Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Período Neonatal - RESUMO
1) O que é período neonatal?
Intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em que a criança atinge 27 dias, 23 horas e 59 minutos. 
Período neonatal precoce intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em que a criança atinge 6 dias, 23 horas e 59 minutos.
Período neonatal tardio intervalo de tempo que vai do 7º dia até o momento em que a criança atinge 27 dias, 23 horas e 59 minutos.
2) Como classificar um recém-nascido quanto a idade gestacional e peso?
Idade gestacional: duração da gestação medida do primeiro dia do último período normal de menstruação até o nascimento; expressa em dias ou semanas completos. 
· Pré-termo: menos do que 37 semanas completas (menos do que 259 dias completos). 
· Prematuro tardio: de 34 semanas a 36 e 6/7sem 
· Termo: de 37 semanas completas até menos de 42 semanas completas (259 a 293 dias).
· Pós-termo: 42 semanas completas ou mais (294 dias ou mais). 
Idade pós-natal: é o período de tempo que decorre do nascimento até a data presente. 
Idade corrigida: é a idade pós-natal menos o número de semanas que faltou para completar 40 semanas (subtrair da idade pós-natal a diferença entre 40 semanas e a idade gestacional). É usada para avaliação do crescimento e desenvolvimento da criança após o termo. 
Peso de nascimento: primeiro peso do ou recém-nascido (RN) obtido após o nascimento. Nos casos onde o contato pele a pele da primeira hora de vida foi estabelecido, realizar a pesagem a posteriori.
· Baixo peso: peso ao nascer inferior a 2500 gramas. 
· Muito baixo peso: peso ao nascer inferior a 1500 gramas. 
· Extremo baixo peso: peso ao nascer inferior a 1000 gramas. 
Relação do peso de nascimento com idade gestacional: reflete a qualidade de crescimento fetal e permite a determinação de risco para problemas perinatais. 
O ideal seria colocar o peso de nascimento em gráficos de percentis construídos com base racial, étnica, socioeconômico-cultural e ambiental semelhantes. Entretanto, um grande número de serviços de neonatologia utiliza a curva de crescimento intrauterino de Alexander et al. como padrão de referência para o crescimento fetal.
· Adequado à idade gestacional (AIG) Se o peso de nascimento se encontra entre o 10º e 90º percentil para determinada idade gestacional.
· Pequeno para idade gestacional (PIG) se abaixo do 10º percentil.
· Grande para idade gestacional (GIG) se acima do 90º percentil. 
Para determinar se o peso de nascimento está adequado é necessário exatidão na avaliação da idade gestacional.
3) Qual o melhor momento para o clampeamento do cordão umbilical? 
Metanálises com nascidos a termo indica que o clampeamento tardio do cordão umbilical é benéfico com relação aos índices hematológicos na idade de 3 a 6 meses, embora possa elevar a necessidade de fototerapia por hiperbilirrubinemia indireta na primeira semana de vida. Recomenda-se, portanto, que, no RN a termo, saudável e com boa vitalidade ao nascer, o clampeamento seja efetuado 1 a 3 minutos depois da extração do concepto do útero materno.
(pág 43 pdf tratado 2).
Metanálises recentes com vários ensaios clínicos randomizados, além de um estudo nacional, concluíram que o clampeamento em tempo oportuno do cordão umbilical é benéfico em comparação ao clampeamento imediato com relação aos índices hematológicos na idade de 3 a 6 meses. O RN a termo com boa vitalidade deve ser secado e posicionado sobre o abdome da mãe ou ao nível da placenta por, no mínimo, um minuto, até o cordão umbilical parar de pulsar (aproximadamente 3 minutos após o nascimento), para só então realizar-se o clampeamento.
(pág 36 pdf Atenção à saúde do recém-nascido).
 Imediatamente após o nascimento o RN sadio deve estar em contato pele a pele com sua mãe, aguardar cessar os batimentos do cordão 1-3 minutos para realizar o clampeamento tardio do cordão e propiciar este contato pele a pele durante uma hora, mostrando para a mãe os sinais que o bebê está pronto para mamar,dentro da primeira hora de vida. Neste momento procede-se o primeiro exame físico que deve ser objetivo e rápido, tendo como finalidade avaliar a vitalidade do RN para tomada de decisão. 
