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Quimioterapia da malária

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Goodman. Capítulo 49: Quimioterapia da Malária. 
Protozoários parasitos unicelulares do gênero Plasmodium: P falciparum (48h), P vivax (48h), P ovale (48h), P malariae (24h) e P knowlesi (72h). 
Esporozoítos do Plasmodium são inoculados na derme e entram na corrente sanguínea após a picada de um mosquito anofelino fêmea viajam até o fígado período pré-patente assintomático ou 
estágio exoeritrocítico da infecção que dura uma semana. Parasita sofre reprodução assexuada no hepatócito originando os esquizontes. Quando os hepatócitos se rompem milhares de merozoítos 
são liberados na corrente sanguínea e infectam eritrócitos. No interior do eritrócito o protozoário assume uma forma anelar chamada trofozoíto que sofrerá maturação e se transformará em um 
esquizonte assexuado maduro. 
A malária placentária, de especial perigo durante a primeira gravidez, é causada pela aderência do P. falciparum à condroitina sulfato A (CSA) na placenta. 
Os fármacos antimaláricos podem ser classificados com base em suas atividades durante este ciclo de vida, bem como pelo seu uso pretendido para a quimioprofilaxia ou tratamento. Generalizações 
(1) para quimioprofilaxia: nenhum fármaco antimalárico mata os esporozoítos, não é verdadeiramente possível prevenir a infecção; os fármacos podem apenas evitar o desenvolvimento da malária 
sintomática; (2) quanto a infecção estabelecida: nenhum único fármaco antimalárico é eficaz contra todos os estágios hepáticos e intraeritrocíticos do ciclo vital, que podem coexistir em um mesmo 
paciente. Portanto, a completa eliminação da infecção parasitária poderá requerer mais de um fármaco. 
 
 
 
 Química Exemplos Mecanismo de ação Resistência Absorção Destino Excreçã
o 
Usos terapêuticos Toxidade Efeitos 
adversos 
Precauções Contraindicações Interações Observações Vias de adm. e 
dose 
Artemisinina e derivados Endoperóxido 
de uma lactona 
sesquiterpênica 
derivada da 
qing hao. 
Derivados (melhor 
disponibilidade e potência): 
diidroxiartemisinina 
(02) (produto reduzido), 
artemeter (03) 
(hemissucinato éster 
hidrossolúvel) 
e artesunato (04) 
(metil éter lipofílico). 
Redução da carga parasitária 
e efeito gametocitocida. 
A cisão redutora da ponte peróxido pelo ferro do 
heme reduzido, que é produzido no interior do 
vacúolo digestivo altamente ácido (VD) do 
parasito, durante a sua digestão da 
hemoglobina. Além da formação dos adutos 
heme altamente tóxicos, a própria artemisinina 
ativada (cujo sítio de ação permanece 
desconhecido) poderá gerar radicais livres que 
alquilam e oxidam proteínas e possivelmente 
lipídeos nos eritrócitos parasitados. 
Não apresentam 
resistência cruzada 
clínica significativa com 
outros fármacos a 
sensibilidade às 
artemisininas pode até 
ser aumentada em pelo 
menos algumas cepas 
de parasitos resistentes 
à cloroquina. Há 
emergência de isolados 
de P. falciparum com 
uma tolerância 
aumentada. 
Oral (2,3,4) 
Intram. 
(3,4) (pico 2-6h 
devido retenção 
local) 
Intrav. (4) 
Retal (4) 
Metabolizados e 
convertidos em 
diidroxiartemisinina. 
Com meia-vida curta 
de 1-2h. 
Baixa afinidade a 
proteínas 
plasmáticas. 
Metabolismo 
mediado por 
CYP, 
primariament
e via CYPs 
2B6 e 3A4. 
 
As artemisininas se 
mostraram altamente 
eficientes, quando 
combinadas a outros 
fármacos antimaláricos no 
tratamento de primeira linha 
da malária O artesunato 
intravenoso é atualmente 
indicado para o tratamento da 
malária grave. 
 
Baixa. Efeitos tóxicos 
potenciais em bebês e 
durante o primeiro 
trimestre de gravidez. 
Efeitos neurotóxicos em 
crianças menores de 5 
anos. Recomenda-se 
que ACTs não sejam 
utilizadas em crianças 
com menos de 5 kg ou 
durante o primeiro 
trimestre de gravidez. 
 
