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NUTRIENTES COMO REGULADORES DA FUNÇÃO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES 
CURSO DE NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
FABIANA DA SILVA COSTA 
FABRÍCIO FRANCISCO DA SILVA 
ROSELE DE OLIVEIRA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES COMO REGULADORES DA FUNÇÃO 
IMUNE: REVISÃO INTEGRATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ – AL 
2020 
 
FABIANA DA SILVA COSTA 
FABRÍCIO FRANCISCO DA SILVA 
ROSELE DE OLIVEIRA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES COMO REGULADORES DA FUNÇÃO 
IMUNE: REVISÃO INTEGRATIVA 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso, 
apresentado ao Centro Universitário 
Tiradentes como parte das exigências 
para a obtenção do título de Nutricionista. 
 
Orientadora: Prof. Dra. Raphaela Costa 
Ferreira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ – AL 
2020 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À Deus, por ter nos dado saúde, sabedoria e fé para enfrentar as adversidades; 
A nossos familiares e amigos, pelo apoio e cuidado incondicional durante toda 
jornada; 
À nossa querida e excepcional orientadora, pela paciência, carinho, suporte 
acadêmico e pelo exemplo de profissional e ser humano que é; 
À universidade e nossos professores, por compartilhar seus conhecimentos e 
contribuírem para nossa formação; 
Enfim, nossa gratidão a todos aqueles que contribuíram de maneira positiva na 
construção e realização desse sonho. 
 
 
A IMPORTÂNCIA DOS NUTRIENTES COMO REGULADORES DA FUNÇÃO 
IMUNE 
 
THE IMPORTANCE OF NUTRIENTS AS REGULATORS OF IMMUNE 
 
LA IMPORTANCIA DE LOS NUTRIENTES COMO REGULADORES DE LA 
FUNCIÓN INMUNITARIA 
 
RESUMO 
Introdução: O sistema imune é composto por respostas inatas e adaptativas. Para 
cada estágio da resposta imunológica, é necessária a presença de alguns nutrientes 
que são essenciais para o seu bom funcionamento. Objetivo: O objetivo deste 
estudo foi avaliar a importância dos nutrientes como reguladores da função imune. 
Métodos: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura realizada a partir de 
buscas nas bases de dados bibliográficas Medical Literature Library of Medicine 
(MEDLINE) via PubMed, Scientific Electronic Library (SciELO) e Literatura Latino-
Americana e do Caribe (LiLaCs). Resultados: Os principais nutrientes encontrados 
nos estudos em relação à imunidade foram: Vitamina D (n=2), Zinco (n=2), Selênio 
(n=1) Ômega 3 (n=1), e nutracêuticos (n=1) que correspondem a um grupo contendo 
diversos micronutrientes. Foram constatados benefícios referentes à imunidade, 
dentre os quais, o aumento da resposta imune, modulação da resposta inflamatória 
e a melhora dos fatores de risco que se mantêm em longo prazo, assim como o 
aumento da função das células T. Conclusão: Os estudos observacionais e ensaios 
clínicos destacaram o importante papel das vitaminas A, C e D, ácidos graxos 
ômega-3, glutamina e zinco na regulação das respostas imunológicas. 
 
PALAVRAS-CHAVE Nutrição, sistema imune, adulto e idoso. 
 
ABSTRACT 
Introduction: The immune system is composed of innate and adaptive responses. 
For each stage of the immune response, it is necessary to have some nutrients that 
are essential for its proper functioning. Objective: The objective of this study was to 
evaluate the importance of nutrients as regulators of immune function. Methods: 
This is an Integrative Literature Review carried out based on searches in the Medical 
Literature Library of Medicine (MEDLINE) bibliographic databases via PubMed, 
Scientific Electronic Library (SciELO) and Latin American and Caribbean Literature 
 
(LiLaCs). Results: The main nutrients found in the studies in relation to immunity 
were: Vitamin D (n = 2), Zinc (n = 2), Selenium (n = 1) Omega 3 (n = 1), and 
nutraceuticals (n = 1) that correspond to a group containing several micronutrients. 
Benefits related to immunity were found, among which, the increase of the immune 
response, modulation of the inflammatory response and the improvement of the risk 
factors that are maintained in the long term, as well as the increase of the function of 
the T cells. Conclusion: Observational studies and clinical trials have highlighted the 
important role of vitamins A, C and D, omega-3 fatty acids, glutamine and zinc in 
regulating immune responses. 
 
KEYWORDS Nutrition, immune system, adult and elderly. 
 
RESUMEN 
Introducción: El sistema inmunológico está compuesto por respuestas innatas y 
adaptativas. Para cada etapa de la respuesta inmune, es necesario contar con 
algunos nutrientes que son esenciales para su correcto funcionamiento. Objetivo: El 
objetivo de este estudio fue evaluar la importancia de los nutrientes como 
reguladores de la función inmunológica. Métodos: Se trata de una Revisión 
Integrativa de Literatura realizada a partir de búsquedas en las bases de datos 
bibliográficas de la Biblioteca de Literatura Médica de Medicina (MEDLINE) a través 
de PubMed, Biblioteca Electrónica Científica (SciELO) y Literatura Latinoamericana 
y del Caribe (LiLaCs). Resultados: Los principales nutrientes encontrados en los 
estudios en relación a la inmunidad fueron: Vitamina D (n = 2), Zinc (n = 2), Selenio 
(n = 1) Omega 3 (n = 1) y nutracéuticos (n = 1) que corresponden a un grupo que 
contiene varios micronutrientes. Se encontraron beneficios relacionados con la 
inmunidad, entre los que destacan el aumento de la respuesta inmune, la 
modulación de la respuesta inflamatoria y la mejora de los factores de riesgo que se 
mantienen a largo plazo, así como el aumento de la función de las células T. 
Conclusión: Los estudios de observación y los ensayos clínicos han destacado el 
importante papel de las vitaminas A, C y D, los ácidos grasos omega-3, la glutamina 
y el zinc en la regulación de las respuestas inmunitarias. 
 
