Buscar

MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GESTAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DAS MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GESTAÇÃO 
 
Cardiovascular 
É um dos que mais sofre impacto na gravidez. A 
hipervolemia começa se instalar no início da 
gestação. 
• FC em repouso começa a aumentar cerca 
de 10-20 bpm 
• Aumento o volume sanguíneo em 45% a 
50% 
Capacidade cardíaca aumentada: ritmo cardíaco – 
débito cardíaco – volume sistólico. 
Na mulher não gestantes, elevações agudas da 
volemia ativam receptores de volume e 
barorreceptores → secreção de peptídeo atrial 
natriurético → aumentando a excreção de sódio e 
água + vasodilatação. 
Durante a gravidez 
O peptídeo atrial natriurético eleva-se 
gradualmente gerando aumento lento da volemia 
= receptores menos sensíveis aos estímulos. 
Queda da resistência vascular sistêmica mediada 
pela progesterona, prostaciclina e também pela 
ação do óxido nítrico, provocam vasodilatação. 
Essas substâncias promovem refratariedade 
vascular aos estímulos vasoconstritores da 
angiotensina II e catecolaminas. 
 
 
Aumenta pressão venosa dos membros inferiores. 
Aumento da resistência que o fluxo sanguíneo 
encontra nas extremidades inferiores ao juntar-se 
ao fluxo proveniente do útero. 
O reservatório venoso aumenta a capacidade das 
veias para reter sangue, contribuindo para 
problemas circulatórios como edema, trombose, 
varizes. 
Compressão parcial da veia cava pelo útero 
aumentado de volume, o retorno venoso no átrio 
direito cai. Síndrome da Hipotensão aguda. 
 
Hematológico 
O volume plasmático e o eritrocitário ↑ de forma 
desigual (50% x 25%) Hemodiluição ↓ viscosidade 
plasmática 
• ↓ trabalho cardíaco 
• O volume eritrocitário absoluto está 
aumentado 
• (↑ eritropoietina + discreta ↑ reticulócitos) 
• Anemia na gestação = hemoglobina < 11 
g/dL e hematócrito < 32%. 
As necessidades de ferro durante o ciclo gravídico 
puerperal ↑ 
1. Consumo pela unidade fetoplacentária; 
2. Produção de Hb e mioglobina; 
3. Depleção por meio de perdas sanguíneas 
e do aleitamento. 
Sem suplementação exógena adequada a 
maioria das gestantes evolui para anemia 
ferropriva. 
Plaquetas 
Na gravidez normalmente, os níveis plaquetários 
estão discretamente reduzidos (hemodiluição / 
consumo de plaquetas no leito uteroplacentário). 
Considera-se plaquetopenia na gestação 
contagem inferior ou igual a 100.000/mm3. 
GESTAÇÃO= ESTADO DE 
HIPERCOAGULABILIDADE 
• Mediado por processos hormonais, ↑ 
estrógeno e progesterona; 
• TODOS os fatores de coagulação estão 
elevados, com exceção dos fatores XI e 
XIII; 
• ↑ em até́ 50% do fibrinogênio e dímero D; 
• ↓ dos níveis proteína S e ↑ resistência à 
proteína C ativada; 
• A atividade fibrinolítica está reduzida. 
Leucocitose – Muitas vezes fisiológica 
Pode estar presente na gravidez normal, com 
valores entre 5.000 e 14.000/mm3, às custas de 
células PMN e linfócitos CD8. 
Durante o parto e o puerpério imediato, os 
valores dos leucócitos elevam-se podendo 
chegar a 29.000/mm3. 
Síndrome hipertensiva 
gestacional 
Para evitar 
isso, colocar 
a paciente 
em 30°C 
• As proteínas inflamatórias da fase aguda 
estão aumentadas em TODO o período 
gestacional; 
• A proteína C reativa apresenta níveis 
plasmáticos ↑ próximo ao parto; 
• VHS ↑ por causa do aumento de 
fibrinogênio e globulinas no sangue, 
perdendo seu valor em investigações 
diagnosticas na gravidez. 
 
Imunológico 
Facilitar a imunossupressão = tolerância aos 
antígenos paternos e fetais. 
Supressão relativa de citocinas tipo Th1 na 
resposta dos linfócitos, levando a uma prevalência 
na resposta do tipo Th2. 
As células Th1, são necessárias para uma 
resposta eficiente contra patógenos intracelulares 
(vírus e certos parasitas unicelulares). 
O aumento fisiológico das concentrações de 
cortisol, progesterona, estradiol e testosterona, pp 
no terceiro trimestre, estão envolvidos na 
polarização das citocinas Th2, não sendo Th1. 
Imunomodulador = Progesterona 
• Bloqueia proliferação linfocitária; 
• Modula a produção de anticorpos; 
• Diminui a quebra oxidativa dos monócitos; 
• Reduz a produção de citocinas pró-
inflamatórias pelos macrófagos na 
resposta a produtos bacterianos; 
• Altera a secreção de citocinas dos clones 
das células T. 
 