(pág 5 pdf manual de neonatologia).
4) Quais os testes de triagem neonatal e qual seus possíveis resultados?
1) Teste do Olhinho Este exame é Lei Estadual nº 12551 de 05 de março de 2007, mas algumas maternidades e hospitais da rede pública de saúde do Brasil já o oferecem. Ele deve ser feito nas primeiras 24 horas de vida do bebê e se trata de uma luz direcionada ao olho da criança a uma distância de 20 centímetros, que deve refletir um tom vermelho semelhante ao observado em fotografias com flash. Caso a cor seja opaca, branca ou amarelada, significa que o recém-nascido possui alguma patologia e que deve ser tratada. Em algumas doenças, não é possível observar o reflexo ou sua qualidade é ruim, esbranquiçada. A comparação dos reflexos dos dois olhos também fornece informações importantes, como diferenças de grau entre olhos ou o estrabismo. 
O teste do olhinho previne e diagnostica doenças como a retinopatia da prematuridade, catarata congênita, glaucoma, retinoblastoma, infecções, traumas de parto e a cegueira. Uma vez detectado como alterado, deverá ser encaminhado ao oftalmologista para acompanhamento e conduta, sendo que a identificação precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão.
2) Teste do Coraçãozinho realizado nas maternidades da rede pública de saúde, o exame de oximetria de pulso, mais conhecido como Teste do Coraçãozinho, agora será realizado de forma universal como parte da triagem neonatal do Sistema Único de Saúde (SUS). A determinação do Ministério da Saúde para realizar o exame que serve para detectar e prevenir problemas cardíacos nos recém-nascidos em toda rede pública foi publicada no Diário Oficial da União, portaria nº 20, de 10 de junho de 2014. O teste permite identificar precocemente se o bebê tem alguma doença grave no coração (malformação congênita, etc.) e, em caso positivo, o paciente é submetido ao exame de ecocardiograma para confirmar o diagnóstico. O procedimento é simples, rápido e indolor. Consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do recém-nascido com o auxílio de um oxímetro instalado nos primeiros dias de vida no pulso e no pé.
3) Teste da Orelhinha foi regulamentado pela lei federal nº 12303 em 2010 e deve ser feito, prioritariamente, durante o primeiro mês de nascimento. Ele é realizado por fonoaudiólogos e dura de três a cinco minutos. O exame é indolor, pode ser realizado com a criança dormindo e ocorre por meio de um pequeno fone colocado na parte externa do ouvido do bebê. Este fone é capaz de gerar estímulos sonoros que mostram como o ouvido do recém-nascido reage aos sons. Com a realização do Teste da Orelhinha dois resultados podem aparecer: 
· Se o ouvido do bebê responder aos estímulos do exame, tudo está bem, ele apresenta audição normal e deve iniciar a fala em torno de 1 ano de vida e ser capaz de construir frases simples aos 2 anos. Caso isso não aconteça, realizar uma nova avaliação da audição.
· Caso o ouvido do bebê não responda aos estímulos do exame, atenção! O bebê deverá ser encaminhado para um acompanhamento que inclui a realização de outros exames para esclarecer se o problema é temporário ou permanente.
Se o bebê não realizou o teste na maternidade ou hospital: o profissional de saúde logo na primeira consulta deverá encaminhar o bebê para os locais competentes. A descoberta tardia pode dificultar o tratamento, além de prejudicar o desenvolvimento da criança. 
4) Teste do Pezinho exame feito a partir de sangue coletado do calcanhar do bebê permite identificar doenças graves, como: o hipotireoidismo congênito, doenças metabólicas e doenças hematológicas. Geralmente são doenças que não apresentam sintomas no nascimento e, se não forem tratadas cedo, podem causar sérios danos à saúde, inclusive retardo mental grave e irreversível. O sucesso desta ação está diretamente relacionadocom a realização da coleta na idade ideal, que é após as primeiras 48h de vida antes da Alta Hospitalar ou na primeira semana de preferência no 5º dia de vida. É realizado nas Unidades Básicas de Saúde. 
