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Metodologia do Ensino de Artes WEBCONFERÊNCIA I CYNTHIA PORTO UNIDADE I - Currículo de artes visuais OBJETIVOS DA TEMÁTICA: 1. Identificar os elementos que compõem o currículo de artes visuais no sistema escolar; 2. Reconhecer a importância desse currículo no processo de construção do saber; 3. Verificar esse currículo no sistema de educação nacional. UNIDADE I - Currículo de artes visuais Conteúdo disciplinar em constante mutação. O arte-educador deverá estar atento às mudanças nas teorias e práticas educacionais e na própria arte. Os objetivos serão definidos de acordo com os motivos pelos quais se vai ensinar arte àqueles alunos. Os conteúdos deverão estar ligados aos eixos básicos do ensino da arte: fazer, apreciar e refletir Elementos que compõem o currículo de artes visuais na escola UNIDADE I - Currículo de artes visuais Os conteúdos, segundo a ótica do educador e filósofo catalão Zabala (1998), podem ser relacionados da seguinte forma: 1. Conceitos, fatos e princípios aos aspectos cognitivos; 2. Procedimentos a ordem dos resultados; 3. Observação, valores e atitudes ao plano da subjetividade, afetividade, sensibilidade e das relações. UNIDADE I - Currículo de artes visuais A importância deste currículo no processo de construção do saber UNIDADE I - Currículo de artes visuais • CONCEITOS - Na construção dos conceitos, você deverá levar em consideração a evolução gradativa do indivíduo neste quesito. Tentar fazer uma criança entender conceitos complexos de arte conceitual – simplesmente lhe ditando o que se encontra em um importante dicionário ou livro de história da arte, por exemplo – acabará em algo que passará por ela sem nenhum real significado; • PROCEDIMENTOS - Os procedimentos são muito importantes para o real entendimento de vários conteúdos de artes. Ao ensinar determinado conceito da história da arte, por exemplo – além de contemporizar –, associar a algum fazer ligado àquele conteúdo. UNIDADE I - Currículo de artes visuais • VALORES E ATITUDES - Segundo a arte educadora Iavelberg (2011), “[...] os valores e as atitudes são aprendidos pela interação com os outros. Bons modelos favorecem a incorporação de condutas e sentimentos de respeito mútuo, valorização da diversidade e reconhecimento das especificidades das culturas.” • AVALIAÇÃO - A avaliação em arte é, na maioria das vezes, subjetiva. Nos outros saberes aprendidos na escola, normalmente é verificado se os conteúdos foram entendidos pelos alunos com provas escritas, textos ou cálculos escritos. Em artes, as avaliações podem ser oportunidades de fazeres que aumentarão o aprendizado e o reconhecimento, por parte do aluno, dos conceitos e procedimentos vistos anteriormente em aula. UNIDADE I - Currículo de artes visuais A importância do conteúdo de artes no Brasil Desde 1971, quando foi determinada a implantação do conteúdo de Educação Artística nas escolas brasileiras, até hoje, muitas mudanças ocorreram em seu conteúdo, e sua importância na escola e na vida dos estudantes brasileiros cresceu, principalmente depois de definida como conteúdo obrigatório no ensino fundamental e médio pelas Leis de Diretrizes de Base da Educação, 1996. UNIDADE I - O perfil do educador das artes na escola OBJETIVOS DA TEMÁTICA: 1. Reconhecer o que é mediação, método que caracteriza o atual educador de arte; 2. Definir como aplicar o método mediático; 3. Resolver e aplicar o método deste capítulo a partir dos desafios e exercícios disponibilizado. UNIDADE I – O perfil do educador das artes na escola O estudo de arte é importantíssimo para a formação criativa e sensível do ser humano. Para acessar o aluno é necessário vivenciar a arte juntamente com ele, agindo como um intermediário do conteúdo aplicado. O nome que se dá a isso é mediação. UNIDADE I – O perfil do educador das artes na escola Mediação em arte como ferramenta metodológica. Mediação: do museu para a sala de aula A mediação em arte é geralmente relacionada ao trabalho de educadores em museus e espaços expositivos de arte, mas seu método se expande em várias áreas, principalmente nas relacionadas à educação. Ela data do século XVIII, juntamente com o surgimento dos museus e da crítica de arte. As exposições e a crítica de arte são ferramentas de ligação sociocultural, que têm o intuito de aproximar a sociedade da arte, utilizando a mediação como instrumento e método. UNIDADE I – O perfil do educador das artes na escola O modelo de alguém que não simplesmente explane sobre o assunto, mas que traga o aluno/expectador para a “conversa” com a obra/artista é pensado e aplicado no MoMA – The Museum Of Modern Art (Museu de Arte Moderna, de