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Ferramentas quantitativas da qualidade

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/
DEFINIÇÃO
Identificação e emprego da ferramenta de estratificação, da folha de verificação e do histograma
na gestão da qualidade, bem como do diagrama de dispersão, do gráfico de Pareto e de cartas ou
gráficos de controle.
PROPÓSITO
Compreender as principais ferramentas de gestão de abordagem predominantemente quantitativa
a fim de exercer ou diagnosticar a gestão da qualidade em diferentes contextos organizacionais
contemporâneos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Empregar as seguintes ferramentas da qualidade: estratificação, folha de verificação e histograma
MÓDULO 2
Aplicar as seguintes ferramentas da qualidade: diagrama de dispersão, gráfico de Pareto e cartas
de controle
/
INTRODUÇÃO
A complexidade do atual ambiente de negócios e o acirramento da concorrência entre as
empresas são fatores que estimulam o estudo e a aplicação de tópicos relacionados à gestão da
qualidade. Isso ocorre porque a sociedade espera por um padrão de qualidade cada vez mais
elevado por parte das empresas, ou porque os clientes já se acostumaram com certo padrão de
qualidade (e, por essa razão, tendem a buscar padrões mais elevados), ou porque o número
médio de concorrentes aumentou substancialmente nos mais diversos mercados de atuação das
empresas.
Mais concorrência significa uma tendência a produtos e serviços mais similares entre si, o que
aumenta a necessidade de pensarmos estrategicamente sobre a gestão de uma qualidade
superior para buscarmos vantagem competitiva em nosso mercado de atuação.
Neste tema, conheceremos ferramentas de abordagem quantitativa (numérica) que são
importantes para buscarmos essa qualidade. Veremos seis ferramentas fundamentais da gestão
da qualidade e você aprenderá também que cada ferramenta serve para determinado propósito.
Existem ferramentas que nos ajudam na identificação de problemas, outras em sua priorização.
Há, ainda, ferramentas que podem servir para a proposição de um projeto ou de uma atividade.
Dentro de suas peculiaridades, todas são úteis para a gestão da qualidade nas organizações.
/
É fundamental, portanto, que você conheça essas ferramentas e que saiba utilizá-las
adequadamente, pois, no atual ambiente competitivo, não podemos contar somente com nossa
intuição ou habilidade. É necessário, também, termos métodos precisos ao gerirmos a qualidade
de uma empresa ou demais tipos de organizações.
MÓDULO 1
 Empregar as seguintes ferramentas da qualidade: estratificação, folha de verificação e
histograma
ESTRATIFICAÇÃO
A estratificação é uma das ferramentas, ou um dos procedimentos, mais frequentes dentro do
contexto da gestão da qualidade e ganhou força a partir da denominada era do controle estatístico
da qualidade, em especial após a década de 1930.
O uso da ferramenta consiste no desdobramento de dados a partir de um levantamento ocorrido
em categorias, grupos, ou seja, estratos para determinar sua composição. O objetivo de seu uso é
auxiliar na análise e na pesquisa para o desenvolvimento de oportunidades de melhoria, na
medida em que possibilita a visualização da composição real dos dados por seus estratos.
/
A ESTRATIFICAÇÃO É UMA FERRAMENTA DA
QUALIDADE QUE TEM POR OBJETIVO SEPARAR OS
DADOS LEVANTADOS EM GRUPOS DISTINTOS, COMO,
POR EXEMPLO, ESTRATIFICAÇÃO POR LOCAL, POR
DATA, POR TURNO, POR TIPO ETC. A ESTRATIFICAÇÃO
PERMITE ANALISAR OS DADOS SEPARADAMENTE
PARA DESCOBRIR ONDE REALMENTE ESTÁ A
VERDADEIRA CAUSA DE UM PROBLEMA.
MARTINS (2013)
Daí decorre a importância dessa ferramenta, fundamental para a gestão da qualidade, posto que
permite a identificação, por exemplo, de contextos que podem estar levando a resultados ruins
para uma organização em termos de qualidade.
