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Gustavo Moreno T9 AULA- Neoplasia Pulmonar: Introdução e Epidemiologia: · O CA de pulmão é a doença maligna mais comum em todo o mundo mas não necessariamente a que mais mata. · INCA: em 2016 tivemos 596 mil novos casos de câncer no Brasil, sendo que desses 4/5 % foram de CA de pulmão. · O Brasil é o 2º tipo mais comum de CA nos homens e o 4º mais comum nas mulheres, porém é a principal causa de mortalidade por câncer. · Extremamente agressivo e ter seu diagnóstico em uma fase tardia · Um dos cânceres mais importantes devido ao fato de ser um dos que mais tem prevenção, pois está muito ligado ao hábito do tabagismo; · Sobrevida do CA de pulmão em 5 anos é de aproximadamente 18% - De cada 5 pacientes diagnosticados com CA de pulmão apenas 1 deles estará vivo daqui a 5 anos; Fatores de Risco: · Associação com o Tabaco: · O tabaco aumenta em 20 X o risco de câncer · O consumo do tabaco é dose dependente – por isso realizamos a carga tabágica nos pacientes. · O cigarro causa de 85 a 90% dos CA de pulmão, ou seja, um paciente que nunca fumou pode ter CA de pulmão, mas 9 entre 10 dos casos vão estar relacionados com o cigarro. · Parar de fumar é válido em qualquer fase da doença · Exposição ao asbesto (amianto), metais pesados (níquel, cromo, arsênio) - comum em trabalhadores de indústrias automotiva e de tintas · Exposição a radiação – não fazer exames desnecessários (tomografia) · Componentes genéticos · Doenças pulmonares tem associação com neoplasia: DPOC, fibrose pulmonar, sarcoidose, Tuberculose. Patologia: · Neoplasias de pulmão são tumores originários do epitélio respiratório, assim, de qualquer parte do sistema respiratório, seja uma via aérea proximal, distal, terminal, nos bronquíolos ou até nos alvéolos. · Classificação Histológica: · Câncer de pulmão de pequenas células - corresponde a 10/15 % de todos os casos de cânceres; · Câncer de pulmão de não pequenas células – corresponde a 70/80 % de todos os casos de cânceres; · A divisão é importante, pois diferencia muito tanto no estadiamento, diagnóstico e no tratamento dessas duas condições. Essas 2 condições totalizam mais de 90% dos casos de CA de pulmão. Os outros são linfomas e teratoma pulmonar. Câncer de pulmão de não pequenas células: · Adenocarcinoma- é o principal causador do CA de pulmão;● · Escamoso · Características Histológica: · Adenocarcinoma: · Mais comum dos tipos de CA de pulmão; · Tumor que geralmente é mais periférico; · Pode não estar associado com o tabagismo; · Adenocarcinoma in Situ: · Tumor de baixo grau – crescimento lento (lepídico)- o paciente pode ter até 10/15 anos de doença ativa; · Acompanha a trama broncovascular – vai se "emaranhado" no pulmão, levando a uma doença extensa e difusa; · Menos Agressivo e fácil tratamento; · Escamoso: · Associação com o tabagismo; · Tumor mais central- tendem a ter mais hemoptise e obstrução de via aérea; -As neoplasias de grandes células são extremamente agressivas. Então, se nos depararmos com um paciente com CA de pulmão extremamente agressivo e não tivermos ainda a histologia podemos imaginar que seja de grandes células. -tumores de pequenas células (10/15% dos casos) também tem associação importante com o tabagismo, tbm são agressivos e dão metástase de forma muito rápida, por essa razão na maioria das vezes seu tratamento não é cirúrgico, quase a totalidade dos casos o tto é quimioterapia. Manifestações Clínicas: · Os tumores periféricos podem ser assintomáticos por vários meses a anos- isso é um problema, pois às vezes o paciente chega para consulta já com uma lesão avançada, com metástase. Às vezes ele vai se consultar com por uma dor óssea e ao fazer exames percebe que é uma metástase de um CA de pulmão – Assim, alguns casos não diagnosticamos o tumor primário, acabamos diagnosticando a metástase. · paciente vai se apresentar com um quadro pulmonar inicialmente, a gente pode ter no Dx inicial que apenas 25% ou 1/3, dependendo dos pacientes, eles não tem sintomas logo de cara, mas quando eles tem um Dx eles tem uma sintomatologia mais evidente, no começo então ele pode ser assintomático. · Manifestação clínica depende do: tamanho do tumor, localização, disseminação (local ou à distância) e presença ou ausência de Sd paraneoplásicas. · Situações que podem lembrar neoplasia pulmonar: · Mudança na tosse (com ou sem hemoptise) em um paciente >40 anos com histórico de tabagismo (quadro semelhante a DPOC e começa a ter mais tosse, as vezes com sangue e ele vai procurar auxílio), dessa forma faz o diagnóstico de CA de pulmão. · Pneumonia que não melhora com os tratamentos instituídos (é aquela pneumonia que você faz o tto, espera 4,6,8 semanas e passa o tempo e a lesão não some nunca do raio-x, não melhora. Por isso é sempre importante em pacientes idosos fazer um acompanhamento pós uma pneumonia, porque o raio-x