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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 
VARA DO 2º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE 
DUQUE DE CAXIAS – ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
PROCESSO Nº: XXXXXXXXXXXX 
 
MARIA FERNANDA DE OLIVEIRA, já qualificado nos autos em 
epígrafe, por um de seus advogados subscritos, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, 
tempestivamente, nos termos dos Artigos 41 e seguintes da Lei 
9.099/95, interpor o presente RECURSO INOMINADO, em face da 
douta Sentença de 1º grau que julgou parcialmente procedente a 
presente Ação Indenizatória por Danos Morais, com as razões 
anexas, requerendo que as mesmas sejam remetidas à TURMA 
RECURSAL do TJRJ. 
Embora a Recorrente tenha em seu pedido inicial requerimento da 
justiça gratuita, formula no presente recurso concessão do 
benefício da justiça gratuita, junto assim, declaração de 
hipossuficiência e demais documentos para comprovar sua 
qualidade de pobreza nos termos da lei. 
 
Sendo assim, deixa de recolher as custas recursais. 
Pede deferimento. 
Duque de Caxias, 21 de outubro de 2021 
IURY RAMON CASTRO DUARTE 
OAB/RJ - 123.456 
(Lei 11.419/2006, art. 1º, § 2º, III, a) 
 
 
 
 
RAZÕES DO RECURSO INOMINADO EGRÉGIA TURMA 
RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO ESTADO DO RIO 
DE JANEIRO. 
 
PROCESSO Nº: XXXXXXXXXXX 
COMARCA DE ORIGEM: 2º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE 
DUQUE DE CAXIAS 
RECORRENTE: MARIA FERNANDA DE OLIVEIRA 
RECORRIDA: SUPER MÓVEIS S/A 
 
RESUMO DA DEMANDA 
Trata-se de Recurso Inominado, interposto pela MARIA 
FERNANDA DE OLIVEIRA, inconformada com a sentença de 1º 
grau que julgou improcedente a presente Ação de Indenização por 
Danos Morais com pedido de restituição de valores, que foi movida 
em face a Recorrida. 
Com efeito, Eméritos Julgadores, em que pese o saber jurídico 
inquestionável saber da eminente Julgadora da Instância Singular, 
não primou à decisão atacada pela justa aplicação da lei aos fatos. 
Com fulcro no artigo 269, I do Código de Processo Civil, o Juízo a 
quo julgou improcedente a ação proposta pela autora a condenar o 
Réu a pagar e restituir o valor R$ 2.774,00 (dois mil setecentos e 
setenta e sete reais), R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de dano 
emergente devidamente atualizado e deixou de reconhecer o dever 
de indenizar a consumidora pelos transtornos que teve. 
 