Adultos: dor de 
cabeça, anorexia, tontura, 
astenia, artralgia, mialgia. 
Crianças: febre, 
tosse, vômitos, perda de 
apetite, dor de cabeça. 
 
 Gravidez e 
crianças até 5 
anos. 
A combinação de um 
derivado da artemisinina 
com um fármaco parceiro 
de maior permanência 
assegura a manutenção da 
atividade antimalárica. 
Combinação com 
lumefantrina é altamente 
eficiente para malária não 
complicada. 
 (4) intrav: 4 doses iguais de artesunato (2,4mg/kg) por um 
período de 3 dias seguido por 
outro antimalárico de ação 
mais longa para evitar 
resistência 
(3) oral: Artemeter-
lumefantrina. Comprimido: 20 
mg. 4 comprimidos 1º dia: 2 
doses separadas por 8 h; em 
seguida 2 vezes/ dia, por 2 
dias. Para crianças até 15 kg 
1comp. partir daí aumentar um 
comp. a cada 10kg até 4 comp. 
Atovaquona A atovaquona é um análogo altamente 
lipofllico da ubiquinona. 
 Eficiente no estágio sanguíneo assexuado e contra os estágios hepáticos, porém não contra 
os hipnozoítos de estágio hepático. Age 
seletivamente sobre o complexo mitocondrial 
citocromo bc1 de modo a inibir o transporte de 
elétrons 
e anular o potencial de membrana mitocondrial: 
função primária do transporte de elétrons 
mitocondrial no P falciparum é regenerar a 
ubiquinona, que é um aceptor de elétrons para a 
diidro-horotato desidrogenase, uma enzima 
essencial para a biossíntese da pirimidina no 
parasito. 
A resistência do P. 
falciparum à atovaquona 
isolada desenvolve-se 
facilmente. É conferida 
por polimorfismos únicos 
de nucleotídeos não 
sinônimos no gene que 
codifica o citocromo b, 
localizado no genoma 
mitocondrial. 
 
Via oral: lenta, 
errática e 
variável, devido 
à sua natureza 
altamente 
lipofilica e baixa 
solubilidade em 
água. 
Duplo pico que indica 
uma circulação 
êntero-hepática. Alta 
afinidade: mais de 
99% do fármaco se 
ligam às proteínas 
plasmáticas. Meia-
vida para eliminação 
do plasma de 2 a 3 
dias em adultos e de 
1 a 2 dias em 
crianças. 
É 
excretad
o na 
bile. 
Combinação atovaquona-
proguanila é utilizada na 
quimioprofilaxia da malária 
em adultos e crianças com 
mais de 11 kg e para o 
tratamento da malária não 
complicada por P. falciparum 
em adultos e crianças com 
mais de 5 kg. Atovaquona-
proguanila é um agente-
padrão para a 
quimioprofilaxia da malária. 
Baixa. Dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, dor de 
cabeça, exantema. 
 
 
Pacientes pediátricos com 
menos de 11 kg, em 
gestantes e lactantes. 
 Competir pela ligação às proteínas plasmáticas. 
Tetraciclina e Rifampicina 
reduzem sua concentração. 
 Via oral. Adulto: 250 mg de atovaquona/ 100 mg de 
proguanila. 4 comp. por dia 3 
vezes/dia. Criança a partir de 
10 Kg 1 comp. aumentar um 
comp a cada 10 Kg, até 4. 
Criança com menos de 10 Kg 
62,5 mg de atovaquona/ 25 mg 
de proguanila. 5-8 Kg 2 comp.; 
8-10 Kg 3 comp. por 3 dias. 
Ingestão junto a alimento 
melhora absorção. 
 
Diaminopirimidinas Analogia estrutural com o antimalárica proguanila. 
Pirimetamina. 
 
Esquizontocida sanguíneo de ação lenta 
resultante da inibição da biossíntese do folato no 
Plasmodium. 2,4-diaminopirimidinas inibem, de 
forma mais potente, a diidrofolato redutase, o 
que inibe a redução do diidrofolato a 
tetraidrofolato. 
 
Mutações na diidrofolato 
redutase, que reduzem a 
afinidade de ligação da 
pi-rimetamina. 
Via oral: é lenta, 
porém 
completamente 
absorvida, 
alcançando 
níveis 
plasmáticos 
máximos em 2 a 
6 horas. 
90% ligado às 
proteínas 
plasmáticas. Meia-
vida de 85-100 h. 
Metabólitos 
da 
pirimetamina 
aparecem na 
urina. 
 