 EXEMPLO
Para praticar: pode-se imaginar, como informação global, o número de acidentes em uma
indústria, por exemplo, 180. Mas essa informação não ajuda a compreender o problema. Quando
o total de ocorrências é estratificado por departamento, por turno, por dia da semana, por tipo, por
categoria, entre outras classificações (estratos), aí sim temos fornecidas valiosas informações
sobre onde, efetivamente, ocorre o problema na organização para que ele seja, então, tratado de
forma sistemática.
Vamos detalhar o contexto do exemplo trazido sobre os acidentes na indústria:
/
Supondo que esses dados sejam reais, realizando a separação em estratos (estratificação) de
categorias, conseguimos chegar a uma análise mais adequada. As perguntas que podem ser
feitas, para esse exemplo, são as seguintes: onde estão os maiores focos de acidentes a serem
evitados? Onde você investiria mais tempo e dinheiro?
Após a análise da estratificação, percebemos facilmente que os acidentes ocorrem especialmente
no turno A e dentro do departamento X da empresa. Com essa informação em mãos,
conseguiríamos ser mais assertivos em nossa tomada de decisão e investir nossos esforços no
turno e departamento adequados.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Vamos pensar em uma situação um pouco mais complexa. Dona Marta, no ramo há mais de 20
anos, tem uma pequena rede de salões de beleza, composta por três salões localizados nos
bairros Interlagos, Liberdade e Morumbi, na grande São Paulo. Dona Marta, exigente que é, não
aceita que o tempo de espera para que seus clientes sejam atendidos seja maior do que 15
minutos e enxerga isso como uma falta de qualidade em seu serviço. Ao verificar que, em média,
seus clientes esperam aproximadamente 16,5 minutos para serem atendidos, a empresária
decidiu contratar uma consultoria para diagnosticar em que parte do processo está ocorrendo esse
problema.
Diante desse cenário, sua missão é a de, a partir da construção de um gráfico de estratificação,
identificar as principais fontes de problemas na empresa e mostrar para Dona Marta os pontos em
/
que ela deverá investir mais para atender às necessidades de seus consumidores. Em outras
palavras, que conselhos você daria para Dona Marta?
Informações fornecidas pela Dona Marta para sua equipe de consultoria:
Tempo médio de espera para manicure – 18 minutos
Tempo médio de espera no período matutino – 15 minutos
Tempo médio de espera no período da noite – 18 minutos
Tempo médio de espera no salão Morumbi – 17 minutos
Tempo médio de espera no salão Liberdade – 14 minutos
Tempo médio de espera para clientes homens – 16 minutos
Tempo médio de espera no período da tarde – 17 minutos
Tempo médio de espera para corte de cabelo – 15 minutos
Tempo médio de espera no salão Interlagos – 19 minutos
Tempo médio de espera para clientes mulheres – 17 minutos
Tempo médio de espera para alisamento capilar – 17 minutos
A primeira dica aqui consiste na separação das categorias. Considerando que todas dizem
respeito ao tempo médio de espera, devemos ver quais são então as subcategorias. Nesse caso,
teríamos:
TIPO DE SERVIÇO (MANICURE, CORTE DE CABELO E
ALISAMENTO CAPILAR)
PERÍODO (MATUTINO, TARDE E NOITE)
/
UNIDADE (MORUMBI, LIBERDADE E INTERLAGOS)
GÊNERO (CLIENTES MULHERES E HOMENS)
Ao montar o seu gráfico, por exemplo, em Excel, você chegaria à conclusão de que as maiores
taxas de demora ocorrem no salão de Interlagos, no serviço de manicure, no atendimento às
mulheres e, principalmente, no período da noite.
Para reflexão: note que essas informações são valiosas para que Dona Marta possa concentrar
seus esforços nos principais fatores que estão impactando a qualidade de atendimento de sua
rede. Podemos pensar o contrário: não parece estratégico que Dona Marta concentre seus
esforços prioritariamente no salão da Liberdade, no período da manhã em cortes de cabelo
masculino, pois essas subcategorias, ou extratos, apresentam tempo médio de atendimento que já
atende ao limite de 16,5 minutos estabelecidos pela empresária como adequados. Isso não
significa dizer que não devemos melhorar sempre todos os serviços ofertados, e sim que devemos
priorizar, como gestores, nossos esforços de tempo, desgaste mental e financeiro.