Visa à detecção de quatro tipos de doenças em recém-nascidos: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Doença Falciforme (Hemoglobinopatias), Fibrose Cística. Em 2014 foi implantada a fase IV do Teste do Pezinho, com a pesquisa da deficiência de Biotinidase e Hiperplasia congênita da Supra Renal.
(pág 165 pdf manual de neonatologia).
_______________________________________________________________________________________
1) Teste do pezinho O momento ideal para a coleta do Teste do Pezinho é entre o 3º e o 5º dia de vida, nunca antes de 48 horas de amamentação e nunca superior a 30 dias. Para a realização do teste na rede pública de saúde, a mãe deverá comparecer ao posto de coleta onde será feita uma ficha cadastral da criança. Uma pequena punção do calcanhar do bebê é feita utilizando agulhas e luvas descartáveis, e o sangue é adsorvido em papel-filtro, que deverá permanecer em temperatura ambiente até a completa secagem do sangue (duas horas), e depois deve ser encaminhado ao laboratório.
Objetiva realizar o rastreio das seguintes doenças:
· Fenilcetonúria (5/100.000): através da medida da fenilalanina no sangue do papel-filtro.
· Hipotireoidismo congênito (52/100.000): através da medida do TSH ou T4 e TSH.
· Doença falciforme e outras hemoglobinopatias (26/100.000): através de eletroforese de hemoglobina por Focalização Isoelétrica (FIE) ou Cromatografia Líquida de Alta Resolução.
· Fibrose cística (30/100.000): através da medida de tripsina imunorreativa em sangue do papel-filtro.
· Hiperplasia adrenal congênita (5/100.000): através da dosagem da 17-OH-progesterona no sangue do papel-filtro.
· Deficiência de biotinidase: através da dosagem da atividade da enzima biotinidase no sangue do papel-filtro.
2) OXIMETRIA DE PULSO: TESTE DO CORAÇÃO O teste da oximetria objetiva a detecção precoce das cardiopatias congênitas críticas, isto é, aquelas cujo fluxo pulmonar ou sistêmico é dependente de canal arterial, como por exemplo: 
· Cardiopatias críticas com fluxo pulmonar dependente de canal: atresia de artéria pulmonar;
· Cardiopatias críticas com fluxo sistêmico dependente de canal: hipoplasia de coração esquerdo e coarctação grave de aorta;
· Cardiopatias com circulação em paralelo: transposição de grandes vasos.
Sabe-se que o canal arterial tem seu fluxo reduzido nas primeiras dez horas de vida, e fecha-se completamente entre o 3º e o 10º dia de vida. Muitas cardiopatias congênitas não se manifestam clinicamente antes do fechamento do canal arterial: não causam cianose tão precoce, não evoluem com sopro e não cursam com baixo débito. Estes sinais somente se tornarão evidentes após o fechamento do canal. Por isso, é necessário um teste de triagem capaz de detectar a possibilidade de cardiopatia ANTES dos sinais clínicos.
O teste da oximetria deve ser feito em:
· Todo neonato com > 34 semanas de idade gestacional após 24 horas de vida e antes da alta da maternidade (48h).
· Local: extremidade do membro superior direito (que representa a saturação pré-ductal) e extremidade de um dos membros inferiores (que representam a saturação pós-ductal). É necessário que as extremidades estejam aquecidas no momento da avaliação.
· Resultado normal: saturação ≥ 95% em ambos os locais, e diferença menor que 3% entre as medidas do membro superior e inferior.
· Resultado anormal: saturação < 95% ou se a diferença entre elas for igual ou maior que 3%. Diante de um resultado anormal, nova aferição deverá ser feita após uma hora. Se o resultado anormal se mantiver, a criança deverá realizar um ecocardiograma dentro das próximas 24 horas. 
3) Teste da linguinha O teste da linguinha consiste na avaliação da anquiloglossia ou língua presa, condição na qual o frênulo lingual é curto ou possui tecido em excesso, limitando a movimentação da língua e, consequentemente, os movimentos que exerce (ex.: sucção, deglutição, mastigação e fala). O exame é clínico e indolor, podendo ser feito pelo fonoaudiólogo ou pediatra. Apenas anquiloglossias congênitas graves necessitam de correção cirúrgica. A SBP e o MS ainda não recomendam o teste como triagem obrigatória neonatal. 