PALABRAS CLAVE Nutrición, sistema inmunológico, adulto y anciano. 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 10 
2 MÉTODOS ................................................................................................. 11 
2.1 DO TIPO DE PESQUISA ........................................................................ 11 
2.2 Da Busca de Dados e Critérios de Inclusão e Exclusão ................... 11 
2.3 Do Processo de Busca ....................................................................... 12 
2.4 Da Análise e Síntese dos Resultados ................................................. 12 
3 RESULTADOS ........................................................................................... 12 
4 DISCUSSÃO .............................................................................................. 23 
4.1 SISTEMA IMUNOLÓGICO E NUTRIÇÃO .............................................. 23 
4.2 Vitamina D .............................................................................................. 24 
4.3 Vitaminas A e C ..................................................................................... 25 
4.4 Zinco ....................................................................................................... 26 
4.5 Magnésio e Cobre ................................................................................. 26 
4.6 Selênio .................................................................................................... 27 
4.7 Macronutrientes .................................................................................... 30 
4.8 Ácidos Graxos ....................................................................................... 31 
5 CONCLUSÃO ............................................................................................ 34 
 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
O sistema imune é composto por respostas inatas e adaptativas, enquanto 
uma tem ação rápida, a outra tem ação mais lenta, que são específicas do antígeno. 
O conjunto inatoé construído por barreiras físicas que auxiliam a precaver o acesso 
de patógenos quando sofre ameaças, usualmente por meio de processamentos 
inflamatórios, agem rapidamente reparando essa inflamação e os prejuízos 
causados. Após a resposta inata, a adaptativa é estimulada, que apesar de mais 
lenta, é responsável por desenvolver a “memória imunológica” (CALDER, 2020). 
O sistema imune protege o corpo humano contra microorganismos e/ou 
toxinas produzidas por eles, e moléculas (geralmente proteínas) absorvidas 
indevidamente (antígenos), que são percebidas como substâncias estranhas ao 
corpo. Assim, a capacidade de distinguir substâncias atípicas no corpo é uma 
característica fundamental do sistema imunológico (SGARBIERI; PACHECO, 2017). 
Para cada estágio da resposta imunológica, é necessária a presença de 
alguns micronutrientes que são essenciais para o seu bom funcionamento. Pode-se 
citar o ferro, mineral essencial para a diferenciação e crescimento do tecido epitelial; 
a vitamina A e o zinco, que atuam para a integridade estrutural e funcional da pele e 
células da mucosa; as vitaminas C e E que agem como antioxidantes, ajudando na 
proteção das células e contra a ação das espécies reativas de oxigênio; E, as 
vitaminas D, A, B6, B12 e o folato, que contribuem para o equilíbrio da microbiota 
intestinal (GOMBART; PIERRE; MAGGINI, 2020). 
Um estado nutricional inadequado, como é o caso da desnutrição, prejudica o 
bom funcionamento do sistema imune. Outros aspectos de risco que podem 
estimular o sistema são a proporção e dimensão da carência nutricional, a influência 
dos micronutrientes na dieta que podem auxiliar na manuntenção do estado 
nutricional e do metabolismo, a frequência de infecção e a idade do indivíduo 
(CHILDS; CALDER; MILES, 2019). 
Os nutrientes têm papéis vitais em todo o sistema imunológico que são 
independentes do estágio da vida, todavia, determinou-se que aqueles que tem um 
papel especial na manutenção da imunocompetência incluem: vitaminas A, C, D, E, 
B2, B6 e B12, e minerais, ácido fólico, beta-caroteno, ferro, selênio e zinco. Neste 
sentido, existe uma interação bidirecional entre nutrição, infecção e imunidade, visto 
que, a resposta imune é comprometida quando a nutrição é insuficiente, 
 
11 
 
predispondo os indivíduos a infecções e um estado nutricional depletado que pode 
ser exacerbado pela própria resposta imune a uma infecção. Dessa forma, a 
imunocompetência depende do estado nutricional do indivíduo (MAGGINI; PIERRE; 
CALDER, 2018). 
Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a importância dos 
nutrientes como reguladores da função imune, considerando sua ação e os 
benefícios associados à ingestão dietética. 
 
2 MÉTODOS 
2.1 DO TIPO DE PESQUISA 
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada no período de 
agosto a outubro de 2020, na obtenção de dados, acerca de resposta para a 
seguinte questão norteadora: Qual a importância dos nutrientes como reguladores 
da função imune? 
 
2.2 Da Busca de Dados e Critérios de Inclusão e Exclusão 
 Foram utilizadas as bases de dados, Medical Literature Library of Medicine 
(MEDLINE) via PubMed, Scientific Electronic Library (SciELO) e Literatura Latino-
Americana e do Caribe (LiLaCs), para fundamentação teórica. A definição de 
descritores controlados foi referenciada nos Descritores em Ciências da Saúde 
(DeCS) e termos MESH (Medical Subject Headings). A busca de dados foi efetuada 
com os seguintes descritores: Nutrição; Sistema imune; Adulto e Idoso; bem como 
suas versões em inglês, (Nutrition; Imune system; Adult and Elderly). Esses 
descritores foram usados para todas as bases de dados igualmente, utilizando os 
operadores booleanos “and” e “or” para busca. 
 
Foram considerados estudos publicados nos últimos quinze anos, realizados 
em humanos, adultos ou idosos, os quais apresentaram aspectos referentes aos 
problemas relacionados à carência nutricional e imunossupressão; abordaram os 
nutrientes específicos relacionados à imunidade; identificaram as principais causas 
da baixa imunidade e as estatísticas relacionadas à carência de nutrientes na 
população; estando estes, em inglês ou português, com corte temporal para leitura 
dos artigos inferiores ao ano de 2005. 
 
12 
 
Excluiu-se desta pesquisa os estudos sem determinação de metodologia 
clara, teses e dissertações, publicações com impossibilidade de acesso à publicação 
impressa ou online, e também foram descartadas revisões da literatura e estudos 
que não fossem referentes aos últimos quinzes anos. 
 
2.3 Do Processo de Busca 
 
Foi realizada uma revisão a partir da leitura de resumos/abstracts/resumen, 
nos quais foram determinados os níveis de evidência dos artigos, e se os mesmos 
apresentavam as estratégias e características relacionadas à importância dos 
nutrientes na regulação do sistema imune nessa população. Para tal, foi efetuada a 
seleção de resumos feita a avaliação e contemplado os resultados. A seleção dos 
estudos foram realizadas primeiramente por títulos compatíveis com o tema (n=242), 
em seguida foram analisados os resumos dos artigos pré-selecionados (n=15) e por 
fim realizou-se a leitura de texto na íntegra para inclusão (n=15). 
 
2.4 Da Análise e Síntese dos Resultados 
Os resultados encontrados na busca foram avaliados pelos revisores para 
validação metodológica antes da inclusão na revisão. Na existência de 
desaprovações entre os revisores, estas foram resolvidas através de discussão em 
grupo, ou com o quarto revisor (orientador). Estes dados incluíram detalhes 
específicos sobre as intervenções, populações, e resultados de importância que 
responderam a questão norteadora do estudo abordado. 
 
3 RESULTADOS 
Ao final da pesquisa foram encontrados 242 (duzentos e quarenta e duas) 
publicações, sendo 220 (duzentos e vinte) do Pubmed, 19 (dezenove) do Lilacs e 3 
(três) do SciElo (Figura 1). Desse total, após a leitura dos títulos e resumos, 15 
(quinze) artigos foram considerados elegíveis para a leitura na íntegra. Por não 
atenderam aos critérios de inclusão, 6 (seis) artigos foram excluídos pelos seguintes 
motivos: estudos de revisão (n = 1) e estudos que não atenderam a temática (n = 5). 
Dessa forma, 9 (nove) artigos foram incluídos para a análise qualitativa. 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1 – FLUXOGRAMA DA SELEÇÃO DE ESTUDOS. 
 
