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4-Necrose

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MORTE CELULAR E NECROSE - Lesões Celulares Irreversíveis 
	 Quando a agressão é suficientemente forte, a célula não consegue mais se adaptar e 
caminha progressivamente para a morte
Definições
- Morte celular = “perda irreversível das atividades integradas da célula com consequente 
incapacidade de manutenção de seus mecanismos de homeostasia” 
- A partir do momento em que ocorre morte celular após uma agressão, havendo incapacidade 
irreversível de retorno à integridade bioquímica, funcional e morfológica, a célula passa a 
desencadear uma série de fenômenos bioquímicos e, consequentemente, funcionais e 
morfológicos. Essa sequência de fenômenos que ocorrem após a morte celular é denominada 
necrose celular
- A necrose pode ocorrer em consequência da:
• Atuação de enzimas próprias da célula —> autólise
• Atuação de enzimas extracelulares provindas de macrófagos e leucócitos —> heterólise
Necrose X Apoptose
- A apoptose é um morte programada e que ocorre no compartimento intracelular, logo, não há 
resposta tecidual
- Na necrose há liberação das enzimas celulares para o interstício, o que acarreta em resposta 
tecidual 
Necrose 
- É a morte celular secundária a ação de agentes físicos, químicos, biológicos, alterações 
imunológicas e genéticas e sua consequente resposta tecidual 
- O elemento chave está na mitocôndria, no momento em que ela deixa de exercer sua função é 
iniciado o processo da necrose de modo irreversível 
- Ao que tudo indica, o maior estímulo é a liberação de cálcio no citoplasma da célula. Isso ativa 
fosfolipases, proteases e outras enziams, que iniciam uma auto-digestão da célula – e o 
organismo reage a isso, totalizando a necrose
Etapas da Necrose 
- As alterações citoplasmáticas são menos visíveis do que as alterações nucleares, por isso, 
sempre que se estuda a necrose deve-se buscar no núcleo 
- Processo:
1. Cariopicnose: o núcleo inicialmente sofre um colapso e diminui
2. Cariorrexis: ocorre uma “explosão” do núcleo 
3. Cariólise: os fragmentos desse núcleo se espalham pelo citoplasma 
4. Necrose propriamente dita: esses fragmentos desaparecem com o tempo e a necrose 
está totalmente estabelecida 
Fenômenos da Necrose
Fenômenos Autolíticos:
- Predomina liberação de enzimas próprias células (lisozimas), que vão paulatinamente 
destruindo as células
Fenômenos Heterolíticos:
- As células que entram em necrose emitem sinais para o organismo. Assim, o sistema 
imunológico, por via vascular, promove uma reação contra aquela área
Tipos de Necrose 
- A necrose pode ser dividida em vários tipos de acordo com o agente causador, tecido afetado 
e a reposta tecidual 
- Em necroses em que ocorre um predomínio de fenômenos autolíticos há um tendência de 
preservação da arquitetura celular; por outro lado, nas necroses em que ocorre predomínio dos 
fenômenos heterolíticos, há um desorganização da arquitetura celular 
Coagulativa 
Liquefativa 
Gangrenosa 
Caseosa 
Gordurosa 
Fibrinóide 
Necrose Coagulativa
- Tipo mais comum de necrose 
- Predomínio de fenômenos autolíticos, portanto, preserva a estrutura básica do tecido
Macroscopia: 
- A área morta tem cor amarelo-pálida, sem brilho, de limites mais ou menos precisos e de forma 
irregular ou triangular (dependendo do órgão atingido e do tipo de circulação que esse órgão 
apresenta)
- O tecido necrótico apresenta textura firme 
- A tonalidade pálida de área necrótica a faz ser denominada necrose isquêmica 
Microscopia:
- A área necrótica é caracterizada pela conversão da célula em arcabouço acidofílico opaco
- Isso ocorre, em geral, com perda do núcleo, mas com preservação da forma celular, permitindo 
o reconhecimento dos contornos celulares e da arquitetura do tecido
- A acidofilia do citoplasma observada na coloração HE ocorre em função da perda da basofilia 
produzida pelo RNA citoplasmático, que é inativado, e pela afinidade da eosina com as 
proteínas desnaturadas e os radicais ácidos que se acumulam na célula necrótica 
Exemplos: 
- Esse tipo de necrose é comum em órgão de circulação terminal, como o coração, baço e rins 
- As necroses de coagulação, na sua grande maioria, são observadas nos infartos, como 