(pág 20 neonatologia medcurso).
5) Por que acontece icterícia fisiológica?
Icterícia fisiológica Trata-se de quadro comum, benigno e autolimitado. O termo tem sofrido restrições, mas ainda é muito utilizado. Reflete uma adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina. Estudo brasileiro com RN a termo, de peso ao nascer adequado para a idade gestacional, saudáveis, em aleitamento materno exclusivo e adequado, mostrou o seguinte perfil dos níveis séricos de BT nos primeiros 12 dias de vida: percentil 50: 5,6 mg/dL no 3º e 4º dias de vida, 4,8 mg/dL no 6º dia; percentil 95: 8,2 mg/dL na 24ª hora de vida, 12,2 mg/dL no 4º dia e 8,5 mg/dL no 12º dia.4 A literatura classicamente atribui o valor de 13 mg/dL como o máximo para delimitar a icterícia fisiológica, porém os níveis indicativos de tratamento com fototerapia têm sido mais permissivos.
(tratado de pediatria pdf pág 89)
A icterícia é um dos problemas mais comuns no período neonatal e é secundária a níveis de bilirrubina indireta (BI) superiores a 1,5mg/dL ou de bilirrubina direta (BD) maior que 1,5mg/dL, desde que esta represente mais que 10% do valor de bilirrubina total (BT). Clinicamente se expressa como uma coloração amarelada da pele quando os níveis sanguíneos do pigmento excedem de 5 a 7 mg/dL.
Na prática, 98% dos RN apresentam níveis séricos de BI acima de 1mg/dL durante a primeira semana de vida, o que, na maioria das vezes, reflete a adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina. É a chamada hiperbilirrubinemia fisiológica.
Os mecanismos responsáveis por esse aumento fisiológico da bilirrubina são: 
· Aumento da massa de eritrócitos fetais com uma vida média de 45-90 dias, menor que a do adulto. Como o feto vive em um ambiente onde a pressão parcial de oxigênio para saturar seus eritrócitos é bastante baixa, ele consegue um transporte adequado desse gás, aumentando sua massa de eritrócitos. Assim ocorre um aumento de hemoglobina a ser transformada em biliverdina nos primeiros dias de vida. Com isso ocorre uma produção de bilirrubina a ser excretada, que chega a ser de 2-2,5 vezes maior que no adulto. 
· Baixa atividade das glucuronosil-transferases. Esse mecanismo é importante para que a bilirrubina produzida pelo feto não seja conjugada e assim seja excretada por meio da membrana dos tecidos placentários. Se a bilirrubina fosse conjugada ela seria hidrossolúvel, dificultando sua passagem via membranas placentárias, 
· Aumento da atividade da -glucuronidase intestinal (em torno de 10 vezes os níveis do adulto), fazendo com que a porção de bilirrubina conjugada seja desconjugada no feto, reentrando na circulação e com acesso à placenta. 
Assim, o aumento da pressão parcial de oxigênio na vida extrauterina, o que reduz a necessidade de grande volume de hemácias e faz com que a quantidade de bilirrubina produzida seja diminuída progressivamente; o rápido aumento da capacidade de glucuronidização hepática, uma redução de -glucuronidase com a colonização intestinal e aumento do trânsito intestinal que diminui o contacto da -glucuronidase com a bilirrubina conjugada, promovem gradualmente a normalização da excreção da bilirrubina formada.
(pág 154 pdf manual de neonatologia).
Classicamente, a hiperbilirrubinemia fisiológica foi definida em RN a termo norte-americanos alimentados com fórmula láctea. Caracteriza-se por nível de BT sérica que aumenta após o nascimento, atinge seu pico médio ao redor de 6 mg/dL no 3º dia de vida (com um valor máximo que não ultrapassa 12,9 mg/dL) e então declina em uma semana.
(pág 61 Atenção à saúde do recém-nascido pdf)
A icterícia é clinicamente visível quando os níveis séricos de bilirrubina estão acima de 4 – 5 mg/dL. Sua gravidade está relacionada ao momentodo aparecimento e a sua intensidade.