 
I - PRELIMINARMENTE DA NECESSIDADE DO DEFERIMENTO 
DA JUSTIÇA GRATUITA EM SEDE RECURSAL 
Eméritos julgadores, trata-se de um pedido de justiça gratuita em 
sede recursal uma vez que o consumidor está insatisfeito com a 
decisão do juízo a quo, em não reconhecer que seu transtorno 
passou de ser um mero aborrecimento. 
Sendo assim, por não possuir condições financeira de arcar com as 
custas do processo sem prejuízo de sua família, o mesmo requer o 
deferimento da justiça gratuita afim de poder interpor o 
presente recurso e obter a verdadeira justiça! 
Sabe-se que a justiça gratuita pode ser requerida a qualquer 
momento do processo, desde que a parte solicite e apresente a 
declaração de hipossuficiente, uma vez que a simples alegação de 
hipossuficiente é presumida. 
Para tal benefício a recorrente junta declaração de hipossuficiência 
documentos que comprovam sua hipossuficiência, os quais 
demonstram a inviabilidade de pagamento das custas judicias sem 
comprometer sua subsistência, conforme clara redação do Art. 99 
Código de Processo Civil de 2015. 
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na 
petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro 
no processo ou em recurso. 
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, 
o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do 
próprio processo, e não suspenderá seu curso. 
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos 
elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a 
concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, 
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos 
pressupostos. 
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida 
exclusivamente por pessoa natural. 
Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz 
jus o recorrente ao benefício da gratuidade de justiça: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - 
JUSTIÇA GRATUITA - Assistência Judiciária indeferida - 
Inexistência de elementos nos autos a indicar que o impetrante 
tem condições de suportar o pagamento das custas e despesas 
processuais sem comprometer o sustento próprio e familiar, 
presumindo-se como verdadeira a afirmação de 
hipossuficiência formulada nos autos principais - Decisão 
reformada - Recurso provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 
2083920-71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares; 
Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro Central - 
Fazenda Pública/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda Pública; Data do 
Julgamento: 23/05/2019; Data de Registro: 23/05/2019 
Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do 
recorrente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para 
pagar as custas, despesas processuais e honorários 
advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina: 
"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem 
tampouco se fala em renda familiar ou faturamento máximos. É 
possível que uma pessoa natural, mesmo com boa renda 
mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja 
aquela sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não 
dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos 
mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode 
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que 
comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se 
desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e 
custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael 
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora 
JusPodivm, 2016. p. 60) 
"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a 
parte seja pobre ou necessitada para que possa beneficiar-se 
da gratuidade da justiça. Basta que não tenha recursos 
suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários 
do processo. Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, 
se estes bens não têm liquidez para adimplir com essas 
despesas, há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme. 
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de 
Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. 
ebook. Art. 98) 
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição 
Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade 
de justiça ao Recorrente. 
 
II - DA TEMPESTIVIDADE 
A Requerente devidamente representada, apresenta este recurso 
conforme prazo estipulado, portanto, o presente Recurso Inominado 
é tempestivo. 
 
III – DO BREVE RESUMO DOS AUTOS 
A autora no dia 10/08/2019, realizou a compra junto à ré de um 
armário no valor de R$ 2.774,00 (dois mil setecentos e setenta e sete 
reais), conforme nota fiscal em anexo. Cabe esclarecer, que após a 
montagem, as portas estavam desniveladas, os frisos, o modulo do 
armário foi montado fora do alinhamento, de modo que as gavetas 
não abrem, existem frestas de 05 centímetros de um lado para o 
outro. A autora entrou em contato com a ré, informando o caso, após 
o prazo da reclamação, com mais de 30 dias da abertura do 
chamado, compareceu a residência da autora, um montador, que 
informou que não poderia resolver o caso da autora, pois precisava 
de uma furadeira, e que compareceu na residência da autora, 
somente para nivelar as portas, e não, proceder aos consertos ao 
qual o armário necessitava, é que havia no armário, um erro de 
montagem. Ressalta-se que a autora já esteve na loja que vendeu o 
produto, por três vezes, porém, passado o prazo de 30 dias, ainda 
não foi solucionado o caso. A autora desde a montagem vinha 
solicitandouma vistoria no armário, tendo em vista as avarias 
apresentadas no produto, bem como o desnivelamento, causando 
grande desgaste emocional na autora, diante da incapacidade de 
solucionar o caso, sendo que ao final, a preposta da ré informou que 
o produto da autora está fora da garantia, mais as reclamações da 
autora iniciaram, logo após a montagem, mais a ré não solucionou o 
caso, deixando passar o prazo, para agora alegar um fato que não 
pode ser considerado, conforme provas em anexo. Tal postura da ré 
causou a autora grande desgaste físico e emocional, pelo fato de a 
ré não ter solucionado o caso, o problema maior, é que o período 
para solução do caso, já encerrou e a ré nada resolveu. Conforme 
comprovam os documentos fotos anexadas, o produto está com 
avarias, porem por culpa exclusiva da ré, foi obrigada a passar por 
tal situação, diante de tantas dificuldades apresentadas pelo réu, 
não havendo nenhuma chance de solução pacifica, não resta 
alternativa a não ser propor a presente, sendo certo que, o produto 
apresenta um vício, não podendo a autora amargar pela má 
qualidade do produto do réu. 
A autora ainda assim fez questão de pontuar sobre os perigos que 
poderiam acarretar em face da má execução e instalação do 
produto, tendo em vista o nivelamento desproporcional das portas e 
o grande espaçamento entre trilhos das gavetas em que as mesmas 
se caíam ao chão quando abertas, podendo causar danos a 
integridade física de seus filhos menores. 
A recorrente e sua família estão perplexos pela decisão, sendo 
assim, não há de se concordar que a justiça esteja feita nos moldes 
da sentença, portanto, interpõe o presente recurso para se buscar a 
verdadeira justiça ao recorrente. 
 