 Fonte: Dados da pesquisa, 2020. 
 Todos os artigos selecionados estavam em inglês, e os anos de publicação 
variaram entre 2007 a 2019. O Qualis A1 predominou entre as revistas, que 
utilizaram a metodologia de estudo clínico randomizado controlado por placebo 
(Tabela 1). 
Os principais nutrientes encontrados nos estudos em relação à imunidade 
foram: Vitamina D (n=2), Vitamina A (n=1), Vitamina C (n=1), Zinco (n=2), Selênio 
(n=2), Ômega 3 - eicosapentaenoico - EPA e DHA – docosahexaenoico (n=3), Cobre 
(n=1), macronutrientes (n=3), e por conseguinte estudos envolvendo uma 
combinação de vários desses nutrientes (n=4). Esses resultados são promissores 
para novas aplicações e intervenções nutricionais, pois nessas pesquisas, os 
autores constataram benefícios referentes à imunidade, dentre os quais em alguns 
ID
E
N
TI
FI
C
A
Ç
Ã
O
 ARTIGOS ENCONTRADOS ATRAVÉS DA PESQUISA REALIZADA 
NOS BANCOS DE DADOS (N=242) 
PUBMED 
(N=220) 
LILACS 
(N=19) 
SCIELO 
(N=3) 
S
E
LE
Ç
Ã
O
 ARTIGOS SELECIONADOS APÓS A LEITURA DOS TÍTULOS E 
RESUMOS (N=15) 
ARTIGOS 
EXCLUÍDOS 
(N=227) 
ANÁLISE DOS ARTIGOS NA ÍNTEGRA (N=15) 
IN
C
LU
S
Ã
O
 
ARTIGOS 
EXCLUÍDOS 
COM RAZÕES 
(N=6) 
ARTIGOS INCLUÍDOS NA ANÁLISE 
(N=9) 
E
LE
G
IB
IL
ID
A
D
E
 
 
14 
 
estudos houve o aumento da resposta imune, modulaçãoda resposta inflamatória e 
a melhora dos fatores de risco que se mantêm em longo prazo, assim como o 
aumento da função das células T (Tabela 2). 
 
Tabela 1 – Características básicas dos estudos selecionados na revisão 
integrativa 
 
AUTORES ANO PERIÓDICOS/QUALIS CARACTERÍSTICAS 
DOS PARTICIPANTES 
PAÍS 
 
Gonçalves-
Mendes et 
al. 
2019 Frontiers in Immunology 
A1 
Homens e mulheres 
com idade média de 72 
anos. 
 
França 
Tsoukalas et 
al. 
2019 International Journal of 
Molecular Medicine 
B1 
Homens e mulheres 
entre 40-55 anos. 
Grécia 
Barnett et al. 2016 American Journal of 
Clinical Nutrition 
A1 
53 idosos em lares de 
idosos (com idade ≥65 
anos). 
 
EUA 
Zanten et al. 2014 JAMA 
A1 
301 pacientes adultos 
que deveriam ser 
ventilados por mais de 
72h e necessitar de 
NE. 
 
Holanda, 
Alemanha, 
França e 
Bélgica. 
Theilla et al. 2012 British Journal of 
Nutrition 
A1 
40 pacientes com lesão 
por pressão e 
recebendo suporte 
nutricional. 
 
EUA 
Farber et al. 2011 American Journal of 
Clinical Nutrition 
A1 
12 homens e mulheres 
saudáveis (maiores de 
55 anos). 
 
 
Países 
Baixos 
Barnes, et al. 2010 American Journal of 
Clinical Nutrition 
A1 
Homens e mulheres, 
na coorte mais jovem 
(20-40 anos) e coorte 
mais velha (≥64 anos). 
 
Irlanda 
WU JING et 
al. 
2009 Environmental and 
Molecular Mutagenesis 
A1 
81 homens saudáveis 
entre 40-70 anos. 
 
 
Austrália 
Karlsen et al. 2007 American Journal of 
Clinical Nutrition 
A1 
118 homens e 
mulheres saudáveis, 
entre 40-74 anos. 
 
Noruega 
Fonte: Autoria própria. 
 
15 
 
Tabela 2 – Características gerais dos estudos selecionados na revisão integrativa 
ESTUDO OBJETIVO TIPO DE 
ESTUDO 
IDADE 
(ANOS) 
NUTRIENTES INTERVENÇÃO RESULTADOS 
Gonçalves-
Mendes et 
al., 2019. 
Investigar se a 
suplementação de 
Vit-D em idosos 
deficientes poderia 
melhorar a 
seroproteção da 
influenza e a 
resposta 
imunológica. 
Estudo 
randomizado 
duplo-cego 
controlado por 
placebo. 
65-85 
anos 
Vitamina D 100.000 UI / 15 
dias de 
colecalciferol 
(D, n = 19) ou um 
placebo (P, n= 19), 
durante um 
período de 3 
meses. 
Os níveis de 25- 
(OH) D sérico 
aumentaram após 
a suplementação. 
Nenhuma 
diferença foi 
observada para os 
níveis de 
catelicidina sérica, 
títulos de 
anticorpos e 
produção de 
espécies reativas 
de oxigênio (ERO) 
nos grupos D vs. P 
em V3. Níveis 
plasmáticos mais 
baixos de TNFα 
( p = 0,040) e IL-6 
( p = 0,046), e mais 
altos para TFGβ 
( p= 0,0028) foram 
observados em 
V3. A razão Th1 / 
Th2 menor no 
grupo D foi em V2 
(D: 0,12 ± 0,05 vs. 
P: 0,18 ± 0,05, p= 
0,039). 
 
16 
 
 
Tsoukalas 
et al., 
2019. 
Avaliar os efeitos 
de uma 
combinação de 
suplementos 
nutracêuticos (NS) 
no comprimento 
dos telômeros (TL) 
em voluntários 
saudáveis sem 
histórico médico 
de qualquer 
doença. 
 
 
 
 
Estudo clínico 
randomizado. 
40-55 
anos 
Suplementos 
nutracêuticos: mix 
de vitaminas como 
vitamina C, 
acetato de 
vitamina E, 
niacina, vitamina 
B1, vitamina K2, 
vitamina B6, 
betacaroteno, 
vitamina B12, 
magnésio, Ômega 
3-6-9, ácido 
eicosapentaenóico 
(EPA), docosa-
ácido hexaenóico 
(DHA), de ácido 
gama linolênico 
(GLA), ascorbato 
de cálcio, vitamina 
E, L – glutamina e 
oligofrutose 
(FOS). 
 
Um grupo foi 
suplementado com 
uma cápsula de 
nutracêuticos e o 
outro grupo 
recebeu placebo 
no período de 6 a 
12 meses. 
A suplementação 
com nutracêuticos 
pode afetar o 
cumprimento dos 
telômeros curtos. 
Os efeitos dos 
antioxidantes estão 
implicados na 
manutenção 
desses telômeros. 
Barnett et 
al., 2016. 
Determinar o efeito 
da suplementação 
com 30 mg de 
Zn/d por 3 meses 
sobre as 
Estudo 
randomizado, 
duplo-cego, 
controlado por 
placebo. 
≥65 
anos 
Zinco 
 
Zinco sérico (<70 
μg/dL); destes, 31 
foram distribuídos 
aleatoriamente a 
grupos de zinco 
A suplementação 
de zinco em 30 
mg/d por 3 meses 
é eficaz no 
aumento das 
 
17 
 
concentrações 
séricas de zinco 
em idosos de 
asilos com 
deficiência de 
zinco. 
(30 mg Zn / d) (n = 
16) ou placebo (5 
mg Zn / d) (n = 15). 
concentrações 
séricas de zinco 
em idosos de 
asilos; entretanto, 
nem todos os 
idosos com 
deficiência de 
zinco alcançaram 
concentrações 
adequadas. O 
aumento na 
concentração de 
zinco sérico foi 
associado ao 
aumento da função 
das células T, 
principalmente 
devido a uma 
elevação no 
número dessas 
células. 
 
