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SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL (SUA)

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LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL (SUA) 
INTRODUÇÃO 
O ciclo menstrual normal tem uma duração de 28 dias com uma variação normal de mais ou menos 7 dias. O SUA é 
definido como sangramento, agudo ou crônico, proveniente do corpo uterino, com anormalidade, seja na regularidade, 
volume, frequência ou duração em mulheres não grávidas. 
É importante afastar o diagnóstico da gravidez como causa, pois abortamento, mola hidatiforme e gravidez ectópica 
cursam com sangramentos que podem ser potencialmente fatais. 
Alguns termos tem caído em desuso, mas é importante conhecê-los: 
➢ Menorragia: aumento do volume de sangue (> 80 ml), podendo haver coágulos e ocasionalmente anemia. 
➢ Hipermenorreia: aumento da duração do sangramento (mais que 7 a 8 dias). Relacionada com insuficiência 
lútea ou folicular. 
➢ Polimenorreia: diminuição do intervalo entre as menstruações (geralmente menor que 21 dias). Decorre 
principalmente da insuficiência lútea ou anovolução. 
➢ Metrorragia: sangramento sem ciclicidade, frequentemente associado à hiperplasia endometrial. No 
climatério, sempre necessário afastar adenocarcinoma de endométrio. 
Por que em desuso? A paciente pode relatar algo não condizente com a realidade, sendo difícil definir 
verdadeiramente o fluxo menstrual. 
➢ OUTRO MÉTODO: tempo entre a troca de absorventes, tipo de 
absorvente e se há coágulos no sangue menstrual. 
EPIDEMIOLOGIA 
• Afeta 30% das mulheres em idade reprodutiva, atingindo até 50% 
daquelas na perimenopausa. 
• Rara em crianças. 
INFÂNCIA 
➢ Qualquer sangramento anterior à menarca deve ser tratado 
como anormal. 
➢ Deve-se determinar o local do sangramento → sangramento 
uretral, retal ou vaginal? 
➢ Causa principal: vulvovaginites, vagina é o local mais provável 
dos 3 (uretra, reta, vagina). 
➢ Outras causas: 
o Doenças dermatológicas; 
o Crescimento neoplásico (neoplasias ovarianas?); 
o Trauma por acidente; 
o Abuso sexual; 
o Corpo estranho; 
o Puberdade precoce; 
o Ingestão exógena acidental; 
➢ Nessa idade, sangramento uterino é causado principalmente por aumento nos níveis de estrogênio. 
➢ O exame pélvico é, portanto, necessário para identificar a fonte do sangramento. 
ADOLESCÊNCIA 
➢ Causas mais frequentes: anovulação e coagulopatias. 
➢ Considerar: 
o Neoplasias → pólipos, leiomiomas e neoplasias ovarianas; 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
o Gravidez; 
o Doenças sexualmente transmissíveis; 
o Abuso sexual; 
IDADE REPRODUTIVA 
➢ Problema mais frequente nessa idade: 20-40 anos; 
➢ Aumentam as taxas de sangramento por gravidez e DST’s. 
o Considerar também leiomiomas e pólipos endometriais (sobretudo se acima dos 30 anos); 
➢ O eixo hipotálamo-hipófise-ovário amadurece e o sangramento anovulatório; 
PERÍODO PERIMENOPAUSA 
➢ 70% das consultas ginecológicas nessa fase. 
➢ Torna-se frequente o SUA por anovulação por disfunção do eixo HHO; 
➢ Menor risco de sangramento por gravidez, IST’s 
➢ Maior risco de ser por neoplasias benignas e malignas; 
CLIMATÉRIO 
➢ O Sangramento que ocorre após a menopausa frequente é causado por doenças benignas = atrofias 
do endométrio e da vagina, pólipos endometriais benignos, entre outras causas. 
➢ Neoplasias tornam-se mais frequentes: 
o Malignas principalmente → carcinoma de endométrio. 
o Neoplasias ulcerativas, vulvar, vaginal e cervical são outras etiologias. 
o Menos comum: neoplasias benignas (tumor ovariano produtor de estrogênio ➔ hiperplasia 
endometrial ➔ sangramento); 
HISTOLOGIA DO ENDOMÉTRIO 
O Endométrio é formado por duas camadas: 
basal e funcional. A primeira é abaixo da funcional 
e está em contato com o miométrio. A camada 
basal responde pouco a estímulos hormonais e 
funciona como um reservatório para a renovação 
da camada funcional após o desprendimento 
desta na menstruação. 
Histologicamente, a camada funcional apresenta-
se como endométrio superficial e plexo 
subepitelial capilar. Há estroma e glândulas, bem 
como leucócitos entremeados. O sangue alcança o útero via artérias 
uterinas e ovarianas. A partir destas, formam-se artérias arqueadas que 
nutrem o miométrio. 
Das artérias arqueadas, surgem as artérias radiais, que se estendem na 
direção do endométrio fazendo ângulos reto com as artérias arqueadas. 
Essas formam as artérias basais (nutrem camada basal) e espiraladas 
(nutrem camada funcional) na transição miométrio-endométrio. 
Diversos mecanismos podem contribuir para o SUA. 
➢ Desequilíbrios hormonais ➔ disfunção lútea, fase folicular 
alongada ou curta e queda brusca dos níveis de estrogênio; 
➢ Problemas no eixo neuro-endócrino, alteração na receptividade 
dos hormônios; 
➢ Idiopático; 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
AVALIAÇÃO INICIAL E CLASSIFICAÇÃO 
1) Exame físico: localizar o sangramento; 
2) Avaliação laboratorial: BHCG e testes hematológicos; 
3) Exame a fresco de secreção vaginal (Trichomonas); 
4) Culturas cervicais/PCR/Clamídia/Gonococo → cervicite?; 
5) Biopsia de endométrio → afastar hiperplasia e neoplasia endometrial; 
6) Ultrassonografia endovaginal → método barato, fácil acesso, verificar espessura endometrial (normal: 0,4 mm 
e ecotextura), verificar se existem pólipos; 
7) Ultrassonografia com infusão salina (lesões focais?); 
8) Ultrassonografia transvaginal com doppler (pedículo vascular do pólipo? Espessamento endometrial? Shunt 
arteriovenoso?); 
9) Histeroscopia (endoscopia da cavidade endometrial); 
 
