Buscar

WEB 1 METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Metodologia do Ensino de Artes
WEBCONFERÊNCIA I
CYNTHIA PORTO
UNIDADE I -
Currículo de artes visuais 
OBJETIVOS DA TEMÁTICA:
1. Identificar os elementos que compõem o currículo de artes visuais no 
sistema escolar;
2. Reconhecer a importância desse currículo no processo de construção do 
saber;
3. Verificar esse currículo no sistema de educação nacional.
UNIDADE I -
Currículo de artes visuais 
Conteúdo disciplinar em constante 
mutação.
O arte-educador deverá estar atento às 
mudanças nas teorias e práticas 
educacionais e na própria arte. 
Os objetivos serão definidos de acordo com 
os motivos pelos quais se vai ensinar arte 
àqueles alunos.
Os conteúdos deverão estar ligados aos 
eixos básicos do ensino da arte: fazer, 
apreciar e refletir
Elementos que 
compõem o currículo de 
artes visuais na escola
UNIDADE I -
Currículo de artes visuais 
Os conteúdos, segundo a ótica do educador e filósofo catalão Zabala (1998), 
podem ser relacionados da seguinte forma:
1. Conceitos, fatos e princípios aos aspectos cognitivos; 2. Procedimentos a 
ordem dos resultados; 3. Observação, valores e atitudes ao plano da 
subjetividade, afetividade, sensibilidade e das relações.
UNIDADE I -
Currículo de artes visuais 
A importância deste 
currículo no processo de 
construção do saber
UNIDADE I -
Currículo de artes visuais 
• CONCEITOS - Na construção dos conceitos, você deverá levar em
consideração a evolução gradativa do indivíduo neste quesito. Tentar fazer
uma criança entender conceitos complexos de arte conceitual –
simplesmente lhe ditando o que se encontra em um importante dicionário
ou livro de história da arte, por exemplo – acabará em algo que passará por
ela sem nenhum real significado;
• PROCEDIMENTOS - Os procedimentos são muito importantes para o real
entendimento de vários conteúdos de artes. Ao ensinar determinado
conceito da história da arte, por exemplo – além de contemporizar –,
associar a algum fazer ligado àquele conteúdo.
UNIDADE I -
Currículo de artes visuais 
• VALORES E ATITUDES - Segundo a arte educadora Iavelberg (2011), “[...] os
valores e as atitudes são aprendidos pela interação com os outros. Bons
modelos favorecem a incorporação de condutas e sentimentos de respeito
mútuo, valorização da diversidade e reconhecimento das especificidades
das culturas.”
• AVALIAÇÃO - A avaliação em arte é, na maioria das vezes, subjetiva. Nos
outros saberes aprendidos na escola, normalmente é verificado se os
conteúdos foram entendidos pelos alunos com provas escritas, textos ou
cálculos escritos. Em artes, as avaliações podem ser oportunidades de
fazeres que aumentarão o aprendizado e o reconhecimento, por parte do
aluno, dos conceitos e procedimentos vistos anteriormente em aula.
UNIDADE I -
Currículo de artes visuais 
A importância do conteúdo de artes no Brasil
Desde 1971, quando foi determinada a implantação do conteúdo de 
Educação Artística nas escolas brasileiras, até hoje, muitas mudanças 
ocorreram em seu conteúdo, e sua importância na escola e na vida dos 
estudantes brasileiros cresceu, principalmente depois de definida como 
conteúdo obrigatório no ensino fundamental e médio pelas Leis de Diretrizes 
de Base da Educação, 1996.
UNIDADE I -
O perfil do educador das artes na escola
OBJETIVOS DA TEMÁTICA:
1. Reconhecer o que é mediação, método que caracteriza o atual educador 
de arte;
2. Definir como aplicar o método mediático;
3. Resolver e aplicar o método deste capítulo a partir dos desafios e 
exercícios disponibilizado.
UNIDADE I –
O perfil do educador das artes na escola
O estudo de arte é importantíssimo 
para a formação criativa e sensível do 
ser humano. Para acessar o aluno é 
necessário vivenciar a arte juntamente 
com ele, agindo como um intermediário 
do conteúdo aplicado. O nome que se 
dá a isso é mediação. 