 
Zanten et 
al., 2014. 
Determinar se a 
nutrição enteral 
rica em proteínas 
enriquecida com 
nutrientes 
imunomoduladores 
reduzem a 
incidência de 
infecções, em 
Ensaio clínico 
randomizado, 
duplo-cego 
controlado, por 
período de 6 
meses de 
acompanhamento 
em 14 UTIs. 
≥18 
anos 
Glutamina, EPA e 
DHA, selênio e 
antioxidantes. 
Nutrição enteral 
rica em proteínas 
enriquecida com 
nutrientes 
imunomoduladores 
(RPIM) vs. nutrição 
enteral rica em 
proteínas padrão 
(RP), iniciada 
Não houve 
diferenças 
significativas na 
incidência de 
novas infecções 
entre os grupos. 
 
 
 
18 
 
comparação com a 
nutrição enteral de 
alta proteína, 
padrão em 
pacientes críticos 
sob ventilação 
mecânica. 
dentro de 48 horas 
da admissão na 
UTI e continuou 
durante a 
internação na UTI 
por no máximo 28 
dias. 
 
 
Theilla et 
al., 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliar o impacto 
de uma fórmula 
enriquecida com 
óleo de peixe e 
micronutrientes 
(fórmula de 
estudo) na cura de 
úlceras de pressão 
e na função 
imunológica em 
pacientes 
criticamente 
enfermos em uma 
unidade de terapia 
intensiva. 
Estudo 
prospectivo, 
randomizado, 
controlado. 
≥18 
anos 
Lipídeo, Proteína, 
Carboidrato, EPA, 
DHA, GLA, Vit A, 
Vit C, Vit E, cobre, 
magnésio e Zinco. 
Um total de 
quarenta pacientes 
com lesão por 
pressão e 
recebendo suporte 
nutricional foram 
inscritos. Grupo de 
intervenção (n=20), 
recebeu fórmula do 
estudo; e um grupo 
de controle (n=20) 
recebeu uma 
fórmula 
isoenergética. 
 
Houve aumento da 
percentagem de 
linfócitos positivos 
e de moléculas de 
adesão de 
granulócitos no 
grupo de 
intervenção. 
Esses doentes 
também tiveram 
significativamente 
menor progressão 
das lesões de 
pressão existentes 
em comparação 
com os doentes 
que recebiam uma 
fórmula 
isoenergética e 
suficiente em 
nutrientes. 
 
 
 
19 
 
Farber et 
al., 2011. 
Investigar a 
incorporação de 
EPA e DHA em 
glóbulos brancos 
(WBC) em 
diferentes pontos 
de tempo, durante 
uma semana de 
suplementação 
com um alimento 
que é rico em 
proteínas e leucina 
e enriquecido com 
óleo de peixe e 
oligossacarídeos 
específicos. Além 
disso, avaliar os 
efeitos sobre a 
função imune. 
Estudo aberto. ≥55 
anos 
EPA, DHA, 
Proteína (incluindo 
4,4 g de L-
leucina). 
12 homens e 
mulheres 
saudáveis 
(maiores de 55 
anos) consumiram 
2×200 mL de 
alimento 
fornecendo 2,4 g 
de EPA, 1,2 g de 
DHA, 39,7 g de 
proteína (incluindo 
4,4 g de L-leucina) 
e 5,6 g de 
oligossacarídeos 
diariamente, 
durante uma 
semana. 
A suplementação 
nutricional com um 
alimento 
enriquecido com 
óleo de peixe 
aumentou 
significativamente 
a porcentagem de 
EPA em 
fosfolipídios de 
leucócitos em uma 
semana. 
Simultaneamente, 
a resposta imune 
ex vivo ao LPS 
aumentou 
consideravelmente. 
Esses resultados 
são promissores 
para novas 
aplicações e 
intervenções 
nutricionais, agindo 
em pacientes com 
câncer, que devem 
ser investigados 
em futuros 
estudos. 
 
 
 
 
 
20 
 
Barnes, et 
al., 2010. 
 
Avaliar o efeito da 
suplementação de 
vitamina D. 
Estudo clínico 
randomizado 
controlado por 
placebo. 
Adultos 
(20-40 
anos) e 
idosos 
(≥64 
anos). 
Vitamina D Homens e 
mulheres, na 
coorte mais jovem 
(20-40 anos) e 
coorte mais velha 
(≥64 anos), 
receberam 5, 10 
ou 15 μg (1 μg = 
40 UI) Vitamina D3 
diariamente ou 
placebo por 22 
semanas, durante 
o período de 
inverno. 
A suplementação 
de vitamina D com 
doses incrementais 
de 5, 10 e 15 μg/d 
de vitamina D3 não 
teve efeito 
significativo nas 
concentrações de 
citocinas, apesarda dose mais alta 
de 15 μg/d ter um 
efeito nas 
concentrações 
séricas de 25 (OH) 
D ao manter a 
vitamina em Status 
D em adultos e 
aumento do status 
de vitamina D em 
idosos durante o 
período de inverno. 
 
WU Jing et 
al., 2009. 
 
Investigar se a 
melhoria do status 
de Selênio (Se), 
por meio do 
aumento da 
ingestão alimentar 
de trigo 
biofortificado com 
Se, afeta os 
biomarcadores de 
Estudo 
randomizado, 
duplo-cego, 
controlado por 
placebo. 
Entre 
40-70 
anos. 
Selênio Durante 24 
semanas. 81 
homens saudáveis 
entre 40-70 anos, 
com aumento da 
dose de ingestão 
de selênio a cada 
8 semanas. O trigo 
foi fornecido como 
1, 2 e 3 biscoitos 
Verificou-se que o 
consumo de trigo 
biofortificado com 
Se aumentou a 
concentração 
plasmática de Se 
de um nível basal 
de 122 a 192 mcg / 
L após a ingestão 
de três biscoitos / 
 
21 
 
risco de câncer, 
risco de doença 
cardiovascular, 
estresse oxidativo 
e função 
imunológica, em 
homens saudáveis 
do sul da Austrália. 
de trigo tufado, 
durante as 
semanas 1-8, 9-16 
e 17-24, 
respectivamente. 
dia, que 
forneceram 267 
mcg de Se. A 
suplementação de 
Se não apresentou 
resultados 
benéficos, bem 
como riscos 
adversos à saúde. 
O aumento da 
ingestão de Se 
pode reduzir o 
risco de doenças 
degenerativas, 
incluindo câncer, 
mas a ingestão 
excessiva pode ser 
tóxica. 
 
 
Karlsen et 
al., 2007 
Estudar a 
eficiência da 
ativação induzida 
por LPS de NF-
kappaB. Além 
disso, avaliar 
também o efeito 
da suplementação 
de antocianina. 
Ensaio clínico 
controlado por 
placebo. 
40-74 
anos 
Lipídeos 118 homens e 
mulheres 
saudáveis, entre 
40-74 anos, 
receberam 
suplementação 
com cápsulas de 
Medox (75mg 
2vezes/d) 
fornecendo um 
total de 300 mg de 
antocianinas/d ou 
Foram observadas 
diferenças em 
vários mediadores 
inflamatórios 
relacionados ao 
NF-kappa B no 
grupo Medox em 
comparação com o 
placebo. 
 