Respiratório 
Alterações anatômicas: 
• Aumento da circunferência torácica e do 
diâmetro AP (↑ ângulo costofrênico). 
➢ ↓ capacidade funcional residual em 
até́ 20% 
• Elevação e maior excursão do diafragma. 
➢ ↑ uterino ↓ excursão 
Na gravida a demanda de O2 ↑ 20 a 30% e a FR 
não se altera 
➔ Volume Corrente: é o volume de ar que 
inspiramos e expiramos normalmente a 
cada ciclo. 
➔ Volume-minuto: é a quantidade total de ar 
novo que entra nas vias respiratórias a 
cada minuto (volume corrente X FR). 
1. Níveis crescentes de progesterona agem 
no SNC (centros respiratórios) e 
diretamente na musculatura lisa dos 
brônquios e vasos pulmonares, facilitando 
o fluxo aéreo e sanguíneo (queda da 
resistência vascular). 
2. A hemodiluição e a queda da hemoglobina 
induzem o aumento do volume corrente 
compensando o fato de que a FR não se 
altera. 
3. ↑ volume corrente = ↑ do volume minuto. 
 
Essas alterações provocando um padrão de 
hiperventilação 
➔ ↑ volume minuto (50%) e do volume 
corrente (40%) 
➔ ↓ pressão parcial de dióxido de carbono 
(pCO2) 
➔ Facilitando a excreção do CO2 fetal. 
A alcalose respiratória desvia a curva de 
dissociação de oxigênio para a esquerda, o que 
dificulta sua liberação para os tecidos maternos. 
➔ A sensação de dispneia pode ser agravada 
por certo grau de congestão e edema das 
mucosas nasais. 
➔ Dispneia importante, crescente e 
relacionada a esforços deve levar o clínico 
a pesquisar alterações cardiopulmonares. 
 
Aparelho urinário 
Aumento do fluxo sanguíneo nos rins (de 30 a 
50%) = ↑ filtração Aumento da eliminação urinária 
A musculatura lisa dos ureteres e da pelve renal 
sofrem ação da progesterona, diminuindo seu 
peristaltismo e dilatando-se. Estagnação da urina 
no sistema = coletor ↑ risco ITU 
• A redução da capacidade renal de 
concentrar a urina reduz a atividade 
antibacteriana. 
• Ocorre maior excreção de glicose e 
aminoácidos, fornecendo um meio de 
cultura apropriado para a proliferação de 
micro-organismos. 
• A urina de mulheres grávidas tem pH mais 
alcalino, situação favorável ao crescimento 
bacteriano. 
A clínica é soberana 
Aparelho gastrointestinal 
A progesterona ↓ peristaltismo, retardando o 
esvaziamento gástrico e o trânsito intestinal: 
• Náuseas / Constipação / Hemorroidas 
Refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago: 
• Pirose 
 
Sistema músculo esquelético 
Modificações na postura = centro de gravidade 
desloca-se para a frente 
Tendencia a tropeços, quedas e lombalgias 
• Maior mobilidade articular, especialmente 
nas articulações pélvicas 
• ↑ da base de sustentação e do ângulo dos 
pés com a linha mediana 
Marcha Anserina 
• Relaxamento dos ligamentos por ação da 
relaxina 
• Preparação para o parto vaginal 
 
Sistema nervoso central 
A sonolência já́ se manifesta no início da gravidez. 
• ↑ progesterona sérica & alcalose 
respiratória resultante da hiperventilação. 
• Alterações vasculares da ACM e posterior. 
• Lentificação geral do SNC, associada às 
alterações de memória e concentração. 
• As modificações do padrão de sono 
também contribuem para alterações da 
concentração, bem como levam a queixas 
de fadiga frequente. 
• Pioram com o aumento do volume uterino 
e do peso corporal. 
 
Endócrino 
HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS 
• O lobo anterior da hipófise aumenta. 
• Hiperplasia e hipertrofia (lactotrofos). 
• A prolactina aumenta, com pico durante o 
parto. 
• O β-hCG assemelha-se à fração beta do 
TSH. 
• ↓ TSH por feedback negativo (VR: 2,0-2,5). 
 
HORMÔNIOS TIREOIDIANOS 
• ↓ iodo = ↑ taxa de filtração glomerular e 
consumo. 
• ↑ produção e glicosilaçãoda globulina 
transportadora 
• ↓ frações livres dos hormônios. 
• T4 ↓ provavelmente pelo consumo fetal. 
• 15% das gestantes ↑ volume glandular 
• Se houver bócio → INVESTIGAR. 
 