 SAIBA MAIS
Para utilizar a ferramenta estratificação,é importante que você conheça os conceitos de variáveis
numéricas (quantitativas) e de variáveis qualitativas, ilustrados pela figura 1:
/
 Figura 1 – Variáveis quantitativas e qualitativas
As variáveis quantitativas são representadas por meio de números resultantes de uma contagem
ou mensuração. Elas podem ser de dois tipos:
VARIÁVEIS DISCRETAS
Os valores representam um conjunto finito ou não de números e resultam de uma contagem, por
exemplo: número de filhos (0,1,2,…), número de bactérias por amostra, número de copos de
cerveja tomados por dia. No caso do salão de Dona Marta, não tivemos essa categoria de
variável presente, mas poderíamos pensar no número de clientes como uma variável
discreta.
VARIÁVEIS CONTÍNUAS
Os valores pertencem a um intervalo de números reais e representam uma mensuração como, por
exemplo, altura ou peso de uma pessoa. Nesses casos, números fracionais fazem sentido.
Exemplo: tempo (relógio) e pressão arterial. No caso do salão de Dona Marta, o tempo de
atendimento poderia representar uma variável contínua, dentro das demais categorias.
As variáveis qualitativas, por sua vez, representam uma qualidade (ou um atributo) de um
indivíduo pesquisado e são definidas por várias categorias. Essas variáveis podem ser de dois
tipos:
VARIÁVEL NOMINAL
/
Quando não existe nenhuma ordenação nas possíveis representações. Exemplos: sexo, cor dos
olhos, cor do cabelo, fumante/não fumante. No caso do salão de Dona Marta, o gênero dos
clientes poderia representar uma variável nominal.
VARIÁVEL ORDINAL
Quando apresentam uma ordem nos seus resultados. Exemplos: escolaridade, mês de
observação. No caso do salão de Dona Marta, o período do serviço prestado, se matutino,
tarde ou noite, poderia representar uma variável ordinal.
FOLHA DE VERIFICAÇÃO
A estratificação pode ser utilizada em conjunto com as denominadas folhas de verificação ou
folhas de checagem. Trata-se de uma ferramenta bastante simples usada para quantificar a
frequência com que certos eventos ocorrem, em determinado período. Como exemplo, podemos
pensar na frequência de reclamações de hóspedes em uma rede de hotéis durante um mês,
conforme tabela ao lado.
/
Note que, para o exemplo trazido, há 80 reclamações registradas por parte dos clientes, sete
grandes categorias de reclamações (ou estratos) e uma categoria genérica, denominada outras
categorias.
Dentro dessa análise do mês de abril, listamos os principais problemas relatados pelos clientes:
A DEMORA NA ENTREGA DE REFEIÇÕES (FREQUÊNCIA
= 15)
PROBLEMAS COM CHECK IN E CHECK OUT
(FREQUÊNCIA = 10)
FALTA DE TOALHAS OU COBERTAS (FREQUÊNCIA = 10)
O tópico 8, denominado “outras categorias”, também merece certa atenção por sua frequência
relativamente alta no conjunto de respostas (25% dos relatos, isto é, 20/80).
/
A principal mensagem que podemos extrair do uso dessa ferramenta é a de que temos
dificuldades, como gestores, de “atacarmos” todos os problemas da empresa de uma só vez. Essa
simples ferramenta nos ajuda, portanto, a estabelecer prioridades após conhecermos os fatores
que mais estão levando ao descontentamento dos clientes.
Apesar de sua facilidade, utilidade e baixo custo, a folha de verificação não considera pesos ou
níveis de importância relativa entre os eventos, o que pode limitar seu uso diante da necessidade
de realizar análises mais aprofundadas. Por outro lado, essa ferramenta deixa claro que nem
sempre precisamos investir em ferramentas caras para que possamos melhorar a qualidade de
nossa organização.
