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Sistema Nervoso Autonomo - farmacologia

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MILENA LOPES 
 
 O sistema nervoso autônomo (SNA) é o responsável por executar ações sem necessidade 
da consciência do indivíduo, agindo de forma autônoma; 
CARACTERÍSTICAS 
 Regula o que não é voluntário: 
- Contração/estimulação de músculo liso de vasos e vísceras; 
- Secreções exócrinas (todas) e endócrinas (algumas) - sistema endócrino/ glândulas; 
- Batimentos cardíacos e débito cardíaco - sistema cardiovascular; 
- Metabolismo energético; 
- Mantém o equilíbrio interno do corpo; 
- Distribuição do fluxo sanguíneo (Inerva a maioria dos tecidos); 
- Digestão; 
- Sistema excretor; 
- Imunidade (nervo vago); 
- Algumas funções do SNC, como a descarga convulsiva; 
- Influenciam o desenvolvimento e a progressão do câncer de próstata; 
• Interferência do Sistema Nervoso Autônomo: 
- Interferência dos neurotransmissores: noradrenalina e acetilcolina; 
 Os nervos do SNP autônomo possuem dois tipos de neurônios: 
- Pré-ganglionares (corpo celular dentro do SNC); 
- Pós-ganglionares (Corpo celular dentro do gânglio); 
 
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 O impulso nervoso, ao sair da medula espinhal, pode percorrer 2 caminhos: 
• Simpático: 
- Nervo pré-ganglionar curto → gânglios paravertebrais toracolombares → nervos pós- 
ganglionar longos → órgão efetor; 
- Segmento tóraco-lombar: 
• Parassimpático: 
- Nervo pré-ganglionar longo → gânglio próximo ao órgão 
efetor → nervo pós-ganglionar curto → órgão efetor; 
- Segmento crânio-sacral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- O nervo pré-ganglionar do sistema nervoso simpático estimula o gânglio paravertebral por meio 
da acetilcolina. Além disso, no sistema nervoso simpático, as fibras nervosas pós-ganglionares 
podem ser tanto adrenérgicas, como colinérgicas, quanto dopaminérgicas. E nada disso faz com 
que esse sistema deixe de ser simpático; 
Nervos: 
Colinérgicos 
Noradrenérgicos 
 
 
Antes dos gânglios 
tudo é colinérgico, 
depois pode ser 
adrenérgico ou 
colinérgico 
 
ACh: acetilcolina; 
D: dopamina; 
Epi: epinefrina; 
M: receptores muscarínicos; 
N: receptores nicotínicos; 
NE: norepinefrina. 
 
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- Algumas fibras pós-ganglionares simpáticas liberam acetilcolina em vez de norepinefrina. Os 
nervos simpáticos para a vasculatura renal e rim podem liberar dopamina bem como 
norepinefrina durante o estresse. A medula suprarrenal, um gânglio simpático modificado, 
recebe fibras pré-ganglionares simpáticas e libera epinefrina e norepinefrina no sangue. 
- “Os termos simpático e parassimpático são designações anatômicas e não dependem do tipo de 
transmissor químico liberado das terminações nervosas, nem do tipo de efeito – excitante ou 
inibidor – evocado pela atividade nervosa.” 
 
SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO 
 
 Classifica-se o SNA em dois estados: 
1) Simpático: 
- Estado de luta e fuga (efeitos excitatórios); 
- Noradrenalina é o principal neurotransmissor; 
• Observações: 
- Nem todo efeito excitatório é proveniente do sistema nervoso simpático; 
- A acetilcolina pode atuar no sistema nervoso simpático, 
2) Parassimpático: 
- Estado de digestão e repouso (efeitos inibitórios); 
- Acetilcolina é o principal neurotransmissor; 
• Observações: 
- Nem todo efeito inibitório é gerado pelo sistema nervoso parassimpático; 
- A noradrenalina pode atuar no parassimpático. 
- Pelo uso de fármacos que mimetizam ou bloqueiam as ações dos transmissores químicos, 
podemos modificar seletivamente muitas funções autônomas. 
• “Neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelos neurônios, com a função 
de biossinalização. Por meio delas é possível enviar informações a outras células. Podem 
também estimular a continuidade de um impulso ou efetuar a reação final no órgão ou 
músculo alvo|”. 
EXTRA: outros neurotransmissores, apesar de pouco mencionados, como a 
dopamina e o neuropeptídeo Y podem atuar sobre o sistema nervoso autônomo. 
. 
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SIMPÁTICO: 
- Adrenérgico: libera noradrenalina e a adrenalina nas terminações nervosas; 
- Catabólico: quebra / gera catabólicos para gerar energia – sistema de desgaste; 
- Luta/fuga – libera energia; 
 Dois tipos de receptores adrenérgico: 
 - alfa 1,2 
 - beta 1, 2, 3 
- Adrenalina é produzida na glândula suprarrenal; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PARASSIMPÁTICO: 
- Colinérgico: libera acetilcolina nas terminações nervosas; 
- Anabólico: armazena energia, em repouso não precisa de muitos batimentos cardíacos 
- Calma/digestão – conserva energia; 
 