aqueles que ocorrem no rim rim, coração, no baço e nos tumores de crescimento rápido 
- São ainda vistas em queimaduras e nas lesões produzidas por ácidos e bases fortes 
Mecanismo de ação:
- O termo coagulação refere-se ao aspecto físico da célula morta, que de um estado solúvel 
(líquido) passa a um estado de gel (sólido), basicamente por perda de água e coagulação 
(desnaturação) proteica —> “mumificação celular” 
- A coagulação do citoplasma é resultado da ação de enzimas (hidrolases) ativadas pelo cálcio 
que atuam sobre as proteínas estruturais. Com o tempo, as hidrolases são inativadas, 
impedindo, assim, que exista proteólise autolítica por completo da célula morta. Mais tarde, se 
existirem condições locais, aportam nessa área leucócitos do sangue que liberam, no local, 
enzimas proteolíticas. Esse foco necrótico vai, então, sendo desfeito por heterólise, e os restos 
das células mortas serão fagocitados por macrófagos que também aportam ao local 
Rim com áreas de necrose coagulava
Necrose Liquefativa 
- Ocorre a digestão completa das células mortas, resultando numa massa viscosa e líquida
- Predomínio dos fenômenos heterolíticos
- Ocorre principalmente em tecidos com acúmulo de lipídios 
Macroscopia:
- A necrose liquefativa, ao contrário da necrose de coagulação, apresenta a área necrótica de 
consistência mole e, na maioria das vezes, o tecido morto encontra-se de fato liquefeito 
Microscopia:
- Ocorre um desorganização total da arquitetura celular
- Com o tempo, a área necrótica vai sendo absorvida e ocorre a formação de um pseudocisto 
Mecanismo de ação:
- Essa necrose resulta da ação de enzimas hidrolíticas poderosas, com dissolução enzimática 
rápida e total do tecido morto 
Exemplos:
- Esse tipo de necrose é característico da destruição pela isquemia do tecido cerebral, que, 
sendo rico em lipoides, água e enzimas lisossomiais e pobre em proteínas, apresenta diminuta 
capacidade de coagulação, o que facilita seu amolecimento e sua liquefação
- Outra ocasião em que esse tipo de necrose pode ser encontrado é vista nas lesões produzidas 
por determinados microrganismos, denominados bactérias piogênicas. Aqui, as enzimas das 
bactérias, das células mortas e dos leucócitos que afluem ao local da agressão contribuem 
para a digestão proteolítica liquefativa do tecido lesado. Nesses casos, observa-se que o 
produto final da lise é um líquido viscoso, amarelado, denominado pus 
- Observada também nas infecções fúngicas 
- Em geral, toda lesão com abcesso envolve necrose liquefativa 
Cérebro com necrose 
liquefativa recente
Evolução da necrose 
liquefativa, com formação de 
pseudocisto
Material liquefeito (à esquerda), 
com resto celulares 
Necrose Gangrenosa
- Associação de uma necrose coagulativa + infecção 
- Alguns autores consideram a necrose gangrenosa como a evolução de uma necrose 
coagulativa 
Tipos de gangrena: 
- Gangrena seca: 
• Predomínio da necrose em relação à infecção 
• A área necrosada assume aspecto mumificado e pétreo 
• A parte gangrenada, além de seca e dura por perda de água, torna-se negra por alteração 
da hemoglobina e é bem delimitada dos tecidos viáveis 
- Gangrena úmida: 
• Predomínio da infecção em relação à necrose 
• A área de gangrena apresenta aspecto esverdeado, com material purulento e fétido 
• Ex: apendicite gangrenosa 
- Gangrena gasosa: 
• Quando o microrganismo infectante produz gás, como o Clostridium, a gangrena passa a 
se chamar gasosa (gangrena crepitante) 
• Comum em traumatismos abertos 
• O tratamento é cirúrgico e amplo 
Exemplos: 
- As gangrenas que ocorrem comumente nas extremidades dos membros inferiores são em 
geral consequência de tromboses ou tromboembolias arteriais, aterosclerose, arteriopatia 
diabética, traumatismos,tromboangeíte obliterante ou doença de Berger, como a 
documentada nos maços de cigarro pelo Ministério da Saúde 
- Podem-se ver ainda verdadeiras gangrenas no pulmão, na vesícula biliar, nos intestinos e no 
apêndice cecal, que são locais propícios para infecção após necrose isquêmica, pois são 
órgãos propícios para a proliferação de microrganismos. Na gangrena de Fournier, a necrose 
gangrenosa acomete a região períneo-escrotal de diabéticos. 