22 
 
AGCC= ácidos graxos de cadeia curta; DHA= ácido docosahenoico; EPA= ácido eicosanpentanoico; ERO= espécies reativas de 
oxigênio; LPS= lipopolissacarídeos; Medox= Medpalett Pharmaceuticals; NE= nutrição enteral; UTI= unidade de terapia intensiva 
Fonte: Autoria própria. 
placebo. 
 
23 
 
4 DISCUSSÃO 
4.1 SISTEMA IMUNOLÓGICO E NUTRIÇÃO 
O sistema imunológico é composto por várias camadas de uma complexa 
rede de células e moléculas espalhadas por todo o corpo para detectar e responder 
ao estresse celular, reconhecer antígenos e responder de forma eficaz para garantir 
a defesa contra patógenos. Nessa defesa, o sistema imunológico ativa células 
efetoras (incluindo linfócitos e antígenos) para produzir anticorpos. Cada célula do 
corpo humano tem uma função, mas nesse aspecto, dezenas de glóbulos brancos 
especializados são particularmente importantes. Não há dúvida de que a geração 
inadequada destas respostas efetoras terá efeitos deletérios no organismo e existe 
uma complexidade em entender o estado geral deste sistema multifacetado em um 
único indivíduo (BRODIN, 2020). 
Nos últimos anos foi reconhecido que o estado nutricional adequado é 
essencial para a ocorrência, manutenção e expressão de respostas imunes. Os 
micronutrientes (ou seja, vitaminas e minerais necessários para a nutrição) 
influenciam e apoiam todos os estágios da resposta imunológica. A deficiência de 
nutrientes pode afetar a imunidade inata e adaptativa, levando à imunossupressão e 
aumentando a suscetibilidade à infecção. Nesta revisão constatou-se que os 
micronutrientes podem desempenhar um papel importante na melhoria da 
resistência e restauração da função imunológica (PECORA et al., 2020). 
O nível apropriado de nutrientes é essencial para garantir a função eficaz de 
todos os componentes do sistema imunológico. Além disso, é sabido que uma 
nutrição adequada pode ajudar a manter a função imunológica ideal e reduzir o 
impacto de infecções. Várias vitaminas, como a vitamina A e C, e oligoelementos 
como o zinco e o selênio desempenham um papel importante no suporte das células 
do sistema imunológico, aumentando assim a resistência à infecção, como pode ser 
visto nos estudos de Zanten et al., (2014), que quis determinar se a nutrição enteral 
rica em proteínas enriquecida com nutrientes imunomoduladores, reduzia a 
incidência de infecções em comparação com a nutrição enteral de alta proteína, 
padrão em pacientes críticos sob ventilação mecânica, pórem, em seus resultados 
não houve diferenças significativas na incidência de novas infecções entre os grupos 
estudados. Outros nutrientes, como os ácidos graxos ômega-3, ajudam a manter o 
 
24 
 
funcionamento ideal do sistema imunológico reduzindo processos inflamatórios 
(PECORA et al., 2020). 
A relação entre nutrição e sistema imunológico é "uma compreensão 
desafiadora” como evidenciada nos tempos atuais, devido à pandemia de COVID-
19. Dados cada vez mais promissores mostram que a diversidade de nutrientes 
pode regular beneficamente a resposta imune exagerada em curso, por exemplo, 
autoimunidade ou alergias, ou apoio ao sistema imunológico no combate a 
patógenos. Contudo, para a maioria dos estudos controlados, ainda há carência de 
uma grande quantidade de evidências de causalidade clara. (UNTERSMAYR, 
KALLAY, 2020). 
4.2 Vitamina D 
A vitamina D é um nutriente que além das funções clássicas de homeostase 
do cálcio e fósforo e do metabolismo ósseo, também tem importante impacto na 
resposta imunológica. Nos estudos de Gonçalves-Mendes et al., (2019) a deficiência 
está associada ao aumento da inflamação e da autoimunidade. O mecanismo da 
vitamina D na regulação do sistema imunológico é convincente, no entanto, a 
causalidade ainda não é clara. (UNTERSMAYR, KALLAY, 2020). 
Estudos recentes de Pizzini et al., (2020) indicam que a deficiência de 
vitamina D é comum em pacientes com COVID-19, mas a causa e o efeito da 
vitamina D no processo da doença permanece incerto. Assim como detalhou os 
estudos de Gonçalves et al., (2019) que objetivou investigar se a suplementação de 
Vitamina D poderia melhorar a resposta imunológica em idosos deficientes na faixa 
etária de 65-85 anos, e Barnes, et al., (2010) que avaliou o efeito da suplementação 
de vitamina D em adultos, com doses de 5, 10, 15ug\dia de suplementação de 
vitamina D3 em homens e mulheres na faixa etária igual ou acima de 20 anos. 
Sassi et al., (2018) concluíram que há uma necessidade de randomização em 
grande escala e ensaios clínicos para confirmar a garantia suficiente de vitamina D, 
na redução da incidência e das infecções e/ou doenças autoimunes. Tal como, 
acrescentam os estudos analisados nessa revisão da literatura, que demonstram em 
suas conclusões não terem obtido efeitos significativos em suas análises clínicas, 
acerca da vitamina D. 
 
25 
 
4.3 Vitaminas A e C 
Tratando-se ainda sobre as vitaminas, sabe-se que vitamina A é um 
micronutriente encontrado em fontes de origem animal (retinol) e vegetal 
(provitamina A). É um nutriente imprescindível na garantia e saúde da visão, como 
também, no aperfeiçoamento adequado das células que compõem vários tecidos do 
corpo. De acordo, com Sarni et al., (2010), a deficiência de vitamina A está 
associada a diminuição das células NK (Natural Killer) e a capacidade de células 
esplênicas em fabricar interferon, após o impulso de mitógenos. Com isso, essa 
insuficiência associa-se a redução da produção de anticorpos em combate a 
polissacarídeos bacterianos e antígenos proteicos. Segundo Ahmad et al., 
(2009), há uma relação significativa entre os estoques de vitamina A e células T ou 
ingênuas na periferia do sangue. 
Diante disso, o estudo mostrou que os estoques de vitamina A acima do nível 
de 0,07mmol / g são associados com maior número e proliferação de células T. A 
vitamina C, por sua vez, é um nutriente essencial que não pode ser sintetizado entre 
humanos, isso devido à perda de uma enzima na via biossintética. A deficiência 
críticade vitamina C dá origem ao escorbuto potencialmente fatal. O escorbuto tem 
como aspecto o esgotamento da estrutura colágena, produzindo uma menor 
cicatrização de feridas e como consequência a diminuição da imunidade. Ademais, 
a vitamina C exerce uma infinidade de resultados benéficos nas funções celulares do 
sistema imune inato e adaptativo. Mesmo a vitamina C sendo um potente 
antioxidante que protege o corpo contra os radicais livres oxidativos, endógenos e 
exógenos, é possível que sua ação como cofator entre algumas enzimas 
biossintéticas e reguladoras genéticas, desempenhe um papel importante em seus 
efeitos imunomoduladores. (CARR ANITRA C et al., 2010). 
De acordo com Ribeiro, (2019) alguns tipos de leucócitos, como os neutrófilos 
e monócitos, apresentam uma concentração de vitamina C 50-100 vezes mais 
concentrados no plasma, através da sua forma de absorção e forma oxidada, de 
hidroascorbato. O aumento dessa concentração desempenha um papel importante 
nessas células, como proteção antioxidante durante a fagocitose, migração e 
redução da intensidade da cascata inflamatória, pelo controle do balanço das 
indicações pró-inflamatórias e antiinflamatórias, como pode ser observado no estudo 
de Theilla et al., (2012), que tendo a vitamina A e C incluída numa fórmula a base de 
 
26 
 
óleo de peixe, avaliou o impacto dessa fórmula na cura de úlcera de pressão e 
melhora da função imunológica em pacientes críticos em UTI (unidade de terapia 
intensiva), obtendo como resultados uma multiplicação de glóbulos brancos e 
progressão significativamente menor da lesão por pressão nos pacientes avaliados. 
No entanto, vale frisar que o estudo avaliou o efeito das vitaminas em um composto 
com outros oligoelementos. Dessa forma, não pode-se determinar de forma 
fidedigna o efeito individual dessas vitaminas na imunidade. 
 