Não é mais recomendada 
(junto a sulfonamidas) para o 
tratamento da malária não 
complicada ou para a 
quimioprofilaxia, devido à 
crescente resistência ao 
fármaco. Entretanto em áreas 
endêmicas o tratamento 
preventivo intermitente da 
malária durante a gravidez e 
está sendo avaliada para o 
tratamento preventivo 
intermitente em bebês. 
Baixa. Anemia megaloblástica, 
eritema multiforme, 
síndrome de Stevens-
Johnson enecrólise 
epidérmica tóxica. 
 Indivíduos com exantemas ocasionais, hematopoiese 
reduzida, reações prévias às 
sulfonamidas, mães lactentes 
e para bebês com < 2 meses 
de idade. 
Sinergismo entre a 
pirimetamina e as 
sulfonamidas ou sulfonas 
resulta da inibição de duas 
etapas metabólicas 
fundamentais na 
biossíntese do folato no 
parasito (ácido p-
aminobenzoico para a 
síntese de ácido 
diidropteroico, catalisada 
pela diidropteroato-
sintetase e inibida pelas 
sulfonamidas). 
 
Proguanila Cicloguanila: metabólito triazínico cíclico. 
Substituições 
dialogênicas nas 
posições 3 e 4 do anel 
benzeno dão origem à 
cloroproguanila, um pró-
fármaco mais potente 
que a proguanila. O 
metabólito é 
estruturalmente 
relacionado com a 
pirimetamina. 
Cloroguanida. Exerce atividade contra os estágios hepáticos 
primários e os estágios assexuadas nas 
hemácias. Inibe seletivamente a diidrofolato 
redutase/ timidilato sintetase bifuncional dos 
plasmódios sensíveis, levando à inibição da 
síntese de DNA e à depleção de cofatores do 
folato, que é crucial para a síntese de novas 
purinas e pirimidinas do parasito. 
Diversas alterações nos 
aminoácidos próximos 
ao sítio de ligação da 
diidrofolato redutase são 
responsáveis pela 
resistência à 
cicloguanila, à 
pirimetamina ou a 
ambos. 
Via oral: lenta, 
porém 
adequadamente 
absorvida pelo 
trato Gl. Pico 
das 
concentrações 
plasmáticas é 
alcançado em 
cinco horas. 
Meia-vida média de 
eliminação plasmática 
é de 180-200 h ou 
mais. É oxidada em 
dois metabólitos 
principais, a 
cicloguanila e uma 4-
clorofenilbiguanida 
inativa. 
40-60% da 
proguanila 
absorvida são 
excretados na 
urina, ora 
como o 
fármaco 
original, ora 
como o 
metabólito 
ativo. 
 
Pequena eficácia como 
fármaco isolado. Porém, A 
proguanila é eficaz e bem 
tolerada em combinação com 
a atovaquon. Segura para 
uso durante a gestação. 
Baixa. Náuseas e diarreia. Em 
grandes doses (>1g) 
vômitos, dor abdominal, 
diarreia, hematúria e 
aparecimento transitório 
de células epiteliais e 
cilindros na urina. 
 Indivíduos com comprometimento renal 
grave. 
Atovaquon aumenta o 
efeito. 
Tratamento com 
proguanila não 
destrói os 
gametócitos, porém 
os oócitos do 
intestino do mosquito 
poderão não se 
desenvolver 
normalmente. 
 