A icterícia que aparece antes de 24 horas de vida (precoce) deve ser considerada patológica e necessita de avaliação rigorosa. Se aparecer após 24 horas de vida (tardia) e a área acometida restringir-se à face e ao tórax, pode tratar-se de icterícia fisiológica, sendo necessária reavaliação periódica para observar se a área ictérica se estendeu além do umbigo ou para as extremidades.
A icterícia por hiperbilirrubinemia indireta apresenta progressão cefalocaudal. 
Uma das formas de se avaliar a icterícia é por meio das zonas de Kramer: (não precisa gravar valores)
· Zona 1: icterícia somente na face está associada a valores de BI inferiores a 5mg/dL; 
· Zona 2: icterícia desde a cabeça até a cicatriz umbilical corresponde a valores desde 5 até 12mg/dL. 
· Zona 3: icterícia até os joelhos e cotovelos podem apresentar valores de 8 a 16mg/dL. 
· Zona 4: icterícia em pernas e braços corresponde a valores de 10 a18 mg/dL 
· Zona 5; icterícia em planta de pés e palma das mãos apresentam valores acima de 15 mg/dL
6) Quais os exames utilizados para avaliar icterícia?
Exames laboratoriais para investigação da etiologia da hiperbilirrubinemia indireta neonatal:
· Bilirrubina total e frações indireta e direta
· Hemoglobina, hematócrito, morfologia de hemácias, reticulócitos e esferócitos 
· Tipagem sanguínea da mãe e RN – sistemas ABO e Rh (antígeno D) 
· Coombs direto no sangue de cordão ou do RN 
· Pesquisa de anticorpos anti-D (Coombs indireto) se mãe Rh (D ou Du) negativo 
· Pesquisa de anticorpos maternos para antígenos irregulares (anti-c, anti-e, anti-E, anti-Kell, outros) se mãe multigesta/transfusão sanguínea anterior e RN com Coombs direto positivo 
· Dosagem sanguínea quantitativa de glicose-6-fosfato desidrogenase 
· Dosagem sanguínea de hormônio tireoidiano e TSH (teste do pezinho)
7) Qual percentual de peso pode ser perdido após o nascimento e quando deve recuperar o peso?
A criança normalmente perde até 10% de seu peso de nascimento nos primeiros dias de vida, mas deve, até o 10º dia, ter recuperado esse peso. Isso ocorre devido à eliminação de líquidos e à diminuição de edema. 
Influem muito na perda de peso a idade gestacional, o peso ao nascer, o tipo e o modo de alimentação da criança e outros fatores associados à morbidade nos primeiros dias de vida. Uma perda maior que 10% do peso de nascimento após o 10º dia de vida deve ser considerada como problema grave de nutrição ou desidratação e a criança deve ser referida urgentemente a um hospital.
(pág 183 Atenção à saúde do recém-nascido pdf)
8) Quais os reflexos primitivos?
Os reflexos primitivos característicos do RN devem ser avaliados, pois podem trazer informações importantes sobre seu estado de saúde. São caracterizados por resposta motora involuntária a um estímulo e estão presentes em bebês desde antes do nascimento até por volta dos 6 meses de vida. São mediados por mecanismos neuromusculares subcorticais, que se encontram desenvolvidos desde o período pré-natal. O desaparecimento desses reflexos durante o curso normal de maturação do sistema neuromuscular nos primeiros 6 meses de vida é atribuído ao desenvolvimento de mecanismos corticais inibitórios. São diversos os reflexos primitivos encontrados no RN, porém não há necessidade de avaliação de todos durante o exame físico rotineiro do RN a termo. Os que habitualmente devem ser avaliados são os seguintes:
Sucção A sucção reflexa manifesta-se quando os lábios da criança são tocados por algum objeto, desencadeando-se movimentos de sucção dos lábios e da língua. Somente após 32 a 34 semanas de gestação é que o bebê desenvolve sincronia entre respiração, sucção e deglutição, tornando a alimentação por via oral difícil em RN pré-termo.
