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Farmacocinética: Absorção, Distribuição, Metabolização e Eliminação

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FARMACOCINÉTICA 
A farmacocinética estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo, desde 
a sua administração até sua eliminação. 
I. Absorção 
II. Distribuição 
III. Metabolização 
IV. Eliminação 
A farmacodinâmica, por sua vez, corresponde à ação da droga no organismo a partir da 
ligação a um determinado alvo farmacológico (receptores, canais iônicos, transportadores, 
enzimas, proteínas estruturais), exercendo o seu mecanismo de ação e o seu efeito terapêutico. 
Assim, podemos dizer que: 
 
 
 
 
ABSORÇÃO 
É expressa como a fração do fármaco adiministrado que tem acesso à circulação sistêmica 
na forma quimicamente inalterada. Em outras palavras, corresponde a passagem do fármaco pela 
via que é administrado até a corrente sanguínea. 
Para que isso ocorra, é preciso que o fármaco atravesse as membranas biológicas, o que 
pode se dar pelos seguintes processos: 
a) DIFUSÃO PASSIVA: ocorre a favor do gradiente de concentração (o fármaco se move 
da região de concentração alta para a de concentração baixa). Não envolve 
transportador, não é saturavel e possui baixa especificidade estrutural. 
 
Se o fármaco for hidrossolúvel ou tiver moléculas pequenas, essa passagem 
ocorre através de um canal ou poro aquoso - é a chamada filtração. 
Se o fármaco for lipossolúvel (apolar), essa passagem ocorre pela dissolução 
através da membrana (ex: gases, anestésicos, sedativos, tranquilizantes, 
antibióticos, alcalóides, organofosforados, hormônios). 
 
 
OBSERVAÇÃO 1 : fármacos muito hidrofícos são pouco absorvidos devido à 
impossibilidade de atravessar as membranas celulares ricas em lipídios. Fármacos 
muito lipofílicos também são pouco absorvidos, pois são totalmente insolúveis nos 
líquidos aquosos do organismo e, portanto, não têm acesso à superfície das células. 
FARMACOCINÉTICA 
AÇÃO DA DROGA = 
ABSORÇÃO 
BIOTRANSFORMAÇÃO E EXCREÇÃO 
Farmacocinética Farmacodinâmica 
 
OBSERVAÇÃO 2: Para ser absorvido por difusão passiva, o fármaco precisa ser 
lipossolúvel e hidrossolúvel, ou seja, a mesma molécula deve possuir 
características opostas entre si. 
 
 
 
 
− A propriedade físico-química que mede a lipossolubilidade é o coeficiente de 
partição óleo/água. 
 
 
 
 
b) DIFUSÃO FACILITADA: através de um transportador especializado, que facilita a 
passagem de moléculas grandes. Ocorre a favor do gradiente de concentração, sem 
gasto de energia. É um processo saturável. 
c) TRANSPORTE ATIVO: através de proteínas de membrana específicas, contra o 
gradiente de concentração,com gasto de energia (ATP). É um processo saturável. 
d) ENDOCITOSE (a partir da invaginação membranar): para moléculas excepcionalmente 
grandes (ex: sacarose, insulina, albumina, globulina). 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM A ABSORÇÃO 
a) GRAU DE IONIZAÇÃO DAS MOLÉCULAS: a maioria dos fármacos é acido fraco ou base 
fraca e o seu grau de ionização interfere diretamente na sua capacidade absortiva, de 
forma que apenas a forma não ionizada atravessa as membranas. Assim, a forma HA 
não ionizada dos ácidos fracos e a forma não ionizada (B) da base fraca conseguem 
permear através das membranas. 
 
 
 
 
 
 
 
Para se dissolver nos fluidos corpóreos e se 
aproximar das membranas celulares. 
Para atravessar mais facilmente a 
membrana. 
Índice de solubilidade no solvente aquoso 
Índice de solubilidade no solvente orgânico 
• EXERCÍCIO 1: a aspirina, um ácido fraco com pKa = 3,5, é melhor absorvida pelo 
estômago (pH = 1,5) ou pelo intestino delgado (pH = 6,5)? 
 
− Aplica-se a equação de Handerson-Hasselbach para os ácidos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• EXERCÍCIO 2: o diazepam, uma base fraca com pKa = 3,5, é melhor absorvida pelo 
estômago (pH=1,5) ou pelo intestino delgado (pH=6,5)? 
 