Ver em atovaquon. 
Cloroquina e 
Hidroxicloroquina 
Aminoquinolinas. 
Formas d-, 1- e dl- da 
cloroquina apresentam 
potências iguais contra, 
porém o d-isômero é de 
certa forma menos tóxico 
que o l-isômero em 
mamíferos, o cloro ligado 
à posição 7 do anel 
quinolínico confere uma 
maior 
 A cloroquina, uma base fraca, concentra-se nos vacúolos digestivos altamente acídicos do 
Plasmodium, onde se liga ao heme e impede a 
sua captura. A incapacidade de inativar o heme 
ou ainda a maior toxicidade dos complexos 
fánnaco-heme são tidas como capazes de 
destruir os parasitos, em decorrência de lesão 
oxidativa das membranas, proteases digestivas 
ou outras biomoléculas críticas. 
O gene pfcrt codifica um 
provável transportador 
que reside na membrana 
do vacúolo digestivo 
acídico, o sítio de 
degradação da 
hemoglobina e de ação 
da cloroquina afastando 
ativamente a cloroquina 
do seu alvo heme no 
vacúolo digestivo. 
Bem absorvida 
a partir do trato 
GI com pico dos 
níveis 
plasmáticos 
obtidos em 3-5 
h e rapidamente 
assimilada a 
partir dos locais 
de injeção 
intramuscular 
Sequestrado pelos 
tecidos, em particular 
figado, baço, rins, 
pulmões e tecidos 
contendo melanina. A 
cloroquina liga-se 
moderadamente ( 
60%) às proteínas 
plasmáticas e sofre 
apreciável 
biotransformação 
A depuração 
renal de 
cloroquina 
corresponde 
a cerca de 
metade de 
sua 
depuração 
sistêmico 
total. 
: Altamente eficaz contra as 
formas eritrocíticas. Em 
infecções causadas por P 
ovale e P malariae, ela 
permanece como agente de 
escolha para a 
quimioprofilaxia e o 
tratamento. Sua utilidade 
diminuiu na maioria das 
regiões do mundo endêmicas 
para a malária, devido à 
Sistema cardiovascular 
e o SNC. 
Hipotensão, 
vasodilatação, supressão 
da função miocárdica, 
arritmias cardíacas e uma 
eventual parada cardíaca. 
Confusão, convulsões e 
coma. Dose >5g 
parenteral é fatal. 
Retinopatia e 
ototoxicidade 
irreversíveis. Tratamento 
Indivíduos com 
comprometimento da função 
renal, a dose deve ser 
ajustada. 
Indivíduos que apresentam 
epilepsia ou miastenia gravis, 
deficiência de G6PD, 
psoríase ou outra condição 
esfoliante da pele e porfiria 
cutânea tardia. 
Uso concomitante de ouro 
ou fenilbutazona com 
cloroquina, no tratamento 
da artrite reumatoide, deve 
ser evitado por causa da 
tendência dos três agentes 
para causarem dermatite. 
Inibe a CYP2D6, atenua a 
eficácia da vacina contra a 
febre amarela, gera maior 
risco de convulsões quando 
Seguro para 
crianças e 
gestantes. 
Via oral: Fosfato de cloroquina. 
Adulto: 600 mg base (1.000 mg 
de sal) imediatamente, 
seguidos de 300 mg base (500 
mg de sal) em 6, 24 e 48 h. 
Criança: 10 mg base/kg 
imediatamente, seguidas por 5 
mg base/kg em 6, 24 e 48 h. 
Hidroxicloroquina. Adulto: 620 
mg base (800 mg sal) 
imediatamente, seguidos por 
atividadeantimalárica. A 
hidroxicloroquina, na 
qual um dos substituintes 
N-etil da 
cloroquina é P-
hidroxilado, é 
essencialmente 
equivalente. 
ou subcutânea. pelas CYP hepáticas 
em dois metabólitos 
ativos, a 
desetilcloroquina e a 
bisdesetilcloroquina. 
A meia-vida da 
cloroquina aumenta 
de poucos dias para 
semanas e varia de 
30-60 dias quando 
terminal. 
disseminação do P. 
falciparum resistente à 
cloroquina. Não apresenta 
atividade contra estágios 
hepáticos primários ou 
latentes dos parasitos. 
crônico: miopatia tóxica, 
cardiopatia e neuropatia 
periférica. 
administrada com 
mefloquina. Se opõe à ação 
dos anticonvulsivantes em 
conjunto com amiodarona 
ou halofantrina. Eleva os 
níveis plasmáticos de 
digoxina e ciclosporina. 
310 mg base (400 mg sal) em 
6, 24 e 48 h. Criança: 10 mg 
base/kg imediatamente, 
seguidas por 5 mg base/kg em 
6, 24 e 48 h. 
Quinina e quinidina Contêm um grupo quinolina unido, por meio 
de uma ligação álcool 
secundária, a um anel 
quinuclidina. Uma cadeia 
lateral metoxila liga-se ao 
anel quinolina e uma 
vinila à quinuclidina. Elas 
diferem apenas na 
configuração estérica, 
em dois ou três centros 
assimétricos: no carbono 
correspondente ao grupo 
álcool secundário e na 
junção com a 
quinuclidina. A quinina, a 
quinidina é de certa 
forma mais potente e 
mais tóxica. 
 Age contra as formas eritrocíticas assexuadas e não possui efeito sobre as formas hepáticas dos 
parasitos da malária. o mecanismo de ação 
antimalárica da quinina se assemelhe ao da 
cloroquina, no fato de ambas serem capazes de 
se ligar ao heme e impedir a sua detoxificação. 
Assemelhasse ao da 
cloriquina. Além disso, 
evidências recentes 
sugerem que outros 
genes que codificam 
transportadores 
participam em conferir 
resistência à quinina, 
incluindo potencialmente 
o permutador de sódio-
hidrogênio 
PfNHE. 
Via oral: é 
prontamente 
absorvida 
(principalmente 
a partir da parte 
superior do 
intestino 
delgado) 
alcançando pico 
máximo em 3-8 
h. 
Intramuscular. 
 