IV. DAS RAZÕES PARA REFORMA 
Conforme apresentado na exordial a recorrente adquiriu um armário 
fora das condições de uso no estabelecimento do recorrido, cujo a 
responsável pelo fornecimento e o fabricante. 
O produto que recorrente somente foi possível notar que se tratava 
de um produto impróprio para uso depois de levar para casa, onde 
foi feita a montagem e dias depois notou-se de que a forma de 
execução e montagem foi inapropriada, tendo em vista que as 
gavetas não abrem, existindo frestas de 05 (cinco) centímetros de 
um lado para outro. 
Tal situação causou a recorrente e a sua família uma enorme resulta, 
insatisfação devido a montagem inapropriada do produto, impedindo 
de que fosse feito o armazenamento de tecidos e roupas na qual 
pretendiam e sendo assim, iniciou-se uma tentativa de receber o 
valor pago de volta e eventual indenização por todo o transtorno e 
abalo suportado, pois nunca imaginariam passar por uma situação 
como esta. 
Além disso, tal situação causou enorme constrangimento para 
a recorrente e sua família terem de ir à loja por três vezes 
durante períodos de tempo para a resolução do problema que 
fora descrito. 
Salienta que o referido produto seria destinado aos filhos da 
autora para que pudessem armazenar as suas roupas. 
O direito à indenização por danos morais encontra-se 
expressamente consagrado em nossa Carta Magna, como se vê 
pela leitura de seu artigo 5º, incisos V e X, os quais transcrevo: "É 
assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem" (artigo 5º, inciso 
V, CF). 
"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo 
dano material ou moral, decorrente de sua violação" (artigo 5º, 
inciso X, CF). 
É correto que, antes mesmo do direito à indenização material e moral 
ter sido erigido à categoria de garantia constitucional, já era previsto 
em nossa legislação infraconstitucional, bem como, reconhecido 
pela Justiça. 
O comando constitucional do art. 5º, V e X, também é claro quanto 
ao direito da parte Recorrente à indenização dos danos morais 
sofridos. 
 
É UM DIREITO CONSTITUCIONAL. 
E se não bastasse o direito constitucional previsto no art. 5º, é a 
própria Lex Mater que em seu preâmbulo alicerça solidamente como 
um dos princípios fundamentais de nossa nação e, via de 
consequência, da vida em sociedade, a defesa da dignidade da 
pessoa humana. Dignidade que foi ultrajada, desprezada pela ré ao 
colocar no mercado de consumo um produto improprio. 
O Recorrido na instância do juízo a quo, apresentam 
documentos assinados pela autora (qualificação do 
atendimento) na manifestação à contestação, porém, não fez 
questão de se referir sobre as outras diversas tentativas de 
contato para a resolução do problema que aparecera após a 
montagem do produto. 
Eméritos julgadores, a indenização dos danos morais que se pleiteia 
é direito constitucional a todos. E no ordenamento jurídico 
infraconstitucional, além do CDC, está o Código de Leis 
Substantivas Civis de 2002 a defender o mesmo direito dos 
Requerentes. Com efeito o artigo 927 do Código Civil apressa se em 
vaticinar a obrigação de reparar que recai sobre aquele que causar 
dano a outrem por ato ilícito. 
No CDC, por seu turno, também contempla a indenização por dano 
moral, nos incisos VI e VII, do artigo 6º, in verbis: 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e 
morais, individuais, coletivos e difusos; 
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas 
à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, 
administrativa e técnica aos necessitados; 
Ademais, a norma consumerista estatui que a responsabilidade por 
falha na prestação dos serviços é objetiva, in verbis: 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da 
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos 
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, 
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua 
fruição e riscos. 
Sendo assim, é nítido que o recorrente foi vítima de um produto com 
vicio de qualidade, correndo o risco de ter sua saúde lesada pela 
conduta das rés e não se a tentar que estariam vendendo produto 
no qual a montagem e execução foi feita de forma indevida, 
ocasionando o dano físico no produto. 
O MAGISTRADO A QUO ao analisar, disse que não se pode se falar 
em mérito do pedido, uma vez que as fotos anexadas pela autora 
não possuem data e que as notas do serviço executado foram 
avaliadas e assinadas pela autora. 
O artigo 18 do CDC garante ao consumidor a escolha entre três 
alternativas quando o produto apresentar algum defeito. 
1) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em 
perfeitas condições de uso; 
2) a devolução do valor pago; 
3) o abatimento proporcional do preço. 
 