4.4 Zinco 
Os minerais são componentes da dieta necessários para o crescimento, 
desenvolvimento e homeostase. Dentre os minerais mais relevantes, o zinco (Zn) é 
um elemento importante do metabolismo humano como é visto nos estudos de 
Barnett et al., (2016) e Theilla et al., (2012), nos quais percebeu-se aumento da 
função das células T em idosos com suplementação de zinco (30mg/dia) e elevação 
na porcentagem de linfócitos, estando o zinco integrado a uma formula à base de 
óleo de peixe, nessa ordem. 
Como cofator de enzimas, o zinco auxilia na regulação da estrutura proteica e 
da expressão gênica. Sua deficiência está relacionada à disfunção imunológica, 
inflamação, estresse oxidativo, aumento do risco de infecções, doenças 
cardiovasculares (DCV) e osteoporose (BABAALI et al., 2020). 
No estudo de Barnett et al. (2016), que utilizou o Zinco como principal 
nutriente de sua pesquisa, para determinar o efeito da suplementação com 30 mg de 
Zn/dia, durante três meses, sobre as concentrações séricas de Zn em idosos de 
asilos com deficiência, aponta que essa suplementação é eficaz no aumento das 
concentrações séricas desse nutriente em idosos acima de 65 anos, entretanto, nem 
todos os idosos com deficiência de Zn alcançaram concentrações adequadas. A 
maior concentração de zinco sérico foi associada ao aumento da função das células 
T, principalmente devido ao maior número dessas células. 
4.5 Magnésio e Cobre 
Por décadas, o papel do magnésio em adjuvantes analgésicos em várias 
dores agudas e crônicas foi evidenciado. Como um nutriente mineral essencial, 
 
27 
 
aumentar a ingestão de magnésio ou suplementá-lo pode melhorar o curso de certas 
doenças, como osteoartrite, doenças neurológicas e doenças cardiovasculares, 
contribuindo na melhora da analgesia. É concebível que o magnésio seja importante 
aliado na prevenção e tratamento de doenças (SHIN et al., 2020). 
O cobre é um oligoelemento essencial e uma parte importante do sangue e 
está contido em quantidades maiores no fígado, cérebro, coração e rins. O cobre 
livre no plasma é um agente catalizador de espécies reativas de oxigênio e está bem 
distribuído nos alimentos, sendo suas maiores fontes: crustáceos, nozes, sementes, 
legumes, farelo e gérmen dos cereais e vísceras. A deficiência de cobre no corpo 
humano é muito rara, o que indica que a ingestão alimentar é suficiente para 
prevenir sua deficiência. Existem evidências de que, diante da redução dos níveis 
séricos de cobre, há depleção da atividade antioxidante, já as mais recentes, 
indicam sua influência sobre a função imunológica (MACÊDO, et al, 2010) 
Os estudos de Theilla et al., (2012) que utilizaram o magnésio e o cobre em 
suas fórmulas para avaliação complementam essa tese, já que seus resultados 
apontam para um aumento na proporção de leucócitos que são produzidos em 
grandes quantidades durante a infecção, razão pela qual pode ser um bom indicador 
na saúde do indivíduo. Em suas análises os autores avaliaram quarenta pacientes 
acima de 18 anos com lesão por pressão e recebendo suporte nutricional, onde 
dividiu-se dois grupos (n=20), o primeiro recebeu uma fórmula enriquecida com óleo 
de peixe e micronutrientes, entre eles o magnésio e o cobre, e o segundo chamado 
grupo controle uma fórmula isoenergética; e pôde-se constatar significativamente em 
comparação com o grupo controle, que o uso de óleo de peixe e micronutrientes 
pode atingir menor progressão da doença e aumentar o número de linfócitos, o que 
pode de fato explicar sua importância no aumento da imunidade. 
4.6 Selênio 
 
Quanto ao selênio, é um mineral necessário que executa um papel 
fundamental na evolução e diversidade de processos fisiológicos, incluindo 
respostas imunológicas de impacto. O sistema imune depende do consumo dietético 
de selênio, e esse nutriente tem seus efeitos biológicos especialmente através de 
sua inclusão nas selenoproteínas (AVERY; HOFFMANN, 2018). 
 
28 
 
Steinbrenner, (2015), numa revisão evidenciou uma visão geral atualizada do 
selênio em doenças infecciosas causadas por vírus (por exemplo, HIV, vírus da 
hepatite C) e bactérias (por exemplo, M. tuberculosis , Helicobacter pylori), e 
registrou que em uma dieta habitual muitas vezes não é suficiente para atender às 
demandas crescentes de micronutrientes em doenças infecciosas. Como muitos 
pacientes apresentam amplas deficiências nutricionais, a suplementação de vários 
micronutrientes parece ser uma abordagem mais promissora, do que o uso de 
selênio sozinho, além disso, pode ser útil também na melhora dos cuidados de 
suporte e estimular o sistema imunológico de pacientes que sofrem de patologias 
virais emergentes. 
 Há tempos, se reconhece que a escassez de selênio (Se) afeta de forma 
negativa as células imunes durante a ativação, separação e reprodução. Isso está 
relacionado ao acréscimo do estresse oxidativo, pórem funções aditivas, como 
dobramento de proteínas e fluxo de cálcio, podem ser afetadas em células imunes 
em condições de carência de Se, já em níveis acima do adequado, pode influenciar 
na ação das células imunológicas, com alguns tipos de inflamação e efeitos 
sexualmente dimórficos dos níveis de Se, em alguns casos (FAIRWEATHER et al., 
2010). 
WU Jing et al., 2009, investigaram se a melhoria do status de Se, por meio do 
aumento da ingestão alimentar de trigo biofortificado com esse nutriente, afeta os 
biomarcadores de risco de câncer, risco de doença cardiovascular, estresse 
oxidativo e função imunológica em homens saudáveis, e registrou 
que suplementação de selênio não apresentou resultados benéficos, bem como 
riscos adversos à saúde. O aumento da ingestão de Se pode reduzir o risco de 
doenças degenerativas, incluindo câncer, mas a ingestão excessiva pode ser tóxica. 
O estudo avaliou 39 participantes que tomaram um suplemento diário de 100 μg de 
selenito de sódio por 6 semanas. Neste grupo, o selênio plasmático aumentou após 
esse período de suplementação de 1,19 ± 0,022 para 1,41 ± 0,025 μmol/L (média 
após: antes da suplementação= 1,19 ± 0,018; p<0,001), enquanto que, no grupo de 
16 voluntários, também houve um aumento significativo no selênio plasmático 
(média após: antes da suplementação = 1,23 ± 0,09; p<0,001). Além disso, a 
suplementação de selênio levou a uma maior atividade da glutationa peroxidase dos 
linfócitos, que é um importante sistema de defesa enzimático contra o aumento de 
radicais livres. 
 