Voracidade O reflexo da voracidade ou de procura manifesta-se quando é tocada a bochecha perto da boca, fazendo com que a criança desloque a face e a boca para o lado do estímulo. Este reflexo não deve ser procurado logo após a amamentação, pois a resposta ao estímulo pode ser débil ou não ocorrer. Está presente no bebê até os 3 meses de idade.
Preensão A preensão palmoplantar se obtém com leve pressão do dedo do examinador na palma das mãos da criança e abaixo dos dedos do pé.
Marcha A marcha reflexa e o apoio plantar podem ser pesquisados segurando-se a criança pelas axilas em posição ortostática. Ao contato das plantas do pé com a superfície, a criança estende as pernas até então fletidas. Se a criança for inclinada para a frente, inicia a marcha reflexa.
Fuga à asfixia O reflexo de fuga à asfixia é avaliado colocando-se a criança em decúbito ventral no leito, com a face voltada para o colchão. Em alguns segundos o RN deverá virar o rosto liberando o nariz para respirar adequadamente.
Cutâneo-plantar O reflexo cutâneo-plantar em extensão é obtido fazendo-se estímulo contínuo da planta do pé a partir do calcâneo no sentido dos artelhos. Os dedos adquirem postura em extensão.
Moro O reflexo de Moro é um dos mais importantes a serem avaliados, devido à grande quantidade de informações que pode trazer. É desencadeado por algum estímulo brusco como bater palmas, estirar bruscamente o lençol onde a criança está deitada ou soltar os braços semiesticados quando se faz a avaliação da preensão palmar. O reflexo consiste em uma resposta de extensão-abdução dos membros superiores (eventualmente dos inferiores), ou seja, na primeira fase os braços ficam estendidos e abertos, com abertura dos dedos da mão, e em seguida de flexão-adução dos braços, com retorno à posição original. Tem início a partir de 28 semanas de gestação e costuma desaparecer por volta dos 6 meses de idade. A assimetria ou a ausência do reflexo pode indicar lesões nervosas, musculares ou ósseas, que devem ser avaliadas. 
Outros reflexos são menos frequentemente pesquisados, como o de Magnus-De-Kleijn (do esgrimista) em que, com a criança posicionada em decúbito dorsal, o examinador com uma das mãos estabiliza a região anterior do tórax e com a outra vira a cabeça da criança para o lado. A resposta esperada é a extensão dos membros do lado para o qual a face está voltada e a flexão dos membros voltados para o outro lado. Outro é o reflexo dos olhos de boneca, que é desencadeado quando se promove a rotação lateral da cabeça do RN, e os olhos seguem lentamente para o lado da rotação. O reflexo de Babkin é uma reação à pressão simultânea das palmas das mãos do bebê. Com esse estímulo, a criança abre a boca e mantém a cabeça na linha média levantando sua cabeça. Pode também haver fechamento dos olhos e flexão do antebraço do bebê. Reflexos tendinosos podem ser avaliados utilizando-se o martelo com ponta de borracha ou o próprio dedo do examinador para o estímulo. O reflexo patelar costuma ser facilmente detectável.
(pág 81 atenção à saúde do recém-nascido pdf).
9) Quando é administrado a vitamina K?
DOENÇA HEMORRÁGICA DO RN (Deficiência da Vitamina K) 
A vitamina K (Vitamina da coagulação), é necessária para a síntese hepática de protrombina (fator II) e fatores VII, IX e X (fatores do complexo protombínico), além das proteínas C e S inibidoras da coagulação e de outras proteínas presentes nos ossos, rins e pâncreas. 
Apresenta-se sob 3 formas isoladas:
· Vit. K1 (filoquinona) - Kanakion (suspensão aquosa coloidal); é a vitamina natural, lipossolúvel encontradas nas folhas verdes dos vegetais, sementes, tubérculos e frutas; 
· Vit. K2 (menaquinona): é a forma sintetizada pelas bactérias intestinais; 
· Vit. K3 (menadiona): representa os derivados hidrossolúveis, tais como, o Fosfato (Synkavit) e o sulfato (Hykinone).
Existem 3 fatores importantes no desencadeamento da deficiência da Vit. K: 
· Diminuição da ingestão de Vit. K; 
· Diminuição da absorção intestinal; 
· Diminuição da produção de Vit. K pelas bactérias do cólon (modificação da flora pelos antibióticos).
