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Trabalho em equipe (Ênfase em agronegócio) APRESENTAÇÃO Dentre todos os aspectos que envolvem a nossa vida profissional um é praticamente comum a todos: mais cedo ou mais tarde, todos nós iremos trabalhar em equipe! Mesmo sendo somente em alguns momentos, o Trabalho em Equipe é uma realidade para a grande maioria dos profissionais. Por isso, o estudo sobre o trabalho em equipe é tão importante e nos ajudará a compreender melhor a sua dinâmica de funcionamento para buscar melhores resultados, tanto de maneira individual como coletivamente! Vamos trabalhar juntos? Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a importância do Trabalho em Equipe para a eficácia de uma organização.• Diferenciar os grupos das equipes de trabalho.• Descrever como construir uma equipe de trabalho eficaz.• DESAFIO Os termos grupo e equipe muitas vezes são usados como sinônimos. Mas não são! Essa diferença pode ser essencial no desempenho organizacional, por isso, é importante fazer uma distinção entre grupos e equipes. Diante desse contexto, responda: 1) Qual é a diferença entre grupos e equipes de trabalho? 2) Como os grupos podem tornar-se equipes mais eficazes? 3) É possível que uma equipe torne-se um grupo? Como? INFOGRÁFICO Com o objetivo de identificar o papel do trabalho em equipe nas organizações, a figura mostra um paralelo entre o ambiente tradicional e o ambiente de equipes muito utilizado nas organizações atualmente. O importante é analisar, sobretudo, que não há um modelo mais correto a ser seguido, pois isso irá depender do contexto e das características de cada organização. Além disso, há a possibilidade de formas híbridas, ou seja, que seguem alguns preceitos de cada forma, uma vez que não necessariamente deverá ser adotada uma forma única na concepção do trabalho. CONTEÚDO DO LIVRO Com o objetivo de identificar a importância do Trabalho em Equipe para a eficácia de uma organização, além de ressaltar as diferenças entre os grupos e as equipes de trabalho, vamos ler esse trecho do livro: Administração do autor BATEMAN, T. S.; SNELL, S. 2. ed. Porto Alegre: McGraw Hill, 2012. Inicie pelo título As contribuições das equipes. Boa leitura. SAIBA A VERDADE! O dia a dia, as dificuldades e as soluções encontradas pelos gestores de empresas consagradas A ética, a onda verde e a responsabilidade social: como lidar com as preocupações da atualidade O desafio de gerir pessoas: unindo as individualidades em favor do todo e nos diferentes níveis hierárquicos ADMINISTRAÇÃO www.grupoa.com.br 2a Edição 34649_Serie A-Administracao 1 09/05/12 16:06 B328a Bateman, Thomas S. Administração [recurso eletrônico] / Thomas S. Bateman, Scott A. Snell ; tradução: Allan Vidigal Hastings ; revisão técnica: Gilmar Masiero. – 2. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2012. Editado também como livro impresso em 2012. ISBN 978-85-8055-082-5 1. Administração. I. Snell, Scott A. II. Título. CDU 658 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 254 Administração OA11.1 Discutir como as equipes podem contribuir para a eficácia de uma empresa. AS CONTRIBUIÇÕES DAS EQUIPES Abordagens de trabalho por equipes geram excitação. Se bem usadas, as equipes podem ser eficazes e poderosas como elementos construtivos da estrutura organizacional. Empresas como a Semco, a Whole Foods e a Kollmorgen (uma fabricante de circuitos impressos e dispositivos eletro ‑ópticos) são inteiramente estruturadas em torno de equipes. Os produtos de ruptura da 3M surgem por meio do uso de equipes que funcionam como pequenos negócios empreendedores dentro da empresa. As equipes também trazem muitos benefícios para seus membros.9 A equipe é um poderoso mecanismo de aprendi‑ zagem. Os membros aprendem a respeito da empresa e de si e adquirem novas competências e estratégias de alto desem‑ penho. A equipe pode satisfazer importantes necessidades pessoais, como as de afiliação e estima. Os membros das equipes podem obter recompensas organizacionais tangí‑ veis que seriam impossíveis de conquistar se trabalhassem sozinhos. Depois que a General Mills adquiriu a Pillsbury, os gestores da divisão de refeições decidiram que precisa‑ vam desenvolver uma cultura comum que promovesse o engajamento dos funcionários e, por isso, estabeleceram uma “equipe de espírito” para selecionar atividades apro‑ priadas. Percebendo que apenas fazer coisas divertidas em conjunto não desenvolveria um senso mais profundo de propósito, a equipe decidiu fazer uma