Tem meia-vida de ~ 
11h. Glicoproteína 
ácida a.b, pode 
impedir a toxicidade 
pela ligação com a 
quinina. 
Extensament
e 
metabolizado
s, em especial 
pela CYP3A4 
hepática; 
portanto, 
apenas~ 20% 
são 
excretados de 
forma 
inalterada na 
urina. 
Quinina e a quinidina têm 
sido historicamente 
considerados como 
tratamento de escolha para a 
malária por P falciparum 
grave e resistente aos 
fármacos. Cãibras noturnas 
podem ser aliviadas pelaadministração de quinina. 
Sistema cardiovascular 
e o SNC. 
A quinina pode 
antagonizar as ações da 
fisostigmina sobre o 
músculo esquelético tão 
eficazmente como o 
curare. Pode também 
provocar desconforto 
respiratório e disfagia 
alarmantes em pacientes 
com miastenia gravis. 
Cinchonismo, a 
hipoglicemia e a 
hipotensão. A audição e a 
visão são particularmente 
afetadas. Náuseas, 
vômitos, dores 
abdominais e diarreia. 
Rubor, sudorese, 
erupções e angiodema. 
Pacientes que manifestam 
hipersensibilidade e grávidas 
(glicose). 
Evitado em pacientes com 
tinido ou neurite óptica. Em 
pacientes com disritmias 
cardíacas. 
 
Antiácidos que contenham 
alumínio podem retardar a 
absorção de quinina a partir 
do trato GI. Retardar a 
absorção e elevar os níveis 
plasmáticos de digoxina e 
dos glicosídeos cardíacos 
relacionados. Intensifica o 
efeito dos agentes 
bloqueadores 
neuromusculares e 
antagoniza a ação dos 
inibidores da 
acetilcolinesterase. A 
proclorperazina pode, tal 
como a halofantrina, 
ampliar a cardiotoxicidade 
da quinina. A depuração 
renal da quinina pode ser 
reduzida pela cimetidina e 
elevada pela acidificação 
da urina e pela rifampicina. 
Poderoso efeito 
estimulador das 
células beta-
pancreáticas. Não 
deve ser 
administrado por via 
subcutânea. 
Via oral: Sulfato de quinina. 
Adulto: 542 mg base ( 650 mg 
sal) 3 vezes/dia por 3 dias a 7 
dias. Criança: 8,3 mg base/kg 
(10 mg sal/kg) 3 vezes/ dia por 
3 dias a 7 dias. 
Via intrav.: Gliconato de 
quinidina. Adulto e criança: 
6,25 mg base/kg (10 mg 
sal/kg) dose inicial durante 1-2 
h, seguidos por 0,0125 mg 
base/kg/min (0,02 mg 
sal/kg/min) infusão contínua 
por pelo menos 24 h. 
Combinar com tetraciclina, 
doxiclina ou clindamicina. 
 
