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SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME Saúde da Mulher, Sexualidade Humana e Planejamento Familiar UNIME SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME Intermediária I Elucidar as principais etiologias e tratamento do corrimento vaginal; Descrever o quadro clínico, fisiopatologia e tratamento da dor pélvica; Explicar as principais IST 's relacionadas ao caso clínico, bem como sua etiologia, prevalência, diagnóstico e tratamento; Explicar a propedêutica do exame ginecológico + fluxograma dos exames relacionada com o caso. OBJETIVOS 1. 2. 3. 4. OBJETIVO 1 O corrimento vaginal é uma síndrome comum, que ocorre principalmente na idade reprodutiva, podendo ser acompanhado de prurido, irritação local e alteração no odor. OBS: A mulher apresenta um corrimento fisiológico - é constituído por células vaginais descamadas, presença de bactérias e fungos em limiar baixo, muco cervical-, esse corrimento age como uma barreira de proteção evitando que qualquer agente externo prolifere e entre no canal vaginal. É esperado que a mulher no dia a dia apresente uma secreção transparente ou branco, em pequena quantidade e sem odor, sendo resultado da própria flora e a produção de estrogênio. Quando a paciente apresenta um corrimento patológico deve-se realizar uma investigação minuciosa, com informações sobre características do corrimento, consistência, cor e odor. Além disso, deve-se observar práticas de higiene, agentes irritantes locais, medicamentos tópicos ou sistêmicos. Durante o exame físico, além das características do corrimento, o profissional deve observar ainda a existência de ulcerações e/ou eritema. Infecções endógenas: candidíase vulvovaginal e agentes da vaginose bacteriana; Infecções iatrogênicas: infecções pós- aborto e pós-parto; Infecções sexualmente transmissíveis: tricomoníase. Vaginose bacteriana; Candidíase vulvovaginal; Tricomoníase; Causas não infecciosas {p.ex vaginite inflamatória descamativa, vaginite atrófica, presença de corpo estranho e gravidez.} Todos os corrimentos vaginais são considerados Infecções do Trato reprodutivo (ITR): 1. 2. 3. Esse corrimento pode apresentar múltiplos agentes etiolóigicos, dentre os principais: 1. 2. 3. 4. Métodos diagnóstico para corrimento vaginal pH vaginal: pH normal é menor que 4,5 sendo o Lactobacillus spp. predominante na flora vaginal. Para medir o pH é usado uma fita de pH na parede lateral vaginal comparando a cor do resultado com o padrão da fita. Pode ser observado: pH > 4,5: vaginose bacteriana ou tricomoníase. pH < 4 5: candidíase vulvovaginal 1. SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME 2. Teste de Whiff - aminas ou ''do cheiro'': Colaca-se um gota de KOH {hidróxido de potássio} a 10% sobre o conteúdo vaginal, se houver ''odor de peixe'' o teste é considerado positivo. 3. Exame fresco: Realizado com esfregaço com amostra de material vaginal e uma gota de salina, cobrindo-se a preparação com lamínula. O preparado é examinado sob objetiva com aumento de 400x, observando- se a presença de leucócitos, células parabasais, Trichomonas sp. móveis, leveduras e/ou pseudo-hifas. OBS: Os leucócitos estão presentes na candidíase vulvovaginal e tricomoníase. 4. Bacterioscopia por coloração de Gram: Pode ser observado a presença de clue cells, células epiteliais escamosas de aspecto granular pontilhado e bordas indefinidas cobertas por pequenos e numerosos cocobacilos, é típica de vaginose bacteriana. Etiologia do corrimento vaginal Infecções sexualmente transmissíveis Das infecções sexualmente trasmissíveis, a infecção por Chlamydia trachomatis é a mais comum, é um parasita intracelular que infecta o epitélio do canal endocervical e uretra. 80% das pacientes não apresentam sintomas, mas caso apresentem serão observados a partir da 1 a 3 semana após a infecção, sendo notado: Corrimento vaginal purulento; sangramento pós-coital ou inter- menstrual; dor abdominal baixa; dispareunia. 1. 2. 3. 4. Como apresenta sintomas semelhantes as outras doenças vaginais é importante que faça o diagnóstico laboratorial, sendo antígenos bacterianos detectados por imunofluorescência ou métodos imunoenzimáticos. Caso a infecção não seja tratada corretamente pode levar a sequelas, como gravidez ectópica, doenças inflamatória pélvica e até infertilidade. O tratamento consistem em azitromicina, 1 g, em dose única ou doxiciclina 100 mg, 2x dia/ 7 dias. OBS. Os parceiros sexuais devem ser encaminhados para avaliação e tratamento, e as relações sexuais devem ser evitadas. Outra doença sexualmente comum será a gonorreia, apresenta um período de incubação de 5 a 7 dias. Na maioria das vezes a infecção é assintomática, mas pode aparecer corrimento vaginal espesso e purulento. O diagnóstico laboratorial de rotina se faz pela microscopia e coloração de Gram e cultura. Quando não tratada pode evoluir para uma doença inflamatória pélvica. O tratamento é feito com ciprofloxacina, 500 mg, dose única ou ceftriaxona, 250 mg, dose única. OBS: cerca de 45% das pacientes com gonorréia apresentam clamídia, então o tratamento para clamídia deve ser feito concomitantemente {p. ex. azitromicina, 1g, dose única}. SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME corrimento vaginal amarelo esverdeado; odor fétido; prurido; dispareunia; sinusorragia. Sua apresentação pode ir desde um quadro assintomático (50%) até grave doença inflamatória aguda. Aproximadamente um terço das pacientes assintomáticas torna-se sintomáticas em seis meses. Os sinais e sintomas são: 1. 2. 3. 4. 5. O aspecto de morango é graças á acentuada distensão dos capilares e micro hemorragias, pelo intenso processo inflamatório.Nas mulheres pode haver também edema vulvar e sintomas urinários, como disúria. O diagnóstico laboratorial conta com o exame a fresco, com gota do conteúdo vaginal e soro fisiológico, observando-se o parasita ao microscópio, o pH quase sempre é maior que 5,0 e geralmente maior que 6,6. Na maioria dos casos o teste das aminas é positivo. A bacterioscopia com coloração pelo método de Gram observa o parasita Gram negativo, de morfologia característica. A cultura pode ser requisitada nos casos de difícil diagnóstico. O método mais viável e utilizado é o exame a fresco, visibilizando-se o movimento do protozoário, que é flagelado e há grande número de leucócitos. E em 70% dos casos de exames afresco confirmou-se por cultura. É causado pelo protozoário flagelado, trichomonas vaginalis, é essencialmente sexual. Nota-se que é uma infecção cervicovaginal, com o colo uterino apresentando microulcerações que dão um aspecto de morango ou framboesa, entretanto é uma cervicocolpite acometendo o epitélio escamoso e não a mucosa glandular primeiramente, é importante lembrar que apresenta um processo inflamatório intenso. Não há impedimento para o flagelado sobreviver em meio ácido, no entanto, a transudação inflamatória das paredes vaginais eleva o pH para 6,7 a 7,5, e neste meio alcalino, pode surgir variada flora bacteriana patogênica, inclusive anaeróbica, apresentando assim uma vaginose bacteriana associada. Se enquadra nas vulvovaginites , porque a infecção principal é do epitélio escamoso vaginal, entretanto em 90% dos casos se estende à uretra, sabendo-se que a uretra como único sítio chega no máximo a 5% dos pacientes. Não é a mucosa glandular o habitat natural do protozoário, apesar de a tricomoníase ser multifocal, afetando o epitélio vaginal, glandular de Skene e Bartholin e uretra. Tricomoníase Diagnóstico clínico e laboratorial SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME Metronidazol 2g, via oral, dose única, ou 250mg via oral de 8/8h, por 7 dias; ou 400 mg via oral de 12/12h, por 7 dias; Secnidazol ou Tinidazol, 2gvia oral, dose única. Vale ressaltar que o Secnidazol é utilizado há mais de 30 anos, em larga escala, no Brasil e alguns outros poucos países, sem grandes ensaios clínicos publicados, entretanto, com anos de experiência e eficácia demonstrada na prática clínica. A vida média do Secnidazol 20-25h, do tinidazol é de 12h, do ornidazol (pouco utilizado na tricomoníase) é de 14h e a do metronidazol é de 8h. O tratamento de escolha: 1. 