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APG - Lesões Elementares

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LESÕES ELEMENTARES 
- modificações do tegumento cutâneo determinadas 
por processos inflamatórios, degenerativos, 
circulatórios, neoplásicos, distúrbios do 
metabolismo ou por defeito de formação 
- Para avaliação de lesões elementares, empregam-se 
a inspeção e a palpação 
◗ Alterações de cor 
◗ Elevações edematosas 
◗ Formações sólidas 
◗ Coleções líquidas 
◗ Alterações da espessura 
◗ Perda e reparações teciduais. 
- Alterações de cor (mancha ou mácula) 
- mancha ou mácula corresponde a uma área 
circunscrita de coloração diferente da pele que a 
circunda, no mesmo plano do tegumento e sem 
alterações na superfície 
- o correto reconhecimento de uma mácula não se faz 
apenas pela inspeção. É pela palpação – deslizando-
se as polpas digitais dos dedos indicador, médio e 
anular sobre a área alterada e sua vizinhança – que 
melhor se pode constatar qualquer elevação da pele 
e eventuais alterações da superfície 
◗ Manchas pigmentares: quando decorrem de 
alterações do pigmento melânico. Subdividem-se em 
três tipos: 
1) Hipocrômicas e/ou acrômicas: resultam da 
diminuição e/ou ausência de melanina. 
Podem ser observadas no vitiligo, pitiríase 
alba, hanseníase; algumas vezes são 
congênitas, como no nevo acrômico e no 
albinismo (Figura 11.6) 
 
2) Hipercrômicas: dependem do aumento de 
pigmento melânico. Exemplos: pelagra, 
melasma ou cloasma, manchas 
hipercrômicas dos processos de cicatrização, 
manchas hipercrômicas da estase venosa 
crônica dos membros inferiores, nevos 
pigmentados, melanose senil (Figuras 11.7 e 
11.8) 
 
3) Pigmentação externa: substâncias aplicadas 
topicamente que produzem manchas do cinza 
ao preto. Exemplos: alcatrões, antralina, 
nitrato de prata, permanganato de potássio. 
◗ Manchas vasculares: decorrem de distúrbios da 
microcirculação da pele. São diferenciadas das 
manchas hemorrágicas por desaparecerem após 
compressão (digitopressão, quando se comprime a 
região com a polpa digital; vitropressão, quando a 
compressão é feita com uma lâmina de vidro 
transparente; e puntipressão, quando se emprega um 
objeto pontiagudo). As manchas vasculares 
subdividem-se em: 
1) Telangiectasias: são dilatações dos vasos 
terminais, ou seja, arteríolas, vênulas e 
capilares. As telangiectasias venocapilares 
são comuns nas pernas e nas coxas das 
pessoas do sexo feminino e se denominam 
varículas ou microvarizes. Podem ser vistas, 
também, no tórax de pessoas idosas (Figura 
11.9). Outro tipo de telangiectasia são as 
chamadas aranhas vasculares, que têm este 
nome porque sua forma lembra a desses 
aracnídeos (um corpo central do qual 
emergem várias pernas em diferentes 
direções). Localizam-se no tronco, e para 
fazê-las desaparecer basta fazer uma 
puntipressão exatamente sobre seu ponto 
mais central. Desaparecem porque esta 
manobra oclui a arteríola central, 
alimentadora dos vasos ectasiados. Há 
outros tipos de telangiectasias, tais como os 
nevos vasculares de origem congênita 
 
2) Mancha eritematosa ou hiperêmica: decorre 
de vasodilatação, tem cor rósea ou 
vermelho-viva e desaparece à digitopressão 
ou à vitropressão. É uma das lesões 
elementares mais encontradas na prática 
(Figura 11.10). Podem ser simples, ou seja, 
sem outra alteração da pele ou, ao contrário, 
acompanhar-se de outras lesões: pápula, 
vesícula, bolha. Costumam ser de variados 
tamanhos; ora são esparsas, ora confluentes, 
ou seja, fundem-se• por estarem muito 
próximas umas das outras. Surgem nas 
doenças exantemáticas (sarampo, varicela, 
rubéola), na escarlatina, na sífilis, na 
moléstia reumática, nas septicemias, nas 
alergias cutâneas e em muitas outras 
afecções. 
 