 Um receptor muscarínico / colinérgico: 
- Mesma ação da acetilcolina; 
M – 1, 2, 3, 4 e 5; 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SINAPSE / TRANSMISSÃO COLINÉRGICA 
 
- Parassimpático; 
- Receptor nicotínico: específico para nicotina; 
- Receptor muscarínico: 1 a 5; 
 Receptores excitatório (agonistas): 
• Causam:
- Excitação do SNC; 
- Secreção gástrica; 
-Motilidade 
Gastrointestinal; 
- Secreção glandular; 
- Contração da 
musculatura lisa visceral; 
- Vasodilatação (via NO). 
• Receptores: 
- M1 (enterico, neuronal); - M3 (glandular, vascular); - M5 (SNC). 
 
• Características: 
- Metabotrópico: ligado a proteína Gq – ativa 
a enzima fosfolipase C; 
-  IP3, DAG; 
-  Intracelular Ca2+(estimulação); 
-  Condutância de K+(despolarização). 
 
 Receptores inibitório (agonistas): 
• Causam:
- Inibição cardíaca; 
- Inibição Pré-sinaptica; 
- Inibição neuronal; 
- Diminui a pressão arterial;
• Receptores: 
- M2(cardíaco); - M4 (SNC). 
• Características: 
- Ligado a uma proteína inibitória(Gi) que 
inibe o 2° mensageiro = adenilato ciclase; 
-  cAMP ; 
-  Canais de Ca2+; 
-  Condutância de K+ 
 
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 Resumo: 
- A síntese da acetilcolina acontece através da reação entre a acetilcoenzima A e a colina, 
catalisada pela colina acetiltransferase. A colina entra no citoplasma por transportador 
dependente de sódio, enquanto a acetilcoenzima A já se encontra dentro da célula, por ser 
produto de degradação do metabolismo celular. 
 
 
 
- Uma vez sintetizada, a acetilcolina é armazenada dentro de vesículas. Sobre estas vesículas, 
atuam algumas proteínas, as VAMPs (proteínas de membrana associadas a vesículas) e as SNAPs 
(proteínas sinaptossômicas associadas a nervos). 
- As duas, juntamente com o cálcio internalizado por um potencial de ação, vão fazer com que a 
vesícula contendo acetilcolina se funda com a membrana celular, levando à exocitose do 
neurotransmissor, que cai na fenda sináptica. 
 
- Dessa forma, a acetilcolina exerce seu efeito ao se ligar nos receptores pós-sinápticos e tem sua 
ação cessada por conta da acetilcolinesterase, enzima que inativa a acetilcolina de forma muito 
rápida, clivando-a. 
 
 A inibição da entrada da colina, 
inibição da entrada da acetilcolina 
na vesícula, inibição da fusão da 
vesícula com a membrana celular 
do nervo, inibição da 
acetilcolinesterase para que ela 
não clive a acetilcolina, entre 
outros. 
Acetilcoenzima A + colina = acetilcolina 
 (colina acetiltransferase) 
. 
. 
Armazenada dentro de vesículas → Fusão das vesículas à membrana celular = cai na fenda sináptica 
 (VAMPs, SNAPs e cálcio internalizado por um potencial de ação) 
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SINAPSE / TRANSMISSÃO ADRENÉRGICA 
 
