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LIVRO- TRATAMENTO DA GAGUEIRA NA CRIANÇA

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Prévia do material em texto

Tratamento da Gagueira na Criança - Exercícias práticos para Construir a Fluência
Copyright O 2012 by Livraria e Editora Revinter Ltda.
tsBN 978-85-372-0426-9
Todos os direitos reservados.
É expressamente proibida a reprodução
deste livro, no seu todo ou em parte,
por quaisquer meios, sem o consentimento
por escrito da Editora.
Contato com as autoras:
REGINA JAKUBoVICS
reg ina.ja kubovicz@infolink.com. br
FERNANDA TAVAREs BASBAUM
fernandabasbaum@ymail.com
llustraçôes:
Páginas113e114
Fonte: Loto des familles - les vacances - um jeu Volumétrix
Páginas117a119
Fonte: "Who does it" riddles - Rainbow Works
CIP.BRASI L. CATALOGAÇÁO-NA-FONTE
SINDICAIO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
J 19r
Jakubovicz, Regina
Tratamento da gagueira na criança : exercícios práticos para construir a
fluência / Regina Jakubovicz, Fernanda Tavares Basbaum. - Rio de Janeiro :
Revinter,2012.
it.
Apêndice
lnclui bibliograÍía
lsBN 978-85-372-0426-9
1. Gagueira em crianças - Diagnóstico. 2. Gagueira em crianças - Tratamen-
to. 3. Distúrbios da fala em crianças. l. Basbaum, Fernanda Tavares. ll. Título.
11-6147 CDD: 618.928554075
CDU:616.89-008.434
A responsabilidade civil e criminal, perante tercêiros e perante a Editora Revinter,
sobre o conteúdo total desta obra, incluindo as ilustraçóes e autor;zações/créditos
correspondentes, é do(s) autor(es) da mesma.
Livraria e Editora REVINTER Ltda.
Rua do Matoso, 170 - Tijuca
20270-135 - Rio de Janeiro - RJ
Iel.: (2 1 ) 2s63-9700 - Fax: (2 1 ) 2563-970j
livra ria@revinter.com. br - www. revinter. com. br
AGRADECIMENTOS
fi os pacientes, pais e terapeutas que têm filhos com problemas de gagueira,
Hq'e vejam a luz na essência deste livro' 
Regina Jakubovicz
uero agradecer, primeiramente, ao meu avô materno, Oscar (in memort-
am), que foi a primeira pessoa que me incentivou a ser fonoaudióloga,
il,( ortando reportagens e textos do Pedro Bloch (rn memoriam). Depois à mi-
nlr,l avó, Detinha, que sempre me apoiou em tudo e nos últimos três anos tem
',rrkr uma guerreira.
Aos meus pais, avós paternos (in memoriam), meus irmãos, meus
',olrrinhos e o que está chegando, aos cunhados, tios, amigos, fonos e terapeu-
t,r',, pelo apoio e compreensão.
Aos meus pacientes queridos, pequenos e grandes, que, sem dúvida, mui-
lo rrre inspiraram.
A Regina, que me convidou para este lindo trabalho e sempre me incenti-
v()u o ensinou muito do que sei.
A minha querida amiga e sócia do consultório, Anna Roitberg Pracownik
Irrr nrcmoriam), que partiu recentemente. Uma fonoaudióloga exemplar que
rrurito me ensinou e com quem tive o privilégio de conviver.
A todos que fazem parte do meu exércitol Obrigada,
Fernanda Tavares Basba u m
"Para ser grande, sê inteíro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínímo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.'
Fernando Pessoa
1
2
3
4
5
6
7
SUMÁHO
PREFACIo
lnrnoouçÃo
lruronvnçÕrs GrRRrs soBRE A GAGUETRA
APRENDIZAGEM.
ATITUDES NECESSÁRIAS PARA ENFRENTAR O PROBLEMA DA GAGUEIRA . . . . . 'I1
AIDENTTFTCAçÃooaGAGUEIRA. . "...15
AJUDARacntaSç4A rDENTrFrcARsua MRTT'RRDEFALAR. . . . . . 23
AJUDARACRTANçAAIDENTIF|CARATENSÂOAo FALAR . " . . . . . .Zg
ExrncÍctosPAR{lqElN4qADtADococtNESrA. ....,...33
ExercíciosArticulatoriosUtilizandoaLíngua .......35
ExercíciosArticulatóriosUtilizandoosLátios .......36
colocaçÃoDAvoz. ......37
Exercícios de Colocação da Voz . . . .31
ExercíciosdeRelaxamento... "....38ExercíciosdeRespiração.... .....39
ExercíciosparaControleFonorrespiratório ........40
Exercícios para a Pontuação e pausa Visando ao ControleFonorrespiratório. .......45
ExercíciosparaMelhoraraeualidadeVocal .......41
Exercícios para obter Vibração das pregas vocais . . . " 49
Exercícios parô a Emissão Súave da Sonorização lnicial . . . . . 49ExercíciosUsandoaslnflexôes .....51
MoDrFrcAÇAoDAFALA .....55
Exercícios de Modificação da Fala e da Sensibilidade . . . . . . . 55ExercíciosUsandooCancelamento.. .....57
IX
1
5
9
vii
ulil SUMARIO
Exercícios para Evitar o Esforço
Exercícios Usando o Bocejo
Exercícios de Pular de Voz Fraca para Voz Forte.
Exercícios para Trabalhar as Sílabas Presa e Solta. .
Exercícios para Aprender a Controlar a Repetição . . .
Exercicios para Suavizar. . . . .
Exercícios para Ensinar a Empurrar o Som
Exercícios de Soprar as Palavras
Exercício de Trocar o Bloqueio pelo Prolongamento ou o
Contato Suave .
Exercícios de Ligamento . . .
Exercícios de Fraseamento . . .
FLEXIBILIDADE DE FALA
Exercícios de Flexibilidade . . .
Exercícios de Flexibilidade com Trava-Línguas. . . . .
ExrncÍcros coM RtrMo
Exercícios de Linguagem . . . .
Linguagem Automática
Jogos de Diálogos.
TEXTOS PARA LEITURA
JoGoS DE CoRRIDA PARA A FTuÊNcIn
AcOITISELHRHaENTo AoS PAIS. .
Como os Pais Podem Ajudar
BIBLIoGRAFIA
ANEXoS
10
64
65
70
72
76
79
82
B5
BB
90
94
99
99
100
'101
107
115
117
121
129
'135
136
141
143
Í'l
12
13
14
15
PREFACIO
o editar Tratamento da Gagueira na Criança - Exercícios Práticos para Construir a
Fluência, as fonoaudiólogas Regina Jakubovicz e Fernanda Tavares Basbaum produ-
ziram um dos trabalhos de maior aplicabilidade prática sobre o tratamento fonoaudiológi-
( o com crianças que gaguejam. A literatura sobre o assunto exigia este relevante auxÍlio
l)dra os profissionais que abraçam a causa da gagueira, e o que agora temos em mãos
l,trá parte de um exclusivo grupo de documentos: o dos que transmitem conhecimentos
rr.ro só aos cientistas estudiosos da plural Fonoaudiologia, mas também aos profissionais
Íonoaudiólogos em sua prática, no seu dia a dia clínlco.
O que credencia o livro de práticas é a larga experiência da professora Regina
l,tkubovicz, que trouxe os conhecimentos adquiridos inicialmente em sua Graduação
lrn Fonoaudiologia no Canadá em 197 4, inaugurando sua vida docente em 1 980 no
Itio de .Janeiro com a disciplina de Fluência. Construiu uma vitoriosa carreira acadêmi-
r ,r, pioneira na bibliografia de gagueira no Brasil, a partir do seu primeiro livro em
l()79, que atualmente está na 6a edição. Tem sido homenageada por grupos repre-
,,r'rrtativos de estudo e clínica da gagueira no Brasil - em especial, pela Sociedade Brasi-
['ira de Fonoaudiologia, em 2008 e 2009, pelo lnstituto Brasileiro de Fluência, junta-
rnente com o Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, no Fórum
t icntífico lnternacional no Rio de Janeiro.
Em seu ativo trabalho, Regina transmite a certeza de que não se deve esperar a
rrr,;talação e o agravamento das rupturas de fala na criança que apresenta disfluência;
;ror isto, as orientações e o tratamento devem ser iniciados o mais precocemente possÉ
vr'1, na fase de desenvolvimento e aprendizagem na inÍância" Suas ideias baseiam-se
rr,r convicção de que as ações profiláticas de orientação e a terapia fonoaudiológtca
1r,rra crianças que iniciam a gagueira a partir de dois anos de idade são, comprovada-
rlonte, importantes no auxÍlio da remissão das rupturas e do restabelecimento da
lIrência. Ela nos ensina, no auge de sua vivência. a não esperarmos inertes pela desco-
lx,rta da(s) causa(s) exata(s) e a natureza da gagueira, mas a tomarmos nas mãos a
l)(,5soa que gagueja e a trabalharmos visando à sua fluência, a partir do conhecimento
rIr.; sintomas de gagueira e de tudo o que ela determina na vida de nosso paciente.
IX
Fernanda Basl,raum e Íorroaudrókrga nas<.irJa no RiL-r rJc Janejro. Alrrencleu corn
sua mestra Rcgina o gosLo pero Lrabalho com g,Jguerrd e, provavelmenrê por isto, rece
beu dela o convite especial para colaborar neste livro. Tambem e uma apaixonada pela
Fonoaudiologia e por tudo que se constrói com o trabalho Íonoaudiológico. Estudiosa,
ministra cursos e também tem em sua vida de trabalho um curriculo dà murta dedica-
ção e empenho em proporcionar o bem-estar das pessoas que buscam a Fonoaudiolo_
gia com esta finalidade.
As descobertas da ciência sobre os comportamentos humanos relacionados com
a linguagem coexistem com as práticas fonoaudrológicas.Para o restabelecimento da
fluência e o bem-estar da criança que gagueja, esta coexistência é bem-vinda e benéfi_
ca Os profissionais especialistas em fluência da fala, a partir dos conhecimentos cientr-
ficos relacionados com a Fonoaudiologia, trabalham suas técnicas, criam exercÍcios,
elaboram ativrdades, capacitam programas em prol da promoção da fluência e da boa
qualidade de vida das pessoas que gaguejam.
Trabalhar com crianças é acompanhar o desenvorvimento na condução do seu
crescimento físico, emocional, lingustico, social e neuropsicomotor. A infância, que
está a favor do tempo, é caminho aberto para conhecer, explorar, descobriç transfor-
mar e ser feliz. Ao nos entregar um livro que congrega estudos teórico-práticos com
exercícios utrlizados no trabalho com crianças que gaguejam, que poderão ser adapta-
dos para o uso terapêutico com os adurtos que gaguejam, Regina e Fernanda pensa
ram, por meio de seu livro, em trazer a felicidade na existência simultânea das dimen-
soes científica, lúdica e ética. parece que conseguiram!
Tendo em mente esta articulação e realizando um trabalho de grande contribui-
ção para nós, fonoaudiólogos, Regina e Fernanda exerceram u 
"r.ritu 
com base na
prática criativa de cada uma e da competência para produzir um instrumento em favor
da ciência: em seu livro encontra,se a associação entre a fluência e os componentes
das Grandes Areas da Fonoaudiorog ia. voz, audição, motricidade orofacial, linguagem
e psicomotricidade. Esta associação leva as autoras a nos mostrarem como podem ser
amplos e generosos os recursos clínicos para o tratamento da pessoa que gagueja e
que procura o aprimoramento de sua fala, tendo respeitada a sua singularidade como
ser uno e indivisivel.
