Análise do filme (1) (1)

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FACULDADE METROPOLITANAS UNIDAS
 
 
 
 
 
Atividade Prática Supervisionada: 
Análise do Filme “Uma cidade sem passado”
 
 
 
 
Bruna Giulia Zamarrenho Carvalho Correa, RA: 3205010; 
Camilla Eduarda Carvalho de Oliveira, RA: 1992937; 
 
 
 
São Paulo 
2021
O filme “Uma cidade sem passado” retrata como a memória sofre alterações com o passar do tempo, seja por ser extremamente volátil ou por ter sido manipulada, o filme começa contando a história de Sonja Rosenberger desde o seu nascimento, mostrando sua infância até sua vida adulta, ainda na escola foi designada para fazer uma redação com o tema “Minha cidade natal no terceiro Reich” que despertou a vontade de descobrir os segredos da sua cidade e escavar as memórias, perdeu o prazo da redação mas decidiu estudar história e escrever um livro com aquela temática, no final do filme depois de ter revelado o passado de Pfilzing, os mesmos cidadãos que tanto queriam ocultar o passado da cidade ou que ela não pesquisasse, passam a reconhecer Sonja como a heroína.
	Verifica-se que a memória no filme influenciada e manipulada pelas seguintes instituições: escola, família, igreja, prefeitura e biblioteca, por estar na esfera de atuação dessas entidades sociais acreditava na memória coletiva difundida por esses grupos, presumia que a cidade, principalmente a igreja era pura e íntegra, que não contribuíram e compactuam com os ideais nazistas, contudo essa não era verdade, buscou informações sobre o passado, questionando pessoas e procurando investigar em documentos que negavam o acesso por ir contra a memória coletiva, a personagem principal tendo que enfrentar obstáculos, como um excesso de burocracia, ataques e ameaças contra ela e sua família. 
	Além disso, a personagem teve que lidar com escárnio da população, pois defendia uma versão diferente de memória, ou seja, a memória coletiva, mesmo quando falsa, gera um apego popular, afinal é a memória do presente, dessa forma ela é defendida pela população por ser parte de sua cultura. O filme apresenta uma perspectiva perigosa da memória, não é totalmente exata, se mostrando vulnerável, mutável e manipulável, sofrendo influência das relações de poder, quem está no controle da sociedade pode favorecer sua narrativa pessoal ou do seu grupo, é o que ocorre no filme, no qual foram suprimidas narrações acerca dos documentos de Zuntobel e Karl Heinrich, pois esses documentos teriam informações sobre atos injustos cometidos por Juckenach e o padre Brummel que entregaram um homem inocente, apenas porque ele era judeu.
	O objetivo da história, é não deixar que a história se apague, para atingir esse objetivo são utilizados pesquisas e investigações, como Sonja fez no filme apresentando um questionamento ao passado, apesar da população da cidade contar sempre a mesma versão da história, Sonja foi atrás de dados e documentos para provar se a versão contada era realmente a verdadeira, questionando pessoas e lendo documento que teve dificuldade de conseguir o acesso, acabando por descobrir que a memória atual era diferente do que aconteceu, eis que a história estava maculada por uma memória manipulada pela elite social, ao final sonja consegue propagar a história verdadeira por meio de um livro, explicando suas investigações e como os eventos teriam acontecidos, formando uma história mais fiel ao fatos, todavia nenhuma história é definitiva, a história contada pela perspectiva não teria sido manipulado conscientemente por indivíduos em posições de poder. 
Em suma, a memória pode ser entendida como um meio de construir história, o resultado final da pesquisa de Sonja foi uma verdade capaz de elaborar um conhecimento, tendo sido utilizado uma abordagem sistemática e metodológica, investigando-se em diversas recipientes de memória, em especial testemunhas e documentos escritos, esse conhecimento cientifico, produzido pela protagonista, expôs uma verdade elaborada que contrariava a memória coletiva, baseada no conhecimento cotidiano, que tinha sido adulterado pelas instituições que estavam no poder, ao apresentar essa verdade otimizada Sonja acabou alterando a memória coletiva que a população tinha da cidade, e por consequência a história da própria cidade, contudo ela. É interessante como a memória, sendo uma fonte para produção de história, pode acabar produzindo histórias diversas, a depender da perspectiva adotada ou da pessoa que a está utilizando para contar a história, a história do filme demonstra como, apesar de não haver como adotar uma abordagem 100% objetiva, ao se utilizar de uma metodologia científica há uma chance maior de que o resultado final esteja mais próximo do valor optimun de verdade, quer seja por haver uma redução do subjetivismo, pelo estabelecimento de regras sistemáticas e rigorosas ou pelo cruzamento de diversas fontes históricas.