2. Tratamento Na prática clínica, a cultura ou a PCR têm valor em crianças e nos casos com forte suspeita e vários exames a fresco e corados repetidamente negativos. O simples achado de trichomonas vaginalis numa citologia oncótica de rotina impõe o tratamento da paciente e a chamada de seu(s) parceiro(s) para consulta e tratamento. Na GRAVIDEZ recomenda-se utilizar os mesmos esquemas que para as não grávidas, com metronidazol, após o início do segundo trimestre. Faltam evidências consideráveis em relação à toxicidade do metronidazol na gravidez, portanto o tratamento deve ser considerado para mulheres com sintomas moderados a severos, a partir do segundo trimestre. Vale ressaltar que o metronidazol cruza a barreira placentária e, apesar de ser bem absorvido pela mucosa vaginal, a terapia de escolha mundialmente aceita, mesmo nas grávidas sintomáticas, é a oral. O metronidazol é excretado pelo leite materno, sendo os níveis da droga no leite iguais aos níveis séricos. Quando falamos de duchas vaginais, NOTA- SE que não são duchas de borracha antihigiênicas, mas apenas lavar a vagina com as soluções supracitadas, durante o banho, com seringas de 20ml, pela higiene mantida. Esta nota é porque nas recomendações do ACOG encontra-se um item onde as duchas vaginais não são recomendadas para prevenção ou tratamento de vaginites. O tratamento para as pacientes HIV- POSITIVAS é o mesmo que já expusemos para as negativas, sabendo que a tricomoníase não tratada amplifica a transmissão da doença HIV. A tricomoníase é particularmente prevalente entre as pacientes HIV-positivo com hábitos sexuais de alto risco. SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME Vulvovaginites Candidíase vulvovaginal. Vulvovaginites e vaginoses são as causas mais comuns de corrimento vaginal patológico, são afecções do epitélio estratificado da vulva e/ou vagina. Os agentes mais frequentes são os fungos, as bactérias anaeróbicas {em número significativamente aumentado} ou até mesmo um aumento exacerbado da flora normal de lactobacilos. Vale ressaltar que frequentemente as pacientes queixam-se de infecções vaginais pelo fato de perceberem as descargas vaginais fisiológicas como anormais, geralmente terá variação com o ciclo menstrual e com etapas do ciclo da vida feminino. O agente causal mais comum, cerca de 80% a 90%, é a candida albicans. Os outos 10% pode ser causada devido ás espécies não albicans, ex. glabrota, tropicalis e krusei. Durante a vida reprodutiva cerca de 10% a 20% das mulheres podem ser colonizadas com candida sp, assintomáticas. Fatores de risco e recorrência Quando há uma recorrência de quatro ou mais episódios, sintomáticos, em um ano a paciente apresenta CVV recorrente, necessitando de uma mudança na terapía e no estilo de vida. Vale lembrar que a candidíase sintomática é causada por uma resposta imunológica inata agressiva {resposta inflamatória}, enquanto a assitomática não apresenta resposta inflamatória á cândida. Podemos observar CVV complicada e não complicada, as complicadas é definida como severa ou recorrente ou por outras espécies de cândida ou hospedeiro com resposta imunológica inadequada, na qual não respondem ao azóis em curto prazo. Diagnóstico clínico e laboratorial Prurido; Ardência; Corrimento geralmente grumoso, sem odor; Dispareunia; Disúria. Clinicamente a paciente pode apresentar: 1. 2. 3. 4. 5. É importante lembrar que esses sinais e sintomas não são exclussivos da candidíase vulvovaginal, levando as pacientes a confundirem com outras condições patologicas vaginais. SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME É importante lembrar que o diagnóstico laboratorial é valioso, sendo observado uma citologia a fresco utilizando soro fisiológico e hidróxido de potássio a 10% para visibilizar a presença de hifas e /ou esporos dos fungos. Além disso, a CVV está associada a pH normal vaginal (< 4.5). Se a citologia a fresco for negativa, culturas vaginais específicas deveriam ser realizadas. Vale ressaltar que clinicamente, com o teste de Schiller, com ou sem o colposcópio, a CANDIDÍASE VAGINAL apresenta colpites em pontos, por vezes erosiva, quando a resposta inflamatória é muito intensa. Outra caracteristica importante é que o pH vaginal na CVV é geralmente normal {ácido} , como o custo da fita medidora de pH é baixo, acreditamos que possa auxiliar no diagnóstico, diante de exame clínico muito característico e impossibilidade momentânea de realizar outros testes, devendo aliviar os sintomas da paciente. O diagnóstico também pode ser auxiliado pelo exame microbiológico que deve ser realizado com swab coletado por colocação de espéculo vaginal, preferencialmente no fórnice vaginal anterior, para estudo a fresco, gram ou cultura específica, esta última sendo recomendada, sobretudo nos casos de CVV complicada. A citologia a fresco observando muitas hifas do fungo implicando em alta carga fúngica, portanto ela é específica, porém não muito sensível no diagnóstico da CVV, em contraste com a cultura que é muito sensível e pouco específica. Mudanças de hábitos Como ''padrão ouro'' é indicado que não utilize sabonetes e cremes vulvovaginais que não respeitem o pH, nem perfumados, nem irritantes, assim como evitar o uso de roupas sintéticas e apertadas. Apesar das evidências, a experiência já instituiu essas e outras mudanças de hábitos capazes de diminuir o número de surtos de candidíase, que ultrapassa a incidência de vaginose bacteriana no verão, comportando-se de maneira SAZONAL. Sabe-se que o ecossistema vulvovaginal tem suma importância na proteção da genitália feminina, portanto, na prevenção das vulvovaginites. Acredita-se que a não aeração da genitália feminina altere a flora vaginal facilitando as infecções. O uso de produtos higiênicos adequados minimiza os risco de alergias e irritações, já ressaltando que as vulvovaginites alérgicas ou irritativas são diagnóstico diferencial de candidíase, além das próprias vulvovaginites alérgicas poderem deflagrar crises de candidíase. Ainda na mudança de hábitos, sabe-se da relação da CVV com os esteróides. Deve-se dar preferência aos contraceptivos orais de mais baixa dosagem, assim como terapia hormonal de baixa dose, explicando à paciente os motivos, para que tenha aderência aos conselhos concomitantes. Lembrar do uso indiscriminado de antibióticos e corticóides como fatores desencadeantes de candidíase. SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME Tratamento O tratamento deve ser realizado somente por uma via de administração, sendo a oral ou vaginal. OBS: Não há necessidade de convocar o parceiro, a não ser que o mesmo apresente queixas. Vale salientar que é ilegal a prescrição automática para o parceiro na receita da própria paciente. Portanto uma crise de CVV não complicada pode ser EFETIVAMENTE tratada com DOSE- ÚNICA ou terapia curta atingindo resposta superior a 90%, com azóis ou poliênicos: Fluconazol 150 mg, dose única ou Itraconazol 200 mg, 12/12h, 1 dia, ou cetoconazol 200mg, 12/12h, 5 dias, via oral ou Nistatina oral, esquemas mais prolongados. Quanto aos cremes ou óvulos vaginais, temos o butoconazol a 2%, creme 5g, dose única, clotrimazol em 3 esquemas, 3, 7 ou 14 dias, miconazol em 4 esquemas, tioconazol dose única, isoconazol dose única ou 7 dias, fenticonazol, terconazol e até mesmo a Nistatina creme por 14 dias, todos com resposta semelhante. Quando