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RECURSOS EM ESPÉCIE II (APELAÇÃO, RECURSO EM SENTIDO ESTRITO E AGRAVO EM EXECUÇÃO PARTE 2)

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RECURSOS EM ESPÉCIE II (APELAÇÃO, RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
E AGRAVO EM EXECUÇÃO – PARTE 2) 
 
I – RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
Recebe esse nome em função do seu critério utilizado para definir o seu 
cabimento, ou seja, o recurso é cabível a partir de um rol casuístico, que aponta 
especificamente as decisões passíveis de recurso em sentido estrito. 
Natureza do rol? Taxativo (“numerus clausus”), mas admite o 
emprego de interpretação extensiva e analogia (art. 3º, do CPP). 
Exemplo: CPP, art. 581, XVI – cabe recurso em sentido estrito contra a decisão que 
suspende o processo por questão prejudicial. 
O STJ, com base nesse inciso, admite a interposição de RESE contra 
a decisão que suspende o processo por citação editalícia (art. 366 do CPP). 
O inciso V diz que cabe RESE da decisão que indefere o pedido de 
decretação da prisão preventiva. E da decisão que indefere o pedido de prisão temporária 
ou o pedido de decretação de cautelar alternativa à prisão? Cabe RESE, por analogia ao 
inciso V. 
 
2 – ESPÉCIES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Há duas espécies: 
1ª. “Pro et contra”: quando o RESE é cabível em ambas as hipóteses de 
sucumbência, isto é, tanto quando o juiz defere como quando ele indefere determinado 
requerimento. 
Exemplo: Inciso X – cabe RESE contra a sentença que concede ou denega habeas corpus. 
 
2ª. “Secundum eventum litis”: quando RESE é cabível somente em uma 
das hipóteses de sucumbência, ou seja, apenas quando o juiz defere ou somente quando 
ele indefere determinado pedido. 
Exemplo: Inciso I – cabe RESE da decisão que rejeita a denúncia ou queixa. 
 
3 – HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 
a) INCISO I 
Cabe RESE da decisão que rejeita a denúncia ou queixa. 
Observações: 
- As hipóteses legais de rejeição encontram-se enumeradas no art. 395 
do CPP (falta de pressuposto processual ou condição da ação; ausência de justa causa; 
inépcia da denúncia ou queixa). 
- Do recebimento da inicial não cabe recurso (cabe em tese, Habeas 
Corpus); 
- Na lei 9.099/95, da rejeição da denúncia ou queixa cabe apelação 
(interposta em 10 dias, juntamente com as razões e julgada pela Turma Recursal); 
Atenção: nos Juizados, a apelação é cabível contra a decisão que homologa a transação 
penal, contra a rejeição da denúncia ou queixa e da sentença proferida pelo juiz no 
procedimento sumaríssimo. 
- Também cabe RESE da rejeição do aditamento da denúncia ou queixa 
(interpretação extensiva) 
- STF, 707: é obrigatória a intimação do acusado para apresentar 
contrarrazões, não bastando a nomeação de dativo. 
- STF, 709: salvo no caso de nulidade, o acórdão que provê esse recurso 
vale como recebimento da inicial (logo, o acórdão interrompe a prescrição). 
 
b) INCISO II 
Que concluir pela incompetência do juízo 
- Aplica-se para os seguintes casos: 
1 – Declaração de incompetência prolatada “ex officio” (ver art. 109); 
2 – No caso de desclassificação na primeira fase do rito do Júri (art. 419 
do CPP). 
Quando se tratar de desclassificação em Plenário (ou seja, proferida pelos jurados), 
cabe apelação, nos termos do art. 593, III, do CPP. 
 
c) INCISO III 
Decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; 
- Decisão que julga exceção de suspeição é irrecorrível. 
- Quanto às demais exceções (incompetência, ilegitimidade de parte, 
litispendência e coisa julgada), só cabe RESE se forem julgadas procedentes. 
- Se tais exceções forem julgadas improcedentes, cabe, em tese, 
impetração de HC ou MS. 
 
d) INCISO IV – pronúncia 
Decisões ao final do sumário da culpa e o recurso cabível: 
- Pronúncia – RESE 
- Impronúncia – Apelação 
- Absolvição sumária – Apelação 
- Desclassificação – RESE 
 
e) INCISOS V e VII 
Toda decisão judicial acerca da fiança comporta RESE. (Concede, 
denega, cassa, arbitra, julga inidônea, declara a quebra da fiança ou a perda de seu valor). 
Quando se tratar de decisão relativa à fiança proferida por autoridade 
policial, não cabe recurso algum. Basta, para impugná-la, apresentar requerimento 
judicial. 
Prisão/liberdade: só cabe RESE se a acusação for sucumbente (quando 
o juiz conceder a liberdade ou mantiver o agente solto); se a defesa for sucumbente, cabe 
Habeas Corpus. 
 
