Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ABSCESSO PULMONAR · Dificuldade na identificação do agente etiológico em material respiratório seja com técnicas diagnósticas invasivas e não invasivas · Escolha antibiótica dirigida para perfil microbiológico (principal objetivo) · Identificação de condições associadas que possam retardar a resposta clinica satisfatória · Preditores de resposta ruim: imunossupressão, comorbidades, etc · Resistência antimicrobiana (é um problema universal) DEFINIÇÃO · Lesão necrótica, escavada, com mais de 2cm de diâmetro, em geral única, com material purulento em seu interior · Essas cavidades preenchidas por pus são comumente causadas por aspiração · Alcoolismo esta muito relacionado · Pode ser primário ou secundário · Causado por germes piogenicos (mais comumente bactérias anaeróbis, S. aureus ou gram-negativas aeróbias) · Único: mais comum · Múltiplos · Agudo: até 6 semanas · Crônico: > 6 semanas CAUSAS 1- Aspirativa 2- Obstrutiva 3- Embólica 4- Pós-pneumônica (S. aureus, Klebisiella pneumoniae e anaeróbios): processo inflamatóriosupuração e trombose de vasos sanguíneosnecrose e liquefaçãotecido de granulação nas margensencapsulamento CLASSIFICAÇÃO · Primário: indivíduos saudáveis ou propensos a aspirar fatores de risco: alcoolismo (devido ao rebaixamento do nível de consciência; principal), epilepsia, traumatismo cranioencefálico, AVC, hipoglicemia e anestesia essas são situações em que os indivíduos tem capacidade de perder a perviedade de via aérea e acaba aspirando homens (30 a 50 anos); menos frequente em mulheres; raramente em crianças (a menos que haja uma doença neurológica) FISIOPATOLOGIA · As secreções aspiradas durante um episodio de inconsciência, vao conter uma grande quantidade de MO de diversas espécies, portanto uma microbiota mista mas com predomínio de anaeróbios · 24 a 48h a partir do momento do evento aspirativo, a lesão com abscesso já estará em formação, contendo em seu interior pH baixo (acidez) e um potencial de oxiredução que vai favorecer a multiplicação de germes anaeróbios · Essa lesão pode se comportar de algumas maneiras: conteúdo pode ficar retido (febre, sintomas constitucionais importantes, não consegue expectorar), drenagem para arvore brônquica (expectoração vômica, conteúdo purulento, fétido), drenagem para cavidade pleural (forma empiema e precisa de drenagem torácica) ETIOLOGIA · A grande maioria é causado comumente por bactérias anaeróbias · Reflete a composição da microbiota gengival · Hammond et al (1995): 44% anaeróbicas, 19% aeróbicas e 22% microbiota mista · Microbiota mista · Outros: oportunistas (salmonela, legionella sp, P. jirovecii), micobacteriose atípica e fungos em pacientes imunodeprimidos · O trato respiratório é colonizado por diversos MO · Situações especiais: FATORES DE RISCO · Rebaixamento do nível de consciência · Doença/infecções periodontal · Dismotilidade esofagiana · DRGE · Disfagia · Vômitos · Paralisia da corda vocal QUADRO CLÍNICO · Sintomas respiratórios e gerais (p. ex febre, perda ponderal) · Historia clinica de aspiração ou disfagia · Radiografia de tórax mostrando cavitação EXAMES COMPLEMENTARES · Hemograma: leucocitose e desvio a esquerda (nas fases iniciais antes que haja tto com antibiótico) · Exames microbiológicos: escarro (contaminação então não é tão precisa; diagnóstico diferencial) lavado broncoalveolar ou escovado protegido líquido de aspiração transtorácica por agulha líquido pleural lavado broncoalveolar e secreção pleural = mais precisão diagnóstica · Hemocultura (tem uma baixa positividade) · Broncoscopia (rígida ou flexível): coleta de material, exclusão de doença neoplásica, broncoestenose, presença de corpo estranho, exploração diagnóstica em casos de resposta terapêutica inadequada · Radiografia de tórax: exame