a CVV é complicada, não deve-se tratar com dose única ou esquemas curtos, como os acima descritos para as CVV não complicadas. Nas CVV COMPLICADAS, no mínino um esquema vaginal de 7 dias é requerido ou MÚLTIPLAS DOSES DE FLUCONAZOL (150 mg a cada 72h, 3 doses). A terapia com os Azóis, até mesmo o voriconazol, é frequentemente um fracasso quando se trata de C. glabrata. NA GRAVIDEZ NÃO SE RECOMENDA OS AZÓIS ORAIS, preferindo-se o tratamento com cremes vaginais de Nistatina por 14 dias ou clotrimazol 1% por 7 dias. Em casos de recorrência, pode-se utilizar Clotrimazol 500 mg a cada 1 a 2 semanas para controle dos sintomas. Os antifúngicos orais são drogas classe C, em altas doses há relatos de teratogenia. Não há evidências sobre a necessidade de tratar grávidas assintomáticas (30 a 40%). Conclui-se que na GRAVIDEZ E LACTAÇÃO a TERAPIA ORAL para CVV está CONTRA–INDICADA, mas estudos recentes mostram associações com parto prematuro, indicando sempre o tratamento. Vaginose bacteriana. Desordem frequente entre as mulheres em idade reprodutiva e a causa mais prevalente de corrimento vaginal com odor fétido. É uma infecção que está associada á perda da flora vaginal normal de lactobacilos, na qual é aumentada em uma resposta de defesa. Resumidamente, será caracterizada pela falta de lactobacilos normais vaginais e por super crescimento de inúmeras bacterias anaeróbicas {a mais prevalente = gardnerella vaginalis}. A flora vaginal normal consiste de bactérias aeróbicas e anaeróbicas, com os LACTOBACILOS VAGINAIS predominando em mais de 95% das bactérias presentes para provavelmente ser uma grande linha de defesa contra infecções, em parte pela própria manutenção do pH ácido inerente à vagina normal e mantendo a produção de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) neste microambiente. SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME Corrimento vaginal; pH > 4,5; presença de clue cells a fresco; Whiff positivo. O diagnóstico irá contar com: 1. 2. 3. 4. A coloração pelo Gram, do fluido vaginal é o método mais utilizado avaliado para VB. Dessa forma quantifica-se o número de lactobacillus e de bactérias patogênicos, resultando em um escore que determina se há infecção. Diagnóstico clínico e microbiológico Essas bacterias produzem sialidase que pode decompor produtos do muco cervical, levando o corrimento bolhoso que cobre a vagina. O aumento intenso das sialidases, facilita a ascenção de germes na doença inflamatória pélvica (DIP). As bactérias da VB aumentam na época da menstruação, o que explica a maior incidência de DIP pós- menstrual, se houver uma cervicite associada. O uso de antibióticos indiscriminadamente pode ser uma causa da perda dos lactobacilos, assim como fatores locais tais quais diafragma, espermaticidas, o coito, anel vaginal e outros, que facilitariam bactérias impróprias a crescerem, por exemplo a E. coli, que nesses casos citados se associam à alteração da flora, mas rapidamente os lactobacilos deveriam retornar aos níveis basais, o que não ocorrendo, favorece à VB. Sem lactobacilos, o pH de 4-4,5 aumenta e a gardnerella vaginalis produz aminoácidos, os quais são quebrados pelas bactérias anaeróbicas da VB em aminas voláteis, que aumentam o pH e levam ao odor desagradável. OBS: A prevalência da VB aumenta consideravelmente em clínicas de IST's, comparando-se a consultórios ginecológicos gerais. Em grávidas as sintomáticas, deve-se fazer teste microbiológico para VB e tratá-las para a resolução dos sintomas. O tratamento oral ou vagina é aceitável e apresenta baixo risco de complicação, deve ser usado metronidazol 500mg, oral, 2 vezes ao dia, por 7 dias ou clindamicina 300mg, oral, 2 vezes ao dia, por 7 dias. Terapia vaginal não é recomendada para esta indicação. A VB RECORRENTE ( 4 ou mais diagnósticos confirmados no último ano ) é muito comum e vem sendo tratada com macrolídeos e nitroimidazólicos, dependendo do qual foi primeiramente utilizado. Uma das recomendações é a utilização do METRONIDAZOLoral ou vaginal por três dias desde o início da menstruação, por três a seis meses, com oferecimento de antifúngicos, se houver história de candidíase, pois esta poderá recorrer. Estudo mostrou que o uso de tinidazol 1g ao dia por 5 dias e 2g ao dia por 2 dias mostraram-se eficazes para o tratamento de VB. Tratamento SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME Outras causas: Vaginose citolítica: que consiste na flora de lactobacilos exacerbada, por vezes incomoda as pacientes e torna-se queixa principal, apesar de ser apenas aumento do resíduo vaginal fisiológico. Pode-se aliviar os sintomas da paciente com creme vaginal com tampão borato pH8, por 10 dias e depois manter duas vezes por semana por 2 meses ou alcalinizar o meio vaginal com “injeções''. Vaginose atrófica: própria da paciente hipoestrogênica, leva à dispareunia, porvezes apareunia, deve ser tratada com estrogeniaterapia (Terapia hormonal sistêmica, se houver indicações outras) ou estrógenos vaginais em esquemas individualizados, como o promestrieno ou o estriol. Entretanto, quando, além da atrofia, a vaginose bacteriana secundária está instalada, pela própria perda de barreira pela diminuição do número de camadas do epitélio, o tratamento de ataque pode ser feito com clindamicina tópica a 2% por 3 a 7 dias,seguido de estrogênios conjugados por 15 a 30 dias. Vaginite lactacional: caracteristico dohipoestrogenismo, pode até mesmo mimetizar a tricomoníase. Os sintomas são similares, com desconforto urinário, prurido vaginal e secura, dispareunia e corrimento. O pH geralmente é mais alcalino. À microscopia observa-se poucos lactobacilos, diminuição de células superficiais e aumento de células basais e parabasais. Gel aquoso lubrificante é aconselhado para aliviar a dispareunia e há controvérsias sobre o uso de estrógenos vaginais, que são absorvidos. 1. 2. 3. 4. Vaginite alérgica: causada por hipersensibilidade a medicamentos, cosméticos íntimos, antígenos de fungos ou protozoários, látex do condom ou diafragma, espermaticidas, etc., são tratadas com sucesso, quando o diagnóstico foi acertado em pacientes muito atópicas, com vulvites alérgicas concomitantes, anamnese apurada, utilizando antihistamínicos e, se houver infecção concomitante, o tratamento específico conjunto. Apaciente refere ardor, prurido e há eritema, tal como na irritativa. 5. Vaginite descamativa inflamatória: pode apresentar descarga purulenta e dispareunia. O corrimento é amarelado com pH alto, colpite macular pode estar presente e à microscopia observa-se aumento de polimorfonucleares e células parabasais. Difere da VB pela inflamação presente. Infecção estreptocócica concomitante é relatada e provavelmente trata-se do próprio líquen plano erosivo vaginal, podendo levar a sinéquias vaginais se o tratamento com espumas de corticosteróides ou cremes vaginais com corticosteróides não for instituído. Secreções fisiologicas SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME OBJETIVO 2 Aparelho muscular; Pele; Peritonio; Dor referida; Trato reprodutor; Trato urinário; Gastrointestinal. Somática: aguda e localizada; Visceral: dor difusa, contínua, díficil de localização, sensação vaga e associada a respostas reflexas autônomas; Inflamatória: envolvidas com os nocioceptores, apresenta uma caracteristica de dor em pontada e queimação; Neuropática: lesão ou inflamação do sistema nervoso, é uma dor crônica. A dor pélvica é uma das frequentes queixas ginecológicas, quando chega uma pacientes com a queixa principal de dor pélvica é nessário pensarmos e ivestigarmos de onde vem a dor, lembrando que nem sempre a causa é necessariamente ginecológica. Podemos considerar que a dor pode estar vindo: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. OBS: normalmente a dor vai dar algumas dicas para saber de onde ela vem e que tipo ela é. Podemos classificar as dores pélvicas: 1. 