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– Histórico A descoberta dos antimicrobianos ocorreu na década de 30. Utilização em larga escala no combate de doenças infecciosas geraram inicialmente EXPECTATIVAS por ser uma solução contra infecções bacterianas. O uso inadequado que leva a resistência bacteriana não era conhecido. Resistência Bacteriana Mecanismo de Resistência Bacteriana O M.O. resistente se desenvolve através da mutação de um gene. Quando uma Bactéria resistente é colocada em um ambiente contendo outras bactérias ela passa a resistência a outra. Fatores envolvidos na Disseminação da Resistência Microbiana Microrganismo: Mecanismo de resistência, facilidade de transferência do gene, capacidade de sobrevivência. Fatores relacionados ao paciente: Presença de corpos estranhos, sistema imune, flora normal, colonização. Fatores relacionados ao ambiente: Transmissão cruzada, limpeza ambiente e equipamentos. Uso de Antimicrobiano: Dose, número de antibacterianos, duração do tratamento, espectro de atividade e conc. Teciduais. Conceitos Importantes Antibiótico “mais forte” Não é a melhor opção de tratamento inicial, pois pode causar resistência. Tratamento Empírico Deve ser utilizado levando em consideração a coloração pelo Gram, conhecimento prévio da microbiota prevalente no sítio da infecção e conhecimento do padrão epidemiológico de resistência bacteriana. (Tratar sem saber a bactéria que está causando a infecção). Criação de Evidencias A racionalidade Biológica do uso de antimicrobianos é sustentada por sua eficácia in vitro, pressupondo-se que se reproduza em pacientes, até mesmo antes de esses adquirirem uma infecção (Antibioticoprofilaxia) Eficácia Microbiológica: Corresponde a capacidade de um antibacteriano eliminar (efeito bactericida) ou inibir a multiplicação das bactérias (efeito bacteriostático). Essas propriedades são medidas por métodos microbiológicos. Motivos que levam a Prescrição Inadequada Incerteza Diagnóstica (Terá o paciente uma infecção?) Indicação: Frequentemente antibióticos são usados como medicamentos sintomáticos ou indicados para processos cujos agentes não são a eles suscetíveis. É comum o não reconhecimento de que antimicrobianos são medicamentos específicos e portanto, só eficazes para determinados agentes infecciosos. Seleção de antimicrobianos. Princípios Para o Uso de Antibacterianos Uso de combinações de antibióticos pode estar justificado nas seguintes situações: 1- No tratamento empírico de uma infecção cuja causa é desconhecida. 2- Tratamento de infecção polimicrobianas. 3- Quando é necessário aumentar a atividade antimicrobiana em uma infecção específica (sinergismo) 4- Quando é necessário evitar a emergência de uma resistência. 5- No tratamento empírico de uma infecção cuja causa é desconhecida ( essa é a razão mais comum para a utilização de combinação de antibióticos. Doenças graves, e pouca certeza quanto a infecção específica quanto ao agente etiológico pode exigir uma cobertura inicialmente ampla e por isso necessário o uso de combinações para assegurar que o esquema terapêutico inclua um fármaco contra os potenciais patógenos. Exemplo: PMN adquirida na comunidade. Fatores do Hospedeiro podem modificar a escolha ou o esquema terapêutico: Gravidez/Lactação, função renal, função hepática, imunidade, próteses, fatores genéticos. Qual a melhor Via ? A via Intravenosa é indicada quando é desejável alto nível plasmático (sepse, meningite) Deve ser trocada pela oral tão logo o paciente apresente melhora clínica, para completar o curso do tratamento. Qual é a dose apropriada? Deve atingir concentração plasmática de pelo menos duas vezes a MIC (concentração mínima) e considerar a menor dose eficaz, diminuindo efeitos adversos, superinfecção e custo. Deverá ser modificado o esquema Inicial após o resultado das culturas? Substituir por antimicrobianos de menor espectro de acordo com antibiograma, se culturas negativas, considerar outros diagnósticos, diferenciar colonização de infecção. Antibiótico Profilaxia Utilizado em procedimentos cirúrgicos. Parede Celular Bacteriana A parede celular dos M.O. Gram