parceria com uma organização sem fins lucrativos, a Perspectives Family Cen‑ ter, e apoiá ‑la com diversos eventos por ano. Os funcioná‑ Ninguém pode assoviar uma sinfonia. Sinfonias exigem uma orquestra. Halford E. Luccock, professor da Faculdade de Yale Divinity rios participantes sentem ‑se muito bem ao ver do que são capazes e ligam a experiência a um senso de que a empresa se importa com a comunidade local.10 Os membros de equipes podem fornecer feedback uns aos outros; identificar oportunidades de crescimento e desenvol‑ vimento; e agir como treinadores, coaches e mentores.11 Um representante de marketing pode aprender a respeito de mode‑ lagem financeira com um colega em uma equipe de desenvol‑ vimento de novos produtos e o perito em finanças pode aprender a respeito de marketing ao consumidor. A experiên‑ cia no trabalho conjunto e o desenvolvimento de forte capaci‑ dade de solução de problemas são um suplemento vital para habilidades específicas e perícia funcional. E essas habilidades podem ser transferidas para novos cargos. OA11.2 Distinguir um novo ambiente de equipes dos antigos grupos de trabalho. As equipes também podem aumentar a produtividade, melhorar a qualidade e reduzir os custos. Ao adotar uma estrutura e uma cultura baseadas em equipes, a Summit Pointe, uma empresa de saúde mental de Battle Creek, no estado de Michigan, economizou milhões de dólares ao mesmo tempo em que melhorava o atendimento aos seus pacientes.4 As equipes da Honeywell economizaram mais de US$ 11 milhões depois de reduzir os prazos de produção e embarcar pedidos no prazo em 99% dos casos.5 Na side‑ rúrgica da Nucor, em Decatur, estado do Alabama, o dire‑ tor geral Rex Query atribui ao trabalho em equipe a elevada produtividade e os aumentos da segurança.6 As equipes também podem aumentar a velocidade e agir como poderosas forças em prol da inovação e da mudança. A 3M e muitas outras empresas têm usado equipes para criar novos produtos mais rapidamente. Instituições de crédito reduziram os prazos para aprovação de hipotecas residen‑ ciais de semanas para horas e seguradoras diminuíram o tempo necessário para emitir novas apólices de seguro de vida de seis semanas para um dia.7 A General Mills usa uma abordagem por equipes para tomar decisões quanto à emba‑ lagem de seus produtos. Em divisões como os cereais Big G, o iogurte Yoplait e os legumes Green Giant, equipes de emba‑ lagem reúnem funcionários das funções de projeto de marca, engenharia, produção, pesquisa e desenvolvimento, e outras para decidir como as embalagens podem reduzir desperdí‑ cio, cortar custos e enviar uma mensagem de marketing mais clara. Além disso, equipes de mapeamento estratégico con‑ gregam funcionários de diversas divisões para estudar emba‑ lagens feitas de certos materiais e determinar maneiras de aumentar a eficiência da operação com fornecedores.8 Cap 11_gestao_BATEMAN.indd 254 16/02/2012 15:10:38 CAPÍTULO 11 | Trabalho em Equipe 255 O NOVO AMBIENTE DE EQUIPES Os termos grupo e equipe muitas vezes são usados como sinônimos.12 Os gestores modernos às vezes usam tanto a palavra equipe que ela se torna um clichê; falam em equipes enquanto os céticos não percebem nenhum verdadeiro tra‑ balho em equipe. Assim, pode ser útil fazer uma distinção entre grupos e equipes: • Um grupo de trabalho éum grupo de pessoas que trabalham em uma mesma área ou foram reunidas para realizar uma tarefa, mas não for- mam necessariamente uma unidade e nem obtêm necessariamente ganhos de desempenho. • Uma equipe verdadeira se compõe de pessoas (geralmente um pequeno número delas) dotadas de habilidades complementares, que confiam umas nas outras e estão comprometidas com um propósito e metas de desempenho comuns e com uma abordagem comum pela qual se consi- deram solidariamente responsáveis.13 Até escrever pode ser uma atividade em equipe. A Evolved Media Network é uma pequena empresa cuja missão se resume a pro- duzir documentos em regime de colaboração. Em um projeto recente, dois editores e cinco redatores elaboraram um livro de 450 páginas sobre o software de planejamento de recursos empresariais da SAP. A equipe realizou o feito usando um tipo de site chamado “wiki” (do havaiano wiki wiki, que significa “rápido, rápido”). Os wikis permitem que seus usuários criem, apaguem e editem conteúdo. Cada um pode acompanhar o que os demais estão fazendo. “O valor dos wikis vem de um grupo de pessoas tra- balhando em conjunto de uma nova maneira”, diz Dan Woods, o fundador da empresa. “O con teú