- Simpático; 
 Receptores adrenérgico  - alfa 1,2 (agonista): 
• Excitatório: 
 - 1 
- Proteína Gq estimular a produção da fosfolipase C → produz o 2° mensageiro; 
-  Inositol trifosfato (IP3); -  Diacil glicerol (DAG) 
Ex: Norepinefrina, Epinefrina, Fenilefrina 
• Inibitório: 
 - 2 
- Proteína Gi inibe a Adenilato ciclase; 
-  cAMP ; -  Canais de Cálcio; -  Condutância de K+ 
Ex: Norepinefrina, Metil NE, Clonidina 
 Receptores adrenérgico  - beta 1, 2, 3 (agonista): 
• Excitatório: 
 - 1, 2, 3 
- Proteína Gs ativa a Adenilato ciclase; 
 cAMP 
Ex:Isoproterenol , Albuterol (2), Dobutamina (1). 
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 Resumo: 
- A síntese da noradrenalina se dá da seguinte forma: a tirosina entra na célula por transportador 
de sódio e é convertida em dopa pela tirosina hidroxilase. A dopa, por sua vez, é transformada 
em dopamina, pela dopamina-β-hidroxilase. A proteína VMAT – transportador de monoaminas 
vesiculares – leva a dopamina para dentro de vesículas, onde ela é transformada em 
noradrenalina. 
- Com o potencial de ação, há influxo de cálcio, atuação das VAMPs e das SNAPs e, 
consequentemente, fusão das vesículas à membrana, levando à exocitose da noradrenalina. Sua 
atuação se dá pela ligação aos receptores pós-sinápticos e sua redução na fenda sináptica ocorre 
pela sua difusão para fora da fenda e pela reciclagem pela proteína NET, situada no terminal pré-
sináptico. 
• Término da Ação da Noradrenalina 
- Captação neuronal e Captação extraneuronal - mecanismos de captação ativa (envolvem gasto de 
energia); 
 
 
MILENA LOPES 
 
METABOLIZAÇÃO NEUROTRANSMISSORES SNA 
 Terminações colinérgicas: 
Enzimática = acetilcolinesterase ou butirilcolinesterase; 
 
 Terminações adrenérgicas: 
1. Captação 1 e 2; 
2. Metabolização enzimática: 
- Monoamino-oxidase (MAO); 
- Catecol-O-metil transferase (COMT). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS GERAIS DA TRANSMISSÃO 
 
 Supersensibilidade por desnervarão – Bloqueio farmacológico e “efeito rebote”: 
Quando há um bloqueio farmacológico que impede a chegada de certo neurotransmissor na 
fenda sináptica, a membrana pós-sináptica começa a expressar maior número de receptores, na 
tentativa de captar bem o pouco de neurotransmissor que estiver disponível, processo conhecido 
como up regulation. Porém, retirando o bloqueio, há o efeito rebote ao efeito causado pelo 
fármaco, ou seja, ocorre uma resposta exacerbada, porque, voltando a ser liberado na fenda 
sináptica, o neurotransmissor encontra uma grande quantidade de receptores. 
 
 Modulação pré-sináptica: 
As terminações pré-sinápticas respondem aos neurotransmissores liberados por elas próprias, 
por mecanismo denominado feedback negativo. Desta forma, os neurotransmissores se ligam a 
receptores pré-sinápticos e induzem uma redução da liberação do mesmo. 
Quando isso é feito pelo mesmo neurotransmissor, a modulação é homotrópica, já quando é 
realizada por outro, a modulação é heterotrópica. 
 Modulação pós-sináptica: 
 O terminal pós-sináptico também modula a liberação dos neurotransmissores. Observe na figura 
acima que a acetilcolina atua sobre o endotélio vascular, que produz óxido nítrico, e este faz 
feedback positivo, estimulando mais liberação de acetil colina pelo nervo. Além disso, observe 
também que a noradrenalina estimula a musculatura lisa, que libera prostaglandina, que, por sua 
vez, faz feedback negativo, inibindo a liberação de mais noradrenalina pelo terminal pré-
sináptico. 
 Cotransmissão: 
A maioria dos neurônios liberam mais de um neurotransmissor, ao contrário do que se imaginava 
antes. 
 Outros transmissores: 
 Apesar de muito se falar em acetilcolina e noradrenalina, outros transmissores têm papel 
essencial na condução do estímulo nervoso, entre eles: ATP; óxido nítrico; dopamina; 
neuropeptídeo Y. 
 Término da ação dos transmissores: 
 O término da ação da acetilcolina se dá pela sua clivagem efetuada pela acetilcolinesterase, que 
a inativa. Já o término da ação da noradrenalina ocorre devido à sua difusão para fora da fenda 
sináptica e pela reciclagem da proteína NET.

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