HISTOGRAMA
O histograma também é utilizado como ferramenta fundamental dentro da gestão da qualidade.
Podemos defini-lo como um tipo de gráfico de frequência que trata da distribuição de determinada
amostra ou população, conforme a figura 2.
O gráfico trazido na figura 2 trata de um exemplo ilustrado no site FM2S:
“Para estudar o comportamento das vendas, um administrador coleta informações sobre o número
de itens vendidos nos últimos 30 dias e constrói um histograma. Com esse gráfico, ele percebeu
que suas vendas variavam entre 28 e 52 unidades e na maioria dos dias ele vendia em torno de
40.”
/
 Figura 2 – Exemplo de Histograma
Vamos analisar o gráfico. No eixo vertical, temos a frequência e, no eixo horizontal, o número de
unidades vendidas. Como interpretar o histograma? É bastante simples. Dentro do mês analisado
foram vendidas, em média, 40 unidades por dia (o histograma coloca o número médio sempre no
centro, mesmo que esse número não represente a maior frequência). Veja que em cinco dias
foram vendidas exatamente 40 unidades, que em oito dias foram vendidas 44 unidades, e que o
maior número de unidades vendidas por dia foi 52, fato que aconteceu duas vezes no mês de
análise, e assim por diante.
Você já deve ter notado que o histograma é útil para termos um excelente panorama da
distribuição de um fenômeno (neste caso, vendas) no tempo. Conseguimos rapidamente extrair
informações importantes do gráfico, como o número mínimo vendido, o número máximo vendido, o
volume médio de vendas por dia, a simetria do processo e assim por diante.
 SAIBA MAIS
O software estatístico MiniTab pode ser útil para a construção de seu histograma. Pesquise na
internet sobre esse software.
/
Assista ao vídeo e veja exemplos do uso de ferramentas da qualidade de baixo custo operacional.
Com base nos conceitos explorados, vamos praticar!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Aplicar as seguintes ferramentas da qualidade: diagrama de dispersão, gráfico de
Pareto e cartas de controle
/
DIAGRAMA DE DISPERSÃO
 Gráfico ilustrativo.
O diagrama de dispersão, muito usado na Estatística, ajuda a visualizar a alteração sofrida por
uma variável quando outra se modifica. Um bom exemplo é a influência do grau de escolaridade
sobre a renda de um indivíduo.
À medida que se aumenta o grau de estudo do indivíduo (nesse caso, mediremos por anos de
estudo), aumenta-se a renda dele, conforme ilustração ao lado (criada apenas para fins didáticos,
não refletindo, necessariamente, a realidade desta relação).
No eixo vertical do gráfico, temos a variável renda, que está variando entre aproximadamente
2000 reais e 13000 reais por mês. No eixo horizontal, temos a variável tempo, expressa pelos
anos de estudo, que varia entre 2 e 16 anos. Os pontos em azul no gráfico representam cada
indivíduo que faz parte da amostra.
Como exemplo, você pode notar que há somente dois indivíduos que possuem exatos 2 anos de
escolaridade, e que um deles tem renda próxima aos 2000 reais, e o outro renda próxima aos
3000 reais. Se você compreendeu esse exemplo, significa que conseguirá interpretar o gráfico
como um todo.
Além dos pontos, você pode observar também uma linha tracejada em azul, cortando o gráfico.
Ela é apenas uma linha de tendência, colocada para facilitar a interpretação da relação entre as
/
duas variáveis que estamos investigando.
Esse gráfico mostra que há uma grande correlação positiva entre as variáveis renda e anos de
estudo. Isso significa dizer que quando uma variável aumenta, a outra também aumenta em
proporções similares. Além disso, quando uma variável diminui, a outra também diminui em
proporções similares. Logo, quanto maior for o tempo de estudo do indivíduo, maior tenderá a ser
sua renda dentro desse exemplo hipotético.
 SAIBA MAIS
Outra forma de perceber o tipo de relação que há entre as variáveis seria por meio do índice de
correlação entre ambas, que, nesse caso, se fosse calculado, seria igual a 0,85. 