UNIDADE I –
O perfil do educador das artes na escola
Mediação em arte como ferramenta 
metodológica.
Mediação: do museu para a sala de aula
A mediação em arte é geralmente relacionada ao
trabalho de educadores em museus e espaços
expositivos de arte, mas seu método se expande
em várias áreas, principalmente nas relacionadas à
educação. Ela data do século XVIII, juntamente
com o surgimento dos museus e da crítica de arte.
As exposições e a crítica de arte são ferramentas
de ligação sociocultural, que têm o intuito de
aproximar a sociedade da arte, utilizando a
mediação como instrumento e método.
UNIDADE I –
O perfil do educador das artes na escola
O modelo de alguém que não simplesmente
explane sobre o assunto, mas que traga o
aluno/expectador para a “conversa” com a
obra/artista é pensado e aplicado no MoMA –
The Museum Of Modern Art (Museu de Arte
Moderna, de Nova York) e no The Cleveland
Museum Of Art (Museu de Cleveland), ambos
localizados nos Estados Unidos. Essas instituições
iniciaram o trabalho de pensar a arte-educação
em museus, baseadas nos ideais e estudos do
pedagogo estadunidense John Dewey (Figura 1),
que tinha o intuito de aproximar a arte dos
trabalhadores que viviam uma fase de tristeza
devido à Crise de 1929 – período também
conhecido como a Grande Depressão. (BARBOSA,
1989).
The Cleveland Museum Of Art
UNIDADE I –
O perfil do educador das artes na escola
Afirmativa: a mais utilizada 
durante a história da mediação 
em arte. Consiste no uso do 
texto do curador para narrar e 
impor ao público uma única 
verdade com relação às 
exposições.
Reprodutiva: a ideia de público 
multiplicador. Tem a 
preocupação em formar novos 
consumidores de arte, para que, 
no futuro, não os perca para 
novas alternativas de lazer.
Desconstrutiva: trabalha de 
forma crítica, inspirada nos 
novos olhares surgidos nos anos 
de 1960 na arte e no mundo, 
com uma função questionadora 
do discurso institucionalizado 
nos museus tradicionais.
Transformativa: a mais utópica 
de todas; transfere ao mediador 
o papel de tentar modificar e 
melhorar a vida do público, ao 
mesmo tempo em que procura 
ampliar as funcionalidades do 
museu
MODELOS DE MEDIADOR
UNIDADE I –
O perfil do educador das artes na escola
A experiência como instrumento mediático
A heterogeneidade dos grupos é que aumenta a complexidade do cargo. Como 
todo educador, o mediador aplicará o seu conhecimento e a sua ação mediática 
a públicos de classes sociais diversas (no caso de algumas escolas, por exemplo, às 
vezes dentro de um mesmo grupo), de todas as faixas etárias e de todos os níveis 
educacionais; construirá seu discurso e utilizará objetos pedagógicos (ou não) 
baseados em cada caso que surgir. Mas, mais importante do que tudo isso, o 
mediador deverá ter uma preocupação com a experiência do aluno. 
O educador de arte deve priorizar a experiência que o aluno deve ter com o 
conteúdo apresentado. Ao fazê-lo experimentar, você possibilita ao aluno 
contextualizar e assimilar o conhecimento com maior facilidade e prazer.
UNIDADE I –
O perfil do educador das artes na escola
Durante anos, o ensino de artes no Brasil foi concebido como 
um simples instrumento de descanso entre as outras disciplinas, 
uma forma de lazer, não sendo considerado como conteúdo 
importante na formação dos indivíduos. 
Ainda hoje, em alguns ambientes escolares esse paradigma está 
presente, o que torna fundamental o trabalho do educador das 
artes na escola no sentido de eliminar esses mitos pedagógicos e 
de melhorar a experiência do aluno nessa disciplina.
O professor/mediador exercita no aluno o pensar, o 
problematizar, o criar, o seu “[...] sensível olhar pensante [....]” 