Metabólicas 
O ganho de peso materno decorre, em grande 
parte, pela retenção hídrica. 
• Até́ 24 a 26 semanas - fase de anabolismo 
materno. 
• Direciona o aporte energético para as 
reservas somente maternas 
Redução da glicemia em jejum e basal 
Armazenamento de gordura e glicogênese 
hepática 
Transferência de glicose para o feto 
• Posteriormente inicia-se a fase catabólica 
aumentando o aporte energético para o 
feto. 
• Estimulação do mecanismo de lipólise, 
• ↑ resistência insulínica (hormônios contra 
insulares) 
• ↓ 40 a 70% na atividade da insulina (hPL, 
hPGH, adipocinas). 
O excesso de glicose pode levar a Diabetes 
gestacional, os altos níveis de glicose no sangue 
da mãe levam a glicose adicional ao bebê e o faz 
ganhar peso extra. Fazer rastreamento em casos 
de fatores de risco ou em toda mulher em IG 24 a 
28s. 
 
Pele e mucosas 
• ↑ oleosidade da pele 
• ↑ pilificação facial 
• Após o parto - queda de cabelos. 
• A retomada do padrão normalmente ocorre 
6 a 12 meses após o final da gravidez. 
• As estrias são comuns, tanto pelo aumento 
da distensão da pele como pelo aumento 
da produção de cortisol. 
Hiperpigmentação 
Progesterona atua sobre a secreção do hormônio 
melanotrófico pela hipófise 
• Age sobre as moléculas de tirosina na 
pele, induzindo à produção de melanina 
• Melasma ou cloasmas gravídicos, linha 
migra, aréola secundária (sinal de Hunter) 
e escurecimento em regiões de dobras. 
• Pode piorar com a exposição solar. 
↑ estrogênio promove angiogênese e o ↑ 
progesterona promove vasodilatação, podendo 
levar a: 
• Nevo aracnoide, eritema palmar, aumento 
da sudorese, aumento da secreção 
sebácea e hipertricose. 
 
Mamas 
• ↑ volume, firmeza e vascularização desde 
o início da gestação. 
• As mamas tornam-se sensíveis, 
pruriginosas e pesadas. 
• As aréolas alargam-se, ficam mais 
pigmentadas e aparecem pequenas 
elevações (Tubérculos de Montgomery). 
• A produção e a secreção de colostro se dá́ 
por desbloqueio dos receptores de 
prolactina, ocorrendo após a dequitação 
placentária com queda dos níveis de 
progesterona e estrogênio. 
• A manutenção da produção e da secreção 
láctea se dá por mecanismo 
neuroendócrino, mediado pela prolactina e 
ocitocina. 
 
Útero 
• Coloração violácea 
• Aumento da vascularização e da 
vasodilatação venosa. 
• Consistência do útero amolecida 
• Retenção hídrica do espaço extravascular. 
• Útero não gravídico +/- 60 a 70 g de peso 
e 10 ml de capacidade 
• Ao final da gestação pode atingir 700 a 
1.200 g e 5 l de capacidade. 
Assimetria Formato esférico 
 
O istmo torna-se edemaciado e amolecido, 
acentuando a anteversoflexão uterina. 
1º trimestre → compressão vesical. 
 
O colo do útero edemacia-se e amolece Regra de 
Goodell 
As fibras miometriais sofrem hiperplasia, 
hipertrofia e alongamento. 
A disposição das fibras musculares ordena-se de 
modo a formar dois feixes de fibras em espiral, que 
partem das tubas uterinas para convergir no istmo. 
O istmo alonga-se e incorpora-se ao corpo uterino 
até́ a 16a semana de gestação, sendo então 
chamado de segmento inferior. 
 
É comum observarmos a eversão do epitélio 
colunar da endocérvix, bem como sua metaplasia 
pela exposição ao conteúdo vaginal, geralmente 
mais ácido. 
 
Ocorre ainda hipertrofia glandular da endocérvix, 
com maior produção de muco e maior viscosidade, 
dando origem ao tampão mucoso, ou rolha de 
Schroeder. 
 
Vagina 
• ↑ vascularização → hiperemia e edema da 
mucosa vaginal → arroxeada (sinal de 
Kluge). 
• Percepção de pulsação nas paredes 
laterais vaginais (sinal de Osiander). 
• ↑ progesterona → acúmulo de glicogênio e 
↑ Lactobacillus → ↑ ácido lático e ↓ pH 
vaginal (3,5 a 6,0). 
• Controla infecções bacterianas, mas 
favorece infecções fúngicas. 
 
Vulva 
• ↑ vascularização local, fazendo surgir 
varizes vulvares em alguns pacientes. 
• A coloração, pelo mesmo motivo, também 
se apresenta arroxeada (sinal de 
Jacquemier-Chadwick). 
• Ocorre retenção de líquidos e consequente 
edema do vestíbulo vaginal. 
• ↑ pigmentação da pele vulvar, podendo se 
estender até́ a raiz das coxas.

Outros materiais