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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ____ VARA DO TRABALHO DE____________________. Processo nº _________________ ABC LTDA., por seu advogado, que esta subscreve, nos autos da Reclamação Trabalhista que move em face de NOME DA RECLAMADA, vem, tempestiva e respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO, com fulcro no artigo 897, alínea “b”, da CLT, não se conformando com o respeitável despacho que denegou seguimento ao Recurso Ordinário apresentado, conforme minuta anexa. De acordo com o art. 897, §5º CLT, a agravante instrui o presente Agravo de Instrumento com as cópias das peças necessárias à formação do instrumento quais sejam: 1) Decisão agravada; 2) Certidão da respectiva intimação; 3) Procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; 4) Petição Inicial; 5) Contestação; 6) Decisão originária; 7) Comprovante de recolhimento das custas processuais; 8) Comprovante de depósito recursal referente ao recurso ordinário que pretende destrancar; 9) Comprovante de depósito recursal do presente agravo de instrumento correspondente a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ordinário ao qual se pretende destrancar; e 10) Peças facultativas. Tendo em vista que o Recurso Ordinário não é intempestivo, tampouco deserto, requer a retratação do despacho que denegou seguimento ao recurso com seu regular processamento. Caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, requer a notificação da parte contrária para a apresentação da respectiva contraminuta deste agravo de instrumento e das contrarrazões do recurso ordinário trancado, e posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal competente para o reexame da questão. Nesses termos, Pede deferimento. Local, data. Advogado OAB nº XXXXXX MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Agravante: ABC LTDA. Agravado: NOME DA RECLAMADA Origem: __________________ Processo nº _______________ Egrégio Tribunal, Colenda Turma, Nobres Julgadores, Como se verifica do despacho de fls.__, foi negado seguimento ao Recurso Ordinário do Recorrente, ora Agravante, da decisão prolatada pelo juízo a quo sob o fundamento de que, os embargos declaratórios, que o juízo entenda protelatórios, não têm o condão de interromper o prazo para a interposição de qualquer recurso e, ademais, entendeu deserto o mesmo recurso por falta de depósito do valor da mencionada multa. Não obstante o brilhantismo do Meritíssimo Juízo, a respeitável decisão que negou seguimento ao recurso do Agravante foi equivocada e merece reforma, conforme passa a expor. I – DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE Na interposição do presente recurso foram preenchidos todos os seus pressupostos recursais extrínsecos e intrínsecos. Dessa fora, deverá ser conhecido e ter o seu mérito apreciado por este Egrégio Tribunal. II – RESUMO DA DEMANDA A recorrente, inconformada com o teor da sentença proferida, apresentou Embargos de Declaração. Ao decidir sobre os embargos, o Meritíssimo Juízo a quo entendeu tratar-se de medida protelatória, impondo à Recorrente multa de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Ao interpor Recurso Ordinário, o juízo de primeira instancia indeferiu o apelo da Recorrente, alegando intempestividade do recurso, fundamentando que os embargos declaratórios não interrompem o prazo para interposição de qualquer recurso. Alegou, ainda, deserção por falta de recolhimento do valor da multa aplicada. A respeitável decisão proferida pelo Juízo a quo não merece prosperar, senão vejamos. III – DO NÃO CABIMENTO DA INTEMPESTIVIDADE Como relatado, o Meritíssimo Juízo a quo, ao proferir despacho denegatório de seguimento do Recurso Ordinário interposto, alegou sua intempestividade, sob a fundamentação de que os embargos declaratórios não tem o condão de interromper o prazo para qualquer outro recurso. No entanto, cumpre destacar que o Código de Processo Civil, no artigo 1.026, aplicado subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força do art. 769 da CLT, não coaduna com este entendimento, pois estabelece que: Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. § 1º - A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação. § 2º - Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. § 3º - Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. § 4º - Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios. Corroborando com tal serventia, insta consignar o art. 897-A, §3º da CLT, fruto do advento da Lei 13.015/14, vejamos: Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. § 1o - Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes. § 2o - Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias. § 3o - Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura. O dispositivo legal supra citado, deixa claro que a oposição dos embargos declaratórios interrompe o prazo recursal e beneficia ambas as partes, ainda que os embargos não sejam conhecidos ou que sejam improvidos. No caso em tela, o Recurso Ordinário foi interposto dentro do prazo legal, tornando-se, assim, tempestivo, e fazendo jus ao seu seguimento e posterior apreciação do mérito. III – DO NÃO CABIMENTO DA DESERÇÃO O Juízo a quo, por entender que os embargos de declaração eram protelatórios, condenou a Agravante ao pagamento de multa de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na análise dos pressupostos recursais, entendeu que o Recurso Ordinário interposto pela Agravante estava deserto por falta de depósito do valor da multa aplicada. Com fundamento no art. 1.026, § 2º do CPC, que determina que somente na reiteração de embargos declaratórios é que o juiz ou tribumal, se entender que os embargos são meramente protelatórios, poderá elevar a multa a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao deposito do valor respectivo. No entanto, verifique que na respeitável sentença que denegou o seguimento ao Recurso Ordinário interposto houve grave engano. O dispositivo legal, ora mencionado, deixa claro que somente na reiteração de embargos declaratórios é que o deposito da multa aplicada ficara condicionado a apreciação de outros recursos. Na presente demanda, trata-se de um único recurso de embargos de declaração, não havendo em que se falar de obrigatoriedade de deposito da multa aplicada para que o Recurso Ordinário sejaapreciado, tampouco seja julgado deserto. III – CONCLUSÃO Pelo exposto, uma vez sanados os pressupostos recursais sobre as questões de tempestividade e não obrigatoriedade do deposito da multa aplicada, a Agravante requer seja conhecido e provido o presente Agravo de Instrumento para a reforma do despacho denegatório proferido pelo Juízo a quo, com a determinação do regular processamento do Recurso Ordinário interposto e a devida análise do mérito. Nesses termos, Pede deferimento. Local, data. Advogado OAB nº XXXXXX
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