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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
AlfaCon Concursos Públicos
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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ÍNDICE
Direito Penal – Parte Especial ����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Do Roubo e da Extorsão ����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Roubo ������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Extorsão ��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������4
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Direito Penal – Parte Especial
Do Roubo e da Extorsão
Roubo
Art. 157 – Subtrair COISA MÓVEL ALHEIA, para si ou para outrem, mediante GRAVE AMEAÇA ou 
VIOLÊNCIA a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, REDUZIDO À IMPOSSIBILIDADE 
DE RESISTÊNCIA:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
O crime de roubo é um crime complexo por que tutela vários bens jurídicos provenientes da 
fusão dos crimes de furto e constrangimento ilegal� O meio de cometimento do crime envolve dois 
tipos de violência:
 → VIOLÊNCIA PRÓPRIA: quando o agente se vale de violência física (vis absoluta) ou de grave 
ameaça (violência moral ou vis compulsiva);
 → VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA: consiste em, de qualquer modo, reduzir a capacidade de resistência 
da vítima (ex�: boa noite cinderela)�
SUJEITOS DO CRIME
ATIVO Qualquer pessoa
PASSIVO Qualquer pessoa
BEM JURÍDICO 
TUTELADO Patrimônio e liberdade individual
CLASSIFICAÇÃO DO 
CRIME Crime comum e material
CONDUTA Quem se utiliza de violência (própria ou imprópria) para subtrair o bem
ELEMENTO SUBJE-
TIVO Apenas dolo
CONSUMAÇÃO E 
TENTATIVA
1) Roubo próprio: consuma-se com o apoderamento do bem, mediante violência ou grave ameaça
2) Roubo impróprio: consuma-se com o emprego da violência ou grave ameaça
ATENÇÃO! Entende o STF que o roubo cometido contra duas ou mais pessoas no mesmo contexto, 
ainda que familiares, caracteriza concurso formal de crimes.
AÇÃO PENAL Pública Incondicionada
Roubo Impróprio
§ 1º – Na mesma pena incorre quem, LOGO DEPOIS de subtraída a coisa, emprega violência contra 
pessoa ou grave ameaça, A FIM DE ASSEGURAR A IMPUNIDADE do crime ou a detenção da coisa 
para si ou para terceiro.
A figura do roubo impróprio caracteriza como crime a conduta de utilizar a violência própria após 
a subtração da coisa, com o dolo específico de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa�
ATENÇÃO! O uso de violência imprópria no roubo impróprio NÃO EXISTE, enquadrando-se 
tal conduta em concurso material com lesão corporal leve.
Aumento De Pena
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (UM TERÇO) ATÉ METADE:
I – REVOGADO
É interessante o posicionamento da Lei 13�654 de 2018, revogando tal dispositivo� O entendimento 
prévio era de que o uso de arma (seja própria ou imprópria) caracterizaria esse inciso� Hoje não vale mais�
II – se há o concurso de DUAS OU MAIS pessoas.
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Computa-se esse aumento ainda que haja menores e/ou agentes não identificados�
III – se a vítima está em serviço de TRANSPORTE DE VALORES e o agente CONHECE TAL CIR-
CUNSTÂNCIA.
Percebe-se que, para caracterizar o aumento, são necessárias duas condições:
 → em serviço de transporte de valores;
 → o agente conhecer tal circunstância�
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para OUTRO ESTADO ou 
para o EXTERIOR;
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, RESTRINGINDO SUA LIBERDADE.
VI – se a subtração for de SUBSTÂNCIAS EXPLOSIVAS ou de ACESSÓRIOS que, conjunta ou isola-
damente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
Trata-se de mais uma alteração marcada pela Lei 13�654/2018� Aqui vale apena destacar o objeto 
material do roubo� Em se tratando de explosivos ou acessórios para a fabricação, montagem ou 
emprego, haverá aumento de pena�
Aumento Especial de Pena
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (DOIS TERÇOS):
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
A Lei 13�654 de 2018 inseriu o parágrafo 2º A, restringindo o aumento de pena no crime de furto� 
Agora será considerado aumento de pena apenas em se tratando de arma própria (fogo), não abran-
gendo mais a arma imprópria� Além disso, entende o STF que é desnecessária a perícia na arma e a 
apreensão (desde que haja outros meios de prova) para o enquadramento do aumento� Cabe à parte 
comprovar a ineficácia do meio�
ATENÇÃO! Em se tratando de simulacro, permanece o entendimento de que ainda é roubo (pois 
tem capacidade de constranger), mas é descaracterizado do aumento de pena!
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de EXPLOSIVO ou de 
ARTEFATO análogo que cause PERIGO COMUM.
Qualificadoras
§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
O Inciso II retrata o chamado “Latrocínio”, que nada mais é do que roubo qualificado pela 
morte� A conduta consiste em um crime preterdoloso, em que o resultado se dá por culpa (regra)� 
No entanto, entende a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores ser possível o enquadra-
mento jurídico nesse crime quando a morte se der por dolo (direto ou eventual)� Assim, caso ladrões 
entrem no banco, na expectativa de subtrair bens, e matam o segurança antes da subtração, acabam 
por cometer latrocínio, visto que o elemento subjetivo principal do agente é subtrair�
ATENÇÃO! O coautor que participa de roubo armado responde pelo latrocínio, ainda que o 
disparo tenha sido efetuado só pelo comparsa (STF). Contudo, a mesma Corte entendeu: não 
pode, porém, ser imputado o resultado morte ao coautor quando há rompimento do nexo causal 
entre a conduta dele e a de seu comparsa(informativo 670).