(MARTINS, 1996, p. 21), fugindo de armadilhas cartesianas de 
leitura de imagens a partir de perguntas preestabelecidas como 
“o que você está vendo nesta obra?” ou “o que o artista queria 
dizer?”. 
O arte-educador deve ser, antes de tudo, um provocador, 
apresentando problemas e dúvidas aos alunos, e também deve 
ser capaz de mediar as diferentes respostas dentro do grupo, 
ajudando-o a criar um conhecimento coletivo por meio dessas 
trocas
A mediação naescola
UNIDADE I –
O perfil do educador das artes na escola
O papel dos professores é importante
para que os alunos aprendam a fazer arte
e a gostar dela ao longo da vida. Tal gosto
por aprender nasce também da
qualidade da mediação que os
professores realizam entre os aprendizes
e a arte. Tal ação envolve aspectos
cognitivos e afetivos que passam pela
relação professor/aluno e aluno/aluno,
estendendo-se a todos os tipos de
relações que se articulam no ambiente
escolar. (IAVELBERG, 2003, p. 10).
UNIDADE I -
Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa
OBJETIVOS DA TEMÁTICA:
1. Conhecer as pesquisas feitas pela arte-educadora Ana Mae Barbosa sobre 
o perfil da educação de arte nas escolas brasileiras, pós-ditadura Civil-Militar, 
além de seus métodos de aprendizagem (Proposta Triangular);
2. Identificar os problemas encontrados por arte-educadores dos anos de 
1980 (e ainda presente hoje) em sala de aula;
3. Diferenciar as possibilidades de mudança na arte-educação brasileira a 
partir do olhar de Ana Mae Barbosa, na ótica do período de 1989.
UNIDADE I -
Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa
Biografia
Ana Mae Barbosa, carioca de nascimento, foi criada pelos avós em
Pernambuco – após ficar órfã de mãe. De família historicamente
tradicional, sempre se opuseram ao fato de sua neta fazer o ensino
superior – Medicina era o seu sonho. Na época, mulher deveria ser
professora primária ou esposa. Ela optou pelo magistério, apesar de
achar o modelo vigente de sala de aula algo muito opressor, coisa que ia
contra seus princípios.
No estudo do magistério, entretanto, acabou por ser aluna de alguém
que pensava nas possíveis mudanças do ensino formal, ensinando-lhe –
não somente ela, mas educadores do mundo inteiro – que a educação
pode ser libertadora - Paulo Freire. Ela começa sua formação em arte
pela Escolinha de Arte de Recife e, para fugir da ditadura civil-militar,
muda-se para São Paulo, e de lá para os Estados Unidos, de onde
retorna como a primeira Doutora em Arte-Educação do Brasil,
começando a comandar pesquisas na Escola de Comunicação e Arte da
USP (Universidade de São Paulo).
UNIDADE I -
Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa
No ano de 1971 –
durante o governo do 
ditador Emílio 
Garrastazu Médici e do 
Ministro da Educação e 
Cultura, Jarbas 
Passarinho –, em uma 
iniciativa do projeto 
MEC-USAID – em que o 
ensino brasileiro deveria 
se adequar ao aplicado 
nos Estados Unidos –, 
são abolidos vários 
conteúdos (como 
Filosofia e História) e é 
incluída a atividade de 
arte nas escolas 
brasileiras (Lei Federal 
n° 5.692/71 – Lei de 
Diretrizes e Bases da 
Educação).
Movimentos como o das 
Escolinhas de Arte, que 
iniciaram em 1948, já 
trabalhavam a 
autoexpressão da 
criança e do 
adolescente, mas só 
havia 32 escolas 
particulares (em 1971) 
por todo o país, e elas 
tinham o intuito de 
formar artistas, não 
professores de arte. 
Nas escolas públicas, 
somente eram 
admitidos professores 
com formação 
universitária. O primeiro 
curso de Licenciatura 
em Educação Artística 
surge em 1973, com 
duração de 2 anos, no 
qual o futuro professor 
aprendia a lecionar 
sobre música, teatro, 
artes visuais, desenho, 
dança e desenho 
geométrico, tudo ao 
mesmo tempo, para 
turmas de 1ª a 8ª série 
(Ensino Fundamental) e, 
em alguns casos, para 
turmas do 2º grau 
(Ensino Médio).