Prefaciar um livro é uma grande honra. preÍaciar um livro de gagueira a convite de
Regina e Fernanda é honra redobrada, principalmente porque, assim como eras, acre-
dito que o trabalho com gagueira nos ensina, cada dia. a sermos pessoas merhores. E
isto é um privilégio!
Muito obrigada. Boa reitura e boa prática para todos. Aproveitemr
Leila Nagib
CRFa 2807lRJ
Ambulatórro de Fluência
proÍr,,,,or.r da Graduação em Fonoaudiologia da
Faculdade de Medicina da |.]rrivi,rsirlarle Federal do Rio de Janeiro - uFRJ
leila naq itr. u f rj(@q mail.com
'-:
'tl,,
:)i',
TNTRODUÇAO
ções preventivas na área dos distúrbios da comunicação 
têm por objetivo
evitar que as alterações da fala e da linguagem se prolonguem no tempo,
lornando-se mais severas e difíceis de serem manipuladas. Essas açÕes visam,
l,rrnbém, prevenir as consequências emocionais dos distúrbios da comunica-
,,,ro, melhorando a qualidade de vida do sujeito' Sobretudo na área do trata-
rrrr.nto precoce da gagueira as dificuldades são contundentes. A gagueira da
r rtança está apenas começando a se desenvolver' A sua autoestima está se
,rrt;anizando, sua personalidade está sendo moldada pelo meio de acordo com
o,, Sêus suceSSoS e fracassos. Todos sabem das alterações emocionais e de per-
,,orralidade que a gagueira forçosamente traz. Falar gaguejando altera a visão
,kr mundo e a maneira de interagir com este mundo. Na criança essas altera-
,,oos ainda são superficiais e não chegam nem aos pés das encontradas nas pes-
,,u,rs adultas que gaguejam. Para ilustrar o que falamos sobre as consequências
,l,r gagueira, será reproduzido a seguir o depoimento de um membro do Proje-
kr Nacional de Gagueira do Estado de São Francisco, nos Estados Unidos
(1991), falando de suas recordaçÕes com a gagueira em sua infância:
"0 que para as outras crianças constituía uma tarefa fácil (dizer como foi o dia), para mim era
rrrna experiência traumatizante. Eu era incapaz de me exprimir livremente, p0is eu lutava com
irs palavras. Na escola eu tinha medo de fazer perguntas a0 professor. 0 simples fato de res-
ponder "presente" na hora da chamada era um martírio para mim. As crianças me gozavam 0
lrrrnpo todo. Em casa eu era incapaz de pedir o que desejava. No final eu aceitava uma laranja
rltrando eu queria uma banana, isto porque 0s meus pais não tinham paciência de esperar eu
rxrrnpletar as frases. Nas lanchonetes eu pedia aos outros para fazer o pedido para mim. Estes
t;umportament0s só faziam ampliar as inquietudes sobre minha maneira de ser e de falar. Eu
nre perguntava se tinha coisas inteligentes a dizer, Se era capaz de falar por mim mesm6, se
r;cria possÍvel exprimir minha personalidade como todo mundo?"
lN Ill0l)ltCA(l
Que a gagueira começa na infância não temos mais nenhuma dúvida.
Então é nesta infâncra que a gagueira deve ser batalhada e banida. Fazendo o
tratamento precoce, rremos melhorar não so a qualidade de vida das crianças
que gaguejam, como também aliviar os pais de suas preocupações quanto ao
futuro de seus filhos.
Escrevemos este livro tendo em mente a prevenção da gagueira. Ele rrá se
ocupar, sobretudo, da intervenção terapêutica precoce necessária para evitar
que o problema cresça e evolua. Escrevemos este livro depois de observarmos
que os terapeutas e os fonoaudiólogos, que lidam com a gagueira, ficam, mui_
tas vezes, confusos e meio paralisados sem saber como enfocar o distúrbio. É
possível que muitos pensem: "Mas ele é muito pequeno, como vou tratar esse
problema. será que vai passar com o tempo? Não será melhor esperar? como
abordar o assunto se a criança não tem consciência da gagueira? como deve
ser este tratamento?" Não temos dúvida nenhuma sobre a necessidade e a
importância do tratamento precoce. Uma vez que a gagueira seja identificada,
ela deve ser logo tratada, sobretudo no seu aparecimento, isto é, com crianças
emtornode2e6anos.
Para alcançar nosso objetivo, haverá uma parte explicativa de como é a
gagueira, como identificá-la e as ajudas que são necessárias desde o início. Nos-
sa ideia com esse livro é que ele possa dar algum tipo de ajuda para os terapeu-
tas e pais, evitando que a gagueira tome proporçoes mais severas, prolongando
o tempo de tratamento. Existem estatísticas que indicam que 90% das gaguei-
ras tratadas precocemente evoluem para um bom prognóstico de recuperação.
Nossos exercícios são essencialmente lúdicos e foram desenvolvidos ou
selecionados com o objetivo de dar subsídios aos terapeutas no tratamento de
crianças com menos de 7 anos, assim como os maiores entre B e 
.l 
2 anos. Nes-
sa última faixa etária introduzimos variações mais apropriadas. os exercícios
podem ser adaptados tanto para adultos com gagueira, como para aqueles
com pouca fluência. usando as ideias sugeridas nos exercícios com as crianças,
o terapeuta poderá variar o tempo, a quantidade e o material empregado nos
mesmos de acordo com as necessidades individuais da faixa etária.
com as crianças de, até, 7 anos, além de confeccioná-los, o terapeuta po-
derá fazer uso de vários materiais didáticos e lúdicos, para que o tratamento
seja mais dinâmico e desperte o interesse da criança/paciente. Existe uma
gama muito grande de jogos infantis que podem ser utilizados, como, por
exemplo: dominós ou jogos da memória, jogos de sílabas, palavras e figuras,
letras ou sÍlabas emborrachadas ou de madeira; fichários evocativos, figuras de
livros, blocos lógicos, fichas de jogos cororidas, enfim, uma seríe de ideias que
podem ser adaptadas no dia a dia da sessão terapêutica. o irnportante, quan-
tN Illi)l)tJCAtl
«lo trabalhamos com crianças, é sermos cria[ivos. Todas as figuras foram retira-
das do clipart do Windows e algumas delas, utilizadas em determinados exercí-
c,ios, estão ou serão disponibilizadas no anexo do livro.
Nos capítulos finais deste livro serão colocados os conselhos e os cuidados
(lue os pais de crianças que gaguejam podem e devem ter. Pais não são os me-
lhores terapeutas" Haverá sempre um envolvimento emocional, uma preocu-
lração embutida que irá lhes impedir de agir com serenidade. Alguns exercí-
cios, no entanto, podem ser executados pelos pais, desde que orientados pelo
terapeuta. No último capítulo serão passadas algumas orientações aos pais de
como agir para ajudar o filhoa falar melhor.
Capítulo I
TNFORMAÇOES GERAIS
SOBRE A GAGUEIRA
7\ gagueira atinge cerca de 70 milhões de pessoas no mundo e representa
H.er.a de 1o/o da população infantil. Por centenas de anos as causas da
,1,rr;ueira têm permanecido um mistério. O fato de o ar ficar preso na garganta,
r,,) pessoa não conseguirfalar ou, então, ficar repetindo a sílaba ou a palavra
v,rrias vezes, sem conseguir levar adiante o discurso, pode ser considerado
, orno sendo uma disfunção anatômica neurológica. O que se observa naqueles
,1rc gaguejam é que as pregas vocais se fecham e bloqueiam a passagem do ar.
rrrrJredindo a fonação. Pode acontecer também de os lábios ficarem tensos e
, olados numa posição fixa, ou a língua encostar firmemente nos alvéolos, não
pcrrnitindo que haja a vocalização da palavra. A impressão que se tem, nessas
( rrrunstâncias, é que as estruturas cerebrais responsáveis pela tarefa de avisar
r pre êstá havendo o término de um som ou de uma sílaba e que o falante deve
r()ryreçar imediatamente a falar o próximo som não estão sendo executadas
, r rrn ef iciência. A consequência imediata é o falante ficar bloqueado, sem ação,
rrrrtrrdido de continuar com seu discurso. Nessas circunstâncias pode-se pensar
rlie exista uma estrutura cerebral que não esteja enviando aos articuladores a
{ rr(iem para passar ao próximo som. Também pode ser o caso de se pensar que
,r r omando cerebral esteja sendo enviado com atraso ou com alterações, o que
rros explica a eficiência em se conseguir fluência nas seguintes situações:
. Falando ao mesmo tempo em que outra pessoa fala.
. Falando, mas receben do o feedback do que falou com um tempo de atraso.
. Falando, mas recebendo o feedback em outra frequência.
. Cantando.
. Falar modificando seu tom de voz habitual, ou a maneira de articular as pala-
VTAS.
lNl í)tiMAtjt ll S til llr\l:j lj{)lilll ,\ (iA{itll llrA
Em todas as situaÇÕes anteriores a fala e impulsionada por um fator exter-
no: um som, um ritmo, a voz de outra pessoa, um modo de falar diferente.
Estudos muito recentes indicam a possibilidade de se identificarem muta-
ções genéticas específicas como causas potenciais do distúrbio motor da gaguei-
ra. se for confirmada esta hipótese haverá, então, uma imensa possibilidade de
tratamento utilizando células-tronco para alterar as estruturas de comando.
Embora a manifestação da gagueira envolva principalmente caracterÍsticas
motoras, como vimos no parágrafo anterior, a causa da gagueira pode não
estar relacionada, exclusivamente, com deficiências do sistema motor. sabe-
mos que a frequência da gagueira aumenta sob a influência de determinados
fatores linguísticos, como a complexidade sintática e o tamanho do enuncia-
do, e diminui sob a influência de mudanças na percepção, como o mascara-
mento auditivo e o feedback auditivo alterado.
Há estudos que apontam para o fato de existirem irregularidades mínimas
nas atividades elétricas e uma insuficiência sanguínea em certas regiÕes do
cérebro. Estudos do século passado afirmavam que a gagueira estaria associa-
da à interferência de um hemisfério cerebral sobre o outro. Estudos mais
recentes ainda falam de alterações na gagueira conseguidas pela ingestão de
remédios que produzem modificação no metabolismo.
A crença de que a gagueira seja desencadeada por alteraçÕes emocionais
são alguns dos mitos que trazem confusão e até mesmo atrapalham o seu tra-
tamento. Nos estudos psicologicos não existem conclusÕes científicas satisfa-
tórias. Fala-se em emoçÕes, mas não se explica que o medo de falaç a ansieda-
de ao falar e o estresse provocado pela cobrança do meio, principais emoçÕes
relacionadas com a gagueira sejam sua causa principal. A emoção parece mui-
to mais ser a consequência do impedimento para falar. A gagueira sempre
comeÇa na infância. então volta-se a colocar o famoso axioma: o que começou
primeiro? A emoção; o medo de falal a ansiedade ao falar ou a gagueira? pro-
pomos para reflexão: a criança fica com medo de falar e por causa disso fala
gaguejando, ou por ter uma gagueira ela fica com medo de falar? o que en-
trou primeiro no circuito: a gagueira ou a emoção?