2.3. 4. DOR AGUDA início súbito; aumento abrupto; curta duração; associada ao ciclo menstrual {sendo a dismenorreia a dor clínica mais comum}; A dor aguda apresenta características: 1. 2. 3. 4. A dor aguda está relacionada com sinais de inflamação ou infecção, como febre e leucocitose. A fisiopatologia da dor pélvica aguda conta com a participação de mediadores da inflamação presentes em alta concentração. O início rápido da dor é mais compatível com perfuração ou ruptura de alguma víscera oca ou isquemia após torção de um pedículo vascular. A dor tipo cólica ou espasmódica intensa está muitas vezes associada à contração muscular ou à obstrução de alguma víscera oca, como o intestino, o ureter ou o útero. A dor em todo o abdome sugere reação generalizada a um líquido irritante na cavidade peritoneal, como sangue, um líquido purulento ou o conteúdo de algum cisto ovariano. O diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que grande atraso aumenta a morbidade e mortalidade e, como já discutido em outros momentos, a anamnese minuciosa será um ponto importante para o diagnóstico correto. É importante perguntar para a paciente a data e as características dos duas últimos períodos menstruais, bem como corrimento e sangramento anormal. Deve investigar a história sexual, contraceptiva, IST's e distúrbios ginecológicos prévios. Na história da queixa atual é importante investigar melhor sobre a dor, o momento que ela se inícia, bem como sinais de infecção (febre, calafrios, corrimento vaginal purulento) e os seguintes sintomas: relacionados com a gravidez, sistema gastrintestinais, urinários e atribuíveis ao hemoperitônio. É preciso registrar qualquer história clínica e cirúrgica prévia e os medicamentos em uso. SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME amenorreia; sangramento irregular; início agudo de dor. Deve ser feito teste de gravidez em todas as mulheres em idade reprodutiva com dor pélvica aguda. A gravidez ectópica é a implatação do feto na tuba uterina , vale lembrar que a dor será relatada quando tiver dilatação aguda da tuba, se houver ruptura tubária a dor abdominal localizada tende a ser aliviada e substituída por dor pélvica e abdominal devido a ocorrência de hemoperitônio. Será observado na paciente: 1. 2. 3. Os cistos funcionais sãos os mais comuns e estão mais propensos á ruptura que neoplasias benignas ou malignas. A dor associada á ruptura do folículo ovariano no momento da ovulação é mittelschmerz, essa dor pélvica pode ser uma resposta a pequena quantidade de sangue que extravasa para a cavidade peritoneal e alta concentração de prostaglandinas no líquido folicular. Em geral, a dor varia entre leve a moderada e é autolimitada. Sistema reprodutivo Atraso da menstruação; dor com início súbito; dor abdominal generalizada; tontura; síncope {Desmaio ou perda temporária e súbita de consciência.}. dor intensa a palpação abdominal; descompressão súbita no quadrante inferior; irritação peritoneal. A paciente pode apresentar: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Gravidez ectópica Extravasamento ou ruptura de cisto ovariano A torção do pedículo vascular de um ovário, de um ovário com cisto, de uma tuba uterina, de um cisto paratubário ou raramente de um mioma uterino pediculado provoca isquemia das estruturas distais ao pedículo torcido e início agudo de dor. Sendo o mais comum para sofrer torções o teratoma cístico benigno, a torção é incomum nas tubas e nos ovários normais, embora possa ocorrer no ovário policístico. O diagnóstico de torção dos anexos é difícil, deve basear-se na anamnese, no exame clínico e em outros exames, como a US transvaginal. O processo de torção oclui a drenagem linfática e venosa dos anexos acometidos; portanto, a víscera torcida aumenta rapidamente de tamanho e pode ser palpada com facilidade ao exame ou observada por US. Torção dos anexos SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME aumento da dor com movimento; febre; corrimento vaginal purulento; náuseas e vômito; elevação de temperatura e taquicardia; dor a palpação abdominal direta e a dor a descompressão súbita é acentuada. Todos os casos de DIP são polimicrobianos, causados por bactérias aeróbicas e aneróbicas gram-negativas e positivas. DIP iniciada por gonorreia ou clamídia provoca início agudo de dor pélvica, pacientes apresentam: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Na DIP aguda, observam-se leucocitose e aumento da velocidade de hemossedimentação (VHS), um sinal inespecífico, embora mais sensível, de inflamação, para diagnóstico de DIP afirmam que se deve suspeitar de DIP e instituir tratamento caso haja risco de DIP e dor à mobilização uterina, cervical ou anexial sem motivo aparente. febre e leucocitose; taquicardia; hipotensão arterial; obcessos palpaveis ao exame bimanual Os abscessos tubo-ovarianos, uma complicação da salpingo-ooforite aguda, geralmente são unilaterais e multiloculares. Paciente apresenta: 1. 2. 3. 4. dor intensa, constante ou pode ser intermitente; respostas reflexas autonômicas: náuseas, vômito e agiitação; Pequena elevação da temperatuda, taquicardia e leucocitose; Grande massa pélvica ao exame bimanual. Paciente apresenta: 1. 2. 3. 4. doença inflamatória pélvica Abscesso tubo-ovariano Em mulheres com endometriose, as glândulas e o estroma endometriais implantam-se fora da cavidade uterina, na maioria das vezes, nos ovários ou peritônio pélvico. A cada ciclo menstrual pode haver maior proliferação, com consequente inflamação, formação de tecido cicatricial, fibrose e surgimento de aderências, dessa forma a dor aguda atribuível a endometriose geralmente é pré-menstrual e menstrual. Paciente pode apresentar: Dor aguda relacionada à endometriose SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME dispareunia; disquezia; sangramento irregular; infertilidade; dor a palpação abdominal direta e a dor a descompressão súbita. 1. 2. 3. 4. 5. dor abdominal difusa; dor periumbilical; anorexia; náuseas; vômitos; constipação intestinal; dor à palpação do quadrante inferior direito. É a causa intestinal mais comum de dor pélvica aguda, os sinais e sintomas podem ser semelhantes aos da DIP, sendo assim paciente apresenta: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. dor intensa no quadrante inferior esquerdo da diverticulite; calafrios; constipação intestinal; Exame abdominal mostra distensão com dor à palpação do quadrante inferior esquerdo e dor localizada à descompressão súbita. A diverticulite aguda é um distúrbio no qual há inflamação de um divertículo ou evaginação da parede do cólon, em geral, com acometimento do cólon sigmoide. A diverticulite costuma acometer mulheres na pós-menopausa, mas pode ocorrer na faixa dos 30 a 49 anos. Sinais e sintomas: 1. 2. 3. 4. Sistema gastrintestinal Apendicite Diverticulite aguda dor abdominal tipo cólica; distensão abdominal; vômito; constipação intestinal; obstrução intestinal As causas mais comuns de obstrução intestinal em mulheres são aderências pós- cirúrgicas, encarceiramento de hérnia, doença intestinal inflamatória e carcinoma do intestino ou ovário. Paciente apresenta: 1. 2. 3. 4. 5. Obstrução intestinal SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME dor intensa e em cólica; hematúria; infecção vesical ou renal; disúria; polaciúria. As infecções urinárias que causam dor aguda são cistite e pielonefrite. Os microrganismos mais comuns causadores de infecção urinária (IU) são Escherichia coli seguida por Proteus, Klebsiella e Pseudomonas. Sinais e sintomas: 1. 2. 3. 4. 