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CASO 8 – MALÁRIA A malária é uma doença prevalente nos países de clima tropical e subtropical. • Também conhecida como sezão, paludismo, maleita, febre terçã e febre quartã, o vetor da doença é o mosquito Anopheles. • O ciclo da malária humana é homem- anofelino-homem. • Geralmente é a fêmea que ataca porque precisa de sangue para garantir o amadurecimento e a postura dos ovos. • Depois de picar um indivíduo infectado, o parasita desenvolve parte de seu ciclo no mosquito e, quando alcança as glândulas salivares do inseto, está pronto para ser transmitido para outra pessoa. • A Amazônia é a região do Brasil onde ocorrem 98% dos casos de malária. Existem mais de cem tipos de plasmódio, o parasita da malária. Dos que infectam o homem, quatro são os mais importantes: Plasmodium vivax (1890) – terçã benigna Plasmodium falciparum (1897) – terçã maligna Plasmodium malariae (1881) – quartã benigna Plasmodium ovale (1922) – terçã benigna A doença provocada pelo vivax é a mais comum e a provocada pelo malariae, a menos grave. Já a provocada pelo ovale é típica da África. TRANSMISSÃO 1. Doença transmitida por vetor (mosquito) 2. Gênero Anopheles é o principal da malária humana 3. Conhecido como mosquito prego, por assentar em forma quase vertical para o repasto sanguíneo; 4. A espécie A.darlingi é a principal no Brasil; 5. São geralmente antropofílicas, endofílicas, endofágicos (picam no interior dos domicílios) e de hábitos noturnos (crepúsculo e amanhecer); A transmissão da malária pode ocorrer pela picada do mosquito, por transfusão de sangue contaminado, através da placenta (congênita) para o feto e por meio de seringas infectadas Alvos dos antimaláricos no ciclo evolutivo Hipnozoítas, Esquizontes, teciduais Drogas hipnozoiticidas (teciduais). Esquizontes sanguíneos Drogas Esquizonticidas sanguíneas. Gametócitos Drogas gametocitocidas Antimaláricos Para cada espécie de plasmódio, vem sendo utilizado um medicamento ou associações de medicamentos específicos, em dosagens adequadas à situação particular de cada doente. a) destruição de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos) das espécies P. vivax e P. ovale, evitando assim as recaídas tardias; b) interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção; c) interrupção da transmissão do parasito, pelo uso de drogas que impedem o desenvolvimento de formas sexuadas dos parasitos (gametócitos). Entre os agentes terapêuticos eficazes com ação contra os parasitas da malária estão: • quinolinas (quinina, cloroquina, primaquina, mefloquina, amodiaquina, halofantrina), • diclorobenzilidina (lumefantrina), • biguanidas (proguanil, clorproguanil), • diaminopiridinas (pirimetamina), • sulfonas (dapsona), • hidroxinaftoquinonas (atovaquona), • lactonas sesquiterpênicas (derivados da artemisinina, artesunato e artemeter) Os antimaláricos são rotineiramente utilizados em associação com antibióticos: • sulfonamidas (sulfadoxina), • tetraciclinas (tetraciclina, doxicilina) • lincosaminas (clindamicina e lincomicina). Estes agentes terapêuticos apresentam muitos inconvenientes relacionados ao seu uso, pois eles compreendem complexos regimes de administração e muitos efeitos colaterais, o que contribui para interrupção do tratamento e o possível desenvolvimento de resistência pelo parasita. Esquemas recomendados para a malária não complicada • O objetivo do tratamento de P. vivax e de P. ovale é curar tanto a forma sanguínea quanto a forma hepática (cura radical), e assim prevenir recrudescência e recaída, respectivamente. Para isso, usa-se a combinação de dois medicamentos: cloroquina e primaquina. • Apenas as 8-aminoquiloninas têm atividade contra os hipnozoítos (primaquina é a única desta classe, atualmente, em uso em todo o Brasil) • A primaquina tem também ação sinérgica com a cloroquina contra formas assexuadas. • Portanto, quando a primaquina não é utilizada, o clareamento da parasitemia é mais lento e é maior a chance de recrudescência, isto é, o exame microscópico de seguimento positivar, geralmente dentro dos primeiros 42 dias após início do tratamento. • Essa é a razão pela qual se faz a cloroquina profilática nas gestantes durante toda a gravidez, já que não se pode usar a primaquina nesse grupo populacional. • Pela mesma razão, também se observa menor velocidade de clareamento da parasitemia em crianças abaixo de 6 meses de idade. • A primaquina precisa ter sua dose corrigida pelo peso do paciente, porque sua distribuição acontece em todos os tecidos do corpo, diferentemente da cloroquina. • Por isso, pacientes acima do peso, quando usam primaquina nas doses habituais, apresentam mais recaídas do que pacientes mais magros Mecanismos de ação Artemeter (derivado de artemisinina); Destrói os plasmódios por inibição da sua síntese protéica. Possui ação esquizonticida, Artesunato e seu principal metabólito, a di-hidroartemisinina, são tóxicos aos parasitas de malária em concentrações nanomolares. O medicamento é absorvido prioritariamente por hemácias infectadas por parasitas, o que determina sua ação seletiva contra a malária. A lumefantrina é um antimalárico à base de aril- amino álcool (a quinina, a mefloquina e a halofantrina pertencem ao mesmo grupo). Tanto o arteméter, como a lumefantrina atuam como esquizonticida sanguíneos. A lumefantrina é um antimalárico à base de aril- amino álcool (a quinina, a mefloquina e a halofantrina pertencem ao mesmo grupo). Tanto o arteméter, como a lumefantrina atuam como esquizonticida sanguíneos. Concentram-se nos vacúolos digestivos do parasita, aumentando o pH, interferindo na capacidade do parasita de metabolizar e utilizar a hemoglobina da hemácia. As formas exoeritrocitárias do plasmódio não têm vacúolos digestivos, não utilizam a hemoglobina e não são afetadas pela cloroquina. Primaquina aumento da quantidade de peróxido de hidrogênio (H2O2), que por sua vez é responsável por ações antimicrobianas – plasmódio é sensível a radicais livres. Cloroquina é uma 4-aminoquilonina com rápida atividade esquizonticida para todas as espécies. Gametocitocida para P. vivax e P.malariae. Não tem ação contra as formas hepáticas. Além de seu efeito antimalárico, a cloroquina tem também ação antipirética e anti- inflamatória. **Poucas cepas de P. falciparum são ainda sensíveis à cloroquina. Gestantes Malária por P. vivax ou P. ovale Gestantes e crianças com menos de 6 meses de idade não podem usar primaquina. No caso de infecções por P. vivax ou P. ovale, as gestantes devem usar o tratamento com cloroquina por três dias e cloroquina profilática (5 mg/kg/dose, até o máximo de dois comprimidos) semanalmente até um mês de aleitamento, para prevenção de recaídas. É essencial monitorar a gestante quanto a presença de atividade uterina e/ou sangramento vaginal. Neste caso, encaminhar a gestante com urgência para atendimento especializado. Mecanismos de ação Artemeter (derivado de artemisinina) Destrói os plasmódios por inibição da sua síntese protéica. Possui ação esquizonticida; Artesunato e seu principal metabólito, a di- hidroartemisinina. São tóxicos aos parasitas de malária em concentrações nanomolares. Lumefantrina é um antimalárico à base de aril-amino álcool (a quinina, a mefloquina e halofantrina pertencem ao mesmo grupo). As formas exoeritrocitárias do plasmódio não têm vacúolos digestivos, não utilizam a hemoglobina e não são afetadas pela cloroquina.
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