Vejamos as seguintes jurisprudências: 
CONSUMIDOR. AQUISIÇÃO DE MÓVEIS. DEFEITO NA 
MONTAGEM. TENTATIVAS INFRUTÍFERAS DE SOLUÇÃO 
AMIGÁVEL. DANO MORAL CONFIGURADO. I. Descumprimento 
contratual configurado, tendo em vista que a montagem dos bens 
adquiridos apresentou defeito, não podendo ser utilizados para o fim 
ao qual se destinavam. II. Em matéria de responsabilidade 
contratual, a concessão de indenização por danos morais somente 
deve ser deferida em casos excepcionais. III. No caso concreto, 
houve desconsideração para com a pessoa do consumidor, face à 
demora na solução, inclusive com a realização de audiência junto ao 
PROCON, sugerindo a invocação da função dissuasória da 
responsabilidade civil. IV. Quantum arbitrado em observância às 
peculiaridades do caso concreto e aos parâmetros da espécie. 
RECURSO PROVIDO. 
(TJ-RS - Recurso Cível: 71003368289 RS, Relator: Fernanda 
Carravetta Vilande, Data de Julgamento: 19/10/2011, Segunda 
Turma Recursal Cível, Data de Publicação: 21/10/2011) 
 
CONSUMIDOR. MÓVEIS PLANEJADOS. DEFEITOS NA 
MONTAGEM. ACABAMENTOS PRECÁRIOS. RESCISÃO DO 
CONTRATO. DANOS MATERIAIS COMPROVADOS. 
RESTITUIÇÃODOS VALORES PAGOS. DANO MORAL 
EXCEPCIONALMENTE CONFIGURADO. QUANTUM REDUZIDO. 
1. O conjunto probatório trazido aos autos evidencia a ocorrência de 
defeitos nos acabamentos dos móveis sob medida adquiridos pela 
autora, sendo desnecessária a dilação probatória. Assim, deve ser 
afastada a preliminar de incompetência dos Juizados Especiais 
Cíveis. 2. Da mesma forma, não merece prosperar a preliminar de 
ilegitimidade passiva, pois ficou comprovada a participação da 
empresa demandada na contratação realizada entre as partes. 3. 
Configurada a má prestação do serviço prestado pela ré na 
montagem dos móveis, os quais apresentaram avarias nos 
acabamentos e alguns itens em desacordo com o contratado, 
conforme demonstram as fotografias das fls. 54/57. 4. Demonstrada 
a negativa de solução da controvérsia pelas vias administrativas, 
tendo em vista que a autora compareceu ao PROCON, sem que 
fosse realizado acordo (fl. 59). 5. Rescisão do contrato entabulado 
entre as partes, devendo a ré recolher os móveis da residência da 
demandante e devolver a quantia de R$9.575,00, correspondente às 
duas primeiras parcelas, quantia que sequer foi impugnada nas 
razões recursais. 6. Dano moral excepcionalmente configurado, 
considerando que a autora, pessoa idosa e com problemas de 
saúde, permaneceu sem poder utilizar os mobiliários de três 
cômodos de sua residência (cozinha, banheiro e dormitório), 
convivendo por longo período com a desordem causada pela 
impossibilidade de organizar seus pertences, o que ficou 
demonstrado através das fotografias trazidas aos autos. 7. Quantum 
indenizatório que comporta redução, a fim de se adequar aos 
parâmetros adotados pelas Turmas Recursais em casos 
semelhantes. RECURSO PROVIDO EM PARTE. (Recurso Cível Nº 
71004662524, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, 
Relator: Cleber Augusto Tonial, Julgado em 27/02/2014) 
(TJ-RS - Recurso Cível: 71004662524 RS, Relator: Cleber Augusto 
Tonial, Data de Julgamento: 27/02/2014, Terceira Turma Recursal 
Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 05/03/2014) 
 
