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INTRODUÇÃO A CITOPATOLOGIA

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INTRODUÇÃO A CITOPATOLOGIA MILENA BAVARESCO 
 
INTRODUÇÃO A 
CITOPATOLOGIA 
PATOLOGIA 
▪ É a ciência que estuda a doença, suas causas, 
mecanismos, alterações estruturais (morfológicas) e 
funcionais relacionadas. É dividida em: 
 
▪ Patologia geral: estuda processos patológicos básicos: 
inflamatórios, degenerativos, vasculares etc. 
 
▪ Patologia especial: estuda as doenças específicas de 
órgãos ou sistemas (patologia do sistema digestórios, 
respiratórios etc.). 
 
MÉTODOS DE ESTUDO EM PATOLOGIA 
MÉTODOS TRADICIONAIS: 
▪ Necropsia (autópsia): é um tipo de exame 
anatomopatológico realizado no cadáver, que 
determina a causa da morte e os tipos de doenças 
existentes no indivíduo. 
 
▪ Método ouro na determinação de causa de morte, além 
disso também é de grande valia na saúde pública, pois a 
possibilidade de fazer diagnósticos precisos torna as 
estatísticas sobre doenças mais confiáveis e 
informativas. 
 
▪ A autópsia pode ser completa – quando todos os órgãos 
são dissecados e examinados detalhadamente – ou 
pode ser parcial – quando apenas alguns órgãos são 
removidos através de incisões regionais, de reabertura 
de incisões cirúrgicas prévias ou de punção com agulha. 
 
OS TIPOS DE NECROPSIA SÃ O: 
▪ Necropsia acadêmica: solicitação clínica – hospital 
universitário; 
 
▪ Necropsia não forense: serviço de verificação de óbito 
(SVO); 
 
▪ Necropsia forense – Médico-legal. 
 
▪ É realizada a abertura do cadáver e dissecção dos 
órgãos. Faz-se então a declaração de óbito. Caso não 
seja definida a causa básica macroscópica, deve realizar 
exame microscópico dos órgãos. Laudo final: macro e 
microscópica. 
 
BIÓPSIA : 
▪ exame anatomopatológico realizado em fragmentos de 
tecido ou peças cirúrgicas retiradas do paciente vivo. 
São realizadas para diagnósticos e/ou tratamento. 
 
▪ Os tipos principais são: 
1. Incisional: quando se retira apenas parte da lesão 
para diagnóstico; 
 
2. Ablativas ou excisionais: quando se faz a extirpação 
ou exérese de toda a lesão; 
 
3. Retirada parcial ou total: ocorre em situações em 
que as lesões são muito extensas e, assim, é 
necessária a retirada do membro/órgão afetado. 
 
▪ O material a ser colhido deve ser bem representativo, 
por isso o cirurgião deve considerar muito bem as 
características anatômicas da lesão. 
 
▪ Muitas vezes, uma biópsia mais alargada faz menos mal 
ao paciente do que a repetição de todo o procedimento. 
 
▪ Após a retirada do fragmento: uma requisição 
(constando dados de identificação do paciente, 
informes clínicos relevantes, resultados de exames 
complementares e hipóteses diagnósticas) é preenchida 
pelo médico assistente. 
 
▪ É feita a fixação (o mais brevemente possível): o fixador 
universal é o formaldeído a 4% (ou seja, formalina 10% 
(rotina)), dependendo do caso e da necessidade de 
técnicas especiais, outros fixadores (álcool, Zenker, 
glutaraldeído) podem ser usados. 
 
▪ O volume do fixador deve ser de, pelo menos, 6 a 10 
vezes aquele do espécime. Nunca se deve colocar uma 
amostra em recipeiente de boca menor do que o 
próprio espécime, pois podem ocorrer deformidades 
irreversíveis na peça. 
 
▪ O recipiente que contém a amostra deve ser fechado de 
modo a evitar evaporação do fixador. Após a fixação faz-
se a avaliação macroscópica. Depois é feito o 
processamento para confecção de lâminas (coloração 
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de rotina: hematoxilina-eosina). Então é realizado o 
exame microscópico e por fim o laudo 
anatomopatológico. 
 
CITOPATOLOGIA 
▪ A citopatologia -> estuda as doenças através das 
modificações celulares, considerando as suas 
características citoplasmáticas e nucleares. 
 