◗ Manchas hemorrágicas: são também chamadas 
“sufusões hemorrágicas” e não desaparecem pela 
compressão, o que as diferencia das manchas 
eritematosas. Não desaparecem por se tratar de 
sangue extravasado. De acordo com a forma e o 
tamanho, subdividem-se em três tipos (Figura 
11.11): 
1) Petéquias: quando são puntiformes (Figura 
11.12A), e com até 1 cm de diâmetro 
 
2) Víbices: quando tomam a forma linear. Esse 
termo também é empregado para lesão 
atrófica linear 
 
3) Equimoses: quando são em placas (Figura 
11.12B), maiores que 1 cm de diâmetro. 
 
- A coloração das manchas hemorrágicas vai do 
vermelho-arroxeado ao amarelo, dependendo do 
tempo de evolução, dado muito usado em medicina 
legal para se avaliar o tempo decorrido entre o 
aparecimento da lesão e o momento do exame. 
- Nas grandes e médias equimoses, as mudanças de 
coloração se fazem nos seguintes períodos: 
- Até 48 h são avermelhadas 
- De 48 a 96 h tornam-se arroxeadas 
- Do 5º ao 6º dia ficam azuladas 
- Do 6º ao 8º dia passam a ser amareladas 
- Após o 9º dia a pele volta à coloração normal. 
- Nas pequenas equimoses o tempo de duração é 
menor. Deve-se ressaltar que as grandes e médias 
equimoses são visíveis mesmo nas pessoas com a 
pele mais pigmentada. 
- As manchas hemorrágicas são causadas por 
traumatismos, alterações capilares e discrasias 
sanguíneas. Nas duas últimas condições recebem a 
designação de púrpura. 
- Se o extravasamento sanguíneo for suficiente para 
produzir elevação da pele, é designado hematoma. 
Equimose e hematoma se associam frequentemente 
- Deposição pigmentar: pode ser por deposição de 
hemossiderina, bilirrubina (icterícia), pigmento 
carotênico (ingestão exagerada de mamão, cenoura), 
corpos estranhos (tatuagem) e pigmentos metálicos 
(prata, bismuto). 
- Elevações edematosas 
- São elevações causadas por edema na derme ou 
hipoderme. Se enquadra a lesão urticada ou tipo 
urticária, que corresponde a formações sólidas, 
uniformes, de forma variável (arredondadas, 
ovalares, irregulares), frequentemente eritematosas e 
quase sempre pruriginosas, resultando de um edema 
dérmico circunscrito. 
- A afecção mais frequentemente responsável por 
este tipo de lesão é a própria urticária (Figura 11.13) 
 
- Formações sólidas 
- Pápulas: são elevações sólidas da pele, de pequeno 
tamanho (até 1,0 cm de diâmetro), superficiais, bem 
delimitadas, com bordas facilmente percebidas 
quando se desliza uma polpa digital sobre a lesão. 
Podem ser puntiformes, um pouco maiores ou 
lenticuladas, planas ou acuminadas, isoladas ou 
coalescentes, da cor da pele circundante ou de cor 
rósea, castanha ou arroxeada. Inúmeras dermatoses 
se evidenciam por lesões papulares; exemplos: 
picada de inseto, leishmaniose, blastomicose, 
verruga, erupções medicamentosas, acne, hanseníase 
(Figuras 11.14 e 11.15) 
 
 
- Tubérculos: são elevações sólidas, circunscritas, 
de diâmetro maior que 1,0 cm, situadas na derme. A 
consistência pode ser mole ou firme. A pele 
circunjacente tem cor normal ou pode estar 
eritematosa, acastanhada ou amarelada (Figura 
11.16); geralmente evoluem formando cicatriz. São 
observadas na sífilis, tuberculose, hanseníase, 
esporotricose, sarcoidose e tumores. 
 
- Nódulos, nodosidade e goma: são formações 
sólidas localizadas na hipoderme, mais perceptíveis 
pela palpação do que pela inspeção (Figura 11.17). 
Quando de pequeno tamanho – grão de ervilha, por 
exemplo – são os nódulos. Se mais volumosas, são 
as nodosidades. Gomas são nodosidades que tendem 
ao amolecimento e ulceração com eliminação de 
substância semissólida. Os limites dessas lesões em 
geral são imprecisos, e a consistência pode ser firme, 
elástica ou mole. Ora estão isoladas, ora agrupadas 
ou mesmo coalescentes. Podem ser dolorosas ou não. 
A pele circundante estará normal, eritematosa ou 
arroxeada. 
- São muitas as dermatoses que se traduzem por 
nódulo ou nodosidade; exemplos: furúnculo, eritema 
nodoso, hanseníase, cistos, epiteliomas, sífilis, 
bouba, cisticercose. As gomas aparecem na sífilis, na 
tuberculose e nas micoses profundas. 
 