Nova York) e no The Cleveland Museum Of Art (Museu de Cleveland), ambos localizados nos Estados Unidos. Essas instituições iniciaram o trabalho de pensar a arte-educação em museus, baseadas nos ideais e estudos do pedagogo estadunidense John Dewey (Figura 1), que tinha o intuito de aproximar a arte dos trabalhadores que viviam uma fase de tristeza devido à Crise de 1929 – período também conhecido como a Grande Depressão. (BARBOSA, 1989). The Cleveland Museum Of Art UNIDADE I – O perfil do educador das artes na escola Afirmativa: a mais utilizada durante a história da mediação em arte. Consiste no uso do texto do curador para narrar e impor ao público uma única verdade com relação às exposições. Reprodutiva: a ideia de público multiplicador. Tem a preocupação em formar novos consumidores de arte, para que, no futuro, não os perca para novas alternativas de lazer. Desconstrutiva: trabalha de forma crítica, inspirada nos novos olhares surgidos nos anos de 1960 na arte e no mundo, com uma função questionadora do discurso institucionalizado nos museus tradicionais. Transformativa: a mais utópica de todas; transfere ao mediador o papel de tentar modificar e melhorar a vida do público, ao mesmo tempo em que procura ampliar as funcionalidades do museu MODELOS DE MEDIADOR UNIDADE I – O perfil do educador das artes na escola A experiência como instrumento mediático A heterogeneidade dos grupos é que aumenta a complexidade do cargo. Como todo educador, o mediador aplicará o seu conhecimento e a sua ação mediática a públicos de classes sociais diversas (no caso de algumas escolas, por exemplo, às vezes dentro de um mesmo grupo), de todas as faixas etárias e de todos os níveis educacionais; construirá seu discurso e utilizará objetos pedagógicos (ou não) baseados em cada caso que surgir. Mas, mais importante do que tudo isso, o mediador deverá ter uma preocupação com a experiência do aluno. O educador de arte deve priorizar a experiência que o aluno deve ter com o conteúdo apresentado. Ao fazê-lo experimentar, você possibilita ao aluno contextualizar e assimilar o conhecimento com maior facilidade e prazer. UNIDADE I – O perfil do educador das artes na escola Durante anos, o ensino de artes no Brasil foi concebido como um simples instrumento de descanso entre as outras disciplinas, uma forma de lazer, não sendo considerado como conteúdo importante na formação dos indivíduos. Ainda hoje, em alguns ambientes escolares esse paradigma está presente, o que torna fundamental o trabalho do educador das artes na escola no sentido de eliminar esses mitos pedagógicos e de melhorar a experiência do aluno nessa disciplina. O professor/mediador exercita no aluno o pensar, o problematizar, o criar, o seu “[...] sensível olhar pensante [....]” (MARTINS, 1996, p. 21), fugindo de armadilhas cartesianas de leitura de imagens a partir de perguntas preestabelecidas como “o que você está vendo nesta obra?” ou “o que o artista queria dizer?”. O arte-educador deve ser, antes de tudo, um provocador, apresentando problemas e dúvidas aos alunos, e também deve ser capaz de mediar as diferentes respostas dentro do grupo, ajudando-o a criar um conhecimento coletivo por meio dessas trocas A mediação naescola UNIDADE I – O perfil do educador das artes na escola O papel dos professores é importante para que os alunos aprendam a fazer arte e a gostar dela ao longo da vida. Tal gosto por aprender nasce também da qualidade da mediação que os professores realizam entre os aprendizes e a arte. Tal ação envolve aspectos cognitivos e afetivos que passam pela relação professor/aluno e aluno/aluno, estendendo-se a todos os tipos de relações que se articulam no ambiente escolar. (IAVELBERG, 2003, p. 10). UNIDADE I - Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa OBJETIVOS DA TEMÁTICA: 1. Conhecer as pesquisas feitas pela arte-educadora Ana Mae Barbosa sobre o perfil da educação de arte nas escolas brasileiras, pós-ditadura Civil-Militar, além de seus métodos de aprendizagem (Proposta Triangular); 2. Identificar os problemas encontrados por arte-educadores dos anos de 1980 (e ainda presente hoje) em sala de aula; 3. Diferenciar as possibilidades de mudança na arte-educação brasileira a partir do olhar de Ana Mae Barbosa, na ótica do período de 1989. UNIDADE I - Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa Biografia Ana Mae Barbosa, carioca de nascimento, foi criada pelos avós em Pernambuco – após ficar órfã de mãe. De família historicamente tradicional, sempre se opuseram ao fato de sua neta fazer o ensino superior – Medicina era o seu sonho. Na época, mulher deveria ser professora primária ou esposa. Ela optou pelo magistério, apesar