Mefloquina Metanóis 4-quinolínicos. o (-) enantiômero está 
associado a efeitos 
adversos sobre o SNC, e 
o ( + ) enantiômero 
conserva a atividade 
antimalárica com poucos 
efeitos adversos. 
 A mefioquina é um esquizonticida sanguíneo altamente eficaz. Entretanto, não apresenta 
atividade contra os estágios hepáticos iniciais ou 
gametócitos maduros de P. falciparum, nem 
contra formas teciduais latentes de P. vivax. Se 
associa com a hemozoína intraeritrocítica 
secundáriamente a um modo de ação 
primariamente citosólico. 
O aumento do número 
de cópias de pfmdr 1 
está associado à 
suscetibilidade reduzida 
e ao aumento da entrada 
de soluto mediada por 
PfMDR1 para o interior 
do vacúolo digestivo dos 
parasitos 
intraeritrocíticos. 
Portanto, se o alvo do 
fármaco residir fora 
deste compartimento 
vacuolar, a entrada 
aumentada de 
mefioquina no vacúolo 
digestivo, dirigida 
potencialmente pela 
atividade de PfMDR1, 
poderá ser benéfica para 
o parasito e reduzir a sua 
suscetibilidade ao 
fármaco. 
Via oral, é 
rapidamente 
absorvido 
alcançando seu 
pico em ~ 17 h. 
Meia-vida longa e 
variável, de 13-24 
dias, refletindo a sua 
alta lipofilicidade, 
extensa distribuição 
teciduais e extensa 
capacidade de 
ligação às proteínas 
plasmáticas (~ 98%). 
Principalment
e por via fecal 
(10% na 
urina), pois é 
intensamente 
metabolizada 
no fígado. A 
CYP3A4 tem 
sido implicada 
no seu 
metabolismo. 
Mefloquina deve ser 
reservada para a prevenção e 
o tratamento da malária 
causada por P. falciparum e 
P. vivax resistentes a 
fármacos, porém não mais é 
considerada como tratamento 
de primeira linha. Útil como 
um agente 
quimioprofilático. 
Toxicidade grave sobre 
o SNC. 
 
Efeitos adversos curtos do 
tratamento incluem 
náuseas, vômitos e 
tonturas. Efeitos de altas 
doses incluem episódios 
de sonhos reais, sinais 
neuropsiquiátricos 
reversíveis como 
convulsões, confusão ou 
diminuição do sensório, 
psicose aguda e vertigem 
incapacitante. 
Gestação (evitar). Pacientes com história de 
convulsões, depressão, 
distúrbio bipolar e outras 
condições neuropsiquiátricas 
graves, ou reações adversas 
a antimaláricos quinolínicos. 
 
 
Tratamento feito com ou 
após o uso de halofantrina, 
ou antes que sejam 
decorridos 2 meses a partir 
da administração prévia de 
mefioquina, é 
contraindicado. 
 
Mais eficaz quando 
usada em 
combinação com um 
composto de 
artemisinina. 
Gestação deve ser 
evitada por três 
meses após o uso de 
mefioquina. 
 
Via oral: Adulto: 684 mg base 
(750 mg sal/kg) como dose 
inicial, seguidos por 456 mg 
base (500 mg sal/kg) dadas 6-
12 h após a dose inicial. 
Criança: 13,7 mg base (15 mg 
sal/kg) como dose inicial, 
seguidos por 9,1 mg base (10 
mg sal/kg) dadas 6-12 h após 
a dose inicial. 
 
Primaquina 8-aminoquinolinas. Tafenoquina. Age nos estágios teciduais exoeritrocíticos dos plasmódios no figado, de modo a prevenir e 
curar a malária recorrente. Também exercem 
atividade gametocitocida contra o P falciparum e 
outras espécies de Plasmodium. Pode ser 
convertida em intermediários eletrofílicos que 
agem como mediadores da oxirredução. Tal 
atividade poderia contribuir para os efeitos 
antimaláricos ao gerar espécies reativas de 
oxigênio ou interferir no transporte de elétrons 
na mitocôndria no parasito. 
 Via oral, absorção da 
primaquina a 
partir do trato GI 
se aproxima de 
100% e alcança 
um nível 
máximo em 3 h. 
Meia-vida de 
eliminação variável 
em tomo de sete 
horas. Se liga 
preferencialmente à 
proteína reativa de 
fase aguda a1-
glicoproteína, que 
pode alterar a 
distribuição do 
fármaco livre na 
dependência de sua 
concentração 
sanguínea. 
Rapidamente 
metabolizada. 
Principal 
metabólito, a 
carboxiprimaq
uina, é 
inativo. 
Quimioprofilaxia terminal e 
cura radical das infecções por 
P vivax e P ovale. O 
composto é dado juntamente 
com um esquizonticida 
sanguíneo. Possui atividade 
gametocitocida. 
Baixa, porém, 
causa danos 
se injetada via 
parenteral. 
Desconforto abdominal 
leve a moderado em 
alguns indivíduos. Anemia 
leve, cianose 
(metemoglobinemia) e 
leucocitose. Raro: 
hipertensão, arritmias e 
sintomas relacionados 
com o SNC. Doses mais 
altas: hemólise aguda e 
anemia hemolítica em 
seres humanos com 
deficiência de G6PD. 
Deficiência em G6PD deverá 
ser resolvida antes da 
administração de 
primaquina. 
Não deve ser administrada 
em gestantes e, no 
tratamento de mães 
lactantes. pacientes 
agudamente acometidos de 
doença sistêmica 
caracterizada por tendência à 
granulocitopenia. 
Varfarina (induz a 
CYP1A2). Cloroquina e a 
dapsona podem sinergizar 
com a primaquina para 
produzir 
metemoglobinemia. 
Sinérgico aos efeitos de 
fármacos capazes de 
causar hemólise ou 
deprimir os elementos 
mieloides da medula óssea. 
 