29 
 
Em contrapartida, uma revisão realizada por Avery, (2018), retrata que em 
condições de deficiência de selênio, as respostas imunes inatas e adaptativas são 
prejudicadas. Os benefícios da suplementação de selênio para aumentar a 
imunidade contra patógenos, vacinas ou cânceres foram explorados e não 
forneceram resultados totalmente claros. Alguns dos problemas residem no fato de 
que alguns patógenos ou células tumorais, podem se beneficiar de níveis mais 
elevados de selênio. A manipulação de selenoproteínas individuais pode oferecer 
uma abordagem mais precisa para melhorar o sistema imunológico ou mitigar a 
inflamação crônica. Essa abordagem exigirá uma caracterização abrangente dos 
papéis das selenoproteínas e um desmascaramento dos mecanismos moleculares 
pelos quais elas regulam as funções das células imunológicas. 
Em geral, há evidências consideráveis que fortalecem a noção de que o Se 
afeta diferentes tipos de respostas imunológicas de maneiras distintas. A influência 
da suplementação de Se no aumento da imunidade depende do tipo de antígenos e 
tecidos envolvidos, por exemplo, a suplementação de Se pode aumentar as 
respostas imunes do tipo Th1 em maior extensão do que as respostas do tipo Th2, e 
certos agentes infecciosos podem realmente se beneficiar dos níveis adicionados de 
Se, utilizando-os para suas próprias enzimas antioxidantes (HOFFMANN, 2008). 
 Evidências disponíveis sugerem que elevar os níveis de Se em indivíduos 
com Se moderadamente baixo pode ter mais efeitos de reforço imunológico do que 
suplementar um indivíduo adequado de Se. Nesse contexto, a relação entre o status 
de Se e a imunidade denota-se mais complexa do que o simples fato do Se ser em 
geral como um “impulsionador” da imunidade, o que sinaliza a necessidade crítica de 
transparecer os processos pelos quais o Se afeta o sistema imunitário em estudos 
futuros (HOFFMANN, 2008). Na tabela 3 pode ser visualizado o papel de cada 
micronutriente e sua relação com a resposta imune. 
 
Tabela 3 – Papel dos micronutrientes e sua relação com a imunidade 
 
BARREIRAS FÍSICAS IMUNIDADE CELULAR PRODUÇÃO ANTICORPOS 
Vitamina A Vitamina A Vitamina A 
Vitamina C Vitamina B6 Vitamina B6 
Vitamina E Vitamina B12 Vitamina B12 
Zinco Vitamina C Vitamina D 
 Vitamina D Vitamina E 
 Vitamina E Ácido Fólico 
 Ácido Fólico Zinco 
 
30 
 
 Cobre Cobre 
 Zinco Selênio 
 Selênio 
Adaptado de Silvia Maggini, et al. (2007). 
 
4.7 Macronutrientes 
No tocante dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) sabe-se 
que fornecem energia e influenciam vários fatores fisiológicos. Muitos estudos 
relatam que intervenções dietéticas específicas podem afetar a saúde e expectativa 
de vida, como abordado nos estudos de Theilla et al., (2012), Farber et al., (2011) e 
Karlsen et al., (2007). As diretrizes nutricionais dietéticas recomendam a ingestão 
ideal de energia e macronutrientes para melhorar a saúde e prevenir doenças 
crônicas, bem como melhoria na imunidade (KWON et al., 2020). 
Dessa forma, os macronutrientes por exercerem papéis essenciais no 
processo imunológico também são citados nos estudos na presente revisão. Nos 
estudos de Theilla et al., (2012) e Farber et al., (2011), esses nutrientes fizeram 
parte da intervenção dos indivíduos avaliados, onde verificou-se um aumento da 
porcetagem de linfócitos, além de melhorar a resposta imune. Vale ressaltar que 
esses estudos não avaliaram os macronutrientes isolados, por isso precisam ser 
avaliados em análises futuras para obtenção de resultados confiáveis, sobre a 
relação entre eles e a imunidade. 
Por outro lado, no estudo de Karlsen et al., (2007), os lipideos são 
suplementados e analisados em um ensaio controlado por placebo, onde 118 
homens e mulheres saudáveis na faixa etária de 40-74 anos receberam 
suplementação com cápsulas de 75mg duas vezes ao dia, fornecendo um total de 
300 mg de antocianina, um antioxidante e antiinflamtório encontrado nas frutas 
vermelhas como o morango, por exemplo. Ao término da análise foram observados 
alguns mediadores inflamatórios como as antocianinas, metabólitos secundários da 
biossíntese das plantas (pertencentes aos flavonóides) e interleucinas, fármacos 
importantes do grupo das citocinas e principal meio na resposta 
imunológica. Estudos tem demonstrado que as antocianinas podem aumentar a 
resistência do LDL à oxidação e reduzir fatores pró-inflamatórios, como citocinas 
(CARDOSO et al., 2011). 
 
31 
 
Os benefícios dos lipídeos associados à resposta imune foi amplamente 
estudado, como já mencionado. Quanto aos carboidratos, é observado um efeito 
promissor sobre o sistema imune, principalmnete em esportistas e atletas. Nesses 
indivíduos, a suplementação de glicídios durante o exercício pode elevar a 
multiplicação e a ativação de células exterminadoras naturais, reduzir o número de 
neutrófilos e expandir a produção de citocinas como, por exemplo, as interleucinas e 
fator de necrose tumoral-alfa (MARQUES, 2005). 
Outros nutrientes, como os aminoácidos que constituem as proteínas também 
podem influenciar o sistema imunológico, destacando a glutamina. Esse aminoácido 
é classificado como condicionalmente essencial, tendo efeito sobre a eficácia 
regulatória na articulação imunológica e celular. A abstinência de glutamina restringe 
a multiplicação de glóbulos brancos, interfere na manifestação de indicadores que 
estimulam a promoção de linfócitos e monócitos, influencia a formação de citocinas e 
estimula a apoptose (ROTH, 2008). 
Recente estudo de revisão conclui que as células imunológicas necessitam da 
disponibilidade de glutamina para sobreviver, multiplicar-se e agir e, em última 
análise, defender nosso corpo contra patógenos. Além disso, ressaltaram que 
durante as circunstâncias catabólicas / hipercatabólicas, a demanda por glutamina 
cresce radicalmente, um fato que pode levar à carência de glutamina e grave 
comprometimento da função imune (CRUZAT et al, 2018). 
A suplementação da glutamina pode trazer benéficos na redução de sintomas 
de distúrbios inflamatórios e pode defender contra sequelas do estresse oxidativo, e, 
em geral, pode diminuir a taxa de infecção, inflamação, tempo de internação e 
mortalidade e melhorar a função de barreira intestinal e a função imunológica, 
especialmente a imunidade mediada por células em indivíduos criticamente 
enfermos (KIM, 2011). Do contrário, no estudo de Zantem et al, 2014 não houveram 
diferenças significativas na redução de infecções em pacientes críticos e sob 
ventilação mecânica, que foram suplementados com glutamina e imunomodulares, e 
ainda, não foi observada redução da mortalidade nesse grupo. Nesse sentido, a 
glutamina é um modulador importante da função imune, pois participa do 
metabolismo e proliferação das células desse sistema de defesa, todavia, seu 
potencial de ação depende do estado nutricional que o indivíduo se encontra. 
 