5. Sistema urinário DOR CRÔNICA A dor pélvica crônica é uma dor que possui a mesma localização por mais de 6 meses e causa incapacidade funcional ou requer tratamento. OBS: Pacientes com DPC frequetemente são ansiosas e deprimidas, pois há abalo na vida conjugal, social e ocupacional. Independentementeda causa original, quando a dor persiste por qualquer período de tempo, é provável que outros fatores psicossociais estejam contribuindo para sua continuidade. Muitas vezes, a dor é acompanhada por ansiedade e depressão, e esses distúrbios devem ser cuidadosamente avaliados e tratados Na primeira consulta, deve-se obter uma história completa da dor, levando-se em conta a natureza de cada sintoma: localização, irradiação, intensidade, fatores que a agravam e aliviam; efeito do ciclo menstrual, estresse, trabalho, exercício, relação sexual e orgasmo; o contexto no qual a dor surgiu; e o custo social e ocupacional da dor. Genitais: sangramento vaginal anormal, corrimento vaginal anormal, dismenorreia, dispareunia e infertilidade. Gastrintestinais: constipação intestinal, diarreia, flatulência, hematoquezia e relação entre a dor e os períodos de alteração da função intestinal ou aparência das fezes e alívio da dor com a defecação. Musculoesqueléticos e neuropáticos: traumatismo físico – cirurgia ou lesão, exacerbação com o exercício físico ou alterações posturais, fraqueza, parestesia, dor lancinante. Urológicas: urgência, polaciúria, noctúria, hesitação, disúria, hematúria, incontinência Psicológicas: diagnósticos, hospitalizações e medicamentos anteriores, depressão atual, ansiedade, pânico, inclusive ideais suicidas, traumas emocionais, físicos ou sexuais passados e atuais. Deve ser avaliado doenças: 1. 2. 3. 4. 5. Os achados mais comuns por ocasião da laparoscopia na DPC são endometriose e aderências. Aperelho genital A endometriose causa uma reação inflamatória de baixo grau, que, com o tempo, provoca aderências entre órgãos pélvicos próximos, porém ainda não se sabe bem a causa da dor, mas pode-se relacionar com lesões de endometriose com infiltração profunda e acometimento do septo retovaginal e do intestino, dos ureteres e da bexiga. Endometriose SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME As aderências observadas durante a laparoscopia podem estar na mesma região do abdome que a origem da dor pélvica; entretanto, nem a localização específica (estruturas anexiais, peritônio parietal e visceral ou intestino) nem a densidade das aderências têm correlação previsível com a dor. A maioria das mulheres com aderências já se submeteu a um procedimento cirúrgico com possível lesão de nervos da parede abdominal, como os nervos ilio-hipogástrico ou ilioinguinal, o que provavelmente é a causa da dor. A parede abdominal tem de ser avaliada com atenção à procura de lesão miofascial ou de lesão ou compressão do nervo como causa da dor antes de se supor que as aderências são as responsáveis. A produção de prostaglandinas e citocinas pode ser responsável pelo dor intensa em pacientes com doença leve. A síndrome dolorosa relacionada com a endometriose é um conceito novo e em evolução, cuja definição é a dor que não responde, de maneira adequada, ao tratamento clínico e cirúrgico apropriado, sobretudo em caso de doença mínima ou leve. Nessa situação, a plasticidade neural resulta de sensibilização central, hipoteticamente iniciada pela lesão inflamatória periférica é intermitente; tipo cólica; mais prevalente no quadrante inferior esquerdo. A síndrome do intestino irritável (SII) é uma das causas mais comuns de dor abdominal baixa e pode ser responsável por até 60%das pacientes encaminhadas ao ginecologista com DPC. O sintoma predominante de SII é a dor abdominal. Outros sintomas são distensão abdominal, flatulência excessiva, alternância entre diarreia e constipação intestinal, aumento da dor antes da defecação, diminuição da dor após a defecação e exacerbação da dor por eventos que aumentam a motilidade gastrintestinal, como a alimentação, o estresse, a ansiedade, a depressão e a menstruação. A dor na SII possui características: 1. 2. 3. Causas gastrenterológicas Aderências SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME Causas neurológicas e musculoesqueléticas dor aguda; queimação; dor contínua; parestesia {dormência ou formigamento} na distribuição do dermátomo do nervo acometido. A lesão ou compressão do nervo cutâneo abdominal pode ser espontâneo ou até mesmo ''induzida'' pela laparoscopia. É observado, principalmente durante a contração muscular, que os nervos ilioinguinal ou ilio-hipogástrico podem ser aprisionados entre os músculos transverso e oblíquo interno. Além disso pode ser encontrado lesão do nervo femoral, um dos nervos lesados com maior frequência em laparotomias ginecológicas, costuma ocorrer quando as lâminas laterais do afastador comprimem o nervo contra a parede lateral da pelve. A paciente apresenta: 1. 2. 3. 4. OBS: dermátomos são áreas do corpo que possuem nervos sensoriais que possuem origem na mesma raiz nervosa, estando associados à sensibilidade da região. Ao exame, o ponto de dor ou dor à palpação máxima deve ser localizado com a ponta do dedo. O ponto máximo de dor à palpação em uma lesão ilio-hipogástrica ou ilioinguinal costuma ser na margem do músculo retoabdominal, em posição medial e inferior à espinha ilíaca anterior. No nervo pudendo, a dor à palpação máxima geralmente ocorre perto da espinha isquiática. Compressão do nervo dor difusa; fadiga; sono não restaurador. A fibromialgia é uma síndrome de dor miofascial constituída por uma tríade: 1. 2. 3. Acredita-se que seja causada por uma sensibilização do SNC que acarreta a percepção anormal da dor crônica. A fibromialgia está intimamente associada à síndrome de fadiga crônica, uma combinação de problemas miofasciais regionais, entre eles infecções e distúrbios autoimunes ou disautonomias. Fibromialgia A dor lombar pode estar associada a doença ginecológica. A dor nas costas pode ser causada por doença ginecológica, vascular, neurológica, psicogênica ou espondilogênica (relacionada com o esqueleto axial e à sua estrutura). As as mulheres com síndrome de dor lombar têm dor que ocorre após traumatismo ou esforço físico, pela manhã ao despertar ou com a fadiga. A dor lombar não ginecológica pode intensificar-se com o ciclo menstrual. O exame consiste em inspeção, avaliação com movimento e palpação. Várias estruturas anatômicas na coluna vertebral devem ser cogitadas como local de origem da dor. Músculos, articulações vertebrais e discos (inclusive a junção lombossacral, os músculos sacroespinais paravertebrais e as articulações sacroilíacas) são locais comuns de origem de dor espondilogênica que devem ser examinados com atenção. Síndrome de dor lombar SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME Tratamento da dor pélvica crônica Intensidade da dor; sangramento vaginal; eventos que desencadeiam dor; O tratamento em mulheres com dor crônica deve ser terapêutico, otimista, de apoio e de compreensão. A paciente deve ser orientada a preencher um formulário de avaliação diária da dor depois da primeira consulta. O formulário é composto de: 1. 2. 