Até este ponto dos estudos, como vimos, nenhuma explicação cientifica é
clara e contundente o suficiente para explicar as causas e a natureza da gaguei-
ra. Diante das controvérsias atuais e das já ultrapassadas, a tendência mais
pragmática no momento é lidar diretamente com o ato de gaguejar e as suas
consequências. É procurar introduzir alterações nas estruturas responsáveis
pelo ato motor; seja nos lábios, na língua ou nas pregas vocais. Há também a
necessidade de se reconstituir a fisiología dos mecanismos executores envolvi-
dos na fala. A gagueira não pode mais ser vista apenas como um distúrbio iso-
tNt 0HN/A{;t)t t; Ct n^ts st)tiHl A tiAt,lut iltA
Llio tlo sistema nervoso central, do funcionamento do aparato vocal em uso
, ,u ( lils influências comportamentais e emocionais do meio ambiente. O enfo-
,lrl rnais objetivo no tratamento fonoaudiologico seria caminhar no sentido
,lr,rrlealizar exercÍcios e métodos de tratamento em que se tenha em mente o
,rll rlc falar. O fato de a gagueira acontecer mais na presenÇa de outras pesso-
,r', rros indica ser possí'vel controlar a fala do indivíduo que gagueja por um pro-
, r,',',o dê autocontrole voluntário das tensões física e psrquica. A orientação, a
irrtr,r,rÇão e a discussão em conjunto com um profissionalfonoaudiólogo tor-
n,rr osse controle viável. É como se uma maneira de falar tivesse sido apren-
,lr, l, r crn alguma epoca da vida, tivesse se desenvolvido sern o indivíduo perce-
l,r,r, rr;r'nundo em um estágio incontrolável. Volta-se a falar que a gagueira
rorn()Çâ na infância. Uma observação detalhada mostra que a criança alterna
llrrr,rrt.ia com disfluência. Quem gagueja sabe, então, falar fluente, e se a pes-
,, r, r niio nasceu gaguejando e, com certeza, ela não nasceu assim, o que a pes-
,' ,, r { lue gagueja precisa é de orientação. Ela precisa de uma terapia de contro-
lr'lr,lrâ aprender a falar fluentemente.
r
Capírulo 2
APRENDIZAGEM
fi aprendizagem e o processo pelo qual o comportamento é modificado pela
llcxperiência, o que implica na aquisição de uma resposta inteiramente dife-
rr.rrlc da anterior. A maneira como aS peSSoaS adquirem certos comportamentOs
vt,rlr,ris há muito vem intrigando os teóricos da comunicação humana. De início,
r r', r',,tudos sobre a aprendizagem foram realizados apenas por psicologos, mas
I rt tlr,ls ciências passaram a incorporar esses conhecimentos, e uma dessas foi a
I r rrroaudiologia.
['odemos dizer que existem dois aspectos envolvidos no ato de falar: o
, rrrnportamental e o cognitivo. Assumindo esse ponto de vista, a gagueira po-
r[',,or vista como um distúrbio do comportamento, ou seja, uma maneira de
l,rl,rr adotada e pode também ser analisada pela cognição envolvida, o que
',r,rrlc e o que move o indivíduo para falar daquela maneira.
Pode-se levantar a hipótese de a gagueira ter sido aprendida por condicio-
rr,rryrento clássico de Pavlov. Neste caso, a gagueira pode ser analisada como
nrrr,r resposta que foi associada a um estímulo. Da mesma maneira que o cão
r [, l),rvlov saliva quando escuta o sino, falar é associado a: tensão - inseguran-
,.,r medo. A gagueira seria, então, aprendida por uma associação existente
r.rrtrc a exigência dos pais na hora que a criança começa a falar e o ato de falar.
l,. rr um mecanismo de assoclação a criança se condiciona e aprende a dar uma
rr",lrosta especifica: gaguejar sempre que for falar algo importante. Ela até
lrrrrkr não querer mais falar daquela maneira, mas não consegue, aprendeu
,r',,,irn, está condicionada. No tratamento ela terá de aprender a falar de outra
ru,rtreira. Ela terá que readquirir confiança na sua maneira de falar mediante
' 
ln(,ntaÇÕes aos pais e no trabalho de modificaÇões da fala feito no consultório
r urn o fonoaudiólogo.
l:xiste também a hipótese de a gagueira ter sldo aprendida por condlciona-
rrrt,trto operante de Skinner. Este esquemaserá a existência de um estímulo
r
10 APHENT]IIAIJIM
para falar, em que há um reforço posítivo ou negativo, dado pelo ambiente,
aumentando ou diminuindo o comportamento. o reforço negativo. como
chamar a atenção da criança na hora em que ela fala, ou pedindo para ela
repetiç ou dizendo para ela falar mais devagar, poderá ter dupla consequência.
As frases ditas pelos pais ou pelo ambiente podem entrar na compreensão da
criança como um alerta ou uma crítica. Podem servir de alerta quando a crian-
ça interpreta que há a necessidade de mudar sua maneira de falar. Nesse caso
a própria criança busca fazer alterações na sua fala. por outro lado, as frases
podem ser interpretadas como uma crítica do tipo: "você não está falando
bem, não aceito essa sua maneira de falar". Nesse caso, a criança fica insegura
e faz esforço para falar de modo diferente. Esforço significa tensão, que pro-
duz hesitaçoes, repetiçÕes e prolongamentos. Existe ainda a possibilidade de
as frases ditas pelos pais ou pelo ambiente serem interpretadas pela criança
como válidas ou positivas. Assim, elas irão indicar que os pais ou as pessoas
estão prestando atenção na sua fala. A criança pode ser carente e que esteja
necessitando de atenção. o comportamento aqui será mantido. A criança
aprende a manter o comportamento de gaguejar para conseguir atenção do
ambiente ou de ser superprotegida pelos pais.
No tratamento será utilizado o inverso do reforço dado pero ambiente. o
fonoaudiologo irá dar recompensas verbais por toda frase ou discurso fluente,
mas poderá também punir todo o momento de gagueira, pedindo à criança
para cancelar afala e recomeçar a falar de outra maneira. poderá ser ensinado
a ela um ritmo de fala diferente, que, se reforçado pelo terapeuta e pelos pais,
tem todas as chances de ser aprendido de maneira diferente. o método de
lidar com a gagueira como um comportamento aprendido tem a vantagem de
não se ater à causa ou causas da gagueira. Não há polêmicas em torno deste
assunto. Já que não se sabe a causa, o terapeuta irá tratar diretamente do pro-
blema de um modo objetivo: eliminar o sintoma.
As técnicas de modificação da fala podem ser resumidas em etapas que
serão elaboradas por meio de determinados exercícios utilizados no tratamen-
to da gagueira ao longo deste livro. Apesar de os exercícios descritos aqui
terem sido utilizados mais com crianças do que com adultos, não impede que
eles possam ser empregados nos adultos. com bom-senso e modificações
apropriadas a um adulto, e sempre tendo em mente a filosofia comportamen-
tal ou de modificação da maneira de falar, os exercícios podem ser aplicados
em adolescentes e adultos.
Capítulo 3
ATITUDES NECESSARIAS PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA DA
GAGUEIRA
. /\rluele que gagueja não deve se considerar uma pessoa gaga e mais nada^
A «;agueira é algo que a pessoaÍaze não o que ela é. A gagueira é uma par-
k' r1a pessoa e não a personalidade toda.
, l(t,.;olver os problemas da gagueira exige tempo e esforço. Não há milagres
n(.rn processos rápidos que realmente funcionem quando se está reapren-
,lt,rrdo uma nova maneira de falar.
. "lalar fluentemente" signífica falar sem colocar força nem tensão nos
r'rrqãos responsáveis pela fala (respiração, fonação, articulação). O objetivo
i' rctirar a tensão das estruturas responsáveis pelo ato de falar.
' Nirrg uém deve ter vergonha de ser gago. Pode acontecer com qualquer um.
A pessoa, nem ninguém têm culpa de isso acontecer.
. N.io se deve ter sentimentos de que a gagueira pode impedir a pessoa de ser
o rlue gostaria de ser. Temos o direito de ser percebido com as qualidades que
lcmos e com os defeitos também. A gagueira não é um defeito nem uma
tlualidade, é um aspecto da comunicação.
Fxiste certa crença de que a gagueira não tem cura. Se gaguejar é a inter-
n rlx,;ro do fluir do discurso e se a pessoa que gagueja passa a não ter mais inter-
r ulx,oes no seu discurso, podemos dizer que ela não gagueja mais. Ela passou a
l,rl,rr rle outra maneira. Nesse caso, ela não pode mais ser considerada uma pes-
iu,r (lLre gagueja. É preciso ter em mente que todos somos disfluentes, a gaguei-
r,r, cntão, é uma questão da quantidade e da qualidade no modo de falar.
t oi falado anteriormente que as causas da gagueira são complexas e ain-
,l,r «luestionáveis. Também já se falou que talvez a emoÇão seja muito mais
1l
12 ATITUDES NECESSABIAS PARA ENFBENTAR O PROBTEN/A DA GAGUEIBA
consequência do que causa. O que se sabe, até o momento, é que as emo-
ções são provocadas por críticas, humilhações, medos ou traumas, e elas pio-
ram o quadro da gagueira. A criança, quando é censurada pelo adulto, perce-
be que ele se sente insatisfeito com seu modo falar. Na maioria das vezes, o
problema inicia gradualmente, sem que haja algum episódio traumático. A
criança terá de saber lidar com a tensão e a ansiedade que surgem destas crí-
ticas. A insegurança e o medo de serem engraçados ou motivo de piadas, de
sofrer Bullying* na escola, trazem tanta tensão que as consequências são
desastrosas: a disfluência se agrava, a criança se isola e seu rendimento esco-
lar ou social, muitas vezes, é prejudicado. Quase todas as crianças que ga-
guejam apresentam sentimentos negativos relacionados com a sua fala dis-
fluente, contudo a capacidade para administrar esses sentimentos depende
da personalidade da criança e, também, do tipo de apoio que lhe é dado. A
criança pode sentir vergonha por ser diferente das outras, frustração por ser
incapaz de comunicar-se de formas clara e eficiente. Pode até se sentir culpa-
da por sua condição mais limitada na fala, tanto pessoal, como socialmente.
A sua ansiedade poderá ser alta com relação a sua comunicação, o que po-
derá deixá-la mais deprimida. Assim passará a se comunicar cada vez menos
com os outros. Estas crianças poderão vir a desenvolver uma baixa autoesti-
ma, sentindo-se muito inferior e diferente dos seus colegas e amigos, o que
poderá provocar seu isolamento nos grupos e ou nas brincadeiras. Seu rendi-
mento escolar também poderá ser comprometido.
É essencial o apoio dos pais, professores e fonoaudiólogos para que a cri-
ança resgate a sua autoestima. Todos devem ter paciência e evitar interromper
a criança ou chamar sua atenção. Os pais não devem demonstrar que se sen-
tem muito preocupados com as dificuldades de comunicação do seu filho. Se
os erros de fala forem muito frisados, a criança começa a dar muita importân-
cia à sua maneira de falar e acaba ficando com medo até de abrir a boca. A cri-
ança muito pequena se importa com o que quer falar e não de como fazer
isso. E como não percebe se está expressando-se de maneira correta, não se
sente rotulada e, então, não para de conversar. A criança é espontânea, e a
fala é automática. Mas se tentarem adivinhar o que ela tem a dizer, interrom-
per para ajudar a terminar as palavras, ou mesmo completar suas frases, isto a
deixará ainda mais frustrada. Os pais não devem ser superprotetores, mas tam-
bém, não devem expor a criança a situações que lhes provoquem ansiedade. É
x 
Butlyirtg é um compoÍamento consciente, intencional, rlclihclado, hostil e rcpcti<lo rlc urna ou urais pessoas,
cuja intorção é lerir os outros. O l}ullyrng po<lc assunril v:ilias Íi» nras c incluir rliÍi'r crrt t's con)pottâmetrtos que,
ttttt'lsrtrltrsqettos stli;t.virrlôrrr'ie tvrrzrr'r\r'qrz'rlr;ris:rrrr'lirlrrsr'irrçullrrcr.r,vr'lrrc:rrrrlrrorrrrrrrrlorrrlo<rrc
ATlll.lDt"S N[C[SSAtilAS PARA INl l][ N lAl]l 0 Pl'l0BLI:MA l]A GAGUtrltlA 13
.rlr'1rorsívelque o problema não se agrave e acabe com o tempo, porem a bai-
.a ,rrrloestima, a insegurança e a dificuldade nos relacionamentos social e afe-
lvl porlem permanecer. É muito lmportante saber agir para não cristalizar o
lrrr rlrlorna. Fingir que o problema não existe também não resolve. É importante
r;rrr, ;r,ris e professores enfatizem, também, as melhoras, pois isso fará diferen-
r.;r rr,r(luêstão da autoestima e capacidade de realização da criança.