Em 1989, já havia 78 
cursos de Licenciatura 
em Educação Artística 
nas universidades 
brasileiras que seguiam 
os mesmos moldes de 
currículo instituídos 
durante a ditadura.
UNIDADE I -
Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa
Criatividade não era parte do currículo comum de 
formação desses professores. 
As atividades comuns em sala de aula ficaram 
restritas às do desenho geométrico, o laissez-faire 
(desenho livre), folhas para colorir, variação de 
técnicas e o desenho de observação, ou seja, não 
havia evolução para a arte dentro das escolas 
públicas brasileiras
Antes da LDB de 1996, não era exigida nota para 
as atividades dos alunos nas aulas de educação 
artística, já que ela era somente uma atividade 
sem uma função realmente classificada como 
importante para a formação da criança e do 
adolescente. 
A apreciação de obras e o próprio conhecimento 
de História da Arte era inexistente.
Pesquisas
UNIDADE I -
Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa
A década de 1980 foi 
caracterizada por 
movimentos de crítica à 
educação geral produzida 
durante os anos da ditadura 
civil-militar no Brasil (1964–
1983).
Um marco para a história 
destes movimentos é a 
Semana de Arte e Ensino (15 
a 19 de setembro de 1980), 
ocorrido na USP:
RESULTADOS:
1. Imobilização e isolamento 
do ensino de arte; 2. As 
políticas educacionais 
adotadas para artes e arte-
educação; 3. Ação cultural 
dos educadores na realidade 
brasileira; e Baixa qualidade 
na formação dos 
profissionais.
Na Constituição de 1988, no 
artigo 206, parágrafo II, fica 
definido que: “O ensino 
tomará lugar sobre os 
seguintes princípios [...]. II –
Liberdade para aprender, 
ensinar e disseminar 
pensamento, arte e 
conhecimento”. 
Movimentos em defesa da arte-educação
UNIDADE I -
Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa
Avanços educacionais no ensino de artes
O pioneirismo na formação de arte-educadores pode ser marcado pelo Festival de Campos de Jordão,
em 1983, organizado por Claudia Toni, Gláucia Amaral e Ana Mae Barbosa. O festival conectava análise
de obra, história da arte e trabalho prático. Foram oferecidos cursos para 400 professores, que
poderiam escolher 4 entre 25 práticos e 7 teóricos. Alguns cursos ministrados foram:
1. Apreciação artística (estética): da cidade, música local, pintores e escultores locais, grupos de
dança, etc.;
2. Leitura de imagem (móveis): imagens televisivas;
3. Leitura de imagem (fixa): pinturas e esculturas do palácio de inverno do governador, segunda maior
coleção de arte moderna brasileira, fechada para o público até então;
4. Leitura de imagem (impressa): arte-xerox.
UNIDADE I -
Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa
Avanços educacionais no ensino de artes
Apesar desses avanços, Barbosa (1989) enfatiza a 
resistência por parte dos próprios educadores de 
arte em suas iniciativas, principalmente as 
professoras de 1ª a 4ª série (em 1983, 
basicamente todas eram mulheres, e 50% destas 
professoras primárias estudaram somente até a 4ª 
série). O perfil dessas educadoras era de limitar os 
alunos a atividades como folhas para colorir em 
datas especiais, como no Dia das mães ou da 
Independência...
UNIDADE I -
Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa
Avanços educacionais no ensino de artes
Ana Mae Barbosa sofreu muita resistência com o método nas palestras que deu para arte-educadores 
por todo o Brasil, principalmente na questão das releituras de obras de arte, vista pelos que seguem a 
tendência expressionista (autoexpressão, laissez-faire) como limitador para o aluno. Nesse caso, ela 
apresentou vários artistas que criaram suas obras a partir de outras obras de períodos anteriores ao 
seus, as várias leituras da “Vênus de Giorgioni” (de Ticiano a Manet). 