- Vegetações: são lesões sólidas, salientes, lobulares, 
filiformes ou em couve-flor, de consistência molee 
agrupadas em maior ou menor quantidade. 
- Muitas dermatoses se evidenciam por vegetações: 
verrugas, bouba, sífilis, leishmaniose, blastomicose, 
condiloma acuminado, tuberculose, granuloma 
venéreo, neoplasias (Figura 11.18) e dermatites 
medicamentosas. 
- Quando a camada córnea é mais espessa, a lesão 
apresenta consistência endurecida e recebe o nome 
de verrucosidade; exemplos: verrugas vulgares, 
cromomicose. 
 
- Coleções líquidas 
- Vesícula: é uma elevação circunscrita da pele que 
contém líquido em seu interior (Figura 11.19). Seu 
diâmetro não ultrapassa 1,0 cm. Diferença 
fundamental entre pápula e vesícula: a primeira é 
uma lesão sólida, e a segunda é constituída por uma 
coleção líquida. Às vezes, para se dirimir dúvida 
punciona-se a lesão. O encontro de substância 
líquida caracteriza a existência de vesícula. É 
observada na varicela, no herpes-zóster, nas 
queimaduras, no eczema e nas tinhas (micoses 
superficiais). 
 
- Bolha: também é uma elevação da pele contendo 
uma substância líquida em seu interior. Diferencia-
se da vesícula pelo tamanho. A bolha tem diâmetro 
maior que 1,0 cm. É encontrada nas queimaduras, no 
pênfigo foliáceo, em algumas piodermites e em 
alergias medicamentosas (Figura 11.19). 
- As bolhas podem ter conteúdo claro, turvo 
amarelado (bolha purulenta) ou vermelho-escuro 
(bolha hemorrágica). 
 
- Pústula: é uma vesícula de conteúdo purulento. 
Surge na varicela, no herpes-zóster, nas 
queimaduras, nas piodermites, na acne pustulosa 
(Figura 11.19). 
 
- Abscessos: são coleções purulentas, mais ou menos 
proeminentes e circunscritas, de proporções 
variáveis, flutuantes, de localização 
dermo-hipodérmica ou subcutânea. Quando 
acompanhados de sinais inflamatórios são chamados 
abscessos quentes. A ausência de sinais flogísticos 
caracteriza os abscessos frios. Exemplos: 
furunculose, hidradenite, blastomicose, abscesso 
tuberculoso (Figura 11.20). 
 
- Hematomas: são formações circunscritas, de 
tamanhos variados, decorrentes de derrame de 
sangue na pele ou tecidos subjacentes. 
- Alterações da espessura 
- Queratose: é modificação circunscrita ou difusa da 
espessura da pele, que se torna mais consistente, dura 
e inelástica, em consequência de espessamento da 
camada córnea. 
- O exemplo mais comum é o calo. Quando se 
localiza nas palmas das mãos e nas plantas dos pés 
chama-se, respectivamente, queratose palmar e 
plantar. 
- Principais afecções que se acompanham dessa 
lesão: queratose senil, queratodermia palmoplantar, 
ictiose (Figura 11.21). 
 
- Espessamento ou infiltração: traduz-se por 
aumento da consistência e da espessura da pele que 
se mantém depressível, menor evidência dos sulcos 
da pele, limites imprecisos. O exemplo mais 
sugestivo é a hanseníase virchowiana (Figura 11.22). 
 
- Liquenificação: consiste no espessamento da pele 
com acentuação das estrias, resultando em um 
quadriculado em rede como se a pele estivesse sendo 
vista através de uma lupa. A pele circundante 
torna-se, em geral, de cor castanho-escura (Figura 
11.23). É encontrada nos eczemas liquenificados ou 
em qualquer área sujeita a coçaduras constantes. 
 
- Esclerose: evidencia-se por aumento da 
consistência da pele, que se torna mais firme, 
aderente aos planos profundos e difícil de ser 
pregueada entre os dedos. Exemplo típico é a 
esclerodermia. 
- Edema: consiste em acúmulo de líquido no espaço 
intersticial. A pele torna-se lisa e brilhante (Figura 
11.24). O edema deve ser analisado conforme o 
roteiro para o exame da pele, das mucosas e dos 
fâneros. 
 