Biopsia endometrial 
ANAMNESE 
QUEIXAS PRINCIPAIS POSSÍVEIS: 
❖ “Menstruo por muito tempo” → geralmente sangramento contínuo; 
▪ O epitélio da neoplasia intracelular epitelial (NIC) e do carcinoma invasivo é fino e friável, descolando-se 
facilmente do cérvix; 
▪ Verificar tempo entre colpocitologias; 
❖ “Sangro durante a relação sexual” → verificar sinais correlacionados (se tem corrimento, por exemplo); 
geralmente ocorre no menacme, multíparas; 
▪ Infecção por Chamlydia trachomatis é 2,6x mais frequente em mulheres com sangramento pós-coito; 
❖ Sangue com coágulos → tem aspecto vivo? Tem sintomas associados? 
PONTOS IMPORTANTES DA HDA 
• Excluir gravidez → exame beta-HCG. Teste quantitativo de preferência (valores aumentados ou diminuídos 
podem estar associados com doença trofoblástica gestacional, amenorreia secundárias, entre outras causas). 
• Se instável hemodinamicamente, estabilização primeiro; 
• Indicam-se para diminuição do sangramento agudo: 
 Estrogênio endovenoso; 
 Contraceptivo oral combinado monofásico em multidoses; 
 Progestagênico oral em multidoses; 
 Ácido tranexâmico; 
• Colher uma história detalhada, levar em conta: 
 Antecedentes; 
 Idade; 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
 Fatores de risco para câncer de endométrio, coagulopatia, medicações em uso; 
 Doenças concomitantes; 
SINTOMAS ASSOCIADOS 
❖ Dor pélvica ou abdominal; 
❖ Dismenorreia; 
❖ Dispareunia → dor não cíclica e dispareunia sugerem causa estrutural (endometriose, p.ex.) ou causa 
infecciosa; 
❖ Leucorreia; 
EXAME FÍSICO 
• Sempre confirmar fonte do sangramento → verificar presença de pólipos endocervicais ou endometriais, 
cervicite, corrimento vaginal associado; 
• Pesquisar sinais de SOP, resistência insulínica, tireodeopatias, petéquias, equimoses, lesões da vagina ou colo 
do útero, tamanho do útero, etc; 
 
 
 
 
 
 
 
PALM-COEIN: 
QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS DE SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL NA MENACME? PALM-COEIN 
• Contexto ambulatorial, excluída a gravidez: 
❖ PALM-COEIN; 
 
✓ PALM (causas estruturais): 
o P → pólipos endometriais; 
o A → adenomiose; 
o L → leiomiomas, muito prevalentes a partir dos 30 anos; 
o M → malignidade e hiperplasia; 
 