▪ Essa ciência desenvolveu-se através da aquisição de 
inúmeros conhecimentos científicos e à introdução de 
novas tecnologias, desde a invenção do microscópio 
óptico convencional às técnicas de processamento e 
coloração dos espécimes, propiciando melhor 
detalhamento e estudo das estruturas celulares. 
 
▪ Atualmente outras técnicas complementares, tais como 
métodos de análise celular automatizada, técnicas de 
biologia molecular e sistemas computacionais, são 
aplicadas ao exame citológico tradicional, ampliando as 
suas indicações e confiabilidade diagnóstica. 
 
MÉTODOS DE COL ETA: 
▪ Citologias aspirativas: PAAF (tireoide, mama, linfonodo 
etc.) – utiliza-se uma agulha para aspirar a células. Após 
a retirada deve-se fixar imediatamente em álcool a 95% 
ou com spray fixador. 
 
▪ Citologias esfoliativas: Cérvico-vaginal; escovado 
brônquico etc. Coleta de células que já foram 
naturalmente esfoliadas/raspadas. Após a retirada 
deve-se fixar imediatamente (ainda úmido) em álcool a 
95% ou com spray fixador. Líquidos cavitários: colocar o 
líquido em recipiente limpo e enviá-lo ao laboratório 
imediatamente ou mantê-lo na geladeira até a entrega 
(máximo 24h após a coleta). 
 
▪ Citopatologia ginecológica: Detecção de lesões pré-
malignas e câncer de colo uterino através do exame 
citopatológico. 
 
o Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer 
de colo uterino: mulheres com atividade sexual e 
idade entre 25 e 60 anos; realização anual; após 2 
exames anuais com resultados negativos -> a cada 
3 anos. 
 
o A partir dos 64 anos = a realização do exame pode 
ser interrompida, desde que a mulher tenha 2 
resultados citológicos negativos consecutivos nos 
últimos 5 anos; mulheres > 64 anos e que nunca 
foram avaliadas = realizar 2 exames com intervalo 
de 1 a 3 anos. 
 
o Se ambos forem negativos = podem ser 
dispensados exames adicionais. 
 
▪ Orientações: não estar menstruada; não realizar duchas 
vaginais nas 48h que antecedem o exame; não usar 
cremes intravaginais nas 48h que antecedem o exame; 
abstinência sexual nas 48h que antecedem o exame. 
 
▪ Nomenclatura para laudos cervicais: 
 
 
 
INTRODUÇÃO A CITOPATOLOGIA MILENA BAVARESCO 
 
TIPOS DE DESCAMAÇÃO CEL UL AR 
▪ A descamação celular pode ser de dois tipos: 
espontânea ou natural e artificial. 
 
▪ Descamação Natural: urina e o escarro. 
 
▪ Descamação Artificial: as células são removidas com a 
utilização de algum instrumento. É o que acontece no 
teste de Papanicolaou, em que as amostras citológicas 
são obtidas através do raspado da ectocérvice e do 
escovado da endocérvice, utilizando-se a espátula de 
Ayre e a “escovinha”, respectivamente. 
o As células viáveis que são traumaticamente 
esfoliadas, são menores e com menor grau de 
maturação que as células descamadas 
naturalmente. 
 
OBJETIVOS E L IMITAÇÕES DO EXAME 
CITPATOL ÓGICO 
▪ Os objetivos do exame citopatológico incluem: 
o Identificação de doenças não suspeitadas 
clinicamente. 
 
o Confirmação de doenças clinicamente suspeitas. 
 
o Acompanhamento da evolução ou resposta ao 
tratamento de determinada doença. 
 
▪ Por se tratar de um procedimento diagnóstico não 
invasivo sem complicações para a paciente, além do seu 
baixo custo e eficácia diagnóstica, a citopatologia é 
considerada o método de eleição no rastreamento do 
câncer cervical. 
 
▪ Contudo, limitações são comuns a todos os métodos 
diagnósticos. 
 
▪ Com relação à citopatologia, os seus aspectos negativos 
compreendem o tempo excessivamente longo na 
interpretação das amostras, a natureza algo subjetiva da 
interpretação e a impossibilidade de assegurar a invasão 
ou extensão da invasão no caso de lesão maligna. 
 
▪ Deve ser realçado que a avaliação histopatológica é 
essencial no diagnóstico definitivo das lesões pré-
cancerosas e malignas do colo uterino, detectadas pelo 
exame citológico. 
 