Nesse contexto, o Código de Defesa do Consumidor protege o 
consumidor contra produtos que coloquem em risco a sua segurança 
e a sua saúde física e psíquica. Desse dever legal de proteção é que 
decorre, conforme previsto pelo artigo 12 do CDC, a 
responsabilidade de o fornecedor reparar o dano causado ao 
consumidor por defeitos decorrentes de fabricação, fórmulas, 
manipulação ou acondicionamento de seus produtos. 
No presente caso, é indubitável que o produto estragado expôs o 
consumidor a risco, seja à sua saúde física, seja à sua integridade 
psíquica. 
A respeito do tema, discorre Sérgio Cavalieri Filho: 
“O fornecimento de produtos e serviços nocivos à saúde ou 
comprometedores da segurança do consumidor é responsável pela 
grande maioria dos acidentes de consumo. Ora é um defeito de 
fabricação ou montagem de uma máquina de lavar, numa televisão, 
ou em qualquer outro aparelho eletrodoméstico, que provoca 
incêndio e destrói a casa; ora uma deficiência no sistema de freio do 
veículo que causa um acidente com graves consequências; ora, 
ainda, é um erro na formulação de medicamento ou substância 
alimentícia que causa danos à saúde do consumidor, como câncer, 
aborto, esterilidade etc”. 
No presente caso, o vício de qualidade do produto foi a causa do 
dano do Recorrente, sendo que a doutrina explica que “são 
considerados vícios as características de qualidade ou 
quantidade que tornem os produtos ou serviços impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam e também que lhes 
diminuam o valor” (Rizzatto Nunes. Curso de Direito do 
Consumidor. São Paulo: Saraiva, 7ª ed., 2012, p. 229). 
No presente caso o produto causou defeito de segurança ao 
consumidor expondo ao um dano eminente, que ocorreu 
quando, além de não corresponder à expectativa do 
consumidor, sua utilização ou fruição for capaz de criar riscos 
à sua incolumidade ou de terceiros. 
A insegurança, portanto, é um vício de qualidade que se agrega ao 
produto ou serviço como um novo elemento de desvalia e que 
transcende a simples frustração de expectativas. Daí a denominação 
de “fato do produto e do serviço” trazida pelo CDC, pois se tem 
um vício qualificado pela insegurança que emana do 
produto/serviço. 
A sistemática implementada pelo CDC protege o consumidor contra 
produtos que coloquem em risco sua segurança e, por conseguinte, 
sua saúde, integridade física, psíquica etc. Segundo o art. 8º do CDC 
“os produtos e serviços colocados no mercado de consumo 
não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos 
consumidores”. Existe, portanto, um dever legal, imposto ao 
fornecedor, de evitar que a saúde ou segurança do consumidor 
sejam colocadas sob risco. 
Desse dever legal decorre a responsabilidade do fornecedor de 
“reparar o dano causado ao consumidor por defeitos 
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, 
fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de 
seus produtos” (art. 12, CDC). 
Segundo o CDC, “o produto é defeituoso quando não oferece a 
segurança que dele legitimamente se espera (...), levando-se em 
consideração (...) o uso e os riscos” razoavelmente esperados 
(art. 12, § 1º, II, CDC). Em outro dizer, há defeito – e, portanto, fato 
do produto – quando oferecido risco dele não esperado, segundo o 
senso comum e sua própria finalidade. Assim, a hipótese não é de 
mero vício (o qual, como visto, não congrega um fato 
extrínseco; na espécie, consubstanciado no risco oferecido). 
O CDC é paradigmático porque, “observando a evolução do direito 
comparado, há toda uma evidência de que o legislador brasileiro se 
inspirou na ideia de garantia implícita do sistema da common law 
(implied warranty). Assim, os produtos ou serviços prestados trariam 
em si uma garantia de adequação para o seu uso e, até mesmo, uma 
garantia referente à segurança que dele se espera. Há efetivamente 
um novo dever de qualidade instituído pelo sistema do CDC, um 
novo dever anexo à atividade dos fornecedores”. (MARQUES, C.; 
BENJAMIN, A.; e MIRAGEM, B. Comentários ao Código de Defesa 
do Consumidor. São Paulo: Ed. RT, 2ª ed., 2006, p. 258). 
 