Sua ideia era convencer seus críticos de:
1. Que, se o artista utiliza imagens de outros artistas, por que sonegar imagens às crianças? 2. Que, se 
nós preparamos as crianças para lerem imagens produzidas por artistas, estamos preparando-as para ler 
as imagens que as cercam em seu meio ambiente. 3. Que a percepção pura da criança, sem influência de 
imagens, não existe realmente, uma vez que está provado que 80% de nosso conhecimento informal 
vem por imagens. 4. Que, no aprendizado artístico, a mimese está presente no sentido grego “procura 
por similaridade” e não como cópia.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
OBJETIVOS DA TEMÁTICA:
1. Apreender a trajetória da legislação;
2. Reconhecer o conceito das artes na educação;
3. Analisar a construção das metodologias das artes.UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
A legislação no ensino de artes
A história do ensino de artes no Brasil 
teve seu início no processo de 
colonização, com os Padres Jesuítas. O 
ensino se dava por processos informais, 
através de oficinas de artesões, e 
utilizava-se as técnicas artísticas como 
instrumento pedagógico para a catequese 
dos povos indígenas.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
A legislação no ensino de artes
Já a formalização do ensino das artes ocorreu 
logo após a Família Imperial Portuguesa chegar 
ao Brasil, com a implementação da Academia 
Imperial de Belas Artes, em 1816, sob tutela da 
Missão Artística Francesa. Predominava o ensino 
do exercício do desenho dos modelos vivos, da 
estamparia e a produção de retratos, sempre 
obedecendo a um conjunto de regras 
rigorosamente técnicas. O ingresso ao estudo 
das artes era permitido somente a uma pequena 
elite. Principalmente na década de 1870, o 
ensino de artes voltou-se apenas para a 
formação de desenhistas. 
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
A legislação no ensino de artes
A partir de 1920, o ensino de artes foi incluído 
no currículo escolar como atividade de apoio a 
outras disciplinas escolares, porém prevaleceu o 
exercício das cópias. O ano de 1922 tornou-se o 
marco transformador do ensino de artes na 
escola com a Semana de Arte Moderna, que 
trazia o ideal da livre expressão preconizado por 
Mário de Andrade e Anita Malfatti. Esse ideário 
transformava a atividade de arte em expressão 
dos sentimentos da criança: a arte não precisava 
ser ensinada, mas expressada livremente pelos 
alunos.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
A legislação no ensino de artes
Em 1948, Augusto Rodrigues, Margaret 
Spencer e Lucia Valentim fundaram, no Rio 
de Janeiro, a Escolinha de Arte do Brasil –
EAB, que posteriormente seria transformada 
no Movimento de Escolinhas de Arte – MEA, 
um conjunto de 140 escolinhas de arte 
espalhado por todo e território nacional e 
expandindo-se para as cidades de Assunção, 
Paraguai; Lisboa, Portugal; e Buenos Aires e 
Rosário, Argentina. O MEA tinha a proposta 
de educar pela arte.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
A legislação no ensino de artes
Nos anos 1950 e 60, o desenho permanece 
como conteúdo, mas são acrescentados ao 
currículo escolar o canto orfeônico, a música 
e os trabalhos manuais, tendo como 
metodologia a transmissão de conteúdos a 
serem reproduzidos, próprios da pedagogia 
tradicional.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
A legislação no ensino de artes
A Lei nº 5.692/71, que instituiu a 
obrigatoriedade do ensino de artes na escola 
com a rubrica de Educação Artística, tinha como 
fundamento dar ao currículo um caráter 
humanista. Durante toda a vigência da Lei nº 
5.692/71, as aulas de educação artística foram 
ministradas por professores de outras áreas de 
ensino sem o devido conhecimento que o ensino 
de arte exige e desprovidos de quaisquer 
aparatos de uma matriz teórica que 
fundamentasse suas práticas.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
A legislação no ensino de artes
Os anos de 1980 foram repletos de 
discussões sobre os novos rumos que seriam 
tomados no cenário educacional brasileiro, 
estando o ensino de arte como um dos 
pontos de culminância dos arte-educadores 
do país, que ergueram uma luta política e 
epistemológica em favor do ensino de arte 
na escola. A obrigatoriedade do ensino de 
artes enquanto disciplina do currículo 
escolar é conquistada a partir da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
A legislação no ensino de artes
Para orientar as bases curriculares dessa
modalidade de ensino, o Ministério da Educação
e Cultura (MEC) elaborou e divulgou
amplamente os Parâmetros Curriculares
Nacionais de Arte (BRASIL, 1997, p. 19), que, em
sua introdução, dá ênfase ao papel e lugar da
disciplina ao afirmar que a:
“[...] Arte tem uma função tão importante 
quanto à dos outros conhecimentos no 
processo de ensino aprendizagem. A área de 
Arte está relacionada com as demais áreas e 
tem suas especificidades.”