Positivos (coloração Azul) é uma estrutura relativamente simples, com espessura de 15 a 50nm. Composta por 50% de peptídeoglicanos, 40% a 45% de polímeros ácidos a 10% de proteínas e polissacarídeos. A parede celular dos M.O. Gram Negativos (coloração vermelha) é muito mais complexa. Constituída por espaço periplasmático contendo enzimas, camada de peptídeoglicanos, membrana externa que consiste em dupla camada lipídica e polissacarídeos complexos. Classificação dos Antibióticos SULFONAMIDAS Mecanismo de Ação: É um análogo do PABA (ácido p-aminobenzóico) essencial para síntese do ácido fólico nas bactérias. O folato é necessário para a síntese do DNA e RNA (em bactérias e mamíferos) Antagonistas metabólicos competitivos do ácido p-amino benzóico Competem com o PABA pela enzima Diidropteroato Sintase (transforma o PABA em folato.) Ação Bacteriostática. Resistência Natural: Bactérias que carecem das enzimas necessárias para a síntese do folato ou seja, não utilizam o PABA para obtenção do ácido fólico, este deve ser adquirido por fontes exógenas. Adquirida: Mutações que causam produção excessiva de PABA. Usos Clínicos: Sulfas Absorvíveis Raramente usadas como agentes únicos, Atualmente úteis em infecções do TGU, devido atingir concentrações terapêuticas no LCR usado para tratamento da Toxoplasmose Aguda. Sulfas Não Absorvíveis Colite ulcerativa, enterite e outras doenças intestinais inflamatórias. Relacionadas com reações adversas de náuseas, hipersensibilidade com reações cutâneas, síndrome de Steven Johnson. Para efeito sinérgico associar Sulfametoxazol e Trimetoprima (aumenta o mecanismo de ação das Sulfas) BETALACTÂMICOS Inibidores da Ligação cruzada de polímeros Ação dos Betalactâmicos Anal Beta-lactâmico confere afinidade por enzimas – Transpeptidases e carboxipeptidades. Essas enzimas formam ligações cruzadas das cadeias peptídicas ligadas ao arcabouço do peptídeoglicano (Última etapa) Ligação de peptídeoglicanos, último passo da síntese da parede bacteriana. M.O. desprovidos de parede celular – Resistência Natural. Inibem as Transpeptidases. Parede fica frágil, tornando o rompimento possível. GRAM NEGATIVOS produzem Betalactamase sendo uma enzima, atua rompendo o anel betalactâmico. Resistência Produção de Beta-lactamases Redução da permeabilidade da membrana externa Modificação dos sítios de ligação. Inibidores de Betalactamases Ácido Clavulânico, Tazobactam, Sulbactam. O anel betalactâmico destas substâncias se liga fortemente a betalactamases, protegendo os demais fármacos, são sempre utilizados com betalactâmicos no mesmo medicamento. Estratégia para neutralizar as betalactamases, combinar Blactâmicos com inibidor das Blactamases. Ex: Cefoperazona/Sulbactam , Amoxilina/Clavulanato. Indicações de Inibidores de Betalactamases 1- Infecções mistas de origem comunitária 2- Pneumonia aspirativa 3- Peritonite. 4- Infecções necrotizantes de partes moles. 5- Pé diabético 6- Otite e sinusite de repetição. Criar Blactâmicos que sejam estáveis as Blactamases : Metilcilina Oxacilina Cloxacilina Cefalosporinas de espectro expandido. Carbapenens. BETALACTAMICOS Penicilinas ´Penicilina G Via de administração IV e IM. Tmax 30 min (VIM) / 10 min . Penicilina G utilizada no tratamento de infecções graves por bactérias gram- positivas, como pneumococoe S. pyogenes (algumas cepas de cada um deles), diplococos gram-negativos como Neisseria (exceto N. Gonorrhoeae produtora de Penicelinase), bacilos gram- positivos do gênero Clostridium, a maioria dos anaeróbios (exceto bacteroides) e espiroquetas, como treponema e Leptospira. Penicilina V Via de administração Oral, utilizada na prevenção de febre reumática recidivista em pacientes com episódio anterior e de celulite estreptocócica recorrente em pacientes com linfedema. Esta é administrada principalmente no tratamento de infecções aeróbico-anaeróbicas mistas de cabeça e pescoço, como abscessos dentários. Benzilpenicilina Eliminação rápida. Procaína e Benzatina (injeção de depósito) Dose: Cristalina: 12 a 24 milhões UI/dia Procaína: 6 milhões UI/dia Benzatina: 1.200.000 UI/dia. Penicilinas de Amplo Espectro: Ampicilina Amoxicilina Amoxicilina + ácido clavulânico. Esses agentes são efetivos contra uma variedade de cocos gram- positivos, cocos gram-negativos como Neisseria gonorrhoeae e N. Meningitidis, e bacilos gram-negativos, como E. coli e Haemophilus influenzae, seu espectro porém é limitado por sua sensibilidade á maioria das betalactamases. Reações Adversas: Urticária acompanhada ou não de prurido generalizado. Edema generalizado ou localizado (face e pescoço) ou glote (risco de asfixia) CEFALOSPORINAS DE SEGUNDA GERAÇÃO Cefuromixa e Cefoxitina Ativas contra bactérias Gram +, melhor atividade frente a G – (Cepas de Klebsiella, cinetobacter, enterobacter e E. coli) Atividade frente a Haemophilus Influenzae Não apresenta atividade contra pseudômonas. Infecções respiratórias (Faringoamigdalite, otite média aguda, pneumonia comunitária) Infecções de pele e subcutâneo ( celulite sem porta de entrada – alternativa a amoxilina/ ácido clavulânico ou cefalexina) Casos refratários – Pneumococo penicilino- resistente ( Cefuroxima) Infecções urinárias por bacilo gram negativo entérico. CEFALOSPORINAS DE TERCEIRA GERAÇÃO Ceftriaxona, ceftazidima e Cefotaxima. Menos ativas frente a Staphylococcos que a primeira geração. Muito ativas contra Gram – Particularmente úteis em infecções nosocomiais por cepas hospitalares multirresistentes. São resistentes a muitas betalactamases e mostram-se, portanto, altamente ativas contra enterobacteriaceae (E. coli, Proteus Indol-positivo, Klebsiella, enterobacter, serratia e citrobacter) e contra Neisseria e H. Influenzae. CEFALOSPORINAS DE QUARTA GERAÇÃO Cefepime (único disponível) Espectro de ação semelhante aos agentes da terceira geração. Aticidade frente a Pseudomonas aeruginosas e algumas enterobactérias resistentes aos agentes da terceira geração. Mais ativos que os agentes de terceira geração frente as bactérias G+. Contra Gram + atua bem contra Estafilococo oxa –S. Não atua contra enterococo. Indicações Infecções hospitalares graves Pneumonias, ITU e Meningites causadas por bacilos Gram – sensíveis, sem etiologia determinada. Antimicrobiano inicial no paciente neutropênico febril. CEFALOSPORINAS DE QUINTA GERAÇÃO Ceftarolina e Ceftobiprol (ainda não aprovado) Não estão disponíveis no Brasil. Esses fármacos são distintos, uma vez que apresentam atividade antimicrobiana contra S. aureus resistente a múltiplos fármacos, incluindo S. aureus resistente a Meticilina e resistência intermediária a vancomicina e cepas resistentes de vancomicina, bem como S. pneumoniae e patógenos gram- negativos das vias respiratórias, como Moraxella catarrahalis e H. Influenzae, incluindo cepas que expressam a betalactamase. Ambos os compostos precisam de administração IV. A ceftarolina foi aprovada para tratamento de pneumonia adquirida na comunidade e infecções de pele. CARBAPENÊMICOS Imipenen Meropenem Doripenem Ertapenem Todos apresentam amplo espectro e proporcionam cobertura contra a maioria dos M.O. Gram + e Gram – e anaeróbicos. Nenhum deles é ativo contra MRSA, VER (Enterococo resistente a Vancomicina) ou legionella, e as bactérias gram – com Carbapenemases. AZTREONAN Ativo contra a maioria das bactérias Gram – incluindo P. aeruginosa. Mostra-se útil em pacientes com alergia grave a penicilina e que apresentam infecções por M.O. gram – resistentes. Não é Absorvido por via Oral e sua absorção se dá por via IM e IV. Possui boa distribuição tecidual e penetra na maior parte de tecidos e líquidos orgânicos incluindo ossos, próstata, pulmão, secreção traqueal, SNC e TGI. Normalmente as enterobactérias são sensíveis ao Aztreonam. Não é ativo em infecções Gram + ou anaeróbios. OBS: Usado com sucesso em Infecções do TGU, bacteremias, infecções pélvicas, intra-abdominais e respiratórias. TETRACICLINAS Tetraciclina Oxitetraciclina Doxiciclina Minociclina Tigecilina. Bacteriostáticos Entram na célula por difusão, em um processo dependente do gasto de energia. Ligam-se de maneira reversível, a porção 30S do ribossomo, bloqueando a ligação do RNA transportador, impedindo a síntese proteica. Apresentam amplo espectro – GRAM Negativas e GRAM Positivas. Aspectos