PORTANTO, É INDISCUTÍVEL A RESPONSABILIDADE DAS 
RECORRIDAS EM INDENIZAR O RECORRENTE EM VIRTUDE 
DE QUE O PRODUTO VICIADO QUE LHE EXPÔS A RISCO, SEJA 
À SUA SAÚDE FÍSICA, SEJA À SUA INTEGRIDADE PSÍQUICA. 
De todo o exposto, deve-se ser reconhecido o direito do Recorrente 
ser indenizado em decorrência do risco a que fora exposto. Ainda 
que, na espécie, a potencialidade lesiva do dano não se equipare à 
hipótese de um produto com defeito em sua execução e montagem 
(diferença que necessariamente repercutirá no valor da 
indenização), é certo que o valor requerido na inicial se mostra justo, 
o ao menos que outro valor seja fixado de acordo com o 
entendimento dessa turma. 
 
V - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
Ante o exposto, requer: 
a) O DEFERIMENTO DA JUSTIÇA GRATUITA nos termos do art. 
98 do CPC, uma vez que a Recorrente não possui condições de 
arcar com as custas do processo conforme declaração de 
hipossuficiência e documentos anexos. 
b) O Recebimento, Conhecimento e Processamento do presente 
RECURSO inominado, em razão de ser próprio e tempestivo 
c) No mérito, seja o presente RECURSO ACOLHIDO E PROVIDO 
para modificar a sentença de primeira instância, julgando totalmente 
procedente a presente ação e condenar as Requeridas a 
indenizarem ao Recorrente nos danos morais sofridos em 
decorrência do ressico que esteve pelo produto viciado e pelos 
danos e transtornos que esse lhe causou, tais como o 
constrangimento, mal-estar, abalo psicológico, aquisição produto 
com defeito, trauma para nunca mais comprar móveis na loja 
descrita neste processo. 
d) A indenização poderá ser fixada na importância pretendida na 
inicial R$ 12.774,00 (doze mil setecentos e setenta e quatroreais) 
em um patamar que seja suficiente para garantir o caráter educativo 
para o Recorrido não vender produtos onde não há profissionais 
qualificados para a execução de sua instalação, e compensatório 
para o dano suportado pela Recorrente. 
e) Seja as Recorridas condenada ao pagamento das custas 
processuais e dos honorários advocatícios, fixando estes no máximo 
admitido legalmente, no caso de sucumbência. 
 
Pede deferimento. 
Duque de Caxias - RJ, 21 de outubro de 2021 
IURY RAMON CASTRO DUARTE 
OAB/RJ - 123.456 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	I - PRELIMINARMENTE DA NECESSIDADE DO DEFERIMENTO DA JUSTIÇA GRATUITA EM SEDE RECURSAL
	II - DA TEMPESTIVIDADE
	IV. DAS RAZÕES PARA REFORMA
	V - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

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