 
Aqui você precisa saber que esse índice varia de 0 até 1, e que quanto mais próximo de 1, mais
forte é considerada a relação entre as variáveis, podendo ser ela positiva, como nesse caso (em
que conforme uma variável aumenta, a outra também aumenta), ou negativa (em que conforme
uma variável aumenta, a outra diminui).
Se tivéssemos, por exemplo, uma correlação de -0,85, isso significaria uma forte correlação
negativa. Ao lado, veja um exemplo de comopoderia ser um gráfico de dispersão com correlação
negativa. Neste mesmo exemplo, temos outro gráfico com correlação positiva, similar ao gráfico
mostrado anteriormente, e um gráfico em que não há correlação entre as variáveis (veja que y e x
/
representam duas variáveis quaisquer, que, em nosso caso, são, respectivamente, renda e anos
de estudo).
 Exemplo de gráfico de dispersão
Aprofundando um pouco mais o gráfico de não correlação, ou mesmo de correlação muito baixa,
poderíamos vincular a renda do indivíduo a uma variável fora de contexto, como o número do
calçado do indivíduo, variável que não teria, em princípio, razão para ter alta relação com a
primeira. Brincadeiras à parte, vejamos como poderia ficar esse gráfico:
/
Para esse caso, a correlação entre as variáveis é muito baixa e ainda é negativa. Se fosse
calculada, ela seria de -0,22 (lembrando sempre que esse exemplo foi criado apenas para fins
didáticos).
Note que os modelos estatísticos são interessantes quando conseguem partir de pelo menos uma
correlação moderada entre as variáveis. Nesse caso, não conseguiríamos ir muito longe se
tentássemos explicar a renda de um indivíduo pelo número de seu calçado.
GRÁFICO DE PARETO
Esta tradicional ferramenta da gestão da qualidade leva o nome de Vilfredo Pareto (1848-1923),
que foi pioneiro no esforço de enunciar uma lei de distribuição de rendimentos. Em essência, ele
percebeu que 80% da riqueza de uma população estava concentrada em apenas 20% de seus
membros.
Esta ferramenta é um gráfico em layout de colunas ordenadas de acordo com suas frequências de
ocorrências, isto é, da que mais ocorre para a que menos ocorre. Isso possibilita uma priorização
de problemas por parte dos gestores – muitas vezes, nessa análise, os gestores encontram
resultado similar ao que Pareto encontrou ao criar seu princípio do oitenta vinte, isto é, o de que
80% das consequências advêm de 20% das causas, o que pode nos levar, em alguns casos, à
conclusão de que há muitos problemas sem importância diante de outros mais graves nos
processos de nossa organização.
/
 Figura 3 – Exemplo de gráfico de Pareto
Vamos pensar no uso do gráfico de Pareto com base em exemplo trazido pelo site FM2S:
Uma empresa de embalagens precisava reduzir custos com peças defeituosas encontradas em
sua produção. Como a empresa não sabia por onde começar, decidiu-se utilizar o conceito do
gráfico de Pareto para analisar quais defeitos ocorriam com mais frequência. Durante duas
semanas, os dados foram coletados, resultando no gráfico.
Para que você possa interpretar o problema trazido, é importante que conheça os componentes do
gráfico de Pareto. Temos dois eixos verticais no gráfico, em que o da esquerda é denominado
frequência de ocorrência e o da direita é denominado porcentagem. Há também um eixo
horizontal, que ilustra alguma categoria de ocorrência dentro de determinado fenômeno – nesse
caso, temos no gráfico os tipos de defeito dentro de seis categorias possíveis.
Além desses eixos, você deve ter notado uma linha vermelha no gráfico. Ela trata, nesse exemplo,
da porcentagem acumulada dos defeitos. Note que a linha tem início logo acima da primeira barra,
de defeito de não selagem no topo, e caminha até atingir 100% de representatividade dentro de
determinado processo. A ausência dessa linha não prejudica nossa interpretação do gráfico, mas
sua presença nos ajuda a rapidamente identificar, por exemplo, que poucos tipos de defeitos têm
grande representatividade para as falhas dentro do processo da empresa ilustrada.