Há evidência que a Vit. K, seja deficientemente transportada pela placenta até o feto: os estoques hepáticos de Vit. K do feto humano são baixos, com concentrações por volta de 1/5 da encontradanas crianças mais velhas e nos adultos. 
Drogas anticonvulsivantes (primidona, carbamazepina, hidantoína e especialmente barbitúricos) administrados à mãe, diminuem os níveis de fatores dependentes da Vit. K. Estes anticonvulsivantes podem gerar enzimas microssômicas no fígado fetal, o que aumentaria a degradação da vitamina K fetal, cujos níveis circulantes já são baixos. 
O sangramento nesses RN é mais precoce (primeiras 24 horas) e mais graves (tendem sangrar em cavidade pleural, cérebro e fígado). 
A profilaxia com Vit. K, na gestante é discutido, devido ao deficiente transporte da vitamina K através da placenta (os níveis dos fatores dependentes da vitamina K estão abaixo de 50% dos valores nos adultos); no entanto tem sido proposto o uso de Vit. K na gestante como forma de profilaxia da doença hemorrágica do RN. 
Considerar cesariana nestes pacientes (um parto traumático pode levar a maciça hemorragia subdural). É questionável o uso no pré-natal da vitamina K como profilaxia da hemorragia peri/intraventricular.
OBS:
Uso profilático da vitamina K: intramuscular x oral
O objetivo da profilaxia é repor os estoques da vitamina K e assim evitar a ocorrência de sangramentos. Pode ser feita através da administração via intramuscular ou oral. Ambas com boa eficácia, sendo a administração intramuscular em dose única e a oral em múltiplas doses.
· Profilaxia via intramuscular é feita com 0,5 a 1 mg em dose única e é a recomendada pela maioria dos centros de referência brasileiros e internacionais.
· Via oral, foram propostos diferentes esquemas para a administração da vitamina K, sendo a reposição na forma de fitomenadiona 1mg semanal até 12 semanas ou 2 mg com 1, 7 e 30 dias de vida.
Portanto, para os pais que recusarem a realização da vitamina K intramuscular, deve-se assegurar que a administração das doses de vitamina K por via oral ocorram de forma correta, pois um engano ou esquecimento poderá levar ao risco de ocorrer hemorragia intracraniana, um evento raro, mas catastrófico na vida do bebê e de sua família.
10) Deve haver alguma prescrição para criança nessa idade?
[documento científico]
VITAMINA D:
Para recém-nascidos a termo, recomenda-se suplementação medicamentosa profilática de 400 UI de vitamina D/dia, a partir da primeira semana de vida até os 12 meses, e de 600 UI/dia dos 12 aos 24 meses, inclusive para lactentes em aleitamento materno exclusivo, independentemente da região do país; 
Para recém-nascidos pré-termo, recomenda-se suplementação profilática oral de vitamina D (400 UI/dia), que deve ser iniciada quando o peso for superior a 1500 g e houver tolerância plena à nutrição enteral; 
Por ausência de consenso na literatura em relação à exposição solar segura e necessária para se atingir concentrações séricas adequadas de vitamina D em lactentes, suplementação medicamentosa profilática é sempre recomendada.
11) Como é profilaxia oftálmicas e hemorrágicas e como é feito? 
[atenção à saúde do recém-nascido pág. 49]
Prevenção da oftalmia gonocócica pelo método de Credé Retirar o vérnix da região ocular com gaze seca ou umedecida com água, sendo contraindicado o uso de soro fisiológico ou qualquer outra solução salina. Afastar as pálpebras e instilar uma gota de nitrato de prata a 1% no fundo do saco lacrimal inferior de cada olho. A seguir, massagear suavemente as pálpebras deslizando-as sobre o globo ocular para fazer com que o nitrato de prata banhe toda a conjuntiva. Se o nitrato cair fora do globo ocular ou se houver dúvida, repetir o procedimento. Limpar com gaze seca o excesso que ficar na pele das pálpebras. A profilaxia deve ser realizada na primeira hora após o nascimento, tanto no parto vaginal quanto cesáreo.