✓ COIEN (causas não estruturais): 
o C → coagulopatia = primeiros anos após menarca (doença de von Willebrand → diminuição da 
agregação plaquetária de maneira sistêmica secundário a fator de vW reduzido). 
o O → causas ovulatórias (SOP, hiperprolactinemia,hipotireoidismo, obesidade, estresse e extremos 
de menacme); 
o E → disfunções endometriais, por desequilíbrio hormonal ou malformação arteriovenosa (MAV); 
o I → iatrogênicas, como a inserção de DIU; 
o N → causas não especificadas / não classificadas; 
Sangramento uterino disfuncional (SUD): Peres separou em disfuncional para as causas não estruturais, mas que 
podem ser simplificadas no COEIN. 
Secreção catarral → colpite difusa por Trichomonas? (bolhoso) Prolapso uretral → diagnóstico diferencial importante para 
o SUA ➔ diagnóstico com o exame físico 
 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
✓ É um diagnóstico de exclusão quando uma causa orgânica não é encontrada; 
✓ Classificação: 
o Anovulatório (déficit de progesterona); 
o Ovulatório; 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Hemograma; 
• Dosagem de ferritina; 
• USG pélvico → histerossonografia ou histeroscopia → histeroscopia permite biopsia (avaliar); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espessamento endometrial? → precisa verificar a histossonografia ➔ inserir foley com 5 a 10 ml de solução 
salina ➔ presença de pólipo após a infusão 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
 
Todo pólipo possui um pedículo vascular → fecha 
diagnóstico de pólipo endometrial 
 
Shunt arteriovenoso → Malformação arteriovenosa 
O exame complementar que mais irá auxiliar na condução do caso é a ultrassonografia pélvica que possui alta 
sensibilidade (98%), mas baixa especificidade (13,8%) para lesões do endométrio. As lesões intracavitárias sem 
conclusão diagnóstica sem conclusão diagnóstica indicam a realização de histerossonografia ou histeroscopia, 
podendo ser feito uma histerossalpingografia com contraste também. O diagnóstico definitivo é feito por biopsia de 
lesão focal ou difusa. 
QUAL O MELHOR EXAME PARA INVESTIGAR A CAVIDADE ENDOMETRIAL? HISTEROSCOPIA! 
→ Podemos demonstrar anormalidades da cavidade uterina e das tubas uterinas; 
→ Compõe uma importante base para o diagnóstico da infertilidade (verificação de permeabilidade tubária); 
→ Exame de escolha para avaliação das tubas uterinas. 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
Esses exames auxiliam no diagnóstico de pólipos, miomas, lesões malignas e pré-malignas, no entanto a adenomiose 
(endométrio que invade o miométrio) possui um diagnóstico mais complicado, necessitando também de um estudo 
anatomopatológico pós-histerectomia. 
• Outros exames: 
❖ Coagulograma; 
❖ Avaliação da tireoide com o TSH; 
❖ Dosagem de prolactina; 
❖ Investigar possibilidade de SOP; 
❖ Outros exames de imagem, caso necessário → RM?; 
 