I rrr geral, por falta de conhecimento, os pais ou os familiares apresentam
l'r 
lr ", lendências a ter opiniões não muito favoráveis com relação à criança ou
+rI rlr,,,centê que gagueja. Os adultos os veem como nervosos, irritados, infan-
1t,,, tr,inrosos, com complexo de inferioridade e dificuldade de ser sociável. E
a,,rlr,rrn acreditando que a gagueira ocorre em razão desses traços de perso-
rr,rlrrl,rrle. É importante dizer que essas opiniÕes não causam a gagueira do fi-
lllr, rn,ls contribuem para piorar sua gagueira e podem trazer consequências
+-riror tr)nais. Neste caso, o ambiente familiar também poderá ser propício à
rl;i,lu(,ir.r. Podemos citar como exemplo o relato de uma paciente de 11 anos
i;lr,r ornentou quando começou a terapia que desde pequenininha seus tios
nr,rlr,rrros a chamam de gaguinha. "Oi gaguinha", "fala gaguinha"... e isto
.,r.n1l)rc a incomodou. Só veio começar terapia quando a gagueira já estava
lir,r11 1ir,6u com tudo o que tem direito, prejudicando-a enomermente.
I )t,ve-se agir naturalmente com a criança gaga, respeitar e incentivar quem
, r rrrvrVo a f azer o mesmo. A criança precisa ser aceita para sentir-se mais à von-
l,rr [, r'rr] se comunicar. Manter contato visual, isto é olhar sempre nos olhos da
r r r, rn(rt) e manter o contato físico, como segurar a mão da criança, servem para
rrlr',lr,lr o apoio. Também é importante demonstrar que está interessada em
,,uvr l,l. A criança, ou mesmo o adolescente, precisa sentir que não estão sozi-
rrlr,', rrcssâ dificuldade. Nos momentos em que a frequência da gagueira
.irlrronla, deve-se proporcionar à criança situações em que a sua fluência pos-
.,r ,rl),lrecer, como cantar músicas, dizer falas automatizadas (como os núme-
1rr',, o! dias da semana etc.), brincar de falar rimas e versinhos. Evitar leituras
r.rn vo,/ alta ou muita conversa nesse momento. Quando as crianças melhoranr
'.rr,r llrrôncia, elas se sentem mais seguras e melhoram a socialização.
l'or tudo que foi relatado anteriormente é necessário que o terapeuta ori-
i'rrlr, t)\ pais, (ver Capítulo 'l 5), os familiares e tambem os professores a apren-
,lr,tlrrl a lidar com este problema que tantcl arrqrrstia as crianças que gague-
l,un Muito importante que este trabalho.,t'jr' 1lrr.r«lct,, F)ara que não haja
',r,(lu('las futuras. Percebemos que a rlaneira rlt. it rriittrq,.l scr dependerá das
r,,l,rt,rlcs entre o meio sociocultural, corll \(,u', v,rkrrr,', t",it1niÍicados, seu psi-
Irrr,,lr)() r. sott oroanismo
t"
Capítulo 4
A IDENTIFICAÇAO DA
GAGUEIRA
| | rna boa definição da fluência seria: "Fluir de sons, sílabas, palavras e frases
L,l rlitas sem interrupções e que o ouvinte leigo classifica como normal". Se a
,['lrrriçáo de fluência for positiva (a fluência é...), em contrapartida a definíção da
r;,r, Iroira envolve parâmetros negativos, ou seja, "gagueira é a ausência da fluên-
' r,r, 
(lue o ouvinte leigo classifica como anormal." Esta definição implica que o
, ,,n( (iito de fluência envolve um julgamento subjetivo, isto é, de acordo com os
l,,rr, rrltetros do ouvinte, o que vem explicar a distinção feita na definição entre lei-
,1r r', r' r)utro tipo de ouvintes. Em geral, os profissionais têm o ouvido habituado a
r,',, ul(tr e a classificar o que é gagueira e o que não é, e os leigos não possuem
t",l,rcxperiência. Deveria existir uma máquina que pudesse indicar com precisão
,,r,,r', sílabas, palavras e sentenças faladas por alguém devem ser consideradas
rrrno gagueira ou como fluência. Mas infelizmente tal máquina não existe ou
,rinr l,r não foi inventada e teremos de depender do julgamento do ouvinte, seja
'lt',r[rto ou não. com esta ideia em mente iremos descrever para podermos clas-
'.tltr,11 s que é considerado uma disfluência no fluir do discurso.
t lk'petiÇão: a repetição pode acontecer uma, duas ou cinco vezes (quantida-
r k') e pode ser de sílabas, de palavras ou de frases (qualidade). Ao conside-
r,rrrlros, no entanto, a repetição de uma palavra que tenha apenas uma síla-
l»r, íica-se em dúvida se está havendo uma repetição de sílaba ou de palavra,
1ror isso decidimos considerar o termo repetição no seu sentido mais amplo;
olr seja, toda vez que uma palavra ou sílaba for repetida, isso é contado
( orno uma quebra de fluência. A repetição de frase (duas ou mais palavras
lrrrrtas) é analisada de forma diferente, ou seja, cada frase repetida é conta-
rl,r como uma disfluência.
. /',ru-sa: e o intervalo colocado de forma inapropriada no decorrer do discur-
',o. Consideramos como pausa normal toda a interrupção feita no final de
t5
uma frase proposicional, e pausa anormal toda a interrupção feita no meio
da frase ou da palavra.
Prolongamento: é o alongamento vocálico ou silábico que tenha duração
inapropriada; isto é, todo o som que é prolongado além do permitido pelas
leis da fonética.
lnterjeiçao:é a inserção de sons, de palavras ou de frases curtas. A interjei-
ção pode ser de sons como /ah/, /hum/, /eh/ etc., de palavras como:
/bem/, /ne/, /ta/, /aí/ etc. ou de frases como: /deixa ver/, /como é/,
/entendeu/, /tipo assim/ etc. As interjeiçÕes são sons que enchem a pausa,
pois constituem um intervalo temporal no fluxo do discurso. A interjeição
pode ser colocada de forma apropriada ou não e pode ter uma frequência
aceitável ou não. A inserção exagerada de interjeições passa ao ouvinte a
impressão de que pode estar havendo uma certa dificuldade em seguir adi-
ante com o discurso o que é logo associada ao termo gagueira.
Bloqueio:é a interrupção brusca de uma paravra que vem acompanhada de
algum esforço vocal ou mesmo corporal. o broqueio so é considerado como
tal quando ocorre no meio ou no início da palavra e não quando ele acontece
entre uma palavra e outra, já que, nesse caso, ele pode acontecer por ter havi-
do um "engasgo ocasional".
os pais. em geral. costumam ser tolerantes com alguns aspectos do desen-
volvimento da criança. se o filho não anda com 1 ano ou não come sozinho
com 2 anos ou não aprende o controle dos esfíncteres com 3 anos, os pais não
classificam logo seus filhos como paralíticos, retardados ou psicoticos. Em com-
pensação se a criança começa a faiar com "disfluências" ocasionais. eles se pre-
cipitam a colocar um rotulo "É cnco" e correm ao pediatra ou ao psicologo
queixando-se da "doença da fala". o que se está querendo dizer e que os pais
precisam ser esclarecidos devidamente para o fato de que até aprender a falar a
criança passará pelas mesmas dificuldades peras quais passou para aprender a
comer, a andar e a usar o vaso. É um aprendizado e como tudo que se aprende
irá requerer práticas de ensaio e erro até o domínio total da técnica.
Se existe uma dificuldade para diferencrar gagueira da disfluência típica da ida-
de não quer dizer que não podemos fazer distinções entre o que é proprio do
desenvolvimento da linguagem e o que já é algo instarado. os estudos feitos até o
momento mostram que é normal a criança repetir sílabas, palavras e frases, é nor_
mal o prolongamento de sons, e são normais as pausas no discurso, mas estudos
indicam também que existem diferenciaçÕes de quantidade e qualidade.
Vários estudos já foram feitos no sentido de cjcterrninar qual é a quantida-
de de disfluência normalmente encontracla rras cri;rnr,.r,, rr,r Íir,c cle aquisição
A Il )l \l I ll (:A('Ar ) I)4. r iA(;llt ilrA 17
,1,r lnr;uagem, ou o que pode ser aceito como normal na faixa etária de 2 a 6
rrr),, lremos a segulr citar duas pesquisas.
lrl 1959, Wendel Johnson e associados, na Universidade de Minessota,
l r.Í urou achar a media de disfluências em 100 palavras de 68 meninos e 23
r,r, ,r riil;rs. As idades variavam entre 2 anos e meio a B anos. As crianças com
, 
1, r,lrroira foram pareadas com crianças sem gagueira, da mesma idade, sexo e
/ r/ils socioeconômico.
I uram analisadas 500 palavras com oito tipos de disfluências:
- lrrterjeições.
- l(r'petição de sílabas, de palavras e de frases.
- lr,rses incompletas.
- ',( )ns prolongados.
- lii,visôes da frase ou frases incompletas.
- l', rlavras partidas.
t )s resultados encontrados estão relacionados a seguir:
Ir;,o de disfluência% degl"r _ _ry:1Tj1r_":___i
lr I Lr,r jeiçÕes 3,62
1i,,;rclição de sÍlabas 5,44
. li,,l)(-ltção de palavras
I l(r'1 rolição de frases
, lir,visiies
r , I r, r,,os incompletas
l', rl, rvras partidas
. ',, ,rrr prolongados
rrl,rd*{::=_ 11,s% * u:_-_-*-j
A r.onclusão de Johnson foi de que as crianças com gagueira excedem na
ir,',luiincia as crianças fluentes, na maior parte das disfluências pesquisadas.
ll,r,, Ioi encontrada diferença significativa em alguns itens, como interjeições,
r \/r"r ){ rs das f rases e palavras partidas, o que, provavelmente, são parâmetros
I r Ílrriirrcia encontrados em crianças tanto fluentes como nas que já gaguejam
lr,1 ,1 1).
lrrr 2003, Regina Jakubovicz fez um.r ltesrlrris;r (om o objetivo de determi-
r . rr r lu,rl a variação da porcentagem clc rli,'Ílrríirrt i,r,, r,rrr orrtradas, em duas faixas
,l,rl,r', rliÍerentes em crianças considrtr;rrl;t., "llrrt'rrlr,,," l,,rr,r tanto, os pais res-
1,, ,1 1, 11,1,111 a um questionário indicarrclo Írllro,, yrorli,rrrt rr:r classiÍicados
,r1 11, {J,)(l()s. Diante da neqativa tl«r:, p,ri.,,1 ( r,ur(.,1(,t,t,,('llririrr,rrlir [).]ra.t pes
4,28
1,14
1,30
0,34
0,12
1,67
3,13
0,6'1
1,07
0,61
1,43
0,23
0,04
0,16
20
15
't0
5
0
5 6 7 I total
Ífi A ll )l Nl { ll lÍl/\(:^il I r/\ r;i'i il il illi\
tig.4-1. Gráfico com os percentuais encontrados por Wendel .Johnson (1959).
quisa. Esse critério foi aceito por se acreditar que dificilmente os pais colocam
rotulos negativos em seus filhos sem ter um motivo muito forte para isso.