CITOPATOLOGIA GINECOLÓGICA 
INDICAÇÕES E PERIODICIDADE DO EXAME DE 
PAPANICOL AOU 
▪ A realização periódica do exame citopatológico continua 
sendo a estratégia mais adotada e mais eficiente no 
rastreamento do câncer do colo do útero.▪ É aconselhável a realização do exame de Papanicolaou a 
partir do início da atividade sexual. Contudo, no âmbito 
da saúde pública, considerando principalmente a 
questão do custo-benefício, há regulamentações 
específicas. 
 
▪ De acordo com as Diretrizes Brasileiras para o 
Rastreamento do Câncer do Colo do Útero pelo 
MS/Inca, de 2011, o exame deve ser priorizado para 
mulheres com atividade sexual e idade entre 25 e 60 
anos. 
 
▪ Quanto à periodicidade, é indicada a sua realização 
anual, e após dois exames anuais com resultados 
negativos, a cada três anos. Essa recomendação é 
baseada na história natural do câncer de colo do útero, 
que apresenta uma evolução lenta, o que permite a 
detecção precoce das lesões pré-cancerosas e o seu 
tratamento efetivo, com margem ampla de segurança 
para a paciente. 
 
▪ A partir dos 64 anos de idade, a realização do exame de 
Papanicolaou pode ser interrompida, desde que a 
mulher tenha dois resultados citológicos negativos 
consecutivos nos últimos cinco anos. 
 
▪ Para mulheres com mais de 64 anos de idade e que 
nunca foram avaliadas através do exame citopatológico, 
é necessário realizar dois exames com intervalo de um a 
três anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres 
podem ser dispensadas de exames adicionais. 
 
▪ Em pacientes que apresentam lesões pré-cancerosas, o 
seguimento citológico será semestral. Após o 
tratamento da lesão e depois de dois exames citológicos 
com resultados negativos, a paciente passa a realizar o 
teste de Papanicolaou a intervalos anuais, a cada três 
anos. 
 
 
INTRODUÇÃO A CITOPATOLOGIA MILENA BAVARESCO 
 
PROCEDIMENTOS TÉCNICOS E L ABORATORIAIS - 
NORMAS DE CO L HEITA DAS AMOSTRAS 
CERVICOVAGINAIS 
▪ Não estar menstruada. 
 
▪ Não realizar duchas vaginais e não usar drogas 
intravaginais (creme, óvulo) nas 48 horas que 
antecedem o exame. 
 
▪ Abstinência sexual nas 48 horas que antecedem o 
exame. 
 
PREENCHIMENTO DE FICHA DA PACIENTE 
▪ Antes da colheita das amostras citológicas é 
fundamental o preenchimento de ficha com os dados da 
paciente, que incluem: 
 
▪ Dados pessoais: nome completo, idade, endereço, 
telefone e número do documento de identificação se 
corresponder a exame do SUS. 
 
▪ Dados do médico que solicitou o exame: nome 
completo e telefone. No caso de exame do SUS, às vezes 
só há a identificação do profissional que colheu a 
amostra citológica, devendo constar na requisição do 
exame. 
 
▪ Dados clínicos da paciente.: 
o Data da última menstruação. 
o Paridade. 
o Queixas clínicas, especialmente sangramento 
vaginal anormal. 
o Uso de contraceptivos. 
o Referência a terapia de reposição hormonal - Data 
do último exame preventivo. 
o Resultados de exames citopatológicos e 
histopatológicos do colo/vagina prévios. 
o Procedimentos terapêuticos anteriores 
(cauterização, cirurgia, quimio e/ou radioterapia). 
 
▪ Dados macroscópicos da vagina/colo e colposcópicos se 
forem disponíveis. 
 
COL HEITA DAS AMOSTRAS CITOL ÓGICAS 
▪ Antes da colheita, devem ser disponibilizadas lâminas 
de vidro identificadas com as iniciais e/ ou número de 
registro da paciente (extremidade fosca da lâmina), 
previamente limpas e desengorduradas com gaze 
umedecida com álcool. 
 
▪ Ainda são necessárias espátula de Ayre para a colheita 
das amostras da ectocérvice e da vagina através de 
“raspados” e escovinha para a colheita da endocérvice. 
 
▪ Devem ser acessíveis ainda tubos de plástico contendo 
etanol a 95% para acondicionar os esfregaços e obter a 
sua fixação imediata. Nesta modalidade de colheita, as 
amostras obtidas do fundo de saco posterior da vagina, 
da ectocérvice e da endocérvice são distribuídas na 
mesma lâmina. 
 