− Aplica-se a equação de Handerson-Hasselbach para as bases: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) HIDROSSOLUBILIDADE 
 
c) TAMANHO E FORMA MOLECULARES 
 
d) LIPOSSULUBILIDADE 
100 moléculas não ionizadas no 
estômago para 1 molécula da aspirina 
ionizada. Assim, a aspirina atravessa 
a barreira estomacal de uma forma 
mais fácil. 
1 moléculas não ionizadas no estômago 
para 1000 molécula da aspirina 
ionizada. Assim, a aspirina seria má 
absorvida no intestino. 
1 molécula não ionizada para 100 
moléculas ionizadas do medicamento. 
Assim, o diazepam será mal 
absorvido pelo estômago. 
1000 moléculas não ionizadas para 1 
molécula ionizada. Assim, o diazepam 
será melhor absorvido pelo intestino. 
VIAS DE ABSORÇÃO 
1) TRATO GASTROINTESTINAL (TGI) 
 
• BUCAL (SUBLINGUAL, BASE DA LÍNGUA, BOCHECA) - ENTERAL 
− O fármaco se difunde por uma vasta rede capilar e entra diretamente na circulação 
sistêmica através da veia jugular. 
− Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. 
− Vantagens: absorve rapidamente substâncias lipossolúveis; possui facilidade de 
administração, rápida absorção, evita passagem pelo fígado (não é 
metabolizado), evita ação do suco gástrico (que pode agir inativando alguns 
fármacos). 
− Desvantagens: é imprópria para substâncias irritantes, de sabor desagradável. 
 
• GÁSTRICA - ENTERAL 
− O estômago possui pH baixo (ácido) e não corresponde a um órgão de absorção 
por excelência, uma vez que pode agir inativando alguns fármacos. 
 
• INTESTINO DELGADO - ENTERAL 
− Corresponde a principal via de absorção do TGI, devido à extensa superfície de 
absorção (vilosidades). Os medicamentos são absorvidos nos capilares ou vasos 
linfáticos (lipídios). 
− Cerca de 75% de um fármaco administrado é absorvido em 1 e 3 horas. 
− A velocidade de absorção depende da concentração da substância, grau de 
dissociação no líquido intestinal, esvaziamento gástrico, peristaltismo intestinal, 
secreções digestivas. 
− A interação com alimentos pode alterar a absorção do fármaco, variando de acordo 
com a natureza e com a temperatura dos alimentos. Além disso, a formação do 
complexo fármaco-alimento pode precipitar, dificultando a absorção. 
− Vantagens: segurança, comodidade e economia; esquema terapêutico fácil; ampla 
absorção. 
− Desvantagens: irritação da mucosa gástrica; interação com alimentos. 
 
OBSERVAÇÃO: Fármacos administrados pela via enteral (pela boca) e que se 
deseja uma liberação prolongada, podem possuir revestimento insolúvel que 
controlam a liberação do fármaco, permitindo absorção mais lenta e duração 
de ação mais longa. 
 
• RETAL 
− As drogas absorvidas pelo reto, vão para o plexo hemorroidário, depois para a veia 
cava, de onde seguem para o coração e atingem, por fim, a circulação. 
− Vantagens: pode ser aplicado em pacientes inconscientes; pacientes com náuseas 
e vômitos; menor biotransformação (evita o fígado); evita o pH ácido do 
estômago (enzimas digestivas). 
− Desvantagens: absorção irregular e incompleta; irritação da mucosa. 
 
2) RESPIRATÓRIA (a absorção acontece em toda a sua extensão) 
• NASAL 
− É mais usada para efeitos locais. 
− Exemplo: descongestionantes, coticosteroide anti-inflamatório. 
− Epitélio cilíndrico ciliado estratificado. 
• TRAQUEAL E BRÔNQUICA 
− É mais usada para efeitos locais. 
• ALVEOLAR 
− Possui ação rápida. 
− Tem ampla área de absorção e absorve substâncias gasosas, voláteis e 
lipossolúveis através do mecanismo de difusão gasosa (gradiente de pressão). 
− Local de utilização de anestésicos locais e aerossóis. 
− Exemplo: salbutamol (broncodilatador) e fluticasona (corticosteroide). 
 