A pesquisa foi feita com 30 crianças de 3/4 anos e 30 crianças de 7/B anos,
num total de 60 crianças. Todas deviam contar a historia do Chapeuzinho Ver-
melho. O discurso das crianças foi gravado e transcrito para análise. Participaram
da pesquisa, tanto em um como em outro grupo, crianças de uma escola parti-
cular da cidade do Rio de Janeiro. Todas tinham o mesmo nrvel social e econômi-
co, e a escolha foi aleatoria quanto ao sexo masculino ou feminino. Foram reco-
lhidas para análise apenas 100 palavras ditas de cada criança nas 2 faixas etárias.
Os resultados encontrados estão relacionados a seguir:
Média de idade: 3,7 * 30 casos Média de idade: 7,3 - 30 casos
Repetição de sÍlabas: 0,5%
Repetição de palavr as. 2,7 o/o
Repetição de frases: 1,3%
Frases incompl eÍas: 2,6ok
lnterjeição (aí):8,2%
Bloqueios: 0,0%
Repetição de sílabas: 0,6%
Repetição de palavras: 2,3%
Repetição de Írases: 0,9%
Frases incompletas: 1,8%
I nterjeição (aí) : 6,5ok
Bloqueios: 0,0%
Total '15,3% Íotal 12,1%
A análise do quadro indica que as disfluências são comuns tanto aos 3/4
anos como aosT /B anos. A interjeição colocada no discurso (aí) é a disfluência
mais evidente no discurso: B,2o/o com314 anos e 6,5% com 7/B anos. A inter-
jeição e as frases incompletas são as quebras de fluência que mais apresentam
uma real diminuição de 7 para 4 anos. Não forarn crrr orr lr,rrlos bloqueios nas 2
idadoç nocorrisadas A npçorrisa srrooro rrrro r rii,,ilrri\rrr i,r n;r rri;rnca diminrri do
1$
IrI
r11,,rlo gradual ao longo do tempo" Posstvelmente isto acontece pelo fato de
lr,rvr,r um amadurecimento da linguagem à medida que a criança interage
,,,rn rl rneio, passando, então, a aprimorar seu uso. lsso explica, também, a di-
r,rnui(,áo das repetiçÕes de sílabas, palavras e frases. O fato de haver menos
lr, r',i ", abortadas ou interrompidas e a diminuição do emprego das interjeiçÕes
,l,,lrpo "aí" indica não haver mais necessidade de interromper uma frase por
r r, r ) l(,r ideias ou vocabulário, nem de preencher as pausas com as interjeições.
, I ,lr',cr.rrso passou a fluir com mais facilidade (Fig. a-2).
lí,
r4
l)
l{l
lt
t,
4
0
2" t ráfico com os resultados da pesquisa de Jakubovicz R. (2003)"
| ',',es dois estudos e mais outros, não mencionados, mostram que, quan-
,1,,',r'Íala em disfluência patologica ou gagueira já instalada, a referência é a
, l, r{,1 )e tiçÕes de sílabas, palavras e Írases, prolongamento de sons e bloqueios
,l, ,rr, (lue são feitos em quase todas as situações de fala, permanecem assim
t, r rn()is tempo e acontece em mais de 10 a 15o/o das palavras ditas. Pode
r' , )nl(\cer no entanto, de a criança demonstrar que quer falar, mas não conse-
,1rr,,, r'xibrindo sinais de luta e esforço para conseguir se expressar. Da mesma
,r.rrr{'ir.r quando a criança faz careta ou envolve outras partes do corpo para
, , ,r r',r,rJr.rir falar, podemos dizer que estamos diante de características que não
,r, l (,r)(-ontradas normalmente nas crianças em idade de amadurecer a lingua-
, l,,rrr I rn idade nenhuma as repetiçÕes, hesitações e frases incompletas que se
I rr,rr ,rcompanhar de um esforço evidente e com movimentos no corpo e na
l.r(,, no momento de falar, é caracterÍstica do inÍcio de aprendizagem da lin-
, l r, r( l(,rT) O esforço fÍsico na comunicação irrdica que está havendo um bloque-
r,, rlo,lr ou uma pressão exageracla n()s irrti<Lrl;rdores, o que não é normal,
, , rnro iri Íoi dito anteriormente, mesrrro {1rrr,r'.,lcj,r lr,rvcnrJo poucas disfluênci-
r,, r',lo ri, tenha ocorrido em menos «1r' 'l 0,t l','X, rlt'rli'.Íltrôncias.
A',r'guir será transcrito o discur:,o rk' lttli,rtr,l (lr{' llrrr 4 ,rrros. Ela foi enca-
rrrrrrlr,rrl,) [)ara urr]a avaliaç.ão corn tl r,r,t]ttinll I)('t(lutrl,rrlo', 1r,ri',. Julianat tern
l
uma gagueira ou não? Durante a avaliação, foi feita uma gravação da fala de
Juliana contando a historia de Chapeuzinho Vermelho. O materialfoitranscrito
e foi sublinhado tudo aquilo que pode ser considerado como uma quebra de
fluência. Apenas 100 palavras foram recolhidas para análise.
I A ,au dela disse para ela, ful nã não sair de casa, é i i aío lobo vi viu a chapeuzinho ver-
melho saindo da casa, aíele queria comer chapeuzinho vermelho e aíele en entrou na
casa da vovó. 0 lobo que queria comer a chapeuzinho vermelho e comer o gato. Aí e e ela
eeelatoücouacampainha.Aíeeela,eletatavaetava....ééédisseprachapeuzinho
vermelho ÍaÍafalar. Perguntou, pra que esses olhos tão grandes! Pra te ver melhor. Pra
que essa boca tão grande I Pra te comer... nhoc I Aí o caçador chegou lá e deu um tiro. Aí a
vovó fi ficou Íeliz pra sempre.
Análise das disÍluências do texto:
Totaldepalavrasditas:.. .... .100
Quantidade de repetições: de sílabas:
depalavras: .......3
Quantidadedeprolonqamentos: . . . .. .. .... 2
QuantidadedeinterjeiçÕes(aíl): .. .... B
Quantidadedebloqueios: .........1
Total dedisfluências nodiscurso: ... ..... 22
i
Obs: Totalde disfluências=22o/o (já que sáo22 em 100 palavras ditas).
Caso se deseje analisar um discurso mais longo ou mais curto é necessário
Íazer a porcentagem usando a regra de 3; como no exemplo a seguir:
100%: são as 160 palavras ditas pela criança, por exemplo
15 : é o numero total de disfluência no discurso desse exemplo
rt'
t.
I
lx
tt___.
: é o total de porcentagem que se deseja saber
A equação. então, ficará assim:
100.. ...160
100 x'1 5
^:- 160 x:9,37%
X=
.15
1 .500
o?7
O total de drsfluência no exemplo anterior (r1rrc rr;:to e o de Juliana) é de
9,37% e pode ser consiclerado de ntro rla norrl,rlir l,rr lr,, i,,trl ri ,:baixo de 1 5%
Voltando à dúvida dos pais de Juliana: Ela tem uma gagueira? lsso vai pas
, r ( om o tempo? O percentual de disfluência de Juliana ficou em 22ok, o que
lr(,r dizer que ela está muito acima da media aceitável de disfluências em cri-
, r r rr., rs dê sua faixa etá ria, que se situa entre 10 e 15o/o. Essa é a porcentagem
,.r(()ntrada em quase todas as pesquisas sobre a disfluência em crianças.
Para que o fonoaudiologo possa avaliar com mais precisão existem meios
, rrrcdidas de se distinguir uma disfluência passageira de uma gagueira já ins-
t.r,rrla ou se instalando. Já temos dados que podem nos fornecer índices qua-
, ' r lue 100% confiáveis do que seja uma gagueira instalada e o que seria uma
,lr',llrrência passageira. Existem duas medidas que podem nos guiar: o tempo
,1rrr,c1ura a disfluência e a média de disfluência aceitável nas crianças em uma
, l, '11.161nu6u faixa etária. Os estudos indicamque essa media situa-se em torno
'1,' l0 a 15 em 100 palavras ditas como vimos nos estudos anteriores. Sendo
'1rrr'3lgun5 autores consideram a porcentagem de 10% uma medida muito
r lr(la, e outros acham 15% muito benevolente. O ideal será acrescentar para
, 1rrlr.;amento outros fatores, como:
O tempo que já dura a disfluência, (2 meses, 6 meses, 1 ano?).
A atitude dos pais e do meio ambiente face à disfluência.
A atitude da criança com relação às críticas sobre sua fala.
t)s dados gerais da anamnese com os pais.
A ansiedade dos pais com relação à disfluência da criança.
( ) envolvimento corporalfeito pela criança durante a gravação do discurso.
A média obtida nas gravações feitas (podem ser feitas duas, três ou até
r inco gravações em situações diferentes).
A situação das gravações (se foifeita na frente dos pais, de outras pessoas
ou só com o terapeuta).
llma disfluência, que se prolonga por mais de 5 a 6 meses em crianças de 3
r i, ,1nos ou em fase de aquisição de linguagem, deve ser investigada mais a fun-
, i, r O coffiportamento de falar com disfluências pode estar solidificando-se e
,, rr ,rcabar se tornando um hábito aprendido ou condicionado. Uma disfluência
, lr rr, rnte um tempo tão longo deixa marcas na criança. O meio ambiente assina-
l, r r qrrr. sua fala não está boa, nem é aceitável. A criança começa a se sentir rejei-
t. rr l,r quando fala, fica com medo de falar, tcnta evitar as disfluências e isso lhe
,l,r o material necessário para desenvolvcr rlrirtro rrrimigos da fluência.
I Medo.
.'/ Ansiedade.
I I ',Íorço para Ialar.
,1 ln:;r:qurança"
/
u A mt N t tiltA0A0 llA 0^titlt:fiA
O quarteto anterior e perigoso. São emoçôes normalmente encontradas
nas pessoas adultas que gaguejam. O esforço para falar, sobretudo, carrega
consigo uma enorme carga: em condições normais a fala acontece de modo
automático e suave. Essa é a normalidade. Fazer esforço para falar está total-
mente fora da normalidade.
O medo e a ansiedade no momento de falar são emoções geralmente
encontradas em falantes fluentes quando se encontram em situações de fala
excitantes ou quando se expressam em assuntos importantes que os mobili-
zam muito. Um estado constante de medo e de ansiedade no organismo leva
este a habituar-se ou condicionar-se a sentir sempre essas duas emoções liga-
das ao momento de falar. É até possivel que a criança, depois de certa idade,
queira abandonar o medo de falar e a ansiedade na hora de falar. Mas não
consegue mais. Os dois fatores estão fortemente associados, e, possivelmente,
irão acompanhá-lo por muito tempo ainda até conseguir se livrar deles. Este,
pelo menos, é o depoimento dos adultos que gaguejam.
A insegurança, o último pilar do quarteto, mina a personalidade, corrói a
autoestima, é nocivo nas situações de fala, já que leva a pessoa a desconfiar de
suas habilidades para falar ou mesmo de dizer as coisas.