Prevenção do sangramento por deficiência de vitamina K Administrar 1mg de vitamina K1por via intramuscular ou subcutânea ao nascimento.
12) O que é índice de apgar e como é feito?
Condições vitais: realizada concomitantemente com as manobras de recepção do RN quando são apreciadas a integridade cardiorrespiratória e a neuromuscular. Para se demonstrar as condições de nascimento é estabelecido o índice de Apgar no 1º e 5º minutos de vida que inclui a avaliação da frequência cardíaca, esforço respiratório, tono muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele (Tabela 1).
(pág 6 pdf manual de neonatologia).
O boletim APGAR é um escore de avaliação da vitalidade neonatal precoce.
O APGAR é uma medida de vitalidade, que deve e pode ser calculada depois que as medidas de cuidado inicial forem tomadas.
Teoricamente, um escore baixo indica a presença de asfixia neonatal; e um escore alto (normal), sua ausência. 
Fórmula de cálculo A pontuação mínima é 0 e a máxima é 10. Rotineiramente, calculamos o APGAR no 1º e 5º minutos. Sempre que a pontuação for menor ou igual a 6, o escore continua a ser calculado com intervalos de cinco minutos (ex.: 10º, 15º, 20º minutos) até que se obtenha uma nota maior ou igual a 7. ***
OBS.: O boletim de APGAR não deve ser utilizado para determinar o início da reanimação nem as manobras a serem instituídas no decorrer do procedimento. No entanto, sua aferição longitudinal permite avaliar a resposta do RN às manobras realizadas e a eficácia dessas manobras. Se o escore é inferior a 7 no 5º minuto, recomenda-se sua aplicação a cada cinco minutos, até 20 minutos de vida.
13) Quais os cuidados com o coto umbilical?
Para limpar o umbigo, após o banho seque a região e passe apenas álcool a 70% no local. Evite que o álcool pingue na pele ao redor do umbigo ou em outras partes do corpo do bebê. Se a área ao redor do umbigo ficar vermelha ou se aparecer secreção amarelada, com pus e mau cheiro, pode ser sinal de infecção. Neste caso, leve sua filha imediatamente a um profissional de saúde. O coto, a parte do umbigo que seca, costuma cair até o final da segunda semana de vida dos bebês. Não coloque faixas, moedas ou qualquer outro objeto ou substância sobre o coto, pois isto pode causar infecção.
14) Qual é a manobra coxofemoral e para que serve?
Para avaliar a presença de luxação congênita de quadril realizam-se as manobras de Ortolani e de Barlow. Ambas devem ser realizadas com o RN em decubito dorsal em superfície firme. 
Na manobra de Ortolani flexiona-se o joelho e quadril em 90 graus, segurando as pernas e as coxas do RN com as mãos e apoiando o polegar na face medial da coxa, na altura do pequeno trocanter e o dedo médio no grande trocanter. Ao promover a abdução das coxas, quando a cabeça do fêmur está luxada ocorre o deslizamento da mesma para dentro do acetábulo provocando um ressalto na mão do examinador; no movimento de adução da articulação coxofemural a cabeça do fêmur desliza para fora e para trás constatandos-se novamente o ressalto. 
Na manobra de Barlow, com os quadris em abdução média, enquanto uma mão segura a coxa com o polegar no pequeno trocanter e o dedo indicador na face lateral da coxa apoiado no grande trocanter, a outra mão estabiliza o quadril. Quando há instabilidade articular ocorre a entrada da cabeça do fêmur no acetábulo ao se pressionar o grande trocanter, e a saída ao se pressionar o polegar na região inguinal sobre a cabeça do fêmur.
1. Como estimar a idade gestacional se não tiver DUM ou US?
AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL DO RECÉM-NASCIDO PELO MÉTODO DE CAPURRO
Para realizar a avaliação da idade gestacional pelo método de Capurro utiliza-se uma tabela. À somatória dos pontos obtidos acrescenta-se 204 e divide-se por 7. O resultado obtido corresponde à idade gestacional em semanas. Idade gestacional = (Somatória dos pontos + 204) / 7

Mais conteúdos dessa disciplina