/
Nesse caso hipotético, a interpretação do gráfico seria fundamental para compreendermos qual
problema devemos “atacar” primeiro. Note que a não selagem do topo da embalagem foi um
problema observado 60 vezes no período de análise, o que, como nos mostra o gráfico,
corresponde a 40% do total de observações de defeitos nessa fábrica.
NÃO SELAGEM TOPO

NÃO SELAGEM FUNDO

NÃO SELAGEM LATERAL

80%
 ATENÇÃO
/
Perceba como essa ferramenta pode, portanto, ser poderosa para priorizarmos nossas ações
dentro da gestão da qualidade e, muitas vezes, evitarmos gastos demasiados em variáveis que
pouco impactam o resultado da qualidade de nossa empresa como um todo. Você não concorda
que o gráfico de Pareto pode ser estratégico para a tomada de decisão?
CARTAS DE CONTROLE
Carta de controle é um tipo de gráfico utilizado para o acompanhamento de um processo. Esse
gráfico determina estatisticamente uma faixa denominada limites de controle, que é limitada pela
linha superior (limite superior de controle) e uma linha inferior (limite inferior de controle), além de
uma linha média. O objetivo é verificar, por meio do gráfico, se o processo está sob controle, isto
é, isento de causas especiais.
Apesar do nome, essa ferramenta é um gráfico que permite a verificação de um processo em
relação às metas previamente estabelecidas para ele. Posto de outro modo, as cartas de controle
permitem verificar se um processo atingiu determinada meta, ou especificação técnica
estabelecida.
EXEMPLO
Suponha que você seja dono de uma fábrica de chocolates. Por meio de uma consulta de
mercado, você notou que seus clientes gostam que os tabletes estejam dentro de determinado
tamanho. Após essa pesquisa, você percebeu que o tamanho ideal do chocolate deveria ser
2,85cm. E construiu, então, o seguinte gráfico de controle:
autor/shutterstock
O gráfico ilustra o comprimento dos chocolates (eixo vertical) no decorrer dos lotes produzidos
(eixo horizontal).
Note que, nesse caso, a empresa até vai bem, já que apenas um ponto está abaixo do limite
inferior de especificação, que seria o tamanho mínimo do chocolate (2,7). Veja pelo gráfico que os
lotes (ilustrados pelo eixo horizontal) não atingiram a excelência esperada, que em um mundo
ideal seria ter o chocolate sempre dentro do mesmo valor, de 2,85 cm.
/
Ocorre que esse processo não é ruim, uma vez que a quase totalidade do processo atende aos
limites superiores e inferiores de controle, e que em nenhum momento os lotes ultrapassam as
linhas dos limites superiores e inferiores de especificação.
LIMITES DE CONTROLE
Os limites de controle dizem respeito aos valores toleráveis dentro de seu processo.
LIMITES DE ESPECIFICAÇÃO
Os limites de especificação tratam do limite mínimo e máximo que serão aceitos para que o lote
não tenha que ser descartado ou retrabalhado.
De acordo com o texto Carta ou Gráfico de Controle, publicado no site Portal Action, um dos
benefícios do uso dessa ferramenta dentro do contexto da qualidade nas organizações é que os
gráficos de controle, ao distinguir as causas comuns das causas especiais de variação e
indicar se o problema é local ou merece atenção gerencial, evita frustrações e o custo de
erros no direcionamento da solução de problemas.
Ao melhorar o processo, os gráficos de controle produzem:
AUMENTO NA PORCENTAGEM DE PRODUTOS CAPAZES
DE SATISFAZER OS REQUISITOS DO CLIENTE
DIMINUIÇÃO DO RETRABALHO E DA SUCATA,
REDUZINDO, CONSEQUENTEMENTE, OS CUSTOS DE
FABRICAÇÃO
AUMENTO DA PROBABILIDADE GERAL DE PRODUTOS
ACEITÁVEIS
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/
INFORMAÇÕES PARA MELHORIA DO PROCESSO
 ATENÇÃO
Cuidado! Note que, assim como as demais ferramentas da qualidade, é necessário conhecer o
processo da empresa para conseguir (i) estabelecer os limites de operação e (ii) registrar as
ocorrências dentro, por exemplo, dos lotes produzidos. Cabe destacar que, em uma série de
categorias de produtos, essas exigências são determinadas por lei, especialmente quando
estamos tratando dos limites superiores e inferiores de especificação.