 
 
pH 
3) INTRAMUSCULAR (IM) - PARENTERAL 
− É uma injeção profunda aplicada diretamente entre as fibras musculares, 
− Aplicada em locais de ampla superfície de absorção, vascularizados e pobres em 
nervos sensitivos (ex: deltóide, glúteo – quadrante superior externo). 
− As drogas atravessam as membranas capilares (células endoteliais planas) e caem na 
corrente sanguínea. 
− É uma via de ação rápida dos fármacos, uma vez que entram em contato direto com 
a circulação. 
− Oferece absorção por difusão simples.− Vantagens: soluções aquosas injetadas possuem rápida absorção, enquanto que 
soluções oleosas ou suspensões possuem absorção lenta; pode ser aplicada em 
pacientes inconscientes; adequada para volumes moderados. 
− Desvantagens: lesões musculares. 
 
4) SUBCUTÂNEA (SC) - PARENTERAL 
− Oferece absorção por difusão simples. 
− É mais lenta que a via IV. 
− Vantagens: minimiza os riscos de hemóllise, trombose e pode proporcionar efeitos 
lentos, constantes e prolongados. 
− Desvantagens: não deve ser usada para fármacos que causem irritação tissular, 
porque pode ocorrer dor intensa e necrose. 
 
5) INTRAVENOSA (IV) - PARENTERAL 
− Não é via de absorção de medicamento – já inicia na fase de distribuição. 
− Permite efeito rápido e grau de controle máximo sobre a quantidade de fármaco 
administrada. 
− Administração em bólus: toda a dose do fármaco é administrada praticamente 
imediatamente. 
− Administração em infusão: o fármaco é administrado em tempo maior, o que resulta 
em pico de concentração plasmática baixo e em aumento da duração do nível do 
fármaco circulante. 
− Vantagens: fármaco se dilui rapidamente no sangue, promovendo efeito rápido. 
− Desvantagens: não podem ser retirados; risco de infecção no local da injeção; 
risco de hemólise, reações anafiláticas, choque pirogênico; imprópria para 
soluções oleosas. 
 
6) INTRADÉRMICA 
− Aplicada na região produnda da epiderme. 
− É pouco utilizada. 
− Ex: testes alérgicos (tuberculínico), BCG. 
 
7) INTRA-ARTERIAL: aplicação da medicação diretamente nas artérias. Por exemplo, 
fármacos antineoplásicos podem ser aplicados diretamente em uma artéria que irriga o 
tumor. 
 
8) RAQUI: ESPAÇO SUBARACNÓIDE (LCR) 
 
9) INTRATECAL OU EPIDURAL: aplicação do fármaco no espaço epidural quando se deseja 
efeitos locais e rápidos, uma vez que a barreira hematencefálica retarda ou impede a 
entrada de fármacos no SNC. 
 
10) TRATO GENITOURINÁRIO (TGU) 
• VAGINAL 
− Utilizada para efeitos locais. 
− Epitélio plano estratificado. 
• URETRAL 
− Utilizada para efeitos locais. 
− Epitélio cilíndrico poliestratificado. 
• BEXIGA 
− Praticamente não há absorção. 
 
11) MUCOSA CONJUNTIVAL 
− Epitélio cilíndrico estratificado. 
− Boa absorção. 
− Mais utilizadas para efeitos locais e intra-oculares, mas pode levar a efeitos 
sistêmicos. 
 
12) PELE 
− Epiderme: epitélio poliestratificado queratinizado 
− Local de baixa absorção devido à barreira lipídica. 
− Utilizada para efeitos locais. 
 
