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Ap1 Análise aulas de História

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AP1 – Seminário de Pesquisa em História I – Margareth Martins Tavares 
 
A aula de história primeiramente tem que despertar o interesse do aluno , ele deve 
aprender a pensar a história ao invés de simplesmente decorar fatos, data e nomes de 
personagens históricos. 
Uma boa estratégia para se estudar e aprender história se faz a partir da problematização 
da história , não basta apenas conhecer dos fatos, é importante entender e questionar o 
que levou ao acontecimento de determinado fato histórico, o professor deve sempre que 
possível usar de elementos da realidade do aluno para se entender a história, cada aluno, 
cada comunidade, cada lugar tem sua própria história construída através de suas 
particulares, e o estudo da história através das particularidades dos alunos pode tornar 
mais interessante e mais fácil o seu aprendizado. Por exemplo quando estudamos a 
questão da escravidão, é mais fácil se fizermos o aluno pensar sobre a condição do negro 
a época da escravidão e hoje tecendo um paralelo entre esses dois tempos, assim os alunos 
poderão contar suas próprias experiências e conhecimentos nesse sentido. 
Durante meu ensino de história no ensino fundamental particularmente as aulas de 
história se limitavam basicamente a decorar fatos, nomes, datas. Estávamos na década de 
80, e o ensino de história vangloriava os chamados “heróis nacionais" e a colonização 
portuguesa eram tidos como necessários a formação do nosso país , a partir daí questões 
como o massacre da população indígena e escravidão eram banalisadas ou até mesmo 
ignoradas, o índio era representado pela figura do selvagem e sua cultura praticamente 
esquecida, lembrada apenas como mera informação, quase que folclórica, a contribuição 
do negro também era menosprezada na formação do Brasil enquanto nação, a Princesa 
Isabel era a grande libertadora dos escravos, os movimentos de resistência negra não 
tinham a devida importância histórica sem falar no período da ditadura militar ainda 
encoberto e nebuloso.Os professores apenas seguiam o material didático e a nós alunos 
cabia apenas decorar, decorar e decorar. 
Assim as avaliações se resumiam em responder mecanicamente sobre os fatos narrados 
no livro, e tudo alu escrito não era questionado, ou analisado, seguia-se as diretrizes 
impostas e só. Somente no ensino médio, fui ter um aula de história de verdade, através 
de um professor que nos fazia pensar e questionar as questões históricas, através de 
diálogos e troca de conhecimentos entre a turma e o professor, apresentando uma nova 
proposta do que é a história de como estudá-la e compreendê-la. 
Nas transcrições das aulas de história, podemos claramente verificar situações diversas 
tanto em relação aos alunos, quanto às professoras. 
Na primeira transcrição foi observada a aula de história da professora Mônica. 
Mônica terminou seu mestrado e além de seu trabalho como professora também exerce 
um trabalho como pesquisador, trabalha na educação básica tem 8 turmas em duas escolas 
dividas em três séries, tendo uma carga horária de 24horas semanais. 
Foi observada a sua aula para turma 502, composta por alunos interessados e sem 
reprovações anteriores, a maioria dos alunos gostavam das aulas de história, mas 
determinavam o agrado ou não das aulas muito mais pela empatia com o professor do que 
propriamente pelo assunto das aulas. A professora demonstrou um bom relacionamento 
com a turma, permitindo aos alunos uma certa liberdade em sala de aula(ir ao banheiro, 
beber agua), mas tudo de uma forma tranquila e disciplinada, apresentando ainda um bom 
domínio sobre a turma. 
Mônica prepara sua aula minuciosamente seguindo um roteiro criado por ela, em que 
divide o tema a ser estudado em itens a ser apresentados em cada aula, é ao final de cada 
aula já propõe alguma atividade que servirá de base para o início da próxima aula. Assim 
sua aula já iniciou com a análise dos desenhos solicitados aos alunos na última aula, e a 
partir destes abordou o tema a ser estudado, através da participação dos alunos que 
explicaram seus desenhos, a partir deste ponto Mônica guiou os alunos para compreender 
as diferenças entre passado e presente e sobre passado remoto e passado recente. 
Mediante a transcrição da aula percebemos que Mônica utiliza de outros métodos além 
do.livro didático para ministrar suas aulas e levar os alunos a apreenderam o 