3. A oferta de consultas de acompanhamento periódicas é preferível à instrução para que a paciente só retorne em caso de persistência da dor, porque esta última reforça o comportamento de dor. Devem ser ensinadas estratégias específicas de controle da dor com uso de condutas cognitivo comportamentais ou de técnicas como meditação de atenção plena ou ioga. As pacientes devem aprender recursos que aumentem as oportunidades de controle da dor. A psicoterapia é indicada nas mulheres com depressão acentuada, dificuldades sexuais ou indicações de trauma no passado. Quando pensamos em equipe multiprossional estamos nos referindo a ginecologista, psicólogo e fisioterapeuta e pode incluir anestesiologista para bloqueios anestésicos especializados. Tratamento multiprofissional Todas as pacientes com dismenorreia ou dor que se agrava na fase lútea ou menstrual devem ser tratadas com agentes hormonais para inibir a ovulação e/ou a menstruação.Pacientes com dor neurpática ou evidências de sensibilização central ou dor miofascial apresenta um bom resultado a dose baixa de antidepressivo tricíclico, vários anticonvulsivantes ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina/norepinefrina costumam ser eficazes, sobretudo se combinados à terapia cognitivo-comportamental. Esses agentes farmacológicos reduzem o limiar de disparo do nervo e ajudam a diminuir o uso de medicamentos narcóticos, aumentando a atividade e aliviando o impacto que a dor tem sobre o estilo de vida global das mulheres. Anticonvulsivantes como gabapentina ou pregabalina são úteis no tratamento da DPC. A gabapentina mais amitriptilina foi mais eficaz que a amitriptilina isolada. O aprendizado dos bloqueios anestésicos dos nervos ilioinguinal, ilio-hipogástrico e pudendo e das injeções nos pontos-gatilho é fácil, e o ginecologista pode usá-los com liberalidade quando conveniente para que se diminuam os sinais neurais. Intervenções farmacológicas SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME OBJETIVO 3 Gonorreia; Clamídia; Sifilis; HIV; Hepatite B e C. É necessário estabelecer uma relação de confiança entre o profissional de saúde e a pessoa com IST para garantir a qualidade do atendimento, a adesão ao tratamento e a retenção no serviço. Para tanto, o profissional deve promover informação/educação em saúde e assegurar um ambiente de privacidade, tempo e disponibilidade para o diálogo, garantindo a confidencialidade das informações. A anamnese, a identificação das diferentes vulnerabilidades e o exame físico são importantes na abordagem das pessoas com IST. Sempre que disponível, devem ser realizados exames para: 1. 2. 3. 4. 5. OBS: As amostras para os exames rápidos ou laboratoriais indicados devem ser colhidos no momento da primeira consulta. Vale lembrar que muitos pacientes com IST não buscam tratamento porque são assintomáticas (a maioria) ou têm sinais e sintomas leves e não percebem as alterações. As pessoas sintomáticas podem preferir tratar-se por conta própria ou procurar tratamento em farmácias ou junto a curandeiros tradicionais. Mesmo aqueles que buscam atendimento na unidade de saúde podem não ter uma IST corretamente diagnosticada ou tratada. As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. A principal via de transmissão é o contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada. Sendo possível, também, a transmissão da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. Não é segredo que as IST's no Brasil estão em alta, nesse cenário os testes rápidos no contexto da Atenção Básica de Saúde, tornam-se um aliado para a detecção precoce de hepatite, sífilis e hiv, possibilitando que uma maior demanda de população seja atendida pelos profissionais da saúde, com agilidade e eficiência de resultados a partir do desenvolvimento e avanço tecnológico envolvidos em sua produção a fim de iniciar o tratamento o mais rápido possível e evitar transmissões verticais e horizontais. SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME As IST podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. Podem aparecer em lugares diferentes do corpo, como: órgão genital, palma das mãos, olhos e língua. Aparecem no pênis, vagina ou ânus; Podem ser esbranquiçados,esverdeados ou amarelados; Podem ter cheiro forte e/ou causar coceira; Pode vir acompanhado de dor ao urina ou na relação sexual. Características marcantes: 1. 2. 3. 4. São causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV) e podem aparecer em forma de couve-flor, quando a infecção está em estágio avançado; Em geral, não doem, mas pode ocorrer irritação ou coceira. Características marcantes: 1. 2. Verrugas anogenitais Aparecem nos órgãos genitais ou em qualquer parte do corpo, com ou sem dor; Os tipos de feridas são muito variados e podem se apresentar como vesículas, úlceras e manchas, entre outros; Podem ser manifestações da sífilis, herpes genital, cancroide (cancro mole), donovanose e linfogranuloma venéreo. Características marcantes: 1. 2. 3. É outra forma de manifestação clínica das IST; Decorre, principalmente, de gonorreia e clamídia não tratadas; Atinge os órgãos genitais internos da mulher (útero, trompas e ovários), causando inflamações. Características marcantes: 1. 2. 3. Sintomas das IST's Corrimentos Feridas Doença inflamatória PélvicaSintomas das IST's A sífilis é uma infecção bacteriana {agente etiológico é o Treponema pallidum, subespécie pallidum} sistêmica, crônica, curável e exclusiva do ser humano. Quando não tratada, evolui para estágios de gravidade variada, podendo acometer diversos órgãos e sistemas do corpo - principalmente sistema nervoso e cardiovascular-. A maioria das pessoas com sífilis são assintomáticas; quando apresentam sinais e sintomas, muitas vezes não os percebem ou valorizam, e podem, sem saber, transmitir a infecção às suas parcerias sexuais. Sintomas das IST'sSífilis Adquirida SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME A transmissão da sífilis depende da sua classificação clínica, sendo mais transmissível nos estágios iniciais (sífilis primária e secundária), diminuindo gradualmente com o passar do tempo (sífilis latente recente/ tardia). Essa maior transmissibilidade explica-se pela riqueza de treponemas nas lesões, comuns na sífilis primária (cancro duro) e secundária (lesões muco-cutâneas). As espiroquetas penetram diretamente nas membranas mucosas ou entram por abrasões na pele. Em gestantes, a taxa de transmissão vertical de sífilis para o feto é de até 80% intraútero. Essa forma de transmissão ainda pode ocorrer durante o parto vaginal, se a mãe apresentar alguma lesão sifilítica. A infecção fetal é influenciada pelo estágio da doença na mãe (maior nos estágios primário e secundário) e pelo tempo em que o feto foi exposto. OBS: Na gestação, a sífilis pode apresentar consequências severas, como abortamento, prematuridade, natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias e/ou morte do recém-nascido (RN). Trasmissão da sífilis Sifílis recente {primária, secudária e latente recente}: até um ano de evolução. Sifílis tardia {latente tardia e terciária}: mais de um ano de evolução. Sifílis primária: Tempo de incubação é de dez a 90 dias; observa-se úlcera rica em treponemas, geralmente única e indolor, com borda bem definida e regular, base endurecida e fundo limpo, que ocorre no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais do tegumento); duração variavel de três a oito semanas, e seu desaparecimento independe de tratamento. Sifílis secundária: ocorre em média entre seis semanas a seis meses após a cicatrização do cancro; as lesões podem ocorrer em concomitância com a manifestação primária; observa-se erupção macular eritematosa pouco visível (roséola), principalmente no tronco e raiz dos membros. Nessa fase, são comuns as placas mucosas, assim como lesões acinzentadas e pouco visíveis nas mucosas. As lesões cutâneas progridem para lesões mais evidentes, papulosas eritemato acastanhada; mais a frente, podem ser identificados condilomas planos nas dobras mucosas, especialmente na área anogenital. É dividida em estágios que serve para orientar tratamento e monitoramento. 1. 2. 1. 2. 3. 1. 2. 3. 4. Classificação clínica da sífilis SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME Sifílis latente: período em que não se observa nenhum sinal ou sintomas; O diagnóstico faz-se exclusivamente pela reatividade dos testes treponêmicos e não treponêmicos.A maioria dos diagnósticos ocorre nesse estágio; A sífilis latente é dividida em latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção). 