Assista ao vídeo para entender a importância da correta interpretação de variáveis no contexto da
gestão da qualidade.
/
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo dos módulos da instigante temática das ferramentas da qualidade de abordagem
predominantemente quantitativa, foi possível aprender os conceitos e asaplicações das seguintes
ferramentas: estratificação, histograma, diagrama de dispersão, gráfico de Pareto e cartas ou
gráficos de controle.
Vimos que essas ferramentas são importantes para identificarmos os principais aspectos
associados à gestão da qualidade nas organizações, ao mesmo tempo em que devemos conhecer
os tipos de uso para os quais cada uma delas é indicada. Você também compreendeu a
importância das ferramentas de gestão da qualidade para a tomada de decisão em diferentes
contextos organizacionais contemporâneos.
Por fim, destacamos que é fundamental estar munido de informações para que ocorra uma
utilização adequada das ferramentas vistas. Desejamos a você uma ótima jornada profissional
com o uso delas!
/
 PODCAST
Agora com a palavra o especialista, retomando os principais pontos trabalhados no tema e
comentando sobre algumas tendências da área. Vamos ouvir!
REFERÊNCIAS
ANDREOLI, T. P.; BASTOS, L. T. Gestão da Qualidade: melhoria contínua e busca pela
excelência. Curitiba: Intersaberes, 2017. 
CARTA ou Gráfico de Controle. In: Portal Action. Consultado em meio eletrônico em: 11 ago.
2020. 
CARVALHO, M. M.; PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade: Teoria e Casos. Rio de Janeiro:
Elsevier/ ABEPRO, 2012. 
ESTATÍSTICA Básica: Tipos de Variáveis. 2019. In: FastFormat. Consultado em meio eletrônico
em: 11 ago. 2020. 
MARTINS, R. Estratificação. 2013. In: Qualiex – Blog da Qualidade. Consultado em meio
eletrônico em: 11 ago. 2020. 
MOREIRA, F. Cinco ferramentas de gestão para micro e pequena empresa. 2014. In:
Consultoria Gestão e Mídias Sociais. Consultado em meio eletrônico em: 11 ago. 2020.
O que é histograma? Quando utilizar? Como construir? In: FM2S. Consultado em meio eletrônico
em: 11 ago. 2020. 
/
O que é e para que serve o gráfico de Pareto? In: FM2S. Consultado em meio eletrônico em: 11
ago. 2020. 
SHIGUNOV NETO, A.; CAMPOS, L. M. F. Introdução à Gestão da Qualidade e Produtividade:
conceitos, história e ferramentas. Curitiba: Intersaberes, 2016.
EXPLORE+
Assista ao filme:
A Meta. Direção: Joshua Michael Stern. Ano: 2013. País: Estados Unidos. 
Baseado no livro de mesmo nome escrito por Eliyahu Goldratt em 1984, o filme retrata a realidade
de um gerente que se vê em difícil situação, pois o dono da fábrica deseja aumentar a
lucratividade, ou seja, alcançar determinada meta, dentro do período de 3 meses; caso contrário, a
fábrica seria fechada. O filme retrata diversos aspectos da gestão da qualidade. Após assistir ao
filme, reflita sobre como poderia ser montada uma estratificação nessa empresa, ou mesmo um
histograma para auxiliar no alcance da meta em questão.
 
Leia os textos: 
O que é Histograma? Quando utilizar? Como construir?, publicado no site FM2S. Esse site
auxilia na compreensão e no uso de histogramas em diferentes contextos organizacionais.
O que é e para que serve o gráfico de Pareto?, publicado no site FM2S. Esse site auxilia na
compreensão do gráfico de Pareto e na sua construção em Excel.
CONTEUDISTA
Dr. Marcello Romani-Dias
/
 CURRÍCULO LATTES
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