f) INCISOS VIII e IX 
Cabe RESE da decisão que declara ou indefere o pedido de declaração de 
extinção da punibilidade. 
O RESE somente será cabível quando a decisão for proferida na fase de 
conhecimento e por juiz de primeiro grau. 
Se a decisão relativa à extinção da punibilidade for proferida em sede de 
recurso, por algum tribunal, como regra, será irrecorrível. 
Se a decisão a respeito da extinção da punibilidade for tomada em sede 
de execução penal, cabe agravo em execução. 
ATENÇÃO: art. 397 do CPP – absolvição sumária no procedimento 
comum. 
- Quais os fundamentos dela? 
Atipicidade, excludente de ilicitude, de culpabilidade (salvo a 
inimputabilidade) e extinção da punibilidade. Quanto à última, o legislador se equivocou, 
porque não se trata de sentença absolutória, mas declaratória de extinção da 
punibilidade; logo, esta desafia recurso em sentido estrito (art. 581, VIII, do CPP). 
 
g) INCISO X 
Conceder ou negar a ordem de habeas corpus. 
Esse inciso somente se aplica a decisões proferidas de HC em primeira 
instância (“sentença”). 
Da sentença concessiva de HC haverá reexame necessário (art. 574, I, 
do CPP). 
Contra acórdão em HC impetrado originariamente em Tribunal cabe 
ROC, desde que se trate de acórdão denegatório. 
 
h) INCISO XI - revogado 
Que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena 
(“sursis” – arts. 77 a 82 do CP). 
O juiz concede ou nega o “sursis” no bojo de uma sentença condenatória 
– de toda sentença condenatório (art. 593, I, do CPP) cabe apelação. Quando de parte da 
decisão couber apelação e de outra couber RESE, o Código só admite a interposição de 1 
recurso, ainda que o inconformismo seja parcial: apelação (art. 593, §4º, do CPP). 
Quem revoga ou não o “sursis” é o juiz da execução penal. Logo, cabe 
agravo em execução., 
 
i) INCISO XII – revogado 
Que conceder, negar ou revogar livramento condicional. 
Esse inciso se encontra tacitamente revogado pela Lei de Execuções 
Penais, pois cabe agravo em execução. 
 
j) INCISO XIII 
Que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte. 
Seja qual for o momento e a decisão relativa à decretação de nulidade, 
quando proferida em primeira instância, comportará RESE. 
 
k) INCISO XIV 
Que incluir jurado na lista feral (definitiva) ou desta o excluir. 
Peculiaridades: 
a) Legitimidade: qualquer pessoa; 
b) Prazo: 20 dias, contados da publicação da lista geral definitiva 
c) Órgão “ad quem”: Presidente do Tribunal (Justiça ou Regional 
Federal) 
 
l) INCISO XV 
Que denegar a apelação ou a julgar deserta. 
 
m) INCISO XVI 
Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial. 
 
n) INCISO XVII - revogado 
Que decidir sobre a unificação de penas. 
Inciso tacitamente revogado pela LEP (matéria de execução penal – 
caberá agravo). 
 
o) INCISO XVIII 
Que julgar o incidente de falsidade documental. 
Trata-se da decisão que julga o incidente de falsidade documental, 
disciplinado nos arts. 145 a 148 do CPP. 
 
p) INCISOS XIX a XXIV – revogados tacitamente pela LEP 
 
q) INCISO XXV 
Que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, 
previsto no art. 28-A desta Lei. 
 
4 – RITO (RESE Agravo em Execução) 
 
VER: SÚMULA 700 DO STF 
 
a) Interposição (petição ou termo nos autos, desacompanhado das razões) – prazo é 
de 5 dias (10 dias – defensor público; 15 dias – Assistente de acusação não 
habilitado no processo; 20 dias – da decisão que inclui ou exclui jurado da lista 
geral) 
 
b) Juízo da admissibilidade: receber ou rejeitar (da rejeição cabe CARTA 
TESTEMUNHÁVEL – arts. 639 a 646 do CPP – Prazo de 48h).c) Razões: prazo de 2 dias*. 
 
d) Contrarrazões: prazo de 2 dias* 
 
* Esses prazos são impróprios – justamente por isso, o oferecimento de 
razões fora do prazo não torna o recurso intempestivo. 
* São consideradas manifestações obrigatórias pela jurisprudência. 
 
e) Juízo de retratação: prazo de 2 dias – é prazo impróprio. 
O juiz, após a apresentação das razões e contrarrazões, decidirá, em 2 
dias, se mantém a decisão impugnada (e encaminha o recurso ao tribunal) ou se se 
retrata (e intima as partes a respeito da retratação). 
O prejudicado com a retratação (recorrido) poderá interpor recurso, 
em 5 dias, por simples petição, o qual será encaminhado diretamente ao Tribunal, 
independentemente de novas razões ou contrarrazões. Essa faculdade só será cabível 
quando a nova decisão também comportar RESE. 
 
f) Tribunal (caso o juiz mantenha a decisão impugnada ou caso haja o recurso 
manejado pelo recorrido contra a retratação) 
No Tribunal, o RESE seguirá o rito da “apelação sumária”: 
- Parecer do MP (5 dias) – “custos legis”; 
- Relator (5 dias); 
- Sessão de julgamento. 
 