• Indicações para biopsia: 
❖ Pacientes com 35 anos de idade ou mais e sangramento uterino anormal; 
❖ Pacientes com menos de 35 anos de idade com sangramento uterino anovulatório refratário a tratamento clínico 
→ câncer de endométrio? 
TRATAMENTO 
TRATAMENTO DAS LESÕES ESTRUTURAIS: 
PALM: PÓLIPOS, ADENOMIOSE, LEIOMIOMAS, MALIGNIDADE 
➔ Leiomiomas; 
➔ Hipertrofia de miométrio; 
➔ Adenomiose; 
➔ Pólipo endometrial, endocervical, etc; 
➔ Malformações arteriovenosas; 
PÓLIPOS 
• 10% das mulheres; maior em mulheres com mais de 40 anos; 
• Clínica: Assintomáticas ou sintomáticas (sangramento uterino, infertilidade); 
▪ No exame físico, só vemos se for um pólipo cervical. 
• Diagnóstico: Só conseguimos ter diagnóstico definitivo através da histologia → importante para excluir 
malignidade. 
▪ MALIGNIDADE É POSSÍVEL? Sim, sobretudo no pós-menopausa ou um sangramento uterino pós-
menopausa (todos devem ser considerados anormais). 
• Investigação: USG-TV, histeroscopia (câmera na cavidade uterina), histerossonografia; 
▪ USG-TV ➔ mostra alteração suspeita, aí necessita confirmação através da histeroscopia; 
• Tratamento: 
▪ Curetagem? Não é recomendado, mas pode ser usado se não houver outras opções; 
▪ Polipectomia histeroscópica (1° opção de tratamento) 
➔ pólipos grandes devem ser removidos em blocos 
(ressecando-se a base da lesão de implantação) ou 
em fragmentos; 
• Importante encaminhar para histologia 
• Imagem → histeroscópio entrando no útero → 
meio de distensão (gás, SF); 
▪ Pólipos pequenos (<0,5 cm) podem ser removidos 
ambulatorialmente; 
 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pólipo grande em região endometrial Pólipo cervical → endocervical (pode tentar 
 retirar ambulatorialmente) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Peça de pólipo na região endometrial pós-histerectomia 
HEMATOMETRIA 
Hematometria é um quadro clínico caracterizado pela retenção de sangue dentro do útero. Geralmente acompanhada 
por sintomas como dor na parte inferior do abdômen, que pode irradiar para as costas, inchaço na região do baixo 
ventre e sangramento menstrual anormal. 
➢ Sangue acumulado sai aos poucos → SUA; 
➢ A dilatação do colo uterino e a histeroscopia podem ser tratamento para o hematometria. Em casos de recidiva, 
a histerectomia ou retirada do útero pode ser uma saída. 
MALFORMAÇÕES UTERINAS 
➢ Quadro raro; 
➢ Fístulas adquiridas surgem em pacientes por volta dos 30 anos; 
➢ Dor hipogástrica é rara; 
➢ Conduta expectante (assintomáticas), embolização das artérias uterinas (sintomáticas) ou histerectomia 
(sintomáticas e quando refratárias ao tratamento); 
MIOMAS/LEIOMIOMAS 
• O que são? Tumor benigno monoclonal; células do músculo liso; 
• Prevalência: 70-80% das mulheres, mais comum em negras; 
• Dependem: 
 Hormônios → estrogênio e progesterona; 
• Classificação: 
 Tipos de miomas: miomas submucosos (abaixo da camada mucosa do útero), intramurais (parede uterina, 
miométrio), subserosos (externos ao útero, sob o perimétrio); 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
✓ Miomas submucosos são mais associados com o SUA; 
✓ Miomas intramurais podem ser retirados por via laparoscópica ou laparotômica; 
✓ Miomas extensos → tratamento farmacológico primeiro (análogo de GnRH durante 3 meses antes da cirurgia) ➔ objetivo: 
reduzir o tamanho da neoplasia. 
 
QUAL O MIOMA MAIS RELACIONADO COM INFERTILIDADE? Mioma submucoso 
 
 
 
• Clínico: 
❖ Assintomático → 70%; 
❖ Quando sintomático, avaliar posição, tamanho e quantidade. 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
▪ Sangramento uterino; 
▪ Dismenorreia; 
▪ Infertilidade; 
▪ Massa pélvica; 
▪ Sintomas compressivos → comprime bexiga, abaulamento que pode ser sentido na barriga; 
❖ Exame físico: avaliar posição, tamanho, quantidade, útero normal ou aumentado. 
QUAL O SINTOMA MAIS COMUM NAS PACIENTES COM MIOMAS? SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL. 
• Diagnóstico: 
❖ Histológico → definitivo; 
❖ Na maior parte, faz um diagnóstico presuntivo com exames de imagem (USG pélvico*, RM, histeroscopia); 
▪ USG-TV → acaba sendo a primeira escolha; 
▪ RM → bom para programar cirurgia, avaliar quantidade; 
▪ Histeroscopia → bom para diagnóstico e terapêutico, avaliar cavidade; 
• Tratamento: 
❖ Individualizado, depende dos sintomas, local dos miomas, idade e desejo de concepção. 
❖ Tratamento farmacológico (1° opção) → anticontraceptivos orais, anti-fibrinolítico, AINEs (controle dos sintomas, 
não mudarão o tamanho dos miomas); outros: análogos de GnRH (simula uma menopausa, pode gerar 
fogachos, aumenta o risco de osteoporose ➔ seleciona para alguns casos como preparo para uma cirurgia ou 
está em faixa perimenopausa), EAU; 
 