DISTRIBUIÇÃO 
 A distribuição dos fármacos é o processo pelo qual um fármaco reversivelmente abandona 
o leito vascular (plasma) e entra no intersticio (líquido extracelular) e, então, nas células dos 
tecidos. 
IMPORTÂNCIA DA COMBINAÇÃO DROGA-PROTEÍNAS DO PLASMA 
No plasma, todos os fármacos formam um complexo droga-proteína reversível, que 
funciona como um reservatório. A droga ligada à proteína do plasma é inerte, ou seja, impede que 
o fármaco entre no líquido interstifical e no tecido alvo. Além disso, esse complexo impede que a 
droga passe pelos processos de inativação, excreção, biotransformação/metabolização e 
distribuição. 
Quanto maior a lipossolubilidade, mais facilmente a droga forma esse complexo. O 
reservatório é desfeito a partir de alterações no equilíbrio. Por exemplo, com a metabolização 
do fármaco livre pelo fígado, o equilíbrio é deslocado para a esquerda, favorecendo a dissociação. 
PASSAGEM DA DROGA 
I. PASSAGEM DO SANGUE PARA O INTERSTÍCIO: ocorre através dos capilares, por transporte 
passivo (difusão ou filtração). 
− Fármacos polares e de alto peso molecular dificilmente atravessam a membrana 
endotelial. 
− A velocidade de distribuição é limitada pela taxa de difusão. 
II. PASSAGEM DO INTERSTÍCIO PARA AS CÉLULAS: atravessam a membrana plasmática ou 
fixam-se em sua superfície (receptores). 
III. PASSAGEM PARA O SNC: existe uma barreira de proteção entre o plasma e o líquor, a 
barreira hemato-encefállica, que dificulta a absorção. 
− Drogas lipossolúveis não ionizadas → atravessam bem (ex: anestésicos gerais) 
− Drogas hidrossolúveis de baixo peso molecular → atravessam bem (ex: álcool, uréia) 
− Drogas ionizadas ou pouco lipossolúveis → não atravessam 
− Drogas com transporte ativo → atravessam bem (ex: glicose) 
IV. PASSAGEM PARA A PLACENTA: o sangue materno e fetal são separados por uma camada 
epitelial: o sincíciotrofoblasto, mas as drogas lipossolúveis e não-ionizadas podem passar 
por difusão (ex: anestésicos gerais, álcool, morfina, hormônios, esteróides, etc). 
DEPÓSITO DE ARMAZENAMENTO 
 São locais onde as drogas se acumulam seletivamente. Nesses locais, as drogas se 
encontram em equilíbrio com o plasma e sofrem liberação à medida que ocorre a metabolização e 
e a excreção. Assim, ajudam a manter a ação prolongada das drogas. 
Principais tipos de depósitos: 
• Proteínas plasmáticas 
• Células 
• Lipídios 
• Intestino 
BIOTRANSFORMAÇÃO/METABOLIZAÇÃO 
Logo que o fármaco, substância estranha, entra no organismo, inicia-se o processo de 
eliminação. Esse processo é responsável por diminuir a concentração da droga no plasma. Assim, 
a maioria das drogas sofre biotransformação antes de serem excretadas, o que elimina ou diminui 
os seus efeitos (detoxicação). 
DESFECHOS DA BIOTRANSFORMAÇÃO 
• Transformar o composto lipossolúvel em hidrossolúvel, facilitando a sua eliminação. 
• Detoxificar ou inativar compostos. 
• Ativar drogas originalmente inativas, formar metabólitos ativos, alterar o perfil 
farmacocinético. 
TIPOS DE REAÇÕES 
1) REAÇÕES DE FASE 1 : convertem os fármacos lipofílicos em moléculas mais polares, 
introduzindo grupamentos que servem como locais de fixação para a fase 2 (conjugação). 
 
• OXIDAÇÃO 
− Pode ocorrer por adição de oxigênio ou perda de hidrogênio (ex: clorpromazina), 
hidroxilação – adição de OH (ex: barbitúricos), desalquilação – retirada de radical 
alquila (ex: fenacetina), desaminação oxidativa (ex: anfetamina). 
 
 
 
 
 
 
• REDUÇÃO 
− Pode ocorrer por perda de oxigênio ou ganho de hidrogênio (ex: cortisona, 
pednisona). 
 
• HIDRÓLISE 
− Decomposição da substância pela água (ex: procaína, conversão de angiotensina I 
em angiotensina II) 
 
2) REAÇÕES DE FASE 2: deixar o fármaco que passou pela fase 1 ainda mais polar, mais 
hidrossolúvel e terapeuticamente inativo. 
 
• CONJUGAÇÃO 
− Fixa um grupo substituto aos grupos introduzidos em uma das reações da fase 1. 
− Geralmente ocorre a inativação da droga. 
− As drogas ficam menos lipossolúveis passando a ser mais excretadas. 
Na fase 1 ocorreu a hidroxilação da aspirina: quebrou-se o grupamento 
acetil e adicionou-se o grupamento hidroxila, que serviu, na fase 2, como 
ponto reativo para o ácido glucurônico. 
− Tipos de conjugação: 
 GLUCURONIL: é o tipo mais comum de conjugação. É feita com ácido 
glucurônico. A enzima UDP-glucuroniltransferase transfere o ácido 
glucurônico para a droga. O ácido glucurônico liga-se a um átomo rico em 
elétrons (N, O ou S), formando um composto polar, inativo e que é 
rapidamente excretado. 
 ACETIL: reação de acetilação pela enzima acetilase (ex: sulfonamida). 
 METIL: reação de metilação pela enzima metil-transferase (ex: histamina). 
 GLICIL: reação de glicilina por meio da glicinalase (ex: ácido benzóico). 
 SULFATO: reação de sulfatação pela enzima sulfoquinase (ex: fenol). 
 