Capítulo 5
AJUDAR A CRIANÇA A
IDENTIFICAR SUA MANEIRA DE
FALAR
f mbora existam autores e mesmo fonoaudiologos clínicos que discordem se
L ti benéfico ou não tazer acriança tomar consciência de sua gagueira, temos
,i , onvicção de que ela é necessária, chegando até a ponto de ser indispensável.
f,1,ro se pode mudar aquilo que não se conhece. Para modificar terá de haver
irrrra conscientização de que a pessoa está falando de uma maneira X e que é
l,'t r:ssário falar de uma maneira Y. Dizer que a criança é totalmente inconscien-
tr, rlc seu modo de falar é irreal. Ela se escuta o tempo todo. Os pais geralmente
r.r l,rmam ou sinalizam que sua maneira de falar não agrada. Dizem que o filho
, h,vc falar de modo diferente, eles costumam dizer: "Fale mais devagar. Pensa
,rrrlos de falar. Não entendi, repete o que você disse. Toma respiração antes de
í,rl,rr etc." Quando a criança chega, então, ao consultório do fonoaudiologo ela
t,r , lrega informada que tem algo de errado com a sua fala. A criança não sabe o
r1lr'cstá errado no seu modo de falar e o que fazer para falar de modo diferen-
1,, l' por esse e outros motivos que é extremamente necessário trazer a maneira
, lt, íirlar à consciência. Conscientizar não quer dizer colocar um rótulo do tipo:
'Vor ê é gago". Geralmente o meio ou os próprios pais já colocaram esse rótulo:
,lr,rrnou a fala da criança de gagueira. Mas a própria criança não sabe o que
r',',( ) quer dizer. Tampouco sabe a penalidade social que o termo acarreta. Sabe
,rlr('nas que a chamam de gaga. Muitas vezes, ela pode até pensar que isso,
,lr,rrnado de "gagueira", seja alguma doença, ou algo errado que ela esteja
l,rzt'ndo e que tem de ser punida, pois isso ninguém gosta.
Até o momento estamos nos referindo a crianças de 2 a 4 anos, talvez,
,i,,1rondendo da maturidade, crianças de 5 ou 6 anos, Depois de 7 anos a lin-
,tu,r(lem já está organizada,.já há um born voca[rLrliirio, a parte cognitiva já
23
24 AJUDAH A CNIAN(/\ A IDENTIFICAR SUA MANEIRA DE FALAR
evoluiu bastante, o suficiente, pelo menos, para a criança compreender que
está falando de modo diferente dos colegas da escola. Nessa faixa etária já se
pode trazer à consciência a maneira de falar de modo aberto e não mais vela-
damente como veremos a seguir.
A conscientizaçao será feita de modo lúdico, inserido em brincadeiras. O
primeiro passo será explicar o que é isso: falar gaguejando.
Terapeuta: "Existem maneiras diferentes de se falar. Vamos brincar de des-
cobrir como eu falo e como você fala",
1. "Tem gente que fala colocando uma palavrinha depois da outra, em vez
de falar todas juntas". Terapeuta demonstra falando espaçadamente:
lá-pis co-po sa-pa-to
ca-cho-rro e-le-fan-te bi -ci-cle*ta
'Agora é a sua vez. Vou colocar umas figuras na mesa e você vai falar o
nome delas colocando um pedacinho depois de outro, como eu fiz".
wW@&
Exemplo: pa-to bal-de bo-ne-ca ca-mi-nhão pa-ti-ne-te
Se houver a repetição de uma sílaba ou da palavra, dizer à criança que ela
não fez certo. Ela não colocou um depois do outro. Ela deve falar um pedaci-
nho da palavra atrás de outro. Ela deve refazer o nome da figura.
Terapeuta: "Tem gente que fala fazendo a palavra ficar comprida demais.
Assim:"
laaaaaaápis * cooooopo - caaaaaaachorro - eeeeeeelefante - biiiiiicicleta
AJI]DAN A CBIAN()A A iI)I N IIÍII]AN SUA N/ANIIÍ]A DE FALAR 25
'Agora é a sua vez. Vou colocar umas figuras aqui e você vai falar fazendo
,r', palavras ficarem muito compridas, como eu fiz".
w@@
tiiiiiiiiigre paaaassarinho baaaaanana
Se houver a repetição de uma sílaba ou da palavra em vez do prolonga-
rrrr'rrto, dizer à criança que ela não fez certo. Ela não fez a palavra ficar bem
r orrrprida. É o mesmo que esticar um elástico. Fazer de novo.
lerapeuta: "Tem gente que fala prendendo a palavra no lábio ou no céu
rl,r boca ou na garganta. A palavra fica bloqueada e não sai, o ar fica preso.
A,,,,irn":
'Agora é a sua vez. Vou colocar umas figuras aqui e você vai falar prenden-
rln ,r palavra como eu fiz". Exemplo:
//laipres"lsorvete /a,/
5c a criança não conseguir fazer o ar preso, explicar que ela deve juntar os
l,rlrr«rs e fazer pressão para falar o lM/ de maçã, ou falar o lA/ de abacaxife-
,lr,rrrrlo a garganta.
lcrapeuta - 'Agora quero perguntar a você. Tem cinco desenhos aqui. Eu
vr rrr lalar diferente e você vai apontar em qual desses desenhos eu estou falan-
rlrr rlilerente. Vamos lá":
m
/lãr+resolr
giiiiiiiiirafa
lpl ar preso palhaço - lc/ar preso camisa - /l/ ar preso telefone -
/r/ ar preso roda
A.rtJDAt.t A clllANÇlA A lllt'N llFlcAll stlA MANFIIlA Dt lAtAi'l
1. Repetindo um pedaço da Palavra:
lpaÍo/, /ba ba bal-de/, lbonecal, f ca ca ca - mi - nhãof ,
/pllplpa - ti - ne - te/.
ú ffi@fi-
A criança deve apontar na hora que ouvir qual palavra foi falada de forma
diferente.
2. qg Esticando a palavra demais, igual a uma corda:
$ $ .ooooo"lho giiiiiiiiirafa tiiiiiiiiigre paaaassarinho baaaaanana
3. f l Prendendo o ar antes de falar: fsf ar preso sorvete, fal ar preso
I {' abacaxi /m/ ar preso maçã , lp/ ar preso peixe.
hrr'íF
A.[]l)Alr A (;ltlAN(lAA ll)l Nlll l(;All fitlA MANI ll]A llt lAl All 2t
se houverfalha na identificação o terapeuta pede que ela escute de 
novo'
,r() r.l-têsl-Ito assim não houver a identificação correta do desenho e da 
maneira de
Í, rlar, o terapeuta deve explicar: "Repare bem como eu fiz a palavra bem 
esticada
,r,,sim:/paaaaaassarinho/. Vê se não é este desenho aqui. Você quer experimen-
1,rr ouvir outra vez para encontrar? Vou fazer outra vez' Giiiiiiiiiiirafa"'
se for o caso colocar figuras diferentes e recomeÇar a identificação.
Quando esta etapa "rú", 
bem fixada, deve-se passar à identificação da
rrr,rneira de falar da própria criança. Uma prancha com as figuras é colocada
rr,r frente da criança e o terapeuta diz:
Terapeuta_.Agoraéasuavez'Voucolocarasfigurasnamesa.Vocêvai
l, rlar o nome delas e eu vou apontar qual das maneiras de falar você está 
usan-
,kr. Vamos lá".
I ,---, I
i^r,d§-l-l Repetição Prolongamento
28 AJt]DAR A CBI,ANt]A A IDEN IIFIT]AR SUA IVIAN[II]A DE I'AIAI]
O terapeuta vai apontando a fileira à medida que a criança fala. Se houver
alguma dificuldade ele aponta para o cartão de ar preso ou repetição ou pro-
longamento.
Quando esse exercício já está f ixado é útil modificar as figuras e pedir à cri-
ança que veja as figuras e diga uma frase sobre ela.
É importante não interromper a fala da criança. Ela vai continuar falando
as frases sobre as figuras, e o terapeuta vai, silenciosamente, mostrando o car-
tão que identifica o modo de falar. Quando o terapeuta percebe que a criança
já identifica sua maneira de falar e já aprendeu que se existem maneiras dife-
rentes de falar quando se quer. Está na época de passar à proxima etapa.
Exemplos: ,-# ^ -c_
W 
o macaco come banana 
ffi' 
Gosto de sorvete.
f Eu tenho uma patinete.
%r
fl 
to"uram a maçã
Capítulo ó
AJUDAR A CRIANÇA A
IDENTIFICAR A TEI{SAO AO
FALAR
_f 
enciona r éfazer um músculo ficar rígido. O músculo fica estlrado como um
I elástico. Explicar à criança que ao tocar no músculo é possível identificar a
trrrsão. O objetivo desta identificação é fazer a criança tomar consciência do
,1rre Íaz com sua musculatura. Cada pessoa que gagueja tem seu próprio local
r lt'tensão. A tensão exagerada varia também de acordo com a maneira como o
.,om é articulado. De acordo com as leis da fonética o som pode ser um oclusivo
lrilabial, linguodental ou velar. A maneira de fazer o primeiro som da palavra é
rlre direciona a tensão que vai se dar em determinada estrutura. Por exemplo,
1r,rra falar PATO colocamos tensão nos lábios, para TESOURA a lÍngua se tencio-
rr,r no alvéolo e na palavra CABELO vai haver oclusão na garganta e assim por
rlii,rnte. Na fala normal essa tensão nas estruturas é imperceptível, chegando a
ponto de nem percebermos que está havendo pressão muscular para falar tal
I rnema. Mas na gagueira não é assim. A pessoa que gagueja fica com a estru-
lrrra da fala sendo usada, completamente, bloqueada sem conseguir passar ao
;rróximo som. Certa vez uma pessoa com gagueira ao se ver em vídeo excla-
rrrou: 'Agora vejo o que fiz, eu colei os lábios com força. Por que eu fiz isso? Vou
llntar não fazer de novo... se eu puderl".
Tudo indica, então, que não há percepção total da tensão feita e em que
r.,,trutura da articulação foi tencionada. Na criança não deve ser diferente. Ela
lrrecisa, mais do que ninguém, identificar a tensão exagerada para estar apta a
rrrudar sua fala. Dizemos isso mais do que ninguém, porque ao trabalhar com
, r r riança estamos fazendo prevenção, isto e, evitando que o hábito de se enri-
l{'(er a musculatura da fala se solicliíir1uc"
Exercícios para relaxar a tensão:
Dizer à criança para fingir que vai levantar alguma coisa bem pesada do
chão. Deixa cair em seguida. Perguntar se sente que quando fez força o cor-
po fica duro e quando deixou cair ele fica bem solto. Pedir para levantar de
novo. Diga se você sentiu a diferença entre ficar com o corpo duro ao levan-
tar e depois para jogar fora a "dureza" do corpo quando deixar cair. Pergun-
tar: "Não é bom soltar as coisas?"
Dizer: 'Agora vamos levantar as palavras e depois deixá-las caírem. Vou mos-
trar como é: ao ver a figura fale o seu nome com força, segure-a na mão
bem forte e depois solte-a. Agora vamos fazer isso com outras palavras".
Falar VACA prendendo bem os dentes nos lábios e segurando ao mes-
mo tempo a palavra na mão com força.
Falar VACA, apenas encostando, os dentes nos lábios e soltando ao
mesmo tempo a palavra para cima com a mão.
o
§
lcrapeuta - "Onde você colocou força para falar VACA? Foi na garganta?
t rr noS lábios?" Se a criança não souber responder pedir a ela para falar de
l, )vo e colocar a mão nos lábios e na garganta para sentir onde fez a força
, tr ll)Íe 9ada.
o exercício a seguir será ver as figuras e de acordo com os dois desenhos
l,r,,rrrler e soltar. Pergunta-se sempre que estrutura ficou presa. O terapeuta
l(,vi,dar o exemplo de falar preso e de falar solto:
hBempres.: oE ffi
*l
Wi__l
lc.rapeuta -
"Mostra para mim em que lugar a palavra BOLO ficou presa'
"Mostra para mim em que lugar a palavra COPO ficou presa'
"Mostra para mlm em que lugar a palavra TELEFONE ficou presa'
"N/lostra para mim em que lugar a palavra RODA ficou presa'
tCrapeuta -'Agora Íala tudo bem solto. Jogue as palavras para o alto
VOcê não acha falar assim bem melhor? Não é mais divertido?"