Microesferas → isquemia e necrose → emboliza ➔ mioma diminui de tamanho, risco: pode evoluir para 
insuficiência ovariana prematura (cuidado) 
Se não há resposta, indica-se cirurgia → histeroscopia, laparoscopia ou laparotomia ➔ depende das características 
do tumor (número, localização, tamanho, desejo de concepção da paciente); 
 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
• Intracavitário principalmente ➔ abordagem exclusivamente histeroscópica; 
• Lesões grandes e intramurais ➔ laparoscopia ou laparotomia; 
 
Útero irrigado → simular uma cesariana (incisão de pfannenstiel) 
 
✓ Tamanho do tumor: 
o < 2cm → retirados em ambulatório adepender das condições da paciente. 
o > 2 cm → maiores complicações; realizar em ambiente hospitalar (miomectomia 
em dois tempos cirúrgicos); 
QUAL A PRINCIPAL CONDUTA PARA PACIENTES ASSINTOMÁTICAS COM MIOMAS PEQUENOS? Seguimento 
clínico (acompanhar, mas nem sempre retirar) 
QUAL O MELHOR TRATAMENTO PARA A MAIOR PARTE DOS MIOMAS SUBMUCOSOS SINTOMÁTICOS? 
Histeroscopia cirúrgica com miomectomia. 
✓ Paciente sem desejo de concepção: pensar em histerectomia (via vaginal, 
laparoscópica ou laparotômica), pode ser total ou subtotal (preserva o colo uterino). 
 
✓ Paciente com desejo de concepção: embolização de artéria uterina (EAU) → tentar 
reduzir o sangramento e manter o útero funcionante, geralmente possui bom prognóstico, 
mas ainda tem altas chances de reabordagem posterior (15-20%); 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
 
ADENOMIOSE 
QUAL DOENÇA CAUSA UM AUMENTO DIFUSO E GLOBAL DO ÚTERO LEVANDO A DISMINORREIA E A SUA? 
Adenomiose; 
• Endométrio adentrando o miométrio (endométrio ectópico, como se fosse uma endometriose do próprio útero); 
• 25 a 35% das mulheres na menacme, associação com multiparidade; 
• Clínica: assintomáticas; sintomáticas (dismenorreia, SUA, dor pélvica crônica, dispareunia de profundidade, 
infertilidade); 
• Fisiopatologia: como invade, gera processos inflamatórios → lesão muscular ➔ perde capacidade de 
miotamponamento ➔ SUA; 
• Clínica: pode estar normal ou com útero por conta do aumento difuso, pode ter dor à palpação; 
• Diagnóstico: 
▪ Definitivo → histologia; 
▪ Presuntivo → exames de imagem (USG-TV*, RM); 
• Alterações possíveis: maior volume uterino; miométrio heterogêneo; áreas císticas; zona juncional 
espessada (entre miométrio e endométrio); 
• Tratamento: é geralmente tratada por meio da histerectomia; 
▪ Pode também considerar tratamento farmacológico → menos invasivo; objetivo no controle dos sintomas 
(contraceptivos hormonais, DIU de levonorgestrel – mirena, AINEs, anti-fibrinolítico, análogos de GnRH → tto 
temporário, evitar riscos adicionais); 
▪ Histerectomia sempre que houver falha no tratamento farmacológico. 
 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
TRATAMENTO DAS ETIOLOGIAS NÃO ESTRUTURAIS 
COEIN: COAGULOPATIAS, ANOVULAÇÕES CRÔNICAS, DISFUNÇÃO ENDOMETRIAL, IATROGENIA E CAUSAS 
NÃO ESPECIFICADAS 
✓ FATORES EXTERNOS: DIU, SIU-LING; contracepção apenas com progestogênio, terapia de reposição 
hormonal (TRH), tamoxifeno (MRSE) ➔ PODEM GERAR SUA, MAS TAMBÉM SÃO OPÇÕES NO 
TRATAMENTO DE SUA; 
o Tamoxifeno → bloqueio de receptores estrogênicos na mama → se o tumor é estrogênio depende, 
ele bloqueia; no útero, ele estimula o estrogênio, podendo gerar espessamento endometrial; é um 
modulador seletivo. 
✓ Infecção: endometriose crônica? Cervicite? → conforme causa. 
✓ 
✓ Causas sistêmicas: terapia anticoagulante + tratamento da causa-base 
o IRC; 
o Doença hepática; 
o Doença da tireoide; 
o Coagulopatia; 
o Trombocitopenia ou disfunção plaquetária; 
o Doença de vonWillebrand; 
o Hemofilia A e B; 
 
• Estrogênio e progestagênio combinados: contraceptivos monofásicos são usados em esquemas cíclicos, 
com pausas. 
❖ Regimentos contínuos mostraram-se superiores na capacidade de reduzir o SUA que regimes cíclicos. 
❖ Se houver desejo de gravidez, considerar outras opções (esse medicamento impede ovulação) 
❖ Contraindicações: 
▪ HAS; 
▪ Enxaqueca com aura; 
▪ Fumantes maiores que 35 anos; 
▪ Trombofílicos; 
 
• Progestagênio isolado sistêmico: os estrogênios promovem atrofia endometrial e atuam contra a inflamação. 
Há diferentes formulações: contínuo, cíclico, por via oral, injetável e intrauterina. O principal efeito contralateral é 
o sangramento inesperado. 
 