▪ As vantagens da técnica compreendem o seu baixo 
custo, a rapidez da avaliação microscópica e a sua 
efetividade diagnóstica. 
 
▪ Contudo, é necessário um treinamento adequado para 
garantir a boa qualidade dos espécimes, evitando 
artefatos de esmagamento e dessecação do material. 
 
▪ A colheita do fundo de saco posterior da vagina é 
particularmente importante nas mulheres peri e pós-
menopausadas, uma vez que o fundo de saco vaginal 
pode ser um reservatório de células malignas originadas 
especialmente de tumores do endométrio, do ovário e 
das trompas. 
 
▪ Por outro lado, a colheita vaginal é também de interesse 
para a identificação de micro-organismos patogênicos. 
Apesar das vantagens atribuídas à colheita tríplice, o 
Instituto Nacional do Câncer (Inca) recomenda apenas a 
colheita dupla (ectocérvice e endocérvice), uma vez que 
o objetivo do exame é o rastreio das lesões pré-
cancerosas do colo. 
 
▪ O espéculo vaginal sem lubrifi cante (para evitar 
contaminação da amostra) é introduzido para a 
visualização do colo. 
 
▪ Depois de remover com algodão o excesso de muco, 
secreção ou sangue, a espátula de Ayre é apoiada no 
canal endocervical, sendo executado um raspado na 
junção escamocolunar (JEC) através de movimento de 
rotação de 360º. 
INTRODUÇÃO A CITOPATOLOGIA MILENA BAVARESCO 
 
▪ A amostra do fundo de saco posterior da vagina também 
é obtida através de raspado, com a extremidade romba 
da espátula de Ayre. 
 
▪ A espátula é deixada em repouso sobre o espéculo e 
imediatamente é realizada a colheita do material 
endocervical. 
 
▪ A escovinha designada especialmente para essa 
finalidade é inserida através do orifício cervical externo, 
sendo executada uma rotação completa no canal que 
pode ser finalizada com um movimento de vai e vem, 
com cuidado para não traumatizar a mucosa, evitando 
sangramento. 
 
 
CONFECÇÃO DOS ESFREGAÇOS CITOL ÓGICOS 
▪ Os espécimes obtidos são espalhados na mesma lâmina 
de vidro de modo delicado e rápido, confeccionando-se 
esfregaços finos e uniformes. 
▪ A pressão excessiva na confecção do esfregaço pode 
resultar no esmagamento e na distorção das células. 
 
▪ Por outro lado, a demora na fixação da amostra em 
etanol a 95% pode levar à dessecação com alterações 
celulares degenerativas. 
 
▪ Especial cuidado deve ser tomado com o espécime 
endocervical, já que as células glandulares dessa 
mucosa são mais frágeis e suscetíveis a artefatos 
técnicos. 
 
▪ É muito importante no momento da colheita e da 
confecção dos esfregaços ter precaução para não 
contaminar as lâminas com fios de algodão da gaze ou 
talco contido nas luvas utilizadas durante o 
procedimento. 
 
FIXAÇÃO DOS ESFREGAÇOS CITOL ÓGICOS 
▪ O etanol a 95% é o fixador de rotina devido a sua 
eficiência, seu baixo custo e ausência de toxicidade. 
 
▪ O esfregaço ainda úmido deve ser imediatamente 
imerso em etanol, onde permanece até o momento da 
coloração. 
INTRODUÇÃO A CITOPATOLOGIA MILENA BAVARESCO 
 
▪ O tempo de permanência da amostra no fixador deve 
ser no mínimo 15 minutos, recomendando-se não 
ultrapassar duas semanas. 
 
▪ A demora na fixação ou a utilização de etanol em 
concentração inferior à preconizada pode levar a 
alterações celulares importantes, dificultando ou 
mesmo impossibilitando a avaliação oncológica. 
 
▪ Os seguintes efeitos podem ser encontrados nas 
amostras dessecadas (exposição prolongada no ar): 
o Aspecto opacificado, turvo, dando a impressão de 
que a amostra está fora do campo de visão. 
 
o Aumento da eosinofilia citoplasmática. 
 
o Aumento nuclear (de quatro a seis vezes maior ao 
verificado nas amostras fixadas imediatamente) e 
perda dos detalhes da estrutura cromatínica. 
 
