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TEOG 1

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Subjetividade 
 É uma construção contínua do sujeito na sua interação social. 
 Na interação social é definido a maneira de perceber o mundo e as condutas 
decorrentes (processos psíquicos), sempre a partir da ordem biológica e histórico 
social. 
 Várias teorias tentam de alguma forma explicar a subjetividade, como a Psicanálise 
(questiona a primazia da razão consciente, apontando um inconsciente que age em 
nós e através de nós). 
 Não deve ser entendida como uma estrutura, e sim como um lócus inevitável de 
encontros e transformações incessantes. 
 Processos de Subjetivação: Deluze e Guattari. A subjetividade é fruto de um processo 
individual, mas também grupais e individuais. 
 
Grupos 
 O homem como um ser gregário, participa ao longo da vida de vários grupos. Ele só 
existe, ou subsiste, em função de seus inter-relacionamentos grupais. 
 Zimmerman afirma que todo indivíduo é um grupo, na medida em que dentro de si 
interagem e convivem muitos personagens introjetados do mundo externo tais como 
pais, irmãos, professores, entre outros. 
 
 Todo grupo pode comportar-se como uma individualidade, com traços específicos e 
típicos. 
 
GRUPO AGRUPAMENTO 
Não é um mero somatório de pessoas Inter-relacionamento 
É uma unidade de leis dinâmicas, as pessoas 
que o constituem estão reunidas em torno 
de um objetivo em comum, como por 
exemplo, música e orquestra 
Convivem compartilhando o mesmo espaço 
e guardam entre si certa proximidade de 
inter-relacionamento e uma potencialidade 
em se constituir como um grupo 
Possui uma organização interna Não há vínculo emocional 
É fundamental a presença de necessidades, 
objetivos e tarefas (necessário para o 
vínculo) 
Um incidente pode modificar a configuração 
grupal 
Necessidade de um vínculo 
 
→ A passagem de um agrupamento para um grupo consiste na transformação de 
“interesses comuns” para a de “interesses em comum”. 
 
Interação/objetivos em comum de um grupo 
 Estabelece um processo de comunicação, uma troca de signos (código), em que se 
expressam emoções e percepções. 
 Ocorre quando as pessoas são incluídas e há uma antecipação na conduta dos 
sujeitos que compõe o grupo. 
 Envolve expectativas recíprocas, intercambio de mensagens, fenômenos de 
aprendizagens, processos de comunicação, modificação que emerge do 
reconhecimento do outro, de sua incorporação, o que leva a um ajuste em maior ou 
menor grau do comportamento de ambos a essa realidade que significa a presença 
concreta do outro. 
 
Condições necessárias para se caracterizar como um grupo 
 Reunião de pessoas com objetivos em comum. 
 Transcendem a somatória dos membros individualmente e forma uma unidade e uma 
totalidade com uma dinâmica própria, caracterizando a própria identidade grupal. 
 Todos se reúnem em torno de uma tarefa. 
 Possuem enquadre, normas e regras. 
 Funciona como totalidade, com dinâmica instauradas que delineia uma identidade 
grupal. 
 É formado por sujeitos com características individuais, porém forma uma nova 
entidade (entidade grupal). 
 É inerente à conceituação de um grupo a existência de uma interação afetiva, de 
natureza múltipla e variada. 
 Coexistem forças opostas: a coesão e a desintegração. 
 Coexistem dois interesses contraditórios: os individuais e os do grupo. 
 Coexistem duas dinâmicas: consciente e inconsciente. 
 Há sempre a formação de papéis e hierarquias. 
 Há formação de um campo dinâmico no qual gravitam fantasias, ansiedades, 
resistências, transferências, projeções e mecanismos defensores. 
 Formação de um campo grupal. 
 
Dinâmica do campo grupal 
 Quando as pessoas estão num grupo forma-se o que Zimerman chama de campo 
grupal, que constitui numa estrutura que vai além da soma dos componentes. 
 Formada por inúmeros fenômenos do psiquismo, que se processa em dois planos, o 
consciente e o inconsciente. 
 Embate entre a necessidade de cumprir a tarefa (grupo de trabalho) e a presença de 
mecanismos primitivos (negação, projeção, dissociação, idealização, entre outros) – 
supostos básicos. 
 Jogo ativo de identificações – tanto projetivas quanto introjetivas. É um elemento 
formador do senso de identificação. 
 Comunicação verbal e não verbal. 
 Desempenho de papéis. 
 Vínculos manifestam-se e articulam-se entre si, seja no plano intra, inter ou 
transpessoal. 
 Fenômeno da ressonância: como a comunicação ressoa no outro membro do grupo. 
Esse fenômeno se equivale a “livre associação de ideias”. 
 Galeria de espelhos: onde cada um pode refletir e se refletido nos e pelos outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Le Bon é considerado o percursor de Freud, por causa das suas teses sobre o 
inconsciente, e de Einstein, por considerar a matéria como uma forma condensada de 
energia. 
 
O poder das multidões 
 É o único que se ergue e parece destinado a absorver rapidamente os outros. 
 A ação das multidões é uma força que não está ameaçada, cujo prestígio vai sempre 
aumentando. A época em que estamos a entrar será a era das multidões. 
 
Le Bon e as multidões 
 Ele reconhece as multidões, porém se opunha a ela. 
 Para ele, as multidões têm somente o poder de destruir e causar desordem. 
 