Farmacocinéticos Administração por via Oral, em alguns casos pode ser via parenteral. Absorção da maioria pelo intestino é irregular e incompleta, melhora quando administradas sem ingestão de alimentos. Tretraciclinas são quelatos de íons metálicos (cálcio, ferro, alumínio) Formação de complexos não absorvíveis. Ocorre redução da absorção caso ingeridos com leite, antiácidos ou preparações contendo ferro. CLORANFENICOL Isolado de culturas de Streptomyces. Mecanismo de Ação por inibição da síntese proteica. Amplo espectro Atua em Gram – e Gram + e anaeróbias. Reações Adversas Os principais efeitos adversos de cloranfenicol são hematológicos. Mais comumente, cloranfenicol pode causar toxicidade dose- dependente, observada principalmente em indivíduos que recebem mais de 4g/dia ou apresentam níveis séricos superiores a 25ug/ml Nesses casos se observa leucopenia, anemia, trombocitopenia ou combinação dessas condições. Síndrome do Bebê cinzento Acúmulo de cloranfenicol não metabolizado. Caracteriza-se por distensão abdominal, vômitos, diarreia, hipotonia, hipotermia, cianose, taquipneia e choque. AMINOGLICOSÍDEOS São bactericidas. Gentamicina Amicacina Neomicina Estreptomicina Tobramicina São utilizados principalmente no tratamento de infecções causadas por bactérias gram negativas. Praticamente sem atividade frente a Gram + Não apresentam biodisponibilidade oral OTOTOXICIDADE E NEFROTOXICIDADE. Estreptomicina Boa atividade contra Mycobacterium tuberculosis e M. bovis, sendo no entanto usada em esquemas alternativos contra tuberculose, quando há resistência a isoniazida/ rifampicina ou quando a terapia parenteral é necessária. Gentamicina Utilizada no tratamento de infecções por bacilos Gram – Ação contra P. aeruginosa (gram -) ou serratia marcescens (gram -) Também utilizada em esquemas com B- lactâmicos para infecções mais graves por enterococos. Precauções A segurança da utilização após 14 dias de tratamento não está estabelecida. Atravessa a placenta, podendo causar prejuízos auditivos ao feto quando administrada a mulheres grávidas é categorizada como risco C para a gestação. Evitar o uso simultâneo com agentes ototóxicos ou nefrotóxicos. Para minimizar a irritação química nos túbulos renais, deve-se manter o paciente bem hidratado. A hidratação deve ser aumentada caso apareçam cilindros, leucócitos, eritrócitosou albumina na urina. A função renal deve ser monitorada durante o tratamento. Deve-se ter cautela se houver danos renais, vestibulares ou auditivos pré-existentes. MACROLÍDEOS São bacteriostáticos. Eritromicina Azitromicina Claritromicina Importantes no tratamento de infecções pulmonares, incluindo a doença dos legionários. Esses agentes exibem excelente penetração no tecido pulmonar e atividade intracelular igualmente relevante contra Legionella. Aspectos Farmacocinéticos Administrados por V.O. Meia –Vida: Eritromicina 90min, claritromicina 3x e Azitromicina 16x. Reações Adversas Distúrbios gastrointestinais comuns Podem estimular diretamente a motilidade intestinal e causar náuseas, vômitos, diarreia e algumas vezes anorexia. LINCOSAMIDAS Clindamicina Lincomicina São bactericidas ou bacteriostáticos, na dependência de dose empregada, tamanho do inóculo e espécie bacteriana. Espectro Antimicrobiano Seu espectro abrange cocos aeróbicos gram + como Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes, e Staphylococccus aureus sensível a meticilina e M.O. anaeróbicos. Clindamicina Administrada por via oral, intramuscular e intravenosa. Absorção pelo TGI é alta (90%) e não influenciada pela presença de alimentos. Doses usuais : Adultos De 150 a 300mg a cada 6h. Crianças 10 a 25 mg/kg, divididas em quatro tomadas. Reações Adversas Diarreia é a queixa mais frequente, ocorrendo entre 2 e 20% dos pacientes. Colite pseudomembranosa causada por C. Difficile. Reações alérgicas, glossite, estomatite e gosto metálico. Dor local e flebite podem ocorrer com uso parenteral. Cuidado com a ingestão, garantindo suficiente ingestão de Água, pois pode ficar retida na mucosa esofágica, induzindo esofagite.
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