determinante no diagnóstico do abscesso pulmonar cavitação de paredes espessas e presença de nível hidroaéreo imagem arredondada, em geral única, com nível liquido e de localização nos segmentos pulmonares posteriores diagnóstico diferencial com PNM (pneumonia) ou massa tumoral pedir sempre PA e perfil os segmentos mais comuns de acometimento são: segmento superior do lobo inferior direito, segmento posterior do lobo superior direito e o segmento superior do lobo inferior esquerdo · Tomografia de tórax: melhor definição de imagem suspeita de lesão tumoral distinção de lesão parenquimatosa de uma coleção pleural evolução clínica inadequada ajuda no diagnóstico diferencial TRATAMENTO · É principalmente clinico com antibioticoterapia, fisioterapia respiratória (drenagem postural), suporte nutricional, controle de doenças de base, etc · Antibioticoterapia prolongada (pelo menos 4 semanas) · Tratamento cirúrgico: quando não apresentam melhora com o tto clínico (cerca de 15%) · Penicilina e clindamicina são os antibióticos mais utilizados em combate dos germes anaeróbios, com preferencia progressivamente escalonando com a clindamicina Antibioticoterapia · Penicilina parenteral: excelente ação contra anaeróbios in vitro e por muito tempo foi o antibiótico de escolha · Clindamicina/cefalosporina de segunda ou terceira geração: boa opção com algumas ressalvas como tto prolongado, múltiplas doses diárias, não tem boa cobertura contra gram-negativos, possibilidade de induzir a colite pseudomembranosa; a utilização da clindamicina requer atenção mas quando combinada a uma cefalosporina de 2 ou 3 geraçao, ela tem eficácia em torno de 70% · Metronidazol/penicilina: metronidazol tem excelente ação contra anaeróbios mas como monoterapia tem falha em torno de 50% isso por conta a microbiota mista; quando utilizado deve fazer associação com penicilina · B-lactâmico/inibidor da beta lactamase: amoxicilina/clavulanato (permite boa troca para via oral, reduzindo o tempo de hospitalização) ou ampicilina/sulbactam (CI em alérgicos a penicilina) · Quinolonas: moxifloxacina (facilidade de 1 dose diária; cura boa e com efeitos colaterais mínimos; tem bastante cobertura e boa concentração em todos os sistemas respiratórios; baixa interação medicamentosa), ciprofloxacina (pseudômonas aeruginosa) · Vancomicina ou linezolida para estafilo MRSA (staphylo resistente a meticilina) Tratamento clinico · A efetividade do tratamento clinico através da drenagem postural, pode ser potencializada pela fibrobroncoscopia (aspipracao de secreção e dilatação brônquica através de um cateter, facilitando o escoamento da secreção pútrida) · Esse procedimento pode ser repetido a cada 2 a 3 dias, acelerando a cura do abscesso · Evolução radiológica: · Preditores de insucesso no tratamento clínico: mais de 6 semanas de evolução espessamento da parede da cavidade do abscesso evidencia tomográfica e/ou endoscópica de broncoestenose cavidades necróticas gigantes colonização por germes multirresistentes Tratamento cirúrgico · Suspeita de neoplasia (principal causa de cirurgia) ou broncoestenose · Hemoptise · Grandes abscessos (>6cm de diâmetro) · Germes resistentes · Opções cirúrgicas: drenagem percutânea drenagem endoscópica ressecção pulmonar (lobectomia) COMPLICAÇÕES · Empiema · Sepse · Abscesso metastático cerebral · Disseminação broncogênica · Hemoptise · piopneumotórax DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PROGNÓSTICO · Redução progressiva da mortalidade 9drenagem postural/broncoscopia/cirurgia/ATB: sulfonamidaspenicilina) · Pior: infecção por P. aeruginosa, S. aureus e K. pneumoniae; imunodepressão; neoplasia · Mortalidade em 1920 (33%) · Mortalidade hoje em torno de 5%; quando há necessidade de tto cirúrgico 11%; crianças tratadas clinicamente 0% CONCLUSÃO
Compartilhar