• Progestagênio oral cíclico ou contínuo: não é o mais ideal, indica-se para SUA por disfunção ovulatória 
❖ Uso contínuo tem se mostrado eficaz e benéfico para redução do sangramento, gerando atrofia endometrial e 
diminuindo a ação do estrogênio sobre a proliferação do endométrio. 
 
• Progestagênio injetável: é uma opção, mas nem todos consideradas, 24% podem ter amenorreia. Efeitos 
colaterais: tolerância, incluindo sangramentos irregulares, ganho ponderal e cefaleia. 
 
• Sistema intrauterino liberador de levenorgestrel (SIU-LING), mirena: é considerado o tratamento mais 
efetivo para o tratamento da SUA do que os contraceptivos orais. Promove redução substancial no volume 
do sangramento e tem melhor aceitação, devido ao tratamento prolongado e menor ocorrência de efeitos 
adversos. Não é recomendado se a cavidade uterina estiver irregular, por risco de expulsão. Seu efeito colateral 
mais comum é o sangramento inesperado nos primeiros 3 meses de uso. 
 
• Anti-fibrinolíticos: mulheres com fluxo menstrual aumentado podem ter ativação do sistema fibrinolítico na 
menstruação, gerando degradação do coágulo formado para conter o sangramento. Logo, medicamentos que 
inibem a fibrinólise contribuem para redução do sangramento. O ácido tranexâmico (TRANSAMIM ®) é 
frequentemente indicado, sendo usado de 3 a 4 vezes por dia. 
 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
• Anti-inflamatórios não-esteroidais: esses medicamentos inibem a cicloxigenase. O aumento da inflamação 
endometrial se associa a maior fluxo hemorrágico e menstrual, o que explica o uso de anti-inflamatórios para 
conter o SUA. 
▪ Ácido mefenâmico (constan), reduz de 25% a 50% do volume de sangramento. Os efeitos colaterais mais 
frequentes são os gastrintestinais, não sendo indicados em mulheres com histórico de úlcera. Não se usa 
muito porque a posologia é de 8 em 8 horas (mais complicado); 
▪ Usa-se mais o meloxicam, dosagem diária. Têm se mostrado mais eficiente na prática. 
 
• Tratamentos cirúrgico: 
❖ Ablação endometrial: constitui uma medida menos invasiva que a histerectomia, consistindo em um 
procedimento que destrói o endométrio até sua camada basal, impedindo sua regeneração. Seus melhores 
resultados se mostram em úteros com histerometria inferior a 10cm. Atualmente, há duas classificações: 
primeira geração, que ocorre por via histeroscópica; e segunda geração, que é feita com balões térmicos. Há 
vários métodos de destruição do endométrio: laser, vaporização, crioablação, balão térmico, etc.) A ablação por 
histeroscopia permite ainda o estudo anatomopatológico. 
 
❖ Histerectomia: é o último tratamento que pensaremos em fazer no SUA de causa não estrutural. É idealmente 
apenas realizado em pacientes que não possuem desejo de futura concepção. No mais, é um tratamento que 
apresenta alto índice de satisfação devido ao fato de curar o sangramento uterino definitivamente. 
TRATAMENTO DA SUD 
1) AINES; 
2) Pílulas contraceptivas orais combinadas; 
3) Estrógeno; 
4) Agonista do hormônio liberador de gonadotrofinas; 
5) Sistema intra-uterino liberador de gonadotrofinas; 
6) Androgênios (danazol e gestrinona) → atrofia endometrial*; 
7) Ácido tranexâmico (transamim) → redução da plasmina*; 
8) Reposição de ferro → anemia associada; 
9) EAU; 
10) Curetagem uterina; 
11) Ablação do endométrio; 
12) Histerectomia → último caso; 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1 
 
 
 
LAVÍNIA PRADO ARTIAGA – MEDICINA 2018.1

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