LOCAIS E MECANISMOS DA BIOTRANSFORMAÇÃO 
I. FÍGADO: o fígado é o principal órgão metabolizador do corpo. Nele, ocorrem reações de 
fases 1 e 2. 
• FASE 1 
− Reações microssomais: ocorrem no retículo endoplasmático liso do hepatócito. 
 As principais enzimas metabolizadoras de fármacos pertecem a família do 
citocromo P450, responsável por metabolizar produtos endógenos (como 
esteroides, lipídios) e exógenos (xenobióticos). 
 As CYP 1A2, 3A4, 2D6, 2C9 e 2C19 são responsáveis por cerca de 60% do 
metabolismo dos fármacos. 
 O resultado da reaçãopelo sistema mono-oxidase P450 é a adição de um 
átomo de oxigênio ao fármaco para formar um produto hidroxilado, 
enquanto outro átomo de oxigênio é convertido em água. Esse processo querer 
a presença do fármaco, enzima P450, oxigênio molecular, NADPH e 
flavoproteína (NADPH-P450 redutase). 
 Cada retângulo rosa 
ou azul representa uma 
única molécula do 
citocromo P450 durante o 
ciclo catalítico. O ferro na 
P450 encontra-se no 
estado férrico 
(retângulos em rosa) ou no 
estado ferroso 
(retângulos em azul). O 
P450, que contém ferro 
férrico (Fe3+), combina-
se com uma molécula do 
fármaco (“FH”) e 
recebe um elétron da 
NADPH-P450 redutase, 
que reduz o ferro para Fe2+. Este combina-se com oxigênio molecular, um 
próton e um segundo elétron (da NADPH-P450 redutase ou do citocromo 
b5) para formar um complexo Fe2+OOHFH. Esse complexo se combina com 
outro próton para produzir água e o complexo oxeno férrico (FeO)3+-FH. O 
(FeO)3+ extrai um átomo de hidrogênio do FH, com formação de um par de 
radicais livres de curta duração, liberação do fármaco oxidado (“FOH”) 
do complexo e regeneração da enzima P450. 
 As enzimas do citocromo P450 podem ser induzidas ou inibidas. 
 Outras enzimas microssomais: redutases (warfarim, esteróides), esterases 
(meperidina), transferases (conjugação com ácido glucurônico). 
 
− Reações não microssomais: ocorrem no citosol ou na mitocôndria. 
 No citoplasma: desidrogenases (álcool), metil-transferases (aminas 
biogênicas), sulfoquinases. 
 Nas mitocôndrias: monoaminoxidases (adrenalina, noradrenalina), enzimas da 
cadeia respiratória. 
 Sistema retículo endotelial: acetilases (sulfonilamidas). 
 
• FASE 2 : envolve reações de conjugação, normalmente resultado em produtos inativados, 
já citadas anteriormente. 
 
II. PLASMA: ocorrem reações de hidrólise (succinilcolina, procaína). 
III. RIM, PULMÃO, INTESTINO E DEMAIS ÓRGÃOS: ocorrem em menor escala que a 
biotransformação hepática. 
 
EXCREÇÃO 
A excreção corresponde à passagem de drogas intactas ou de seus metabólitos da 
circulação para o exterior do organismo. Esse processo é realizado por alguns órgãos, os quais 
podem causar intoxicação sistêmica quando doentes ou sofrer lesões ao eliminar substâncias 
tóxicas (ex: mercúrio). 
EXCREÇÃO RENAL (corresponde ao processo mais importante de eliminação) 
Três processos fundamentais são responsáveis pela eliminação renal dos fármacos: 
1) FILTRAÇÃO GLOMERULAR: fármacos de baixo peso molecular conseguem se difundir 
dos capilares glomerulares para o filtrado glomerular. Esse capilares são 
completamente impermeáveis à albumina plasmática, de forma que apenas fármacos 
livres cruzam essa barreira. 
 