do é compartilhado e os avanços de cada pessoa ficam visíveis para os demais”. O processo confere a todos os participantes um senso de propriedade compartilhada, segundo Woods. Embora a colaboração seja o principal vetor da participação via wiki, Woods recomenda nomear um líder de equipe. O líder supervisiona o registro de informações, motiva as contribuições dos membros e certifica -se de que todas as informações incluídas sejam valiosas para o projeto. O líder pode treinar membros da equipe que sejam novatos em relação à tecnologia e garantir que a wiki esteja funcionando corretamente.14 As empresas vêm usando grupos há muitos anos, mas os ambientes de trabalho atuais são dife‑ rentes.15 As equipes são usadas de diversas novas maneiras e com resultados muito maiores do que no passado. A Tabela 11.1 destaca algumas das dife‑ renças entre o ambiente de trabalho tradicional e a maneira como as verdadeiras equipes funcionam atualmente. Idealmente, as pessoas ficam muito mais envolvidas, são mais bem treinadas, coope‑ ram mais e agem em uma cultura tanto de aprendi‑ zado quanto de produção. As empresas apresentam diferentes tipos de equipes Sua empresa talvez tenha centenas de grupos e equipes, mas todos podem ser classificados se‑ gundo alguns poucos tipos principais.16 As equi- pes de trabalho desenvolvem atividades como fabricar, montar, vender ou prestar atendimento. Costumam ser bem definidas, ser uma parte clara da estrutura organizacional formal, compos‑ tas de membros estáveis e em tempo integral. As equipes de tra‑ balho são aquilo em que a maio‑ ria das pessoas pensa ao imagi‑ nar equipes em empresas.17 As equipes de projeto e desenvolvimento dedicam ‑se a projetos de longo prazo, mui‑ tas vezes abrangendo períodos de anos. Elas têm missões espe‑ cíficas, como pesquisa e desen‑ volvimento de novos produtos e seus membros normalmente pre‑ cisam fornecer conhecimentos especializados. Essas equipes de‑ dicam ‑se a um produto singular e dissolvem ‑se uma vez concluída a tarefa. Então, formam ‑se novas equipes para novos projetos. As equipes paralelas ope‑ ram separadamente da estrutura de trabalho regular e são tempo‑ rárias. Seus membros muitas ve‑ zes vêm de unidades ou cargos diferentes e lhes é pedido que rea lizem tarefas que a estrutura padrão não costuma fazer. Sua responsabilidade é recomendar EQUIPE Um pequeno número de pessoas com habilidades complementares e comprometidas com um só propósito, um só conjunto de metas de desempenho e uma só abordagem pela qual se consideram solidariamente responsáveis. EQUIPES DE TRABALHO Equipes dedicadas a atividades, como produção, montagem, venda ou atendimento. EQUIPES DE PROJETO E DESENVOLVIMENTO Equipes que trabalham em projetos de longo prazo e se desfazem uma vez concluída a tarefa. EQUIPES PARALELAS Equipes que operam separadamente da estrutura regular de trabalho e têm existência temporária. Ambiente tradicional Ambiente de equipes Os gestores determinam e planejam o trabalho. Os gestores e os membros da equipe determinam e planejam juntos o trabalho. Os cargos têm definição limitada. Os cargos exigem habilidades e conhecimento amplos. O treinamento cruzado é considerado ineficiente. O treinamento cruzado é a norma. A maior parte das informações é “propriedade da administração”. A maior parte das informações é livremente compartilhada em todos os níveis. O treinamento dos não gestores se concentra em habilidades técnicas. O aprendizado contínuo exige treinamento interpessoal, administrativo e técnico para todos. A elevação de riscos é desencorajada e punida. A elevação de riscos calculados é encorajada e apoiada. As pessoas trabalham sós. As pessoas trabalham em conjunto. As recompensas se baseiam no desempenho individual. As recompensas se baseiam no desempenho individual e nas contribuições para o desempenho da equipe. Os gestores determinam os “melhores métodos”. Todos se dedicam à melhoria contínua de métodos e processos. O novo ambiente das equipesT A B E L A 11.1 FONTE: Extraído de Leading Teams, de J. Zenger and Associates. Reproduzido com permissão. Cap 11_gestao_BATEMAN.indd 255 16/02/2012 15:10:39 256 Administração E Equipes virtuais bem equilibradas na Smart Balance Em 1997, quando a margarina Smart Balance surgiu nas gôndolas dos supermercados, não podia ter escolhido um momento mais opor- tuno. Os membros mais idosos da geração do Baby Boom estavam chegando aos 50 anos. Os consumidores norte -americanos em geral começavam a demonstrar preocupação com a obesidade e com