Observações: 
Não se aplica ao RESE a faculdade do art. 600, § 4º, do CPP (direito de 
apresentar as razões do recurso diretamente no Tribunal). 
Para o STJ, a falta de despacho judicial mantendo a decisão recorrida 
configura mera irregularidade. 
 
5 – EFEITOS 
 
a) Devolutivo: é aquele que permite ao Poder Judiciário reexaminar uma matéria já 
decidida, afastando a preclusão “pro judicato” ou o trânsito em julgado. 
 
b) Regressivo, diferido ou iterativo: trata-se do juízo de retratação, isto é, do efeito 
que permite ao próprio órgão prolator da decisão reexaminá-la. 
 
c) Extensivo (art. 580 do CPP): a decisão proferida no recurso de um corréu 
beneficia aos demais, salvo quando fundada em motivos de ordem pessoal. 
O efeito extensivo é “ex vi legis”, ou seja, decorre de lei, não precisa o 
Tribunal declarar no acórdão. 
 
d) Suspensivo: é aquele que obsta a eficácia da decisão impugnada. Como regra, 
não! 
O Código de Processo Penal, porém, traz algumas exceções: 
- RESE contra a pronúncia, no tocante ao julgamento; 
- RESE contra a desclassificação na primeira fase do rito do Júri (art. 419 
do CPP), no tocante ao envio dos autos ao juízo criminal; 
- RESE contra a denegação da apelação; 
- RESE contra a quebra da fiança, no que pertine à perda de metade de 
seu valor; 
- RESE contra a perda ou perdimento da fiança; 
 
Cabe impetração de mandado de segurança para conceder efeito 
suspensivo a RESE? Para o STJ, não cabe. 
Súmula 604 do STJ: “Mandado de segurança não se presta para atribuir 
efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério Público”. 
 
Há outro meio jurídico para obtenção de efeito suspensivo? 
Sim, o Ministério Público pode ingressar diretamente no Tribunal, com 
medida cautelar inominada, buscando o efeito suspensivo. O STJ admite essa 
providência. 
“(...) 1. É admissível o ajuizamento de ação cautelar inominada para atribuir efeito 
suspensivo a recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público contra decisão 
que determinou a soltura do Acusado. Inaplicável, ao caso, a Súmula n. 604 do Superior 
Tribunal de Justiça, que é específica ao proibir o uso de mandado de segurança como via 
de atribuição de efeito suspensivo a recurso criminal da Acusação. Precedentes. 
(...)” 
(STJ, HC 572.583/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, 6ª TURMA, julgado em 04/08/2020, DJe 
19/08/2020) 
 
Fundamento jurídico: artigos 294, parágrafo único, 300, 932, inciso II e 995, parágrafo 
único, todos do Código de Processo Civil, aplicáveis ao processo penal subsidiariamente. 
 
II – AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
1 – PREVISÃO NORMATIVA 
 
Art. 197 da LEP: Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de 
agravo, sem efeito suspensivo. 
 
2 – LACUNA PROCEDIMENTAL 
 
De início, os tribunais firmaram o entendimento de que o Agravo em 
Execução deveria seguir o rito do Agravo de Instrumento do CPC. 
Com a alteração do rito do Agravo de Instrumento, em 1994, no antigo 
CPC, os tribunais passaram a entender que não se aplica mais, ao processo penal, o 
procedimento do Agravo de Instrumento do CPC. 
Desde então, passou a ser adotada a tese de que o Agravo em 
Execução segue o rito do RESE. 
Súmula 700 do STF: “É de cinco dias o prazo para interposição de agravo 
contra decisão do juiz da execução penal”. 
Essa súmula se baseia no entendimento anteriormente citado, isto é, 
naquele segundo o qual o Agravo em Execução segue o rito do RESE. 
 
3 – RITO – idêntico ao do RESE 
 
4 – EFEITOS 
 
- Devolutivo; 
- Suspensivo – não (art. 197, da LEP), salvo na hipótese do art. 179 da 
LEP (“Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a desinternação ou a 
liberação.”) 
- Regressivo; 
- Extensivo.

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