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Ação XXX - João Multivix - Trabalho Prática Penal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA CIDADE DE SÃO GONÇALO-RJ.
 Carlos (“Recorrente”), já devidamente qualificado nos autos da presente ação penal, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que ora assina, alicerçado no art. 593, inc. I, da Legislação Adjetiva Penal, interpor, tempestivamente (CPP, art. 593, caput), o presente 
RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL
 Em razão da referida sentença que demora às fls. ... do processo em espécie, a qual condenou o Apelante à pena de 4 anos e 9 meses de detenção, em regime fechado, razão qual apresenta as Razões do recurso, ora acostadas.
 Dessa sorte, com a oitiva do Ministério Público Estadual, requer-se que Vossa Excelência conheça e admita este recurso, com a consequente remessa dele ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado. 
Respeitosamente, pede deferimento.
São Gonçalo, 23 de setembro de 2019.
Advogado – OAB 112233
 
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
 
Processo: ...
Apelante: Carlos
Apelado: Ministério Público Estadual
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
COLENDA TURMA JULGADORA
PRECLAROS DESEMBARGADORES
1- DA SÍNTESE
 Mediante ao exposto hora arrolado no processo, compreendemos que a vênia legal para o crime de lesão corporal praticada em direção de veículo automotor, é um crime com necessidade de representação, protegido pelo Código de Trânsito Brasileiro, A vítima acostada no processo a saber, Pedro, este que evadiu o local de obtenção de acompanhamento médico e não compareceu a representação, temos um caso de extinção da punibilidade. 
 A vítima em questão não compareceu em sede de delegacia policial para quaisquer reclamações e por isso objetivamente podemos entender que este não tem interesse em ver o Apelante responsabilizado pelos danos contra ele praticados
 Diante da sentença, estamos diante de uma violão do princípio da correlação, uma vez que o Apelante foi sentenciado por motivo diverso da denuncia oferecida pelo Ministério público, este que em momento oportuno se absteve se seu aditamento.
 Carlos, este apelante, que fora sua dosimetria acometida da agravante de crime doloso contra a criança, esta que a lei busca punir severamente, requer o afastamento desta, uma vez que trata se de crime culposo.
Em termos em que se consolida em que se observa:
2- DO DIREITO
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA DECADÊNCIA 
 Conforme supracitado, o crime estipulado é condicionado à representação se afastando, portanto, este não se pode promover sem o a figura de Pedro, dado também o lapso temporal vinculado à representação vemos que encontra-se encerrado o prazo decadencial, como vemos: 
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008) (Código de Transito Brasileiro)
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Código de Processo Penal.
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) – Código de Processo Penal.
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
ABSOLVIÇÃO COM VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO
Diante da sentença, tendo em vista que a própria reconhece que não houve imprudência por parte do apelante em razão de excesso de velocidade, assim como a perícia acostada ao procedimento. Não havendo prova da conduta imputada na denúncia, restaria a absolvição do apelante conforme inteligência dos artigos ofertados abaixo:
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VII - não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
AFASTAMENTO DO CONCURSO DE CRIMES
 Segundo a inteligência de nosso código de Processo Penal, em caso de apenas uma ação ou omissão que comine em mais de um crime, aplica-se somente a pena mais gravosa, como observamos em:
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Reiterando a omissão do Ministério Público em momento de oportunidade, e mediante os direitos apresentados neste instrumento recursal, 
3 – DOS PEDIDOS
3.1 Requer-se, portanto, seja o presente recurso CONHECIDO e PROVIDO para o fim de extinção de punibilidade do réu, contra o crime de lesão corporal leve, este que está vinculado à representação.
3.2 Que seja afastado o concurso de crimes, identificado que o evento ocorreu em mesma ação/omissão pelo Apelante.
3.3 O afastamento do regime mais severo, seja aplicando-se o regime aberto ou semiaberto, pois o Art. 33, caput, do Código Penal não admite, em nenhuma hipótese, que seja aplicado regime inicial fechado ao crime punido unicamente com pena de detenção, como ocorre nos crimes culposos da Lei 9.503/97.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Rio de Janeiro, 23 de setembro de 2019.
ADVOGADO/OAB

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