uma vida saudável. Mui- tos começavam a se interessar por alimentos sadios como a Smart Balance, uma alterna- tiva à manteiga e outros produtos semelhan- tes, feita de uma mistura patenteada de óleos vegetais que aumentava comprovadamente o nível de colesterol considerado “bom”. A Smart Balance Inc. é comandada por Stephen Hughes, um experiente profissio- nal de marketing de alimentos cujo currículo inclui o lançamento da bem -sucedida linha Healthy Choice da Conagra, a revitalização da Tropicana e a condução de marcas de nicho como o chá Celestial Seasonings e o leite de soja Silk para o foco dos holofotes. A estratégia de crescimento que Hughes estabeleceu para a Smart Balance inclui a extensão da marca para produtos além da margarina, como leite, cream cheese, iogurte, sour cream e outros. A Smart Balance usa um modelo de ne- gócio “virtual” – ou seja, sua folha de paga- mentos tem apenas cerca de 70 funcionários; os demais são autônomos independentes. O desenvolvimento de produto, a gestão e o marketing são conduzidos internamente. Quase todas as outras funções são tercei- rizadas, inclusive produção, TI, vendas e distribuição. A contratação de autônomos é uma ma- neira de manter baixos os custos do empre- gador. Por exemplo, a empresa precisa de menos espaço físico quando seus contrata- dos trabalham em outros lugares. Ela poupa dinheiro ao ter menos trabalhadores com benefícios dispendiosos, como seguro saú- de e contra invalidez, e evita custos de fo- lha de pagamentos durante períodos de baixa de vendas. Mas uma força de trabalho com uma participação significativa de autô- nomos independentes pode ter dificuldades para operar como uma equipe tradicional. Por isso, a Smart Balance toma medi- das deliberadas para alimentar sua cultura de equipe. Os gestores têm o cuidado de tratar funcionários e subcontratados como agentes com igual interesse no sucesso da soluções para problemas especí‑ ficos. Elas raramente têm autori‑ dade para agir. Alguns exemplos são forças ‑tarefa e equipes de qualidade ou segurança forma‑ das para estudar um problema determinado. Sempre que o Bradford Bank de Baltimoread‑ quire ou funda uma nova operação, reúne uma equipe de fun‑ cionários vindos de diversas divisões para facilitar a transição para os clientes. Por exemplo, quando o banco fechou um ne‑ gócio para adquirir depósitos do American Bank, uma equipe de funcionários de gestão de agências, serviços de depósito e tecnologia da informação estudou os produtos do American para certificar ‑se de que o Bradford estivesse preparado para fornecer serviços semelhantes aos seus novos clientes.18 As equipes de gestão coordenam e orientam as subunidades sob sua amplitude de controle, e integram o trabalho por elas produzido.19 A equipe de gestão se baseia na autoridade conferida pela hierarquia e é responsável pela gestão geral da unidade de negócio. Gestores responsáveis por diferentes subunidades reúnem ‑se para formar uma equipe e no topo da empresa encontra ‑se a equipe de gestão executiva que determina a direção estratégica e administra o desempenho da empresa como um todo. Equipes transnacionais são equipes de trabalho compostas de membros de diferentes nacionalidades e cujas atividades abrangem diversos países.20 Diferem das demais equipes de trabalho não só por serem multiculturais, mas também pela dispersão geográfica, pela distân‑ cia psicológica e pela dedicação a projetos de alta complexidade com impacto considerável sobre os objetivos da empresa. As equipes transnacionais tendem a ser equi- pes virtuais, comunicando ‑se eletronicamente mais do que cara a cara, embora outros tipos de equipe também possam operar no mundo virtu‑ al. As equipes virtuais enfrentam desafios consideráveis: construir a confiança, a coesão e a identidade da equipe, além de superar o isolamento de seus membros.21 Entre as maneiras pelas quais os gestores podem vencer esses obs‑ táculos e melhorar a eficácia das equipes virtuais, encon‑ tram ‑se atividades como: garantir que os membros saibam como devem manter contato, destacar um tempo no começo das reuniões virtuais para que se construam relacionamen‑ tos, garantir que todos os participantes de reuniões e fóruns de mensagens tenham a oportunidade de se comunicar, com‑ partilhar atas de reunião, relatórios de progresso e reconhe‑ cer e recompensar as contribuições de cada membro.22 As equipes autogeridas potencializam os funcionários Atualmente existem muitos tipos variados de equipes de trabalho, com muitos rótulos