Gangrena seca Gangrena úmida
Necrose Caseosa
- A necrose caseosa recebe esse nome porque a estrutura necrótica assemelha-se 
grosseiramente à massa grumosa do queijo branco fresco (caseum) 
- Há um equilíbrio de fenômenos autolíticos e heterolíticos 
Mecanismo de ação:
- Na verdade, a necrose caseosa representa uma combinação da necrose de coagulação com a 
necrose de liquefação e é comumente o resultado da agressão celular pelo bacilo de Koch; 
portanto, essa necrose é a marca registrada da tuberculose 
- Uma segunda doença que pode causar esse tipo de necrose é a blastomicose sul-americana 
Macroscopia: 
- Apresenta-se como massa amorfa, amarelo-esbranquiçada, sem brilho, de consistência 
pastosa, friável e seca 
Microscopia:
- A necrose caseosa é constituída por massa eosinofílica com muitos restos nucleares 
fragmentados, que dão à necrose uma aparência suja, com perda dos pormenores dos 
contornos celulares
- As células não são totalmente liquefeitas nem seus contornos são bem delineados como 
acontece na necrose de coagulação, criando, desse modo, um aglomerado de material 
granular amorfo 
Pulmão com massas caseosas Necrose caseosa na região superior 
à direita
Necrose Gordurosa 
- Também chamada de esteatonecrose, ocorre exclusivamente no tecido adiposo
Mecanismo de ação: 
- Possui duas possibilidades de mecanismo:
1. Enzimática: 
• Lipases pancreáticas liquefazem as células adiposas com saponificação da gordura
• Comumente encontrada na pancreatite aguda ou nos tumores de pâncreas 
• Em ambos os casos, há destruição dos ácinos pancreáticos com liberação de enzimas 
(lipases e proteases), que causam a necrose dos tecidos gordurosos peripancreáticos 
e da cavidade abdominal e do próprio pâncreas 
• Na suspeita de pancreatite é importante realizar a dosagem de cálcio: onde há 
saponificação, há cálcio. Isso quer dizer que o cálcio é retirado do sangue e jogado na 
necrose, portanto, quanto maior a necrose, menor o cálcio sérico 
• Na pancreatite também é liberado elastase, que lisa a elastina dos vasos, causando 
hemorragia (pancreatite necro-hemorrágica)
2. Traumática: 
• Consequência da agressão mecânica traumática no tecido gorduroso 
• Geralmente aparece no subcutâneo de pessoas obesas, notadamente na mama e 
nádegas
• Na mama, a necrose gordurosa traumática simula um carcinoma mamário 
Macroscopia:
- A aparência é de pingos de vela sobre o tecido adiposo 
Microscopia:
- Os adipócitos adquirem formato irregular, sem núcleo e corados intensamente com eosina 
Aspecto “pingos de vela” Adipócitos com necrose gordurosa
Necrose Fibrinóide
- Tipo especial de necrose 
- Há pouca repercussão morfológica macroscópica, porém sua ocorrência tem grande 
significância clínica 
- Relacionada com doenças autoimunes 
Exemplos:
- A necrose fibrinoide pode surgir nas paredes dos vasos nos casos de hipertensão arterial 
maligna, lúpus eritematoso e poliarterite nodosa 
- Além das paredes vasculares, a necrose fibrinoide pode ocorrer no tecido conjuntivo 
intersticial, nas assim chamadas doenças do tecido conjuntivo ou colagenoses. Nesse 
contexto, é vista na febre reumática, na artrite reumatoide e também no lúpus eritematoso 
Microscopia:
- Representada por alteração granular e eosinofílica da parede vascular 
- Nos casos de hipertensão, demonstra-se fibrina na parede; nos casos de lúpus e poliarterite, 
há presença de imunocomplexos, detectados por imunofluorescência 
Mecanismo de ação:
- Há lesão celular com liberação local de substâncias mediadoras do processo inflamatório, 
fazendo com que aportem ao local substâncias plasmáticas, incluindo fibrina, daí o nome 
fibrinoide 
Rim com necrose fibrinoide. Note o 
espessamento granuloso na parede 
arteriolar (setas)
Evolução de Necrose 
- O tecido necrótico comporta-se como algo estranho ao organismo, que procura eliminá-lo de 
todas as formas
- Existem diversas formas de evolução da necrose: 
Calcificação Patológica
Definição 
- Acúmulo anormal de sais de cálcio nos tecidos moles
Classificação: 
Distrófica:
- Ocorre nos tecidos não viáveis ou mortos
- Propicia alteração nos níveis séricos de cálcio
- Por exemplo, ocorre em áreas de necrose, aterosclerose, etc
Metastática:
- Ocorre nos tecidos vitais, sendo associada a hipercalcemia
- Por exemplo, ocorre em hipertireoidismo, doença de Addison, tumores ósseos, etc

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