conhecimento mediante seus conhecimentos já adquiridos. 
Na segunda transcrição foi observada a aula da turma 503 ministrada pela professora 
Claudia, também com curso de mestrado, que trabalha somente como professora em 3 
escolas, possuindo 17 turmas divididas em 4 séries, trabalhando em 3 escolas com uma 
carga horária de 40 horas semanais, quase o dobro da professora Mônica. 
Claudia admite não gostar de dar aula para as séries iniciais por considerar estes alunos 
ainda sem a orientação necessária ao bom aproveitamento do aprendizado, declaração sua 
predileção pelas turmas de.ensino médio , por considerar que estes alunos já superaram 
os obstáculos das séries iniciais. 
Quanto a turma 503, a maioria dos alunos apresentavam reprovação, e se mostravam 
desinteressados pela aula, as aulas de história aconteciam após a educação física, o que 
por si só já deixava a turma agitada no início da aula. Os poucos alunos que demonstravam 
interesse eram constantemente atrapalhados pelo restante da turma. 
A professora Cláudia baseia sua aula na leitura do livro didático, o que era feito em tom 
de voz elevado, algumas vezes pelos alunos, e durante a leitura a professora fazia 
interrupções a fim de explicar a matéria e fazer algumas observações quanto ao tema. 
A participação dos alunos era praticamente nenhuma além da leitura do livro didático, 
que alguns se negavam a fazer, talvez até por vergonha. 
A Professora não tinha um planejamento organizado da aula, seguia o livro, e por muitas 
vezes demonstrou falta de empatia e paciência com os alunos, declarando inclusive que 
estava ali porque era “obrigada". Mostrando-se já exausta para lidar com a turma, talvez 
até mesmo motivada pela carga horária excessiva que trabalhava. 
Pude observar através das duas transcrições situações bem diferentes, tanto em relação a 
turma, quanto aos professores, mas com alguns pontos em comum, como por exemplo a 
importância da postura do professor com os alunos, uma postura mais empatica, 
especialmente nas séries iniciais, aproxima os alunos que demonstram maior interesse 
pelas aulas, o que resulta em um melhor comportamento e aprendizado. 
A utilização de estratégias que possam envolver os alunos durante a aula, também é um 
ponto a ser observado para um melhor desempenho dos alunos. 
Ademais, não pude deixar de considerar a sobrecarga de uma das professores, que por 
necessidade de aumentar o salário, trabalha em uma carga horária exaustiva, o que lhe 
impede de desempenhar um trabalho mais direcionado a cada turma. A situação dos 
alunos também com.alyos índices de reprovação e alguns já numa faixa etária superior 
provoca desinteresse por parte destes, o que acaba provocando um comportamento 
indisciplinado durante as aulas atrapalhando outros alunos que desejam aprender. 
Diante das duas transcrições há várias questões a serem discutidas , como organização de 
turmas entre turmas de bons alunos e outras consideradas de menor rendimento, 
composta em sua maioria por repetentes, isso já não traria um estigma para a turma? 
Acredito não ser essa a melhor solução na organização das turmas. A grande gama de 
trabalho assumida por alguns professores também é outro ponto que interfere no 
desempenho do professor, como um professor já cansado pode ter ânimo para dar mais e 
mais aulas. 
Agora sem dúvida o desempenho do professor se evidência como um dos pilares para o 
bom aprendizado dos alunos, não basta apenasnpossuir cursos de extensão, mestrado, 
também é primordial investir na formação continuadado professor que deve 
constantemente se adequar às mudanças da sociedade, hoje já entendemos que há a 
necessidade de uma construção do conhecimento entre professor e aluno e que outras 
estratégias devem ser utilizadas para transmitir o conhecimento, alguns.professores 
se.mantem ainda presos ao.livro didático como única fonte a ser explorada no ensino de 
sua disciplina. 
Ao observar as duas transcrições posso afirmar, infelizmente, que grande parte de meu 
ensino de história se deu conforme as aulas da professora Cláudia, onde seguíamos 
religiosamente o livro didático, seguindo a ordem de leitura do livro, explicação do 
professor após a leitura ou através de interrupções durante a mesma, exercícios para serem 
realizados em casa e corrigidos no início da próxima aula, como já mencionado somente 
no ensino médio tive um outro tipo de aprendizado na disciplina de história.

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