Ingerir com alimentos 
diminui os efeitos no 
TGI. 
Via oral: Fosfato de 
primaquina. Adulto: 30 mg 
base por dia durante 14 dias. 
Criança: 0,5 mg base/kg por 
dia durante 14 dias. 
 
Sulfonamidas e Sulfonas Análogos do p-aminobenzoato. 
Inibem competitivamente a diidropteroato 
sintase do Plasmodium. 
Mutações pontuais no 
gene que codifica a 
diidropteroato sintase, 
quanto mais 
disseminada é a 
substituição Ala437Gli. 
 Esquizonticidas sanguíneos de ação lenta e mais ativos 
contra P. falciparum do que 
contra P. vivax. A 
combinação "antifolato" 
sinérgica de sulfadoxina, uma 
sulfonamida de ação 
prolongada, com 
pirimetamina tem sido 
extensamente usada para 
tratar a malária. 
 Pirimetamina 
Tetraciclinas e outros 
agentes antibióticos 
 Tetraciclina (01), doxiciclina (02) e clindamicina (03). Um mecanismo de morte retardado, que inibe a tradução de proteínas no plastídeo do parasito. . Esquizonticidas sanguíneos de ação lenta que podem ser 
utilizados isoladamente para 
quimioprofilaxia a curto 
prazo, em áreas onde há 
malária resistente à 
cloroquina e à mefioquina 
ineficazescomo agentes 
isolados no tratamento da 
malária. Entretanto, a sua 
eficácia como tratamento é 
aumentada quando são 
usados como um adjuvante 
da quinina, quinidina ou 
artesunato e, neste contexto, 
podem ser usados para tratar 
a malária não complicada ou 
grave por P. falciparum. 
 Sobre os ossos e os dentes. Gestantes ou crianças com< 8 anos de idade (Exceção: 
clindamicina e 
azitromicina). 
 Não são empregados clinicamente para 
eliminar a infecção 
do estágio hepático. 
01 - Via oral: Adulto: 250 mg 4 
vezes/dia durante 7 dias. 
Criança: 25 mg/kg/dia dividido 
em 4 doses/dia durante 7 dias. 
Intrav.: dosagem semelhantes 
a oral. 
02 - Via oral: Adulto: 100 mg 2 
vezes/dia durante 7 dias. 
Criança: 2,2 mg/kg a cada 12h 
durante 7 dias. 
Intrav.: Adulto: 100 mg a cada 
12 h e em seguida trocar para 
doxiciclina oral. Criança <45 
kg: 2,2mg/kg a cada 12 h e em 
seguida trocar para doxiciclina 
oral. 
03 – Via oral: Adulto: 20 mg 
base/kg/dia divididas em 3 
doses diárias durante 7 dias. 
Criança: 20 mg base/kg/ dia 
divididas em 3 doses diárias 
durante 7 dias. 
Intrav.: Adutlo: 10 mg base/kg 
seguidas por 5 mg base/kg a 
cada 8 h; trocar para 
clindamicina oral. Criança: 10 
mg base/kg seguidas por 5 mg 
base/kg a cada 8 h; trocar para 
clindamicina oral.

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