de achar o modelo vigente de sala de aula algo muito opressor, coisa que ia contra seus princípios. No estudo do magistério, entretanto, acabou por ser aluna de alguém que pensava nas possíveis mudanças do ensino formal, ensinando-lhe – não somente ela, mas educadores do mundo inteiro – que a educação pode ser libertadora - Paulo Freire. Ela começa sua formação em arte pela Escolinha de Arte de Recife e, para fugir da ditadura civil-militar, muda-se para São Paulo, e de lá para os Estados Unidos, de onde retorna como a primeira Doutora em Arte-Educação do Brasil, começando a comandar pesquisas na Escola de Comunicação e Arte da USP (Universidade de São Paulo). UNIDADE I - Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa No ano de 1971 – durante o governo do ditador Emílio Garrastazu Médici e do Ministro da Educação e Cultura, Jarbas Passarinho –, em uma iniciativa do projeto MEC-USAID – em que o ensino brasileiro deveria se adequar ao aplicado nos Estados Unidos –, são abolidos vários conteúdos (como Filosofia e História) e é incluída a atividade de arte nas escolas brasileiras (Lei Federal n° 5.692/71 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação). Movimentos como o das Escolinhas de Arte, que iniciaram em 1948, já trabalhavam a autoexpressão da criança e do adolescente, mas só havia 32 escolas particulares (em 1971) por todo o país, e elas tinham o intuito de formar artistas, não professores de arte. Nas escolas públicas, somente eram admitidos professores com formação universitária. O primeiro curso de Licenciatura em Educação Artística surge em 1973, com duração de 2 anos, no qual o futuro professor aprendia a lecionar sobre música, teatro, artes visuais, desenho, dança e desenho geométrico, tudo ao mesmo tempo, para turmas de 1ª a 8ª série (Ensino Fundamental) e, em alguns casos, para turmas do 2º grau (Ensino Médio). Em 1989, já havia 78 cursos de Licenciatura em Educação Artística nas universidades brasileiras que seguiam os mesmos moldes de currículo instituídos durante a ditadura. UNIDADE I - Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa Criatividade não era parte do currículo comum de formação desses professores. As atividades comuns em sala de aula ficaram restritas às do desenho geométrico, o laissez-faire (desenho livre), folhas para colorir, variação de técnicas e o desenho de observação, ou seja, não havia evolução para a arte dentro das escolas públicas brasileiras Antes da LDB de 1996, não era exigida nota para as atividades dos alunos nas aulas de educação artística, já que ela era somente uma atividade sem uma função realmente classificada como importante para a formação da criança e do adolescente. A apreciação de obras e o próprio conhecimento de História da Arte era inexistente. Pesquisas UNIDADE I - Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa A década de 1980 foi caracterizada por movimentos de crítica à educação geral produzida durante os anos da ditadura civil-militar no Brasil (1964– 1983). Um marco para a história destes movimentos é a Semana de Arte e Ensino (15 a 19 de setembro de 1980), ocorrido na USP: RESULTADOS: 1. Imobilização e isolamento do ensino de arte; 2. As políticas educacionais adotadas para artes e arte- educação; 3. Ação cultural dos educadores na realidade brasileira; e Baixa qualidade na formação dos profissionais. Na Constituição de 1988, no artigo 206, parágrafo II, fica definido que: “O ensino tomará lugar sobre os seguintes princípios [...]. II – Liberdade para aprender, ensinar e disseminar pensamento, arte e conhecimento”. Movimentos em defesa da arte-educação UNIDADE I - Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa Avanços educacionais no ensino de artes O pioneirismo na formação de arte-educadores pode ser marcado pelo Festival de Campos de Jordão, em 1983, organizado por Claudia Toni, Gláucia Amaral e Ana Mae Barbosa. O festival conectava análise de obra, história da arte e trabalho prático. Foram oferecidos cursos para 400 professores, que poderiam escolher 4 entre 25 práticos e 7 teóricos. Alguns cursos ministrados foram: 1. Apreciação artística (estética): da cidade, música local, pintores e escultores locais, grupos de dança, etc.; 2. Leitura de imagem (móveis): imagens televisivas; 3. Leitura de imagem (fixa): pinturas e esculturas do palácio de inverno do governador, segunda maior coleção de arte moderna brasileira, fechada para o público até então; 4. Leitura de imagem (impressa): arte-xerox. UNIDADE I - Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa Avanços educacionais no ensino de artes Apesar desses avanços, Barbosa (1989) enfatiza a resistência por parte dos próprios