Multidão do ponto de vista psicológico 
 Multidão psicológica: quando um agrupamento de indivíduos adquire caracteres 
novos, bem diversos dos caracteres de cada um dos indivíduos que o compõe. A 
personalidade consciente desvanece-se e os elementos e as ideias de todas as 
unidades são orientadas em uma direção única. 
 Alma coletiva: quando o grupo começa a agir em uma mesma direção, sendo levado a 
ações grupais, fazendo, por exemplo, coisas que não faria sozinho. Os grupos são 
normalmente transitórios e temporários. A alma coletiva é capaz de criar 
manifestações comuns ao seu grupo como língua, cultura, folclore, tradições, entre 
outros. 
 
 A observação fenomenológica de Le Bon às mentes coletivas retrata como há uma 
alteração da mente individual e o grande papel que exerce o inconsciente coletivo nas 
ações dos indivíduos que são totalmente direcionados por meio da sugestão do líder e 
do contágio rápido. Freud crítica essas ideias, principalmente a noção de 
inconsciente, contágio e sugestão. 
 
Características das multidões 
 Autoritarismo. 
 Impulsividade. 
 Irritabilidade. 
 Sentimento de poder invencível. 
 Abandono da personalidade individual pela coletiva. 
 Fim da vida cerebral (faz com o que apareça a sensação de que é pertencente a algo 
maior). 
 Contágio mental. 
 Poder de sugestão (o contágio mental é um efeito dele). 
 Diminuição da inteligência. 
 Sempre haverá um agente por trás da massa. 
 
As opiniões e as crenças nas multidões 
 São capazes de transformar a sociedade. 
 Crenças fixas: mesmo a favor ou contrárias aos pensamentos das multidões não 
sofrem mudanças, podendo ser ou não de verdade. 
 Crenças variáveis: temporárias. 
 São determinados por dois fatores: remotos e imediatos. 
 
FATORES REMOTOS FATORES IMEDIATOS 
Tornam as multidões capazes de adotarem 
certas convicções e incapazes de se 
deixarem penetrar por outras 
São sobrepostos aos fatores remotos, sem o 
qual não poderiam agir, provocam a 
persuasão ativa nas multidões 
Preparam o terreno onde se veem germinar 
repentinamente ideias novas 
Surgem as resoluções que abalam as 
coletividades 
A explosão e o desenvolvimento de certas 
ideias nas multidões configuram-se por 
vezes fulminante repentinos 
É através deles que se declara um motim ou 
se decide uma determinada greve 
Caráter geral: raça, tradição, tempo, 
instituição e educação 
“Ponta do iceberg” 
 
→ Raça: é o mais importante. O meio, as circunstâncias e os acontecimentos 
representam as sugestões sociais do momento. Podem exercer uma ação importante, 
mas sempre momentânea se for contrária as sugestões da raça. Para Le Bon, as 
instituiçõessão produtos da raça. 
→ Tradição: representam as ideias, necessidades e sentimentos do passado. São a 
síntese da raça e exercem sobre nós todo o seu peso. Sem tradições estáveis não há 
civilização. 
→ Tempo: possui grande influência na gênese das multidões. É um dos fatores mais 
energéticos. Faz evoluir e morrer todas as crenças que, por meio dele, adquirem o 
poder e, também por meio dele, o perdem. 
 
 
 
 
 
 
 
Público 
 Pode ser definido como uma multidão virtual. 
 É uma relação social e espiritual, bem mais avançado do que a formação de uma 
multidão. 
 Pode-se pertencer simultaneamente a vários públicos. 
 A sugestibilidade e o contágio só pode surgir após muitos séculos de vida social mais 
grosseira e elementar. 
 É uma espécie de clientela comercial (estabelece entre as pessoas um vínculo social e 
supõe entre elas afinidades que esse vínculo estreita e acentua). 
 A transformação de grupos em públicos exprime-se por uma necessidade de 
sociabilidade que torna imperiosa a comunicação regular dos associados através de 
uma corrente contínua de informações e excitações comuns. Portanto, é inevitável. 
 A formação de um público supõe uma evolução social e mental mais avançada que a 
formação da multidão. 
 O agrupamento social em públicos é aquele que oferece aos caracteres individuais 
marcantes as maiores facilidades de se impor e às opiniões individuais originais as 
maiores facilidades de se expandir. 
 
Multidão 
 Se assemelham por traços. 
 Pode-se pertencer a uma multidão de cada vez. 
 É um agrupamento mais natural, submetida às forças da natureza. 
 É menos homogênea que o público. 
 
 Existe uma intolerância maior com as multidões e, por conseguinte, para com as 
nações onde domina o espírito das multidões, porque nelas o indivíduo é tomado por 
inteiro, arrastado por uma força sem contrapeso. 
 É ela que conduz o líder e, às vezes, seu criador. 
 
Diferenças entre as concepções teóricas sobre os grupos 
 Le Bon: impulsividade, incapacidade de raciocínio e ausência de senso crítico. 
 Gabriel Tarde: propõe teorias para explicar como o comportamento de um indivíduo 
se manifesta negativamente na presenta de grandes grupos. 
 Freud: reconheceu as contribuições de Le Bon. Porém, ele usou de referência a ideia 
de libido. As ligações afetivas (amor) não correm com qualquer grupo, ocorrem em 
relação ao líder, que ocupa lugar de protetor e amparo (recorre ao mito da horda 
primeva).

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