1. 2. 3. Sifílis terciária: ocorre aproximadamente em 15% a 25% das infecções não tratadas, após um período variável de latência, podendo surgir entre 1 e 40 anos depois do início da infecção; apresenta provoca destruição tecidual; verifica-se a formação de gomas sifilíticas (tumorações com tendência a liquefação) na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido; As lesões podem causar desfiguração, incapacidade e até morte. 1. 2. 3. 4. Exames diretos de sífilis: São aqueles que se realiza a pesquisa ou detecção do T. pallidum em amostras coletadas diretamente das lesões. Testes imunológicos de sífilis: São os mais usados na prática clínica, é realizado a partir da pesquisa de anticorpos em amostras de sangue total, soro ou plasma. Esses testes são subdivididos em duas classes, os treponêmicos e os não treponêmicos. Testes treponêmicos: são os testes que detectam anticorpos específicos produzidos contra os antígenos de T. pallidum. São os primeiros a se tornarem reagentes, podendo ser utilizados como primeiro teste ou teste complementar. Existe diferentes tipos de teste: teste rápido, testes de hemaglutinação e teste de imunofluorescência indireta. Testes não treponêmicos: são testes que detectam anticorpos anticardiolipina não específicos para os antígenos do T. pallidum. Permitem a análise qualitativa e quantitativa. Sempre que um teste não treponêmico é realizado, é imprescindível analisar a amostra pura e diluída, em virtude do fenômeno prozona. Os testes não treponêmicos são utilizados para o diagnóstico (como primeiro teste ou teste complementar) e também para o monitoramento da resposta ao tratamento e controle de cura. Os testes utilizados para o diagnóstico de sífilis são divididos em duas categorias: exames diretos e testes imunológicos. 1. 2. Métodos diagnósticos SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME A benzilpenicilina benzatina é o medicamento de escolha para o tratamento de sífilis, sendo a única droga com eficácia documentada durante a gestação. Outras opções seriam doxiciclina e a ceftriaxona, devem ser usadas somente em conjunto com um acompanhamento clínico e laboratorial rigoroso, para garantir resposta clínica e cura sorológica. Recomenda-se tratamento imediato, com benzilpenicilina benzatina, após apenas um teste reagente para sífilis (teste treponêmico ou teste não treponêmico). Para pacientes sintomáticos com suspeita de sífilis primária e secundária e impossibilidade de realização de qualquer teste diagnóstico, recomenda- se tratamento empírico imediato para sífilis recente, assim como para as respectivas parcerias sexuais. Tratamento Baixo risco: tipos 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72 e 81. Alto risco: tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73 e 82. O papilomavírus humano é um DNA- vírus de cadeia dupla, não encapsulado, membro da família Papovaviridae. Infecta epitélios escamosos e pode induzir uma grande variedade de lesões cutaneomucosas, tem sua transmissão por qualquer tipo de atividade sexual e, excepcionalmente, durante o parto, com a formação de lesões cutaneomucosas em recém-nascidos ou papilomatose recorrente de laringe. Os tipos de HPV que infectam o trato genital são divididos em dois grupos, de acordo com o potencial oncogênico e com as lesões às quais costumam estar associados: 1. 2. O tempo médio entre a infecção pelo HPV de alto risco e o desenvolvimento do câncer cervical é de aproximadamente 20 anos, de acordo com o tipo do vírus, sua carga viral, sua capacidade de persistência e o estado imunológico do hospedeiro. HPV SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME As alterações são detectadas pelo exame preventivo de câncer de colo do útero, por meio de lupas, corantes e colposcopia, acompanhada ou não de biópsia. Os tipos virais de baixo risco oncogênico são geralmente associados a padrão de lesões escamosas de baixo grau. Os tipos de alto potencial oncogênico são em geral associados a lesões intraepiteliais escamosas de alto grau correspondendo à histopatologia aos quadros de displasia moderada, grave ou carcinoma in situ – também denominadas neoplasias intraepiteliais cervicais grau 2 (NIC 2) ou grau 3 (NIC 3). Apresentações subclínicas do HPV O diagnóstico das verrugas anogenitais é tipicamente clínico. As mulheres com verrugas anogenitais requerem um exame ginecológico completo, incluindo o exame preventivo de câncer de colo do útero e, quando indicada pelas alterações citológicas, colposcopia, acompanhada ou não de biópsia. Pacientes com lesões anais, idealmente, devem ter um exame proctológico com anuscopia e toque retal. Diagnóstico do HPV Verrugas anogenitais: O objetivo do tratamento das verrugas anogenitais é a destruição das lesões identificáveis. Apesar de haver recomendação de tratamento, não há evidência de que os tratamentos disponíveis modifiquem a história natural da infecção pelo HPV. O tratamento deve ser individualizado, considerando as características das lesões, a disponibilidade de recursos, os efeitos adversos e a experiência do profissional. Em se tratando de uma doença em geral autolimitada, devem ser evitados tratamentos que gerem cicatrizes desfigurantes. Tratamento domiciliar: São imprescindíveis instruções detalhadas sobre a forma de aplicação e as potenciais complicações. Como autotratamentos já incorporados ao SUS, têm-se o imiquimode e a podofilotoxina. O imiquimode apresenta menos efeitos locais que a podofilotoxina, mas implica maior tempo de tratamento. {Imiquimode 50mg/g creme: é um modulador da resposta imunológica pela indução do interferon alfa e de outras citocinas}. Para as verrugas externas genitais/anais, as aplicações devem ser realizadas em dias alternados (três vezes por semana), O tratamento com imiquimode deve ser mantido até o desaparecimento das verrugas ou por um período máximo de 16 semanas a cada episódio de verruga. 1. 2. Tratamento SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME A infecção pelo HIV envolve diversas fases, com durações variáveis, que dependem da resposta imunológica do indivíduo e da carga viral. A primeira fase da infecção (infecção aguda) é o período do surgimento de sinais e sintomas inespecíficos da doença, que ocorrem entre a primeira e terceira semana após a infecção. A fase seguinte (infecção assintomática) pode durar anos, até o aparecimento de infecções oportunistas. As estratégias para testagem do HIV têm o objetivo de melhorar a qualidade do diagnóstico da infecção pelo vírus e, ao mesmo tempo, fornecer uma base racional para assegurar que esse diagnóstico seja realizado o mais precocemente possível, de forma segura e com rápida conclusão. HIV Úlceras genitais (UGs) são lesões localizadas na vulva, vagina ou colo uterino com perda de tecido, envolvendo a epiderme e a derme ou apenas a epiderme. As UGs podem se apresentar em tamanho e número variados, quase sempre associadas a processo inflamatório. Acomete uma parcela significativa da população feminina, tendo sua lesão mais comum, quando de causa infecciosa, associada ao vírus do herpes simples. Úlceras Genitais SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME tempo e forma da evolução; localização; Aspecto: tamanho, profundidade, grau de inflamação; Presença de linfadenomegalia regional e/ou a distância; Aparecimento concomitante de outras lesões no corpo e na boca; Presença de fator desencadeante: trauma, uso de medicamentos, outras pessoas com o mesmo quadro; Presença de doenças sistêmicas. O diagnóstico etiológico das UGs feminina nem sempre é fácil de ser realizado. Entre outras causas, o tempo decorrido entre o início dos sintomas e aprocura ao serviço de saúde habitualmente é longo. A nossa prática, mesmo nos casos em que há a