KO wMWl
__l
It,rapeuta - "Vamos brincar de jogar palavras? Eu jogo uma presa, e voce
,r,r, r ',olta. Depois eu jogo solta e você presa".
( ) terapeuta vai falando as palavras, e a criança repete'
l,tola - casa - rua - teto - gato - lâmpada - caixa - livro - parede -
t,rpete etc.
lprapeuta-"FechaOsolhcl',ctlrtt lorr.,t I,l/tllTl,lr,ltOlâempurrandOalÍn-
,tl,rl)o c.eu cla boca com baslarltt'Ítltt,,t Arl,rt,r,tlrtt'o'' tllltos' Deixa a língua
l{,,,( ,,1.,i)r. QUe tal? NãO fOi rnr,lltor , t',',llt t / Vt' ',r' , { )l l',('( lltt' Í,tl;tr .rSsim. COm OS
Lrl,r,r,, lrt'ttt ttpcrtarlos tlrl) tlrl tlLtttrt. lltrt,r l,rl,rr l'l\lil lll Vrlr i\ rorls0c;t'l{-'? Nã{)
Capítulo 7
EXERCiCIOS PARA TREINAR A
DIADOCOCINESIA
N I a normalidade a fala costuma ser um processo sensório-motor que envol-
I \ u. forças ativas entre o sistema muscular e o trato vocal. A habilidade para
r,x()rcer o comando muscular em sequência é primordial para se Íalar fluente-
rrrr,nte. O posicionamento dos articuladores durante a produção voluntária dos
lnrremas depende, em grande parte, do comando motor que vai de uma posi-
r.,ro articulatoria a outra com precisão e suavidade. A capacidade de movimen-
l,rqao alternada e sequencial visa determinar a regularidade dos movimentos
rr,r Í;trocos da mandíbula, dos lábios e da língua. Permite-nos, também, avaliar a
lrrlcisão articulatória e os suportes respiratório e fonatório.
Na gagueira, como já vimos, pode-se observar que o comando motor está
alltrado. A pessoa que gagueja não passa de uma posição articulatória a outra
, orn facilidade. Ela fica repetindo, prolongando ou bloqueando o som, não fa-
,.r,rrclo a passagem natural nas estruturas articulatórias. A palavra cinesia vem
r lt, r inema ou movimento constante. A diadococinesia expressa bem o que Se
r lt,,,eja observar: se há movimento de uma estrutura articulatória a outra. O pa
l,r k,l que se usa para testar a diadococinesia é a passagem de um bilabial/PA/
lr,1r{r um linguodental ITA/ a um velar/KA/ e recomeçar de novo de um velar a
rrrrr lrilabiale assim por diante. Quando se pede a pessoa para falar a sequên-
, r,r /l,A TA KA PA TA KA PA TA KA/ estamos medindo também a velocidade da
f,rl,t,
o que se observa na gagueira é que os articuladores não se movimentam
,,,rrr velocidade, isto porque havendo alterações da sequência haverá forçosa-
rrt,trfe redução da velocidade. Logo, conseguir realizar bem a diadococinesia
tnr lt( ,l (lue há habilidade em mover as estruturas rapidamente e em uma sequên-
' i,l [)rodeterminada 
de uma posição â outra, que, em última instância, é o que se
',r,,.1'j,l 
para falar fluentemente"
v
34 EXERCICIOS PAHA TREINAF A DIADOCOCINESIA
os exercícioscom a diadococinesia feitos com a criança visam alcançar
mais velocidade na fala. Procura-se, também, facilitar a alternância articulató-
ria. o que se procura é que os movimentos alternados tenham sequência e não
que a estrutura articulatória fique estacionada ou tencionada.
o terapeuta diz: 'Agora vamos aprender outra maneira de farar as pala-
vras. EIas vão ter que se alternar do lábio, para o céu da boca e para a gargan-
ta. Vou mostrar como é":
w
a-D
rd!ürr'ffim
W
- Nos lábios, vou falar bem rápido: PA PA pA pA pA
Na língua, vou falar bem rápido: TA TA TA TA TA
Na garganta, vou falar bem rápido: KA KA KA KA KA
Terapeuta diz: 'Agora é sua vez. Quando eu mostrar o cartão com o dese-
nho você fala o PA ou o TA ou o KA, mas tem que ser bem rápido. preste aten-
ção. Lá vai."
o terapeuta pode começar, então, a alternar de uma estrutura para outra,
variando a sequência. Por exemplo:
ffi
TA TA TA TAPA PA PA PA PA PA TA TA KA KA KA KA KA KA
@
TA
ffiw*.TA
Ou
m
KA
EXERCICIOS PABA TBEINAB A DIADOCOCINESIA 35
Pode-se brincar de fazer palavras engraçadas, movendo-se os cartões.
Também pode-se variar a vogal que se vai empregar; como: /PO PO PO/
tn fTETETE/ ou /Kl Kl Kl/ etc.
Assim que a criança associou o cartão ao som, pode-se começar a alternar
,r sequência.
\&-ffi
PATAKA
w-ffi
PATAKA
Os símbolos acabam ficando associados às estruturas articulatórias, e toda
v(\r que se deseja lembrar ou indicar um ponto de articulação, ele deve ser
rnostrado.
ouaqui ml'or exemplo: olha você prendeu aqur W-* aqui
Pode-se fazer corrida de velocidade entre o terapeuta e a criança utilizan-
rlo o PATAKA PATAKA PATAKA para ver quem faz mais depressa.
EXERCíCIOS ARTI CULATÓRIOS UTILIZANDO A LíNG UA
Estalar a língua igual ao cavalinho: iloc tloc tloc, quantas
vezes forem necessárias, tendo o cuidado de não estressar
a musculatura.
Vibrar a língua como o toque do telefone: Trimmm,
quantas vezes forem necessárias, tendo o cuidado de
não estressar a musculatura.
Rotação da língua como se fosse limpar os dentes, fazer
só 6 vezes para cada lado.frf,h
tW 
Cantar parabéns em "LALALA..
36 EXERCICIOS PARA TREINAI] A t]IAD(]COCINFSI/T
ExEgctctos ARTIcutATontos unuzANDo 0s úeros
Vibrar os lábios, Brrrrrr, quantas vezes forem
necessários, tendo o cuidado de não estressar
a musculatura labial.
Dar beijinhos para dentro (de velho) e para
fora (de moça), também tendo o cuidado de
não estressar a musculatura.
Capítulo B
colocAÇAo DA VOZ
fxERcíctos DE col0cAçÃo on voz
A y;artir da utilização de alguns requisitos do trabalho de colocação de voz, per-
*'lremos que as pessoas com gagueira, neste caso crianças e adolescentes, ga-
rrlr,rm mais confiança e melhoram o seu desempenho na comunicação oral. o
l rryrortante é trabalhar:
' O relaxamento global.
. A respiração.
. O controle fonorrespiratório.
. A flexibilidade dos órgãos fonoarticulatórios.
. A articulação.
. A inflexão.
. A pontuação e as pausas.
. A voz e seus parâmetros: ressonância, vibração, forma bucal e outros.
. O ritmo.
os indivíduos que gaguejam têm tendência a manteç de modo involuntá-
ilr), os músculos da laringe tensos, dando origem aos bloqueios de gagueira.
l)r,rnle disso nos pareceu importante interferir na vibração da laringe, já que
i.'',o pode evitar a ocorrência dos bloqueios tensos. Esses exercícios irão atuar
tro scntido de diminuiç ou mesmo eliminar, o esforço muscular da laringe,
lu x a, lábios e língua. É sabido portodos que, quando se altera o tom de voz nas
1il"\oas que gaguejam, é conseguida uma modificação da gagueira, isto é, a
lrri\oa consegüe falar fluentemente. Diante da evidência dos fatos sinalizados,
r. lnnéfico trabalhar a colocação da voz e seus componentes.
38 c0t0cAÇA0 DA v01
EXERCíCIOS DE RELAXAMENTO
O obejtivo é deixar a criança mais à vontade e relaxada, para poder propiciar o rela-
xamento dos músculos da laringe. Os indivíduos que sofrem de gagueira têm ten-
dência a manter, de modo involuntário, os músculos da laringe tensos, o que irá dar
origem aos bloqueios da gagueira. Relaxar os músculos da laringe não é fácil, já
que são difíceis de serem localizados, mas a criança aprenderá a relaxá-los de forma
correta por intermédio de certos exercícios lúdicos. Para isso, sugere-se incialmente
relaxar o corpo e relaxar a laringe, usando o bocejo como veremos adiante.
Exemplos de hrincadeiras com as crianças até 7 anos
Fingir que é um boneco de pano e fazer um corpo bem mole. Depois pedir que
alterne entre boneco de corda (bem duro) e o de pano, para sentir a diferença.
Brincar de Rei e Rainha" A criança senta-se em uma cadeira e fecha os olhos e
imagina que é um rei ou uma rainha sentada no trono. Pedir para fazer uma
postura majestosa, bem erguida, as mãos pousadas nas coxas. Os pés são colo-
cados em contato com o chão. Pode-se utilizar um banquinho de apoio para os
pés, caso as crianças sejam pequenas, e o mobiliárío for maior. De pé, relaxar o
corpo, braços e cabeça soltando-se e ir dizendo as vogais:/A E I O U/. Espregui-
çar igual aos gatinhos, terminando com um suspiro bem longo.
Com as cÍianças acima de 7 anos
Nesta idade é sugerido fazer um relaxamento mais específico de cabeça -
ombros e pescoÇo:
. Movimento de cabeça do Sim (para baixo), Não (para os lados), Talvez (meia
volta para frente).
o Girar a cabeça toda.
o C)relha no omhro direito orr psc,rrcr.lo sêffr quqr)írrlrior o.; oml-lros
e
a
Ct]LOCACAC] t]A VOZ 39
Girar a cabeça para a direita ou para a esquerda e fazer o movimento do sim.
Girar os ombros para frente e para trás. podem-se alternar os ombros também.
Dar um suspiro bem longo.
t,xERcict0s DE RESPtRAcÃo
5
lrrrJa a fala, assim como o canto, é produzida pelo fluxo de ar que sai, fazendo
.rn QUe as pregas vocars vibrem. A respiração para a fala é conseguida por uma
r'rlrida inspiração (tão rápida que nem tomamos consciência disso), seguida por
rln,r expiração prolongad a. Avozé ativada pela duração da expiração (Boone D.,
l')()6). No caso das crianças que gaguejam, a respiração torna-se mais rápida e
"rrlrorficial 
em decorrência da ansiedade e das tensÕes vocais e pulmonares. o ar
lr,,r lrloqueado, o que acaba diÍicultando a pronúncia das palavras. euando elas
li, , r1v1 11uir nervosas, tendem a encurtar ainda mais a respiráção. lsto provoca um ci-
, h i vicioso. Então, respirar melhor e de forma relaxada irá facilitar a saída de um dis-
,lr'í) maisfluente. Então, como diz Boone, 1996,"a respiração passa a ser um
,,lr',l,iculo à fala, em vez de ser aquilo que a torna possÍvel,,.
o trabalho consiste em sincronizar corretamente a respiração com a fala.
r\ rrlcia principal dos exercícios de respiração é conseguir uma respiração mais
l,r,rÍrrnda, silenciosa e realizar inspirações e expirações mais lentas. o objetivo
t' i k r:;Ar e disciplinar o fôlego para que as pausas possam ser mais naturais. Não
',,'lr,lta de ensinar a críança a respirar. A respiração é uma função vital, nin-
,trrirr) precisa aprender a respirar. o que se está treinando com a criança é
,lllí)(irr a fala corretamente na respiração, é sincronizar afala com a respira-
,-,ro. Para isso sugerimos alguns exercícios:
Lonr crianças acima de 7 anos
ln',1rirar o ar lentamente, enchendo os pulmões (dependendo da capacidade
l,rlrr)onar, os segundos de duração da inspiração podem variar de umas crian-
i.,r', [)r)t"â outras)durante 4 a B segundos. Na primeira tomada de ar será permiti-
,l,r.x[rirar pelo nariz, mas nas seguintes deverão alternar a entrada de ar por
,,rrl,r uma das narinas de cada vez, tapando a outra com o dedo.
o exercício tem como objetivo estimular a função nasal com a finalidade
lr, 1rrí\pará-la para os exercícios respiratóríos.