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
A legislação no ensino de artes
Em 18 de agosto de 2008, é sancionada a Lei
nº 11.769, que estabelece a obrigatoriedade
do ensino de música nas escolas de
educação básica. A aprovação da Lei foi, sem
dúvida, uma grande conquista para a área de
educação musical no País. Todavia, havia
também grandes desafios que precisavam
ser enfrentados para que pudessem, de fato,
ter propostas consistentes de ensino de
música nas escolas de educação básica.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
A legislação no ensino de artes
Em 2016, é sancionada a Lei nº 13.278, que
inclui, de forma obrigatória, a disciplina de
artes do ensino básico brasileiro. Temas de
dança, artes visuais e teatro deverão ser
incorporados ao currículo da disciplina.
Antes, a lei só previa música. As regras
propostas pelo projeto começaram a valer
tanto para escolas públicas quanto
particulares.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
Atualmente, o ensino de artes está composto por: 
Artes plásticas Artes Cênicas Dança Música
Se essas modalidades forem bem orientadas na escola, haverá participação e interesse por 
parte dos educandos. Além disso, os alunos podem se interessar por produzir arte com/a partir 
da inclusão das novas mídias, tanto na criação como na fruição.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
Conceito das artes na educação
Antropólogos, arqueólogos, historiadores, filósofos, linguistas e outros 
pesquisadores tentam, há muito tempo, desvendar a origem da humanidade. 
A despeito das conclusões das pesquisas científicas, uma coisa permanece 
como fato: ao aparecimento do homem está diretamente associado ao 
aparecimento das formas simbólicas, isto é, da religião, da língua e da arte.
O conceito de arte pode variar tanto na forma de ser produzida como na de 
ser recebida, afinal ela é o resultado da cultura de cada povo, dos valores, dos 
anseios e da subjetividade humana.
Conceito das artes na educação
“Arte é uma linguagem por meio da qual 
damos conta do mundo, principalmente por 
meio da imagem, que pode ser uma peça de 
teatro, uma campanha publicitária ou uma 
embalagem de produto no supermercado 
[...]”, Barbosa (2002)
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
Metodologia em Artes
Cabe à escola difundir os conteúdos vivos, concretos, indissoluvelmente 
ligados às realidades sociais. Os métodos de ensino não partem de um saber 
espontâneo, mas de uma relação direta com a experiência do aluno 
confrontada com o saber trazido de fora; o professor é mediador da relação 
pedagógica – um elemento insubstituível. É pela presença do professor que se 
torna possível uma “ruptura” entre a experiência pouco elaborada e dispersa 
dos alunos rumo aos conteúdos culturais universais, permanentemente 
reavaliados frente às realidades sociais.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos
Metodologia em Artes
Tem-se buscado elaborar, discutir e explicitar, então, uma “Pedagogia Histórica 
Crítica”, ou seja, uma prática e teoria da educação escolar mais realista, mais 
“Crítico-Social dos Conteúdos”, sem se deixar de consideraras contribuições 
das outras perspectivas pedagógicas. Essa pedagogia escolar procura propiciar 
a todos os estudantes o acesso e contato com os conhecimentos culturais 
básicos e necessários para uma prática social viva e transformadora.
UNIDADE I -
Legislação, conceituação e metodologias no ensino de 
artes: construtos históricos

Continue navegando