educadores de arte em suas iniciativas, principalmente as professoras de 1ª a 4ª série (em 1983, basicamente todas eram mulheres, e 50% destas professoras primárias estudaram somente até a 4ª série). O perfil dessas educadoras era de limitar os alunos a atividades como folhas para colorir em datas especiais, como no Dia das mães ou da Independência... UNIDADE I - Arte e educação no Brasil – Ana Mae Barbosa Avanços educacionais no ensino de artes Ana Mae Barbosa sofreu muita resistência com o método nas palestras que deu para arte-educadores por todo o Brasil, principalmente na questão das releituras de obras de arte, vista pelos que seguem a tendência expressionista (autoexpressão, laissez-faire) como limitador para o aluno. Nesse caso, ela apresentou vários artistas que criaram suas obras a partir de outras obras de períodos anteriores ao seus, as várias leituras da “Vênus de Giorgioni” (de Ticiano a Manet). Sua ideia era convencer seus críticos de: 1. Que, se o artista utiliza imagens de outros artistas, por que sonegar imagens às crianças? 2. Que, se nós preparamos as crianças para lerem imagens produzidas por artistas, estamos preparando-as para ler as imagens que as cercam em seu meio ambiente. 3. Que a percepção pura da criança, sem influência de imagens, não existe realmente, uma vez que está provado que 80% de nosso conhecimento informal vem por imagens. 4. Que, no aprendizado artístico, a mimese está presente no sentido grego “procura por similaridade” e não como cópia. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos OBJETIVOS DA TEMÁTICA: 1. Apreender a trajetória da legislação; 2. Reconhecer o conceito das artes na educação; 3. Analisar a construção das metodologias das artes.UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos A legislação no ensino de artes A história do ensino de artes no Brasil teve seu início no processo de colonização, com os Padres Jesuítas. O ensino se dava por processos informais, através de oficinas de artesões, e utilizava-se as técnicas artísticas como instrumento pedagógico para a catequese dos povos indígenas. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos A legislação no ensino de artes Já a formalização do ensino das artes ocorreu logo após a Família Imperial Portuguesa chegar ao Brasil, com a implementação da Academia Imperial de Belas Artes, em 1816, sob tutela da Missão Artística Francesa. Predominava o ensino do exercício do desenho dos modelos vivos, da estamparia e a produção de retratos, sempre obedecendo a um conjunto de regras rigorosamente técnicas. O ingresso ao estudo das artes era permitido somente a uma pequena elite. Principalmente na década de 1870, o ensino de artes voltou-se apenas para a formação de desenhistas. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos A legislação no ensino de artes A partir de 1920, o ensino de artes foi incluído no currículo escolar como atividade de apoio a outras disciplinas escolares, porém prevaleceu o exercício das cópias. O ano de 1922 tornou-se o marco transformador do ensino de artes na escola com a Semana de Arte Moderna, que trazia o ideal da livre expressão preconizado por Mário de Andrade e Anita Malfatti. Esse ideário transformava a atividade de arte em expressão dos sentimentos da criança: a arte não precisava ser ensinada, mas expressada livremente pelos alunos. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos A legislação no ensino de artes Em 1948, Augusto Rodrigues, Margaret Spencer e Lucia Valentim fundaram, no Rio de Janeiro, a Escolinha de Arte do Brasil – EAB, que posteriormente seria transformada no Movimento de Escolinhas de Arte – MEA, um conjunto de 140 escolinhas de arte espalhado por todo e território nacional e expandindo-se para as cidades de Assunção, Paraguai; Lisboa, Portugal; e Buenos Aires e Rosário, Argentina. O MEA tinha a proposta de educar pela arte. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos A legislação no ensino de artes Nos anos 1950 e 60, o desenho permanece como conteúdo, mas são acrescentados ao currículo escolar o canto orfeônico, a música e os trabalhos manuais, tendo como metodologia a transmissão de conteúdos a serem reproduzidos, próprios da pedagogia tradicional. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos A legislação no ensino de artes A Lei nº 5.692/71, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de artes na escola com a rubrica de Educação Artística, tinha como fundamento dar ao currículo um caráter humanista. Durante toda a vigência da Lei nº 5.692/71, as aulas de educação artística foram ministradas por professores de outras áreas de ensino sem o devido conhecimento que o ensino de arte exige e desprovidos de quaisquer aparatos de uma matriz teórica que fundamentasse suas práticas. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos A legislação no ensino de artes Os anos de 1980 foram repletos de discussões sobre os novos rumos que seriam tomados no cenário educacional brasileiro, estando o ensino de arte como um dos pontos de culminância dos arte-educadores do país, que ergueram uma luta política e epistemológica em favor do ensino de arte na escola. A obrigatoriedade do ensino de artes enquanto disciplina do currículo escolar é conquistada a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos A legislação no ensino de artes Para orientar as bases curriculares dessa modalidade de ensino, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) elaborou e divulgou amplamente os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (BRASIL, 1997, p. 19), que, em sua introdução, dá ênfase ao papel e lugar da disciplina ao afirmar que a: “[...] Arte tem uma função tão importante quanto à dos outros conhecimentos no processo de ensino aprendizagem. A área de Arte está relacionada com as demais áreas e tem suas especificidades.” UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos A legislação no ensino de artes Em 18 de agosto de 2008, é sancionada a Lei nº 11.769, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas de educação básica. A aprovação da Lei foi, sem dúvida, uma grande conquista para a área de educação musical no País. Todavia, havia também grandes desafios que precisavam ser enfrentados para que pudessem, de fato, ter propostas consistentes de ensino de música nas escolas de educação básica. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos A legislação no ensino de artes Em 2016, é sancionada a Lei nº 13.278, que inclui, de forma obrigatória, a disciplina de artes do ensino básico brasileiro. Temas de dança, artes visuais e teatro deverão ser incorporados ao currículo da disciplina. Antes, a lei só previa música. As regras propostas pelo projeto começaram a valer tanto para escolas públicas quanto particulares. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos Atualmente, o ensino de artes está composto por: Artes plásticas Artes Cênicas Dança Música Se essas modalidades forem bem orientadas na escola, haverá participação e interesse por parte dos educandos. Além disso, os alunos podem se interessar por produzir arte com/a partir da inclusão das novas mídias, tanto na criação como na fruição. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos Conceito das artes na educação Antropólogos, arqueólogos, historiadores, filósofos, linguistas e outros pesquisadores tentam, há muito tempo, desvendar a origem da humanidade. A despeito das conclusões das pesquisas científicas, uma coisa permanece como fato: ao aparecimento do homem está diretamente associado ao aparecimento das formas simbólicas, isto é, da religião, da língua e da arte. O conceito de arte pode variar tanto na forma de ser produzida como na de ser recebida, afinal ela é o resultado da cultura de cada povo, dos valores, dos anseios e da subjetividade humana. Conceito das artes na educação “Arte é uma linguagem por meio da qual damos conta do mundo, principalmente por meio da imagem, que pode ser uma peça de teatro, uma campanha publicitária ou uma embalagem de produto no supermercado [...]”, Barbosa (2002) UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos Metodologia em Artes Cabe à escola difundir os conteúdos vivos, concretos, indissoluvelmente ligados às realidades sociais. Os métodos de ensino não partem de um saber espontâneo, mas de uma relação direta com a experiência do aluno confrontada com o saber trazido de fora; o professor é mediador da relação pedagógica – um elemento insubstituível. É pela presença do professor que se torna possível uma “ruptura” entre a experiência pouco elaborada e dispersa dos alunos rumo aos conteúdos culturais universais, permanentemente reavaliados frente às realidades sociais. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos Metodologia em Artes Tem-se buscado elaborar, discutir e explicitar, então, uma “Pedagogia Histórica Crítica”, ou seja, uma prática e teoria da educação escolar mais realista, mais “Crítico-Social dos Conteúdos”, sem se deixar de consideraras contribuições das outras perspectivas pedagógicas. Essa pedagogia escolar procura propiciar a todos os estudantes o acesso e contato com os conhecimentos culturais básicos e necessários para uma prática social viva e transformadora. UNIDADE I - Legislação, conceituação e metodologias no ensino de artes: construtos históricos
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