4.8 Ácidos Graxos 
 
32 
 
 
 O impacto dos ácidos graxos poliinsaturados da dieta (PUFAs) no sistema 
imunológico tem sido investigado por décadas, com foco especial no ácido α-
linolênico ômega-3 PUFAs (ALA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido 
docosahexaenóico (DHA). O ALA é encontrado em nozes e sementes, enquanto o 
EPA e o DHA são os principais componentes do óleo de peixe (PASCHOAL, et al 
2013; CALDER, et al 2014). É importante revelar que sendo o EPA e o DHA também 
sintetizados a partir do ALA, na presença de ácidos graxos ômega-3, a competição 
pelas enzimas reduz a síntese demetabólitos derivados do ômega-6, (uma vez que 
ele utiliza as mesmas enzimas para suas vias metabólicas) que também têm efeitos 
nas células do sistema imunológico (WIKTOROWSKA, et al. 2015; METHEREL, et al 
2018). 
A pesquisa de Farber et al., (2011), corrobora com esses dados, num estudo 
onde avaliou 12 homens e mulheres saudáveis que consumiram 2 × 200 mL de 
suplemento alimentar, fornecendo 2,4 g de EPA, 1,2 g de DHA, 39,7 g de proteína 
(incluindo 4,4 g de L-leucina) e 5,6 g de oligossacarídeos diariamente, identificou 
que após uma semana, a porcentagem de EPA elevou-se para 2,8% (P <0,001), 
concluindo que a suplementação nutricional com um alimento enriquecido com óleo 
de peixe aumentou significativamente a porcentagem de EPA em fosfolipídios de 
células brancas do sangue (WBC) em uma semana. Simultaneamente, a resposta 
imune aumentou consideravelmente. 
Um experimento em humanos conduzido por Rees et al., (2006) em 
voluntários saudáveis que receberam suplementação com óleo de milho rico em 
acido linoleico ou EPA (1,35, 2,7 ou 4,05 g de EPA / d ) por 12 semanas, registrou 
que a suplementação de EPA levou a uma diminuição na produção de espécies 
reativas de oxigênio (ERO) em homens mais velhos, mas não houve mudança em 
homens mais jovens. Eles concluíram que indivíduos mais velhos são mais 
sensíveis aos efeitos imunológicos do EPA, e o surto respiratório de neutrófilos é 
menor em doses mais altas de EPA. No entanto, como a suplementação contém 
EPA e DHA, não é óbvio qual ácido graxo causa o efeito na produção de ERO. 
Dados do estudo de Zantem et al., 2014, que avaliou se a nutrição enteral 
rica em proteínas enriquecida com nutrientes imunomoduladores - RPIM (contendo 
glutamina, ácido graxo ômega-3 e alimentação enriquecida com antioxidantes) reduz 
a incidência de infecções, em comparação com a nutrição enteral rica em proteínas 
 
33 
 
– (RP), em pacientes adultos críticos sob ventilação mecânica; expondo que a 
nutrição enteral RPIM versus nutrição enteral RP, padrão, não melhorou as 
complicações infecciosas ou outros desfechos clínicos, e pode ser prejudicial 
conforme sugerido pelo aumento da mortalidade ajustada aos 6 meses. Assim, não 
está bem relacionado o papel dos nutrientes imunomoduladores em pacientes 
críticos. 
Gutierrez et al., (2019), resumiu em seus estudos os principais achados sobre 
os efeitos imunomoduladores dos ácidos graxos ômega-3 nas diferentes células que 
formam o sistema imunológico, e registrou que até onde se sabe, de todas as 
células imunológicas investigadas até o momento, nenhuma delas foi considerada 
inerte aos ácidos graxos ômega-3 da dieta, e geralmente, ALA, DHA e EPA exercem 
um efeito inibidor sobre a ativação de células imunes, tanto do ramo inato quanto do 
adaptativo. 
Curiosamente, neste estudo verificou-se que algumas funções imunológicas 
singulares são promovidas por ácidos graxos ômega-3 da dieta em tipos de células 
imunológicas específicas, ou seja, fagocitose por macrófagos e neutrófilos ou 
diferenciação de células T reguladoras, sugerindo que os ácidos graxos ômega-3 
não atuam como repressores imunológicos inespecíficos. Além disso, destacou 
também que os ácidos graxos ômega-3 melhoram os sintomas em vários modelos 
de doenças animais, como sepse ou hepatite autoimune, onde foram testados em 
ensaios clínicos com resultados positivos. 
Calder (2013), em sua pesquisa, pontuou que em humanos adultos, uma 
ingestão de EPA mais DHA superior a 2g por dia parece ser necessário para 
provocar ações antiinflamatórias, mas poucos estudos de determinação de dose 
foram realizados. Os modelos em animais demonstram benefícios dos ácidos graxos 
n-3 na artrite reumatóide (AR), doença inflamatória intestinal (DII) e asma. Os 
ensaios clínicos de óleo de peixe em pacientes com AR demonstram benefícios 
apoiados por meta-análises dos dados, enquanto que os rastreamentos clínicos de 
óleo de peixe em pacientes com DII e asma são inconsistentes, sem nenhuma 
evidência geral de eficácia. 
Dessa forma, é sabido que os ácidos graxos exercem um papel na imunidade 
humana, todavia, esse efeito pode ser diferente em adultos e idosos, como também 
o resultado de seus benefícios dependerá do estado nutricional do indivíduo. 
 
34 
 
Portanto, maiores estudos precisam ser realizados para elucidar de forma mais 
consistente os achados. 
 
5 CONCLUSÃO 
 
A análise da literatura evidencia que estudos observacionais e ensaios 
clínicos, destacaram o importante papel das vitaminas A, C e D, ácidos graxos 
ômega-3, glutamina e o mineral zinco na regulação das respostas imunológicas. A 
suplementação desses nutrientes parece ser uma forma segura e de baixo custo 
para apoiar o funcionamento ideal do sistema imunológico, com potencial para 
reduzir o risco e as consequências da infecção, podendo auxiliar no aumento da 
imunidade em adultos e idosos. Por sua vez, as infecções podem agravar as 
deficiências, reduzir a ingestão de nutrientes, aumentar as perdas e interferir no seu 
uso, além de alterar as vias metabólicas. Logo, podem apoiar o sistema de defesa 
natural do corpo, melhorando assim, a imunidade. 
Contudo, ainda é necessária a existência de mais estudos que possam de fato 
contribuir de forma fidedigna, e que melhorem a compreensão do papel dos 
nutrientes na função imunológica, especialmente na saúde dos adultos e idosos, 
sempre associando a nutrição adequada como moduladora do sistema imune nessa 
população. 
 
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