diferentes. Os termos usados EQUIPES DE GESTÃO Equipes que coordenam e orientam as unidades sob sua amplitude de controle e integram o trabalho de subunidades. EQUIPES TRANSNACIONAIS Grupos de trabalho compostos de membros multinacionais e cujas atividades abrangem diversos países. EQUIPES VIRTUAIS Equipes fisicamente dispersas que se comunicam mais eletronicamente do que cara a cara. GRUPOS DE TRABALHO TRADICIONAIS Grupos sem responsabilidades administrativas. Um exemplo de equipe de projeto e desenvolvimento é a equipe de desenvolvimento de produtos da Omnica (foto). Esta equipe de 28 membros é responsável pela produção mais rápida e eficiente de produtos médicos e de alta tecnologia para seus clientes. na autoridade conferida pela hierarquia e é responsável pela gestão geral da unidade de negócio. Gestores responsáveis por diferentes subunidades reúnem ‑se Cap 11_gestao_BATEMAN.indd 256 16/02/2012 15:10:39 CAPÍTULO 11 | Trabalho em Equipe 257 P: Perguntas para discussão • A prática de usar muitos autônomos pode não dar certo para todos os empregadores. Por que terá funcio- nado para a Smart Balance? • Sugira maneiras pelas quais os gestores da Smart Balance possam desenvolver a coesão entre suas equipes “virtuais”. FONTES: Site da empresa, <http://www. smartbalance.com>, acessado em 19 de junho de 2009; Rebecca Reisner, “A Smart Balance of Staff and Contractors,” BusinessWeek, 16 de junho de 2009, <http://www.businessweek.com>; Joann S. Lublin, “Smart Balance Keeps Tight Focus on Creativity,” The Wall Street Journal, 8 de junho de 2009, <http://online.wsj.com>; Matthew Boyle, “Food’s Next Billion -Dollar Brand?” Fortune, 4 de junho de 2008, <http://money.cnn.com>; “CEO Hughes Lists 2007 Accomplishments and Reiterates Plans for Growth,” Bio -Medicine, 19 de março de 2008, <http://www.bio -medicine.org>; e Neil A. Martin, “Next Stop: Fat City,” Barrons.com, 17 de setembro de 2007, <http://online.barrons.com>. empresa e a administração procura manei- ras de aprofundar os relacionamentos com os autônomos. A empresa comunica -se com frequência e de maneira abrangente, realizando reuniões gerais duas vezes por ano com funcionários efetivos e autôno- mos. Para garantir que os autônomos sin- tam fazer parte da cultura, a administração compartilha com eles informações sobre negócios e resultados, e os inclui na come- moração das realizações da empresa. Até agora, esses esforços parecem estar dando certo: a receita em 2008 dobrou para cerca de US$ 222 milhões e a empresa espera atingir a marca de US$ 1 bilhão em 2014, principalmente por meio da introdu- ção de novos produtos. ❖ podem criar confusão e às vezes são usados como sinôni‑ mos por causa do desconhecimento das diferenças exis‑ tentes. A Figura 11.1 mostra os diferentes tipos de acordo com seu grau de autonomia.23 À esquerda, as equipes são mais tradicionais, com pouca autoridade de tomada de decisões e sob o controle de supervisão direta. À direita, as equipes têm mais autonomia, poder de tomada de decisão e auto ‑orientação. Vamos definir as categorias: • Os grupos de trabalho tradicionais não têm responsabilidades admi- nistrativas. O gestor de linha de frente o organiza, recruta membros, orienta e controla, enquanto outros grupos oferecem atividades de apoio, inclusive controle de qualidade e manutenção. • Os círculos de qualidade são grupos de voluntários vindos de diferentes equipes de produção que fazem sugestões sobre qualidade, mas não têm autoridade para tomar decisões ou executá -las. • Os grupos de trabalho semiautônomos tomam decisões sobre gestão e realização de importantes atividades de produção, mas ainda dependem de apoio externo para controle de qualidade e manutenção. • Os grupos de trabalho autônomos, ou equipes autogeridas, controlam as decisões sobre uma gama ampla de tarefas e as executam – aqui- sição de matérias -primas e realização de operações, controle de quali- dade, manutenção e embarques. São inteiramente responsáveis por todo um produto ou toda uma etapa do processo de produção. • As equipes autoconcebidas fazem tudo isso e dão um passo a mais – também têm controle sobre a própria concepção. Decidem quem contra- tar, quem demitir e quais tarefas serão realizadas. À medida que nos deslocamos da esquerda para a direita ao longo do espectro, a participação dos funcionários aumenta. Do lado direito, a participação não é trivial e meramente CÍRCULOS DE QUALIDADE Grupos de voluntários extraídos de diversas equipes de produção que fazem sugestões sobre a qualidade. GRUPOS