I
I
\( ) 1o v.zt's\-\ l-.,It
+r
40 cOr.0cAÇ40 DA vt)z
Gom as crianças até 7 anos
Pedir para soprar apitos, cuidando para que este não emita nenhum som. Dessa
maneira, conseguiremos que expirem lentamente. O tempo de expiração
dependerá igualmente da capacidade pulmonar. Pode ser: soprar línguas de
sogra, balões, canudos em copo com água para fazer bolhas,conseguiremos
obter uma brincadeira relaxante e divertida.
I
I
I
\\
()
\-' - './ lmportante: Lembrar que a respiração é nasal.
Obs.: Podemos usar o cronômetro para incentivar nos exercícios respirató-
rios e, dessa forma, acompanhar os progressos.
EXERCICIOS PARA CONTROTE FONORRESPIRATORIO
Por meio do treino respiratório, a criança aprende a respirar profundamente,
lenta e regularmente, inspirando e expirando corretamente, o que provoca
também o relaxamento respiratório. Aprender a controlar a respiração é res-
posta incompatilvel com a gagueira e pode ser considerado um agente terapêu-
tico importante.
COLOCACAO DA VOZ 41
(lom as crianças até 7 anos
( l',ando a figura de uma flor e de uma vela explicar o seguinte: "Toda vez que eu
rnostrar a figura da flor você deve inspirar pelo nariz como se fosse cheirar a flor
r,r'rn seguida soltar o ar pela boca para apagar a vela. Dizer que não deve tomar
rrrrra grande inspiração. Não deve levantar os ombros e nem pressionar para
lr,rixo. Apenas pedir que inspire lentamente e com tranquilidade."
lnispiraç entrada de ar (pelo nariz como se fosse para
sentir o cheiro da flor)
/ P (fazer uma pausa)/
Expirar, saída de ar (soprar a vela quantas vezes ela
aparecer)
*
ô
fl
,dbÕ
44
flt1
@ED 4D
------ @ @
* ---P---- & .'------ & '----_ &
ü_____,_ $ ______P__ &
**&---P----$-P-----[ '----&
42 c0t0LAÇAO DA vOz
Usar a figura de uma flor (de inspirar) e da cobra (para fazer seu
barulho) como sugestão para soltar um /S/ surdo e bem prolongado,
Usar a figura da flor (de inspirar) e da abelha (o zumbido) para sol-
tar um /z/ bem sonoro
&ffi,
#w'___ w _ w
&ffi ffi wffi ffi w
ffiffi:
ffiffiffiffiffi
pg
W,
pg
WT
pg
WT
&
&
&
c0L0cAÇ40 DA vOz
I xercicios de controle Íonorrespiratório com as Grianças acima de
/ iutos
I rrecessário explicar à criança que ela deve utilizar um controle na expiração.
I tt't'ticios tonc alueolíu,es e linguodentais surdas
. Fazer um ls/ prolongado como se fosse dizer SlM.
. f-azer um ltl linguodental sem vogal.
ts-ts-ts-ts-ts...
st - st - st - st - st ...
,, t r írios com labiodentais e bilnbiais swrclas
l,rzer um /f / prolongado como se fosse dizer FIM.
l,rzer um /p/ explosivo sem vogal.
f 
-i-f
f-f-f-f-f-f-f
p-p-p-
f_
f-PP
f_
PPf-
pppf- --
pf-pf-pf pf
fp - Íp - fp Í1r....
I
pf
7
44 c0r 0cAÇA0 DA v(]l
Exercícios coru ltaltttais e uelares surdas
. Fazer um /ch/ como se fosse dizer CHIM.
. Fazer um /k/velar sem vogal.
ch
ch_ch_ch_
ch
ch
_ch_ch_ch_ch_ch_
ch
ch
l.l.-l-
kkkch_
kch-kch-kch...
chk-chk-chk...
Brandi, Edmée - Educação da Voz Falada, Volumes 1 e 2, 1984.
Obs.: Escolhemos os fonemas surdos para diminuir o esforço da saída do ar,
mas podemos também fazer o mesmo exercício com Íonemas sonoros.
COLOCAÇAO DA VOZ 45
EXERCICIOS PARA A PONTUAÇÃO E PAUSA VISANDO AO
CONTROLE FONORBESPIRATÓRIO
A pausa é a palavra mágica para o controre fonorrespiratorio. Em geral, as pes-
"( 
),ls se esforçam muito para respirar enquanto falam, mas tudo o que elas têm
ri. fazer é dar uma pausa para renovarem o ar. podemos usar o desenho a
',r,r;uir para indicar a necessidade de parar.
Boone, D. (1996) diz que quando fazemos uma pausa, os múscuros para a
il',;riração contraem-se, nosso tórax expande-se, inspiramos o ar necessário e
lr,rrlcmos falar de forma mais confortável e sem tensão. Durante a fala, qual-
rrr('r pontuação, como ponto, vírgula ou ponto e vírgula, pode ser uma boa
lr,,r,1 p3r, se fazer uma pausa.
l)evemos orientar a criança que gagueja que também podemos utilizar a
1,,rrr"a quando estamos tentando Iembrar uma palavra ou ideia, ou quando
Êr',l,rrnos pensando no que dizer. Assim seria uma boa maneira de evitar a
,1'rrlueira e controlar a fala, o que será mencionado no capítulo de modificação
,lr, [,rla (Capítulo 9).
l xplicar o que fazer para introduzir a pausa como está no quadro a seguir:
lntrodução da pausa
( )correspondeà inspiraçãoe à expiração
I corresponde à entonação descendente igual ao ponto final
I corresponde à entonação ascendente igual a uma vírgula
Piccolotto - Temas de Fonoaudiologia, 1gtilr
Dandara Farias
Nota
usar com júlia
46 c0L0cAÇA0 DA v(]z
Exemplos:
1. (...) Roberto é bom aluno, exemplar. J Gosta muito de estudar t e é oti-
mo na matemática. J
(...) Resolve problemas com facilidade: J soma, t subtrai, f multiplica t e
divide sem errar. J
2. (...) Comemoramos a entrada da primavera com uma linda festa. J
(...) Plantamos duas árvores no terreno da escola. J
( ) Os alunos cantaram, f dançaram t e recitaram versinhos. J
Para as crianças pequenas, mas que são alfabetizadas podemos pedir que
leiam o texto adiante: as barras (/) indicam onde deverá haver uma pausa, e a
criança deve fechar a boca rapidamente sem inspirar. Ela só inspirará no final
de cada linha, passando para a linha seguinte.
A casa
Era uma casa /muito engraçada/
não tinha teto /não tinha nada/
ninguém podia /entrar nela não/
porque na casa /não tinha chão/
ninguém podia /dormir na rede/
porque na casa / não tinha parede/
ninguém podía lfazer pipi/
porque penico / não tinha ali/
Mas era feita /com muito esmero/
na Rua dos Bobos /número zero.f
Vinicius de Moraes Vol 6 -
Poesias - Para Gostar de Ler - 1980
flilil.
@#dG
c0L0CAÇAO DA voz
Ílom as crianças acima de 7 anos pedir para lerem da mesma Íorma
Tempo para cada coisa
Para tudo/há um tempo,/para cada coisa/há um momento/
debaixo dos céus:/
Tempo/para nasceç/e tempo/para morrer;f
Tempo/para plantar,/e tempo/para arrancarf o que foi plantado;/
Tempo/para malar,f e tempo/para sarar;f
Tem po/pa ra demol ir,/e tem po/pa ra construi r;/
Tempo/para chorar,f e Íempof para rir;f
Tempo/para gemer./e tempo/para dançar ; I
Tempo/para atirar pedras,/e tempo/para ajuntáJas;/
Tem po/para dar a braços,/e tem po/pa ra a pa rta r-se. */
Tempo/para procurar,/e tempo/para perder;/
Tem po/pa ra g ua rda r,/e tem po/pa ra )ogar f or a; /
Tem po/pa ra r asgar, f e tempo/pa ra costu ra r;/
Tempo/para calar,f e tempo/para falar;l
Tempo/para amar,f e tempo/para odiar;l
Tempo/para a guerra,/e tempo/para a paz.l 
Ecresiastes 2.3
I XERCICIOS PARA MELHORAR A OUALIDADE VOCAL
l',1r", exercícios são importantes, porque as pessoas que gaguejam, em geral,
li,rrr tendência a fazer muito esforço para falar em razão da desorganização de
ilrrkrs os músculos envolvidos no ato de falar. As pregas vocais tensas demais
,lr,r,)r'n um som tenso e forçado, prejudicando a qualidade vocal. Quando as pre-
' l,l', vocais vibram e produzem som, fazem outras partes do corpo vlbrarem tam-
lx,rrr. Essas áreas são chamadas de ressonadores e compreendem a garganta, a
lx r« ,1 s, às vezes, o nariz. Os ressonadores são responsáveis peío fortalecimento
r lr r ',nffi de base e o aperfeiçoamento da qualidade vocal. A garganta deve man-
l,,r ',Ê relaxada como a sensação do bocejo. Selecionamos alguns exercícios:
l.rxercícios para os movimentos da laringe:
I xercícios para ampliar a forma brucal com naturalidade:
(,I -O U_E U*A
I O E_U E-A
u-r o-t o-A o t. ()
E-O E-l A-U A O A
u-o-A 
^ 
I o
Miau Miau (igual ao "t''nffi 
Fazer oexercício 5 vezes sesuidas.
48 001 0(;A(JA0 DA vol
Mostrar à criança as formas bucais e pedir para
tArÉrÊutotôtu
Exercícios de ressonância:
Pedir para relaxar bem a mandíbula, inspirar e soltar o sorn suavemente.
Com as mãos em concha, sentindo a ressonância no/hum.../ir abrindo
para emitir as sílabas. Pedir para fazer o som de HUM de um modo leve. Expli-
car que irá sentir uma vibração no teto da boca.
Exercícios usando a mastigação:
Os exercícios de mastigação ajudam a relaxar a mandíbula e a prega vocal,
o que é muito importante para se alcançar uma fala bem relaxada.
iam - iam - iam... (mastigando de forma bem exagerada)
mastigar um/m/) e acrescentar sons, palavras ou frases:
Falar as vogais ao mesmo tempo mastigar dizendo:
mamama... - mememe... - mtmtmt... - momomo... - mumumu...
Fazer esse exercício até acabar o ar, mas sem precisar entrar na reserva
do ar, ou seja, sem a sensação de esforço.
00r 00AÇA0 uA VOt 49
I.XERCICIOS PARA OBTER VIBRAÇÃO

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