tem que limpar). · Anorexia, astenia e/ou perda de peso:presente em 55-90% dos pacientes; · 6-31% hemoptise · 25-40% dor torácica · Lesões centrais causam mais: tosse, hemoptise, sibilos, estridor, dispneia, PNM pós-obstrutiva. · Lesões periféricas causam mais: tosse, dor torácica e dispneia. · Doença localmente avançada - alteração na voz (acometendo o nervo laríngeo recorrente causando fonia), obstrução endobrônquica (causa infecção de repetição), derrame pleural (então tem um acometimento pleural também além do pulmão). · Doença metastática: Mtx óssea (é uma dor muito intensa), suprarrenal, hepáticas (causa astenia, perda de peso),Mtx cerebral (causa convulsão, sintomas neurológicos). · Síndromes paraneoplasicas: 10 a 20% dos casos · Baqueteamento digital em até 20% dos casos - principal sintoma · SIADH- Sd. secreção inapropriada de hormônio ADH em 10-15% · Aumento da produção ACTH · Anemia · Hipercoagulabilidade -TEV- · Neuropatia periférica · Sd. miastenica Diagnóstico: · Necessita amostragem celular- seja uma AP (biópsia), ou uma citologia (não é tão bom porque não conseguimos definir o tipo histológico do câncer, usado em pacientes com doença mais avançada). · Citologia do escarro, citologia do lavado brônquico, citologia do líquido pleural, citologia de aspiração por agulha fina. · Broncoscopia (para lesões centrais): faz biópsia endobronquica, transbronquica. · Biópsia transtorácica(para lesões periféricas): guiada por US ou TC. · Técnicas cirúrgicas (videotorascoscopia,toracotomia aberta,mediastinocopia): utilizadas quando técnica menos invasivas não são suficientes. · Radiologia: · Praticamente todos os pacientes com neoplasia pulmonar apresentam alterações nos exames de imagem torácicos. · TC tórax imprescindível para estadiamento. · Exames para estadiamento: · Imagem abdome (TC ou RNM): avaliar MTx à distância (fígado e suprarrenais); · Neuroimagem crânio (TC ou RNM): avaliar MTx cerebral; · Avaliação Metastase óssea: raio X focal (em locais de dor óssea), Cintilografia óssea (caso o paciente não tenha dor óssea), exames laboratoriais (cálcio sérico, fosfatase alcalina, PTH); · PET-Scan - metástases a distancia; Estadiamento: · CPNPC é feito pelo famoso TNM. · T é em relação ao próprio tumor primário - tamanho; · N são os linfonodos: · N0 é quando não tem linfonodos acometidos · N1 quando tem os linfonodos do mesmo lado do tumor acometidos. · N2 são linfonodos mais a distância. · M são as metástases a distância Tratamento: · Doença avançada, que é só paliativo; · Terapias imunológicas/moleculares → testar genes EGFR e ALK · EGFR e ALK são mutações gênicas presentes no adenocarcinoma · Tem drogas específicas que agem nessas mutações - então não fazem parte da quimioterapia tradicional; · Terapia de cisplatina e Erlotinibe. · Se for adenocarcinoma operável → OPERA, esquece a mutação, agora se não é operável e só tem o tratamento paliativo; CA de pulmão de pequenas células: · Estadiamento → TNM · Doença localizada x Doença avançada: fazer TC de tórax / abdome, RNM crânio, cintilografia óssea se dor óssea, PET/Scan. · Doença limitada/localizada: · Apresentação inicial em 30-40% dos casos; · Doença limitada no hemitórax ipsilateral;· Pode ser “englobado” dentro de um campo de radioterapia; · Acometimento linfonodo supraclavicular contralateral, envolvimento do nervo laríngeo recorrente e obstrução da veia cava superior podem ser considerados doença limitada. · OBS: doença limitada no mesmo espaço da lesão primária · Doença avançada/extensa: · Apresentação inicial em 60-70% dos casos; · Evidência de metástase à distância; · Tamponamento cardíaco, derrame pleural maligno, acometimento pulmonar bilateral são considerados como doença extensa. Tratamento: · A cirurgia não é rotineiramente indicada – possibilidade de micrometástases ocultas. · Exceção estágio 1 com mediastino negativo → Lobectomia · Quase sempre é quimioterapia e radioterapia; · Não faz cirurgia para câncer de pulmão de pequenas células porque ele metastatiza rápido. · única situação que hoje em dia se opera: doença em estágio muito inicial, T 1A, T1B ou T2, sem N e sem M. → Lobectomia · Geralmente há boa resposta (80%) ao tratamento concomitante com radio/quimioterapia inicial composta à base de platina (cisplatina ou carboplatina)+etoposido. · Sobrevida 12-20 meses em pacientes com doença limitada; · Sobrevida 7-11 meses em pacientes com doença avançada; · Problema é a remissão - CPPC · A maioria dos pacientes têm recorrência da doença – “quimiorresistentes”. · Se recorrência de 90d do fim do tto- Rt paliativa; · Se recorrência após 90d do tto – considerar Qt de segunda linha; · Recorrência antes de 90 dias, podemos tentar só uma radioterapia paliativa. · Depois de 90 dias a gente pode tentar um tratamento de segunda linha → taxa de sucesso muito baixa, 10%
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