2) SECREÇÃO TUBULAR PROXIMAL: responsável pela eliminação de fármacos que não 
sofreram filtração glomerular (drogas de alto peso molécular ou ligadas às proteínas). 
É realizada por mecanismos de transporte ativo (diferentes para substâncias ácidas e 
básicas). 
− As drogas utilizam os sistemas que secretam as substâncias naturais do organismo 
(ex: penicilinas e tiazídicos, que utilizam o sistema de secreção do ácido úrico). 
FÁRMACOS QUE INIBEM A SECREÇÃO TUBULAR 
 
 
3) REABSORÇÃO TUBULAR: drogas lipossolúveis e não-ionizadas sofrem reabsorção, 
enquanto que fármacos ionizados e hidrossolúveis sofrem excreção. Essa reabsorção 
depende do pH da urina. 
− Exemplo: a excreção de barbitúricos (pKa=7,4) é maior em urina de pH = 5,4 ou 
de pH =7,4? 
➢ Em pH = 5,4 → 7,4 – 5,4 = 2 → log [AH]/[A-
] = 2 → [AH]/[A-] = 100/1 → 1% ionizado 
(excretado) e 99% é reabsorvido. 
➢ Em pH = 7,4 → 7,4-7,4 = 0 → [AH]/[A-] = 
100 → [AH]/[A-] = 1 → [AH] = [A-] → 50% 
ionizado (excretado) e 50% reabsorvido. 
 
Assim, tem-se que a excreção de barbitúricos é maior na urina de pH = 7,4. Dessa 
forma, em indivíduos com intoxicação por barbitúricos, alcalinizar a urina é uma 
estratégia de tratamento. 
 
EXCREÇÃO POR VIA PULMONAR 
• Eliminação de gases e substâncias voláteis (ex: anestésicos gerais voláteis, álcool). 
• A droga passa do plasma para o alvéolo. 
• Obedece a Lei Geral dos Gases. 
• É muito rápida: extensa área de excreção. 
 
EXCREÇÃO PELO TUBO DIGESTIVO 
• Não ocorre com drogas ingeridas por via oral e que não são absorvidas. 
• Ocorre por difusão (maioria) e transporte ativo. 
 
EXCREÇÃO PELA SALIVA 
• Rápida, mas são reabsorvidas pelo TGI (ex: metais pesados). 
 
EXCREÇÃO GÁSTRICA 
• A excreção ocorre por difusão, na maioria das vezes. 
• As drogas voltam a ser reabsorvidas no intestino. 
• Ex: morfina 
 
EXCREÇÃO BILIAR 
• Ocorre, em especial, com fármacos lipofílicos que não sofreram biotransformação, 
sendo eliminados junto com a bile. 
• Ciclo êntero-hepático: o fármaco lipofílico que não sofreu biotransformação vai para 
a vesícula biliar e é liberado juntamente com a bile no intestino, local em que a maioria 
será reabsorvida e seguirá para o fígado novamente (~95% retorna para o fígado e 5% 
é eliminado junto com as fezes a cada ciclo) (ex: anticoncepcionais). 
 
EXCREÇÃO PELO COLO 
• Via lenta. 
• Ex: metais pesados, alcaloides. 
 
EXCREÇÃO PELO SUOR 
• Pequena e sem importância. 
• Ex: cloreto de sódio, sulfonamidas, uréia. 
 
EXCREÇÃO MAMÁRIA 
• Eliminação da droga durante a Lactação. 
• O leite materno é ligeiramente ácido (pH~6,8). Como drogas básicas são ricas em 
OH-, elas reagem com o H+ consumindo-o e, assim, deslocando o equilíbrio para a 
direita. Como a excreção consiste na eliminação de drogas iônicas ou hidrossolúveis, 
se há o deslocamento para o lado que tem mais substâncias ionicas, a excreção é 
favorecida. Assim, na excreção mamária passam mais drogas básicas. 
• Ex: álcool, barbitúricos, morfina, nicotina, anestésicos gerais, antibióticos. 
 
REFERÊNCIAS 
 
• Rang & Dale: Farmacologia 
• Farmacologia Ilustrada 
• Slides do professor Krishnamurti de Moraes Carvalho 
 
HA   H+ + A- 
Andressa Nogueira Cardoso – Meduece 2025.1