necessidade de fazer o tratamento sindrômico, recomenda fazer a pesquisa dos possíveis agentes etiológicos. As dificuldades dos serviços de saúde não justificam uma prática simplista de ignorar e não se preocupar em tentar identificar a causa da doença. No processo de investigação deve ser levado em conta: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Dependendo da localização, considerar a prevalência mais frequente das doenças para o tratamento, uma vez que, como já foi dito, o diagnóstico complementar não é suficiente para identificar o agente causal em aproximadamente 50% dos casos. O tratamento deve ser feito imediatamente, levando em consideração os sintomas. O herpes genital (HG) é uma doença sexualmente transmissível de alta prevalência em nosso meio. O herpes simples vírus (HSV) pode provocar lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais masculinos e femininos. O HG manifesta-se por pequenas vesículas que se agrupam nos genitais. Sua disseminação está associada com o sistema imunológico do paciente, sendo falta de sono, traumas, trabalho excessivo, uso de drogas, constrangimentos emocionais, má alimentação (desnutrição), aids (síndrome da imunodeficiência adquirida), uso de altas doses de corticoide, neoplasias, quimioterapia, entre outras, são as principais causas de imunossupressão. Caracterizam-se por apresentar ardor, prurido, formigamento e adenomegalia, que podem anteceder a erupção cutânea. Hiperemia aparece alguns dias após e depois evoluem para vesículas agrupadas, que, depois, se rompem formando exulceração dolorosa seguida de cicatrização. Possui um diagnóstico essencialmente clínico (anamnese e exame físico). A cultura e a biópsia são raramente utilizadas, pois sua sensibilidade diminui com a duração da lesão. Podem ser classificadas por infecção sexualmente transmissíveis (ISTs) e UGs não relacionadas às ISTs. Diagnóstico Principais causas relacionadas a IST'S Herpes genital SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME O cancro mole é uma doença infecciosa aguda de transmissão sexual e ulcerativa, localizada nos genitais, pouco frequente em nosso meio. É causado pelo cocobacilo (ou bastonete curto) Gram-negativo Haemophilus ducreyi, apresenta um período de incubação de três a sete dias. Pequenas pápulas dolorosas rapidamente se rompem para formar úlceras rasas, com bordas irregulares. Logo depois, ocorre erosão fagedênica, que ocasionalmente leva à destruição tecidual acentuada. Os linfonodos inguinais se tornam dolorosos, aumentados e aderidos entre si e podem formar um abscesso com flutuação (bubão) na virilha. Os regimes de tratamento recomendados pelo Ministério da Saúde são azitromicina 500 mg, dois comprimidos, VO, em dose única, ou ceftriaxona 500 mg, IM, em dose única. Como segunda opção, usa-se também ciprofloxacino 500 mg, um comprimido, VO, É uma IST crônica ulcerativa também conhecida como granuloma venéreo. É causada pela bactéria Gram-negativa intracelular Klebsiella granulomatis, possui um período de incubação de oito a seis meses, apresenta lesão nodular em número variável, que evolui para úlcera. A lesão é não dolorosa e altamente vascularizada, sangrando facilmente com o contato. O tratamento é feito com doxiciclina 100 mg, um comprimido, VO, duas vezes ao dia, por pelo menos 21 dias ou até o desaparecimento completo das lesões. O critério de cura é o desaparecimento da lesão, não tendo sido relatada infecção congênita. Devido à baixa infectividade, não é necessário fazer o tratamento das parcerias sexuais. Cancro mole Donovanose Primoinfecção: Aciclovir 400 mg, três vezes ao dia (7 a 14 dias); Valaciclovir 1.000 mg, duas vezes ao dia (7 a 14 dias); Fanciclovir 250 mg, três vezes ao dia (7 a 14 dias); Recorrência: Aciclovir 400 mg, três vezes ao dia (cinco dias); Valaciclovir 500 mg, duas vezes ao dia (cinco dias); Fanciclovir 125 mg, duas vezes ao dia (cinco dias); Supressão: Aciclovir 400 mg, uma vez ao dia (seis meses); Valaciclovir 500/1.000 mg, uma vez ao dia (seis meses); Fanciclovir 250 mg, duas vezes ao dia (seis meses); Não existe ainda tratamento eficaz para a cura da doença. O tratamento tem por objetivo diminuir as manifestações da doença ou aumentar o intervalo entre as crises. As drogas antivirais mais comumente são: 1. 2. 3. SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME OBJETIVO 4 Identificação completa; queixa principal ; história da doença atual; antecedentes patologicos e familiares; hábitos de vida; perfil psicossocial. O roteiro da anamnese ginecológica não é diferente dos demais, o que altera é que terá foco principalmente nos antecedentes ginecológicos e obstétricos da pacientes. Dessa forma a anmnese contará com: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Os antecedentes ginecológicos e obstétricos são itens da anamnese muito importantes para o ginecologista. Ao não abordar algum dos conteúdos deste item, pode-se perder uma informação fundamental para estabelecer as hipóteses diagnósticas mais adequadas e compreender o que se passa com a paciente. Inicia-se perguntando sobre a primeira menstruação (menarca) e sobre os ciclos menstruais subsequentes, sua regularidade, intervalo, duração, intensidade do fluxo, cólicas ou outros sintomas associados, atrasos menstruais, data da última menstruação e se ela teve as características habituais ou foi atípica. Se a paciente já parou de menstruar, anota-se também a data da menopausa. Se for possível, resgatam-se dados sobre o desenvolvimento puberal (telarca, pubarca). Quando indicado, investigam-se sintomas climatéricos, em especial, alterações menstruais e uso de terapia hormonal. É importante também abordar a vida sexual da paciente e questionar os antecedentes obstétricos. Anamnese Inspeção estática: Com a paciente ereta ou sentada e com os membros superiores dispostos, será observado as mamas quanto ao tamanho, regularidade de contornos, forma, simetria, abaulamento, pigmentação areolar, morfologia da papila e circulação venosa. Inspeção dinâmica: É pedido para paciente qie eleve os membros superiores ao longo do segmento cefálico e observa-se as mamas quanto aos itens da inspeção estática. Em seguida, pede-se à paciente que estenda os membros para frente e incline o tronco de modo que as mamas fiquem pêndulas, perdendo todo o apoio da musculatura peitoral, quando, novamente, observa-se as mamas quanto aos itens citados, anteriormente. No terceiro tempo desta fase, pede-se que a paciente apoie as mãos e pressione as asas do ilíaco, bilateralmente. O objeyivo dessa manobras é observar se existe abaulamentos e retrações. Palpação: É realizada em duas etapas. Ainda com a paciente sentada, faz-se a palpação das cadeias linfáticas cervicais, supra e infra-claviculares e axilares. a mão direita do examinador palpa a região axilar esquerda da paciente, estando esta com o membro superior O exame ginecológico engloba o exame das mamas, anexos uterinos, o exame da vulva, vagina e útero. Para deixar o exame de mama mais dinâmico podemos dividi-lo em três momentos: inspeção estática, inspeção dinâmica e palpação. 1. 2. 3. Exame de mama SAÚDE DA MULHER, SEXUALIDADE HUMANA E PLANEJAMENTO FAMILIAR- UNIME homolateral à axila palpada apoiado no braço esquerdo do examinador, deixando desta forma a musculatura peitoral relaxada, facilitando o exame. Na etapa seguinte, com a paciente deitada em decúbito dorsal, coloca-se um coxim sob a região a ser palpada e pede-se que a mão correspondente ao lado a ser palpado seja colocada sob a cabeça quando, então, o examinador faz a palpação dos diversos quadrantes da mama, utilizando-se os dedos e as palmas das mãos. Termina-se o exame mamário, fazendo a expressão de toda a glândula, desde a sua base até ao mamilo.
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