DE TRABALHO SEMIAUTÔNOMOS Grupos que tomam decisões sobre a gestão e a realização de importantes atividades de produção, mas obtêm apoio externo para fins de controle de qualidade e manutenção. GRUPOS DE TRABALHO AUTÔNOMOS Grupos que controlam as decisões sobre uma gama completa de tarefas e as executam. EQUIPES AUTOCONCEBIDAS Equipes que têm as responsabilidades dos grupos de trabalho autônomos e ainda sobre contratações, demissões e decisão das tarefas realizadas pelos membros. Espectro de autonomia da equipe F I G U R A 11.1 FONTE: R. Banker, J. Field, R. Schroeder e K. Sinha, “Impact of Work Teams on Manufacturing Performance: A Longitudinal Field Study”, Academy of Management Journal. Copyright © 1996, Academy of Management. Reproduzido com permissão da Academy of Management via Copyright Clearance Center. Grupos de trabalho tradicionais Círculos de qualidade Grupos de trabalho semiautônomos Equipes autogeridasEquipes autoconcebidas Baixa autonomia das equipes Alta autonomia das equipes Equipes de trabalho de alto desempenho Cap 11_gestao_BATEMAN.indd 257 16/02/2012 15:10:40 258 Administração consultiva. É substancial e vai além das sugestões, produzindo ação e impacto reais. A atual tendência é em dire‑ ção a equipes autogeridas, cujos membros são treinados para fazer todas as tarefas da unidade, ou sua maioria, não têm supervisor imediato e to‑ mam decisões que antes cabe‑ riam a supervisores de linha de frente.24 As equipes autogeridas são mais frequentemente encontradas na indústria. As pessoas podem resistir às equipes de trabalho autogeridas, em parte porque não desejam tanta autoridade e a mudança é difícil.25 Além disso, muitas pessoas não gostam de fazer avaliação de desempenho de companheiros de equipe ou de demiti‑los, e conflitos mal geridos podem ser um problema sério nas equi‑ pes autogeridas.26 Mas as empresas que introduziram equipes que atingiram o ponto da real autogestão apresentam resulta‑ dos como menores custos e maiores níveis de produtividade, qualidade e satisfação do cliente.27 De modo geral, está de‑ monstrado que as equipes semiautônomas e autônomas são capazes de melhorar o desempenho financeiro e geral das empresas, pelo menos na América do Norte.28 Esses resultados inspiraram multinacionais com sede nos Estados Unidos a usar equipes autogeridas em suas filiais no exterior. Por exemplo, a Goodyear Tire & Rubber estabeleceu equipes autogeridas de trabalho na Europa, América Latina e Ásia; a Sara Lee, em Porto Rico e no México; e a Texas Instruments, na Malásia. Essas empresas estão aprendendo – e é bom que outras empresas saibam – a respeito das diferentes maneiras como outras culturas podem reagir às equipes autogeridas, e têm ajustado a implementação de acordo com seus valores culturais.29 OA11.3 Explicar sucintamente como os grupos tornam -se equipes. COMO OS GRUPOS TORNAM -SE EQUIPES DE VERDADE Como gestores, iremos querer que nossos grupos tornem ‑se equipes eficazes. Para isso, precisaremos entender como os grupos podem se transformar em equipes verdadeiras e por que eles, às vezes, não conseguem realizar essa transforma‑ ção. Os grupos tornam ‑se equipes de verdade por meio de atividades grupais básicas, com a passagem do tempo, e por meio de atividades de desenvolvimento de equipe. As atividades do grupo mudam com o seu amadurecimento Imaginemos sermos líderes de um grupo recentemente for‑ mado – na verdade, um punhado de pessoas. Com que nos depararemos à medida que procurarmos desenvolver o grupo para que se torne uma equipe de alto desempenho? Para se desenvolver com sucesso, os grupos precisam dedi‑ car ‑se a diversas atividades abrangidas pelas amplas catego‑ rias a seguir:30 • Formação – Os membros do grupo procuram estabelecer as regras gerais a respeito dos tipos aceitáveis de comportamento. • Tormenta – Surgem hostilidades e conflitos e as pessoas lutam por poder e status. • Normatização – Os membros do grupo concordam a respeito de metas comuns e desenvolvem -se normas e relacionamentos mais próximos. • Desempenho – O grupo canaliza suas energias para a realização das tarefas que lhe cabem. Os grupos que se deterioram passam para um estágio de decadência, e aos grupos temporários soma ‑se um estágio de encerramento. Os grupos se encerram quando concluem suas tarefas ou quando se dispersam por fracasso ou perda de interesse; novos grupos se formam e o ciclo continua. As equipes virtuais também passam por essas etapas de desenvolvimento de grupos.31 A etapa de formação se carac‑ teriza por um otimismo irrestrito: “Acho que temos uma ótima equipe e que trabalharemos bem em conjunto. Todos sabemos da importância do projeto e pretendemos levá ‑lo a sério”. O otimismo se converte em choque de realidade na etapa de tormenta: “Ninguém assumiu um papel de lide‑ rança. Não demos ao projeto a prioridade que merece”. O estágio de normatização se dá a meio caminho do ciclo de vida do projeto, quando as pessoas retomam o foco e o comprometimento: “Precisamos estar fortemente compro‑ metidos com um cronograma específico”. A etapa de desempenho é a corrida até a meta, quando os membros demonstram a disciplina necessária para atender o prazo. Com o passar do tempo, os grupos passam por períodos críticos Um aspecto fundamental do desenvolvimento de grupos é a passagem do tempo. Os grupos passam por períodos críticos ou por momentos em que estão especialmente abertos a ex pe‑ riên cias formadoras.32 O primeiro desses períodos críticos é o estágio de formação, na primeira reunião, quando são estabe‑ lecidas regras e atribuídos papéis que criam precedentes dura‑ douros. Um segundo período crítico é o ponto intermediário entre a reunião inicial e um prazo (por exemplo, a conclusão de um projeto ou a realização de uma apresentação). A essa altura, o grupo já é experiente o bastante para com preen der seu trabalho; percebe que o tempo está se tornando um recur‑ so escasso e que a equipe precisa “se mexer”; ainda resta tem‑ po o bastante para mudar a abordagem, se necessário. Na reunião inicial, o grupo deve estabelecer as normas e os papéis desejados, assim como outras determinantes de eficácia que iremos discutir ao longo deste capítulo. No segundo período crítico (o ponto intermediário), os grupos devem renovar ou abrir as linhas de comunicação com públicos externos. O grupo pode usar informações novas EQUIPES AUTOGERIDAS Grupos de trabalho autônomos nos quais os funcionários são treinados para fazer todas as tarefas de uma unidade, ou a maioria delas, não têm supervisor imediato e tomam decisões que anteriormente caberiam a supervisores de linha de frente. Cap 11_gestao_BATEMAN.indd 258 16/02/2012 15:10:40 CAPÍTULO 11 | Trabalho em Equipe 259 do ambiente externo para rever sua abordagem da realiza‑ ção da tarefa e garantir o atendimento das necessidades dos clientes. Sem isso, os grupos podem adotar uma orientação errada desde o começo e os membros talvez nunca corrijam seu comportamento.33 Alguns grupos evoluem para equipes Como gestores ou membros de um grupo, devemos esperar que o grupo passe diversas vezes pelas etapas descritas. Mas os grupos nem sempre têm sucesso. Eles nem sempre se engajam nas atividades de desenvolvimento que os conver‑ tem em equipes eficazes e de alto desempenho. Uma sequência de desenvolvimento útil pode ser vista na Figura 11.2, que mostra as diversas atividades à medida que a liderança do grupo passa da supervisão tradicional para a verdadeira liderança de equipe, por meio de uma aborda‑ gem mais participativa.34 É importante que se entendam duas coisas a respeito deste modelo. Os grupos não progridem necessariamente de um “estágio” para o seguinte; podem permanecer eternamente no nível de supervisão ou de maior participação, sem nunca che‑ gar à verdadeira liderança de equipe. Com isso, os avanços nessas dimensões precisam ser uma meta consciente do líder e dos participantes, e todos devem lutar para que isso se realize. Nosso grupo pode atingir as metas – e tornar ‑se uma verda‑ deira equipe – dedicando ‑se às atividades descritas na figura. Assumindo a liderança da equipeF I G U R A 11.2 Liderança de supervisão Liderança de equipe Liderança participativa Orientação das pessoas Explicação de decisões Treinamento individual Gestão um a um Contenção de conflitos Reação à mudança Envolvimento das pessoas Obtenção de insumos para tomada de decisões Desenvolvimento do desempenho pessoal Coordenação de esforços do grupo Solução de conflitos Construção de confiança e inspiração do trabalho em equipe Facilitação e apoio às decisões da equipe Expansão das capacidades da equipe Criação de uma identidade para a equipe Extrair o máximo das diferenças da equipe Previsão da mudança e influência sobre ela Implementação de mudanças FONTE: Extraído de Leading Teams de J. Zengerand Associates. Reproduzido com permissão. Cap 11_gestao_BATEMAN.indd 259 16/02/2012 15:10:40 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. DICA DO PROFESSOR Vamos ver agora um vídeo que fala do Trabalho em Equipe, principalmente sobre os motivos pelos quais as equipes fracassam e como formar uma equipe de trabalho eficaz. Vamos ao vídeo! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Um pequeno número de pessoas com habilidades complementares e comprometidas com um só propósito, um só conjunto de metas de desempenho e uma só abordagem pela qual se consideram solidariamente responsáveis, além de terem normalmente padrões mais rígidos de status, autoridade, papéis e comunicação. O grupo que não corresponde a essa descrição é: A) Equipe de trabalho. B) Paralela. C) Informal. D) Virtual. E) De projeto. 2) Uma equipe transacional apresenta as características abaixo, com exceção de: A) São multiculturais. B) Compostas de membros de diferentes nacionalidades. C) Atuam sob dispersão geográfica. D) Responsáveis pela gestão de uma unidade de negócio. E) Atuam em projetos de alta complexidade. 3) É possível afirmar que toda equipe é um grupo, mas um grupo pode nunca chegar a ser uma equipe. Uma equipe de trabalho caracteriza-se por apresentar: A) Unidade de comando. B) Definição limitada de cargos. C) Informações compartilhadas em todos os níveis. D) Cautela ao assumir os riscos, ainda que calculados. E) Recompensas e metas de trabalhos individuais. 4) Reconhecido como um eficiente instrumento para o ganho de performance nas organizações, devido à interação entre múltiplas habilidades e competências, o trabalho em equipe apresenta inúmeras vantagens quando comparado ao trabalho individual. Entre tais vantagens comparativas, não se inclui: A) A equipe é um poderoso mecanismo de aprendizagem. B) Aumento da competitividade entre os membros. C) A equipe pode satisfazer importantes necessidades pessoais, como as de afiliação e estima. D) Os membros das equipes podem obter recompensas organizacionais tangíveis que seriam impossíveis de conquistar se trabalhassem sozinhos. E) As equipes podem aumentar a produtividade, melhorar a qualidade e reduzir os custos. 5) A característica que não contribui para a efetividade do trabalho em equipe é a: A) Comunicação. B) Autossuficiência. C) Metas conjuntas. D) Tomada de decisões em conjunto. E) Alteração das normas de funcionamento, se necessário. NA PRÁTICA Lidar com pessoas é um dos grandes desafios para o cotidiano dos gestores do agronegócio. Controlar a equipe nunca é fácil, por exige organização, jogo de cintura e capacidade de liderança. Isso inclui, que muitos colaboradores não querem ser monitorados em um primeiro momento. Além disso, a gestão de equipes em campo tem influência sobre produção e reflete nos resultados de faturamento. Por isso é fundamental fazer o que estiver ao alcance para otimizar os processos. Observe cinco práticas para contribuir com seu trabalho: Um setor de Recursos Humanos estruturado no seu agronegócio não apenas garante contratações mais assertivas, mas também faz com que haja desenvolvimento dos talentos para atender ao que você espera. Identifique as carências: Há deficiências de conhecimento, de aspectos técnicos? Trata-se de uma lacuna de formação ou de experiência? Identifique as necessidades e poderá traçar ações para supri-las. Busque parcerias para oferecer o que falta: Identificadas as carências, ofereça soluções para aprimoramento. É possível buscar parceria com iniciativas que podem oferecer treinamento específico ou mesmo direcionar para os cursos de aperfeiçoamento à distância, mais flexíveis. Alternativas como o Portal de Educação a Distância do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Portal Ciência do Solo podem ser eficazes para que sua equipe se capacite e trabalhe com mais qualidade. Criando um ambiente mais atrativo, em que o capital humano é valorizado, você certamente vai conseguir reunir um time de alta performance, com conhecimento teórico, técnico e engajamento para que todos os processos em sua fazenda funcionem da melhor maneira possível. Aposte em quem tem disposição para aprender! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Administração Capítulo 11. Fundamentos da Administração Contemporânea Capítulo 11. Equipes virtuais - um estudo de caso na indústria têxtil norte-americana E quando o trabalho em equipe de maneira virtual não dá certo? Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! 6 mitos e verdades sobre trabalho em equipe Veja a lista de ideias falsas e verdadeiras sobre o perfil de quem curte (ou não) participar de projetos coletivos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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