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA DE LATROCÍNIO: o crime se consuma com a efetiva morte, 
pouco importando a subtração do bem (Súmula 610 do STF)� Apesar de se tratar de figura preterdo-
losa, admite-se a tentativa, como no caso do agente levar um tiro, mas sobreviver�
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Súmula 610: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o 
agente a subtração de bens da vítima.
COMPETÊNCIA: apesar de envolver a morte, o crime de latrocínio é crime contra o patrimô-
nio, portanto passível de julgamento no juízo comum, como afirma a súmula 603 do STF:
Súmula 603: A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do 
tribunal do júri.
ATENÇÃO! Para o STF, o latrocínio cometido contra várias vítimas diferentes consiste em crime 
único (ex.: casal) – Informativo 705!
Extorsão
Art. 158 – CONSTRANGER ALGUÉM, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuitode obter 
para si ou para outrem indevida VANTAGEM ECONÔMICA, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de 
fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
O crime de extorsão ocorre a partir do momento em que a vítima é constrangida, mediante violên-
cia ou grave ameaça, independentemente do pagamento da vantagem indevida (mero exaurimento – 
súmula 96 do STJ)� Ex�: comete o crime de extorsão a funcionária que, mediante chantagem, intimida o 
seu patrão a lhe dar o valor de R$ 100�00 para que ela não conte o caso que tiveram à sua esposa�
ATENÇÃO! A extorsão não se confunde com roubo! No roubo, a violência e a grave ameaça são uti-
lizadas para retirar (tomar à força) o bem da vítima por se tratar de um bem disponível, enquanto 
na extorsão, o bem é entregue ao agressor pela vítima, visto que o bem não está disponível.
SUJEITOS DO CRIME
ATIVO Qualquer pessoa
PASSIVO Qualquer pessoa
BEM JURÍDICO 
TUTELADO Patrimônio, liberdade individual e integridade física e mental.
CLASSIFICAÇÃO DO 
CRIME Crime comum e formal
CONDUTA Constranger alguém (mediante violência ou grave ameaça), no intuito de obter VANTAGEM ECONÔMICA.
ELEMENTO SUBJE-
TIVO Apenas dolo específico de obter vantagem indevida econômica.
CONSUMAÇÃO E 
TENTATIVA
Consuma-se com o constrangimento com o comportamento da vítima de fazer, tolerar que se faça 
ou não faz algo. Por se tratar de crime plurissubsistente, admite a tentativa.
AÇÃO PENAL Pública Incondicionada
Aumento de Pena
§ 1º – Se o crime é cometido por DUAS OU MAIS PESSOAS, ou com EMPREGO DE ARMA, aumenta-se 
a pena de UM TERÇO ATÉ METADE.
O cometimento do crime por duas ou mais pessoas, ainda que inimputável, confere o aumento de 
pena previsto� Já quanto ao emprego de arma, com o recente entendimento dado ao crime de roubo, 
não se tem posicionamento jurisprudencial a respeito do tema� A princípio, permanece valendo o 
uso de arma própria ou imprópria, sendo DISPENSÁVEIS a perícia e a apreensão da arma�
Qualificadoras
§ 2º – Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
AlfaCon Concursos Públicos
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
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São as qualificadoras de lesão grave e morte� A extorsão com resultado morte é considerada 
crime hediondo�
Extorsão Mediante Restrição de Liberdade (Sequestro Relâmpago)
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa CONDIÇÃO É NECESSÁRIA 
para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se 
resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente.
Dessa forma, para que se configure o delito em estudo, há necessidade de que a vítima tenha sido 
privada de sua liberdade e essa condição seja necessária para a obtenção da vantagem econômica� 
Essa privação da liberdade deverá ocorrer por tempo razoável, permitindo, assim, que se reconheça 
que a vítima ficou limitada em seu direito de ir, vir ou mesmo permanecer, em virtude do comporta-
mento levado a efeito pelo agente�
Por outro lado, a privação da liberdade da vítima DEVE SER UM MEIO, ou seja, uma 
CONDIÇÃO NECESSÁRIA para que o agente obtenha sucesso na obtenção da vantagem econômi-
ca� Citam-se como exemplos dessa hipótese quando a vítima é obrigada a acompanhar o agente a um 
caixa eletrônico a fim de que possa efetuar o saque de toda a importância disponível em sua conta 
bancária, ou mesmo aquele que obriga a vítima a dirigir-se até a sua residência, a fim de entregar-lhe 
todas as joias existentes no seu cofre, que somente poderia ser aberto mediante a apresentação das 
digitais do seu proprietário�
Exercícios
01. Em crime de latrocínio, a ocorrência de duas mortes e de uma única subtração configura 
concurso formal de crimes�
Certo ( ) Errado ( )
02. O posicionamento dominante no Supremo Tribunal Federal é pelo não cabimento da conti-
nuidade delitiva entre roubo e latrocínio�
Certo ( ) Errado ( )
03. A distinção entre o roubo e a extorsão está no grau de participação da vítima, tendo em vista 
que, no segundo tipo penal, é exigida a participação efetiva do agente lesado�
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito
01 - Certo
02 - Certo
03 - Certo

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