- Atrofias: são adelgaçamentos da pele, a qual 
torna-se fina, lisa, translúcida e pregueada. Podem 
ser fisiológicas, como na atrofia senil, ou 
determinadas por agentes mecânicos ou físicos 
(estrias atróficas, radiodermite) (Figura 11.25). 
 
- As estrias são linhas de atrofia de cor acinzentada 
ou róseo-avermelhada. Aparecem em qualquer parte 
do corpo na qual a pele tenha sido mecanicamente 
forçada. São observadas no abdome de mulheres 
grávidas e em pessoas cuja parede abdominal esteve 
distendida (ascite, obesidade). 
- Perdas e reparações teciduais 
- São lesões oriundas da eliminação ou destruição 
patológicas e de reparações dos tecidos cutâneos. 
Abrangem: escama, erosão ou exulceração, úlcera ou 
ulceração, fissura ou rágade, crosta, escara e cicatriz 
- Escamas: são lâminas epidérmicas secas que 
tendem a desprender-se da superfície cutânea. Se 
apresentarem o aspecto de farelo são denominadas 
furfuráceas, e, quando em tiras, laminares ou 
foliáceas (Figura 11.26). Muitas afecções se 
acompanham de descamação, podendo citar-se como 
exemplo a caspa, a pitiríase versicolor, a psoríase e a 
queimadura da pele por raios solares. 
 
- Erosão ou exulceração: é o simples 
desaparecimento da parte mais superficial da pele, 
atingindo apenas a epiderme (Figura 11.27). Pode ser 
traumática, quando recebe o nome de escoriação, ou 
não traumática. Neste caso, são secundárias à ruptura 
de vesículas, bolhas e pústulas. Ao regenerar-se não 
deixam cicatrizes. 
 
- Úlcera ou ulceração: é a perda delimitada das 
estruturas que constituem a pele e que chega a atingir 
a derme. Tal fato a diferencia da escoriação. Outra 
diferença entre essas duas lesões é que a ulceração 
deixa cicatriz. Exemplos: úlcera crônica, lesões 
malignas da pele, leishmaniose (Figura 11.28) 
 
- Fissuras ou rágades: são perdas de substância 
linear, superficial ou profunda, e não determinada 
pela interveniência de qualquer instrumento 
cortante. Comprometem a epiderme e a derme e 
situam-se mais frequentemente no fundo de dobras 
cutâneas ou ao redor de orifícios naturais (Figura 
11.29). 
 
- Crosta: é uma formação proveniente do 
ressecamento de secreção serosa, sanguínea, 
purulenta ou mista que recobre uma área cutânea 
previamente lesada. Algumas vezes é de remoção 
fácil e em outras está firmemente aderida aos tecidos 
subjacentes. Encontram-se crostas na fase final dos 
processos de cicatrização, impetigo, pênfigo foliáceo 
e nos eczemas (Figura 11.30) 
 
- Escara: é uma porção de tecido cutâneo necrosado, 
resultante de pressão isolada ou combinada com 
fricção e/ou cisalhamento. A área mortificada 
torna-se insensível, de cor escura e está separada do 
tecido sadio por um sulco. O tamanho é muito 
variável, desde o da cabeça de alfinete até placas 
enormes. Ocorre principalmente em idosos e 
imobilizados (Figura 11.31) 
 
- Cicatriz: é a reposição de tecido destruído pela 
proliferação do tecido fibroso circunjacente. Os 
tamanhos e as formas das cicatrizes são os mais 
variados. Podem ser róseo-claras, avermelhadas, ou 
adquirir uma pigmentação mais escura do que a pele 
ao seu redor. Podem ser deprimidas ou exuberantes. 
As exuberantes são representadas pela cicatriz 
hipertrófica e pelo queloide (Figura 11.32). 
 
- Resultam de traumatismos ou de qualquer lesão 
cutânea que evolua para a cura. 
- Queloide é uma formação fibrosa rica em colágeno 
saliente, de consistência firme, róseo-avermelhada, 
bordas nítidas, frequentemente com ramificações 
curtas (Figura 11.33). Pode ser espontâneo ou, o que 
é mais frequente, secundário a qualquer agressão à 
pele (intervenção cirúrgica, queimadura e 
ferimentos).

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