ter cuidado) O que muda? - paciente fez adenomastectomia bilateral (retirou as mamas e poupa o mamilo) - Bilateral: um lado pois tinha o tumor e outro para prevenção - Considerar salpingo-ooforectomia futuramente - Tratamento oncológico: tratamento guiados para a presença de mutação - Radioterapia adjuvante: em geral, como foi retirada as duas mamas, não há necessidade de radioterapia, apesar de não ter grandes contraindicações, não teria necessidade SÍNDROME DE LYNCH(câncer de cólon não- polipose) (HNPCC) - Não forma o pólipo; já cresce como uma ferida - Mutação nos genes MLH1, MSH2, MSH6, PMS2 - Bem poligênica; mutação em um desses genes já causa a síndrome - Fazer parte do complexo de proteínas responsáveis por reparo de mutações; células tender a ter acumulo de mutações - Muitos órgãos ficam suscetíveis - Padrão autossômico dominante - Associadas a câncer de intestino, não exclusivamente, mas é o clássico - Maior risco é em órgãos que tendem naturalmente a se proliferar bastante: por isso TGI é bem afetado - Endométrio também é um bom exemplo - Heredogramas dominantes; várias gerações afetadas POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR (FAP) (CÂNCER DE CÓLON POLIPOIDE) - Gene APC - Padrão autossômico dominante - Forma pólipos; maior penetrância RETINOBLASTOMA (blastoma- ligada as células jovens) - Gene RB1 - Padrão autossômico dominante - Aparece reflexo branco no olho: leukocoria - Pode significar câncer - Bebês bem pequenos 16 Marjorie Y. Chiesa ATM 2026/B - Esses indivíduos que nascem com o retinoblastoma: bilateral e em idade precoce; pior forma - Tratamento: retirada do globo ocular e quimioterapia; - Unilateral em 15% dos casos; maioria bilateral - Criança com retinoblastoma: precisa fazer exame genético; pais precisam fazer exame para ver se não possuem também Farmacogenética É quando avaliamos genes que pode carregar polimorfismos e tem potencial de gerar respostas diferenciadas aos fármacos Exemplos da farmocogenética na oncologia Remedio usado apenas para pacientes que possuem x mutação É a possibilidade de, dentro de um grupo com o mesmo diagnóstico, poder separar os pacientes e a partir dai propor tratamentos mais específicos - Aumenta eficácia do tratamento - Diminui efeitos adversos
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