▪ Outros fixadores utilizados menos comumente são o 
Carbowax (etanol e polietileno glicol) e sprays (álcool 
isopropílico e glicol). 
 
▪ A vantagem desses fixadores de cobertura em relação 
ao etanol é a facilidade de transporte das amostras 
quando são obtidas à distância do laboratório. 
 
▪ Com a aplicação desses fixadores, os esfregaços podem 
ser acondicionados em caixas de papelão, evitandoos 
possíveis transtornos pelo vazamento do etanol durante 
o transporte e consequente dano às preparações 
citológicas. 
 
 
 
MONTAGEM DOS ESFREGAÇOS CITOL ÓGICOS 
▪ É o processo em que é aplicada uma resina sintética 
dissolvida em um solvente, geralmente o xilol, 
permitindo a adesão entre a lamínula e a lâmina. 
 
▪ A ligação entre as duas protege o esfregaço da 
dessecação e diminui as chances de descoloração ao 
decorrer do tempo. Os meios de montagem mais 
utilizados no nosso meio são o bálsamo do Canadá e o 
Entellan (Merck). 
 
▪ É fundamental que o procedimento de montagem seja 
rápido, imediatamente após a remoção do esfregaço do 
xilol, impedindo a penetração de ar entre a lâmina e a 
lamínula. 
 
▪ Quando isso ocorre, poderão surgir artefatos, como a 
presença de pigmento acastanhado recobrindo a 
amostra (artefato corn flakes) ou a formação de bolhas. 
 
 
AVAL IAÇÃO MICROSCÓPICA DAS AMOSTR AS 
CITOL ÓGICAS 
▪ Antes de se proceder a “leitura” dos esfregaços, é 
fundamental a checagem das iniciais do nome e 
sobrenome da paciente e do número de registro na 
lâmina, confrontando-os com os dados que constam na 
ficha de cada paciente. 
INTRODUÇÃO A CITOPATOLOGIA MILENA BAVARESCO 
 
 
▪ É importante ainda observar as informações clínicas. 
Inicialmente utiliza-se a objetiva de 4x para verificar a 
qualidade da fixação e coloração do espécime, o fundo 
(área ocupada entre as células), assim como a 
celularidade (quantidade de células), a composição 
celular (tipos de células) e a sua distribuição. 
 
▪ Esses aspectos são considerados no item 
adequabilidade da amostra, da Nomenclatura Brasileira 
para Laudos Cervicais e Condutas Preconizadas 
(Ministério da Saúde - Inca, 2006) adaptado do Sistema 
Bethesda de classificação citológica dos esfregaços 
cervicais (2001). Inclui as seguintes categorias: 
 
▪ Satisfatória: A amostra que apresenta células em 
quantidade representativa (estimativa mínima de 
aproximadamente 8.000-12.000 células escamosas) 
bem distribuídas, fixadas e coradas, de tal modo que a 
sua visualização permita uma conclusão diagnóstica. 
 
▪ Satisfatória, mas limitada para a avaliação Falta de 
informações clínicas: Esfregaço obscurecido entre 50% 
a 75% de sua totalidade por vários fatores, entre eles: 
o esfregaço acentuadamente hemorrágico devido ao 
trauma na colheita da amostra, esfregaço espesso 
com acentuada sobreposição celular por falha na 
distribuição do material na lâmina, esmagamento 
das células por compressão excessiva durante a 
confecção do esfregaço, dessecação celular devido 
à demora na fixação ou utilização de fixador com 
menor teor alcoólico, falhas na técnica de 
coloração. 
 
o Outras causas de exames citológicos satisfatórios, 
mas limitados para a avaliação incluem a escassez 
de células epiteliais no esfregaço ou a sobreposição 
acentuada das células epiteliais por exsudato 
leucocitário. A escassez celular pode decorrer da 
atrofia do epitélio, comum na menopausa. O 
acentuado exsudato purulento (leucocitário) é 
determinado por condições inflamatórias. 
 
▪ Insatisfatória: Esfregaço acelular ou obscurecido em 
mais de 75% da sua totalidade pelos mesmos fatores 
discutidos acima. Quando um exame citológico é 
categorizado como satisfatório, mas limitado ou 
insatisfatório para a avaliação, deve ser repetido o mais 
breve possível, uma vez que o estudo oncológico foi 
comprometido ou não foi possível, respectivamente.

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