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Rebéca Fogaça Graduanda em Psicologia Referência- ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das Grupoterapias. 1993. (p.45-49) QUESTIONÁRIO - INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS GRUPAIS QUESTÃO 1 Por intervenção podemos compreender tudo aquilo que interfere, intercede ou media alguma situação. Por terapêutico entendemos aquilo que é curativo ou tratável que objetiva uma mudança ou alteração do estado de algo. E por grupos um conjunto de indivíduos que interagem entre si, expressam suas individualidades e ao mesmo tempo constituem uma identidade em comum. Nesse sentido, por intervenções terapêuticas grupais podemos delimitar ações mediadoras que buscam uma mudança ou alteração na configuração de um conjunto de pessoas que se inter-relacionam e tem uma identidade grupal. QUESTÃO 2 Consiste em um coletivo de pessoas no qual interagem entre si, estando vinculadas para atingir um objetivo em comum, demonstrando tanto suas identidades individuais (que são mantidas) e as inter-relações, no qual há interação, formando-se então uma nova identidade grupal, tendo mecanismos de funcionamento próprios. QUESTÃO 3 1. Um grupo não é um mero somatório de indivíduos; pelo contrário, ele se constitui como uma nova entidade, com leis e mecanismos próprios e específicos. Podemos dizer que assim como todo indivíduo se comporta como um grupo (de personagens internos), da mesma forma todo grupo se comporta como se fosse uma individualidade. 2. Todos os integrantes de um grupo estão reunidos em tomo de uma tarefa e de um objetivo comuns. 3. O tamanho do grupo não pode exceder o limite que ponha em risco a indispensável preservação da comunicação, tanto a visual, como a auditiva, a verbal e a conceitual. Rebéca Fogaça Graduanda em Psicologia Referência- ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das Grupoterapias. 1993. (p.45-49) 4. Deve haver a instituição de um enquadre (setttng) e o cumprimento das combinações nele feitas. Assim, além de ter os objetivos claramente definidos, o grupo deve levar em conta uma estabilidade de espaço (local das reuniões), de tempo (horários, férias...), algumas regras e outras variáveis equivalentes que delimitam e normatizam a atividade grupai proposta. 5. O grupo é uma unidade que se manifesta como uma totalidade, de modo que tão importante como o fato de ele ser organizar a serviço de seus membros é, também, a recíproca disso. Para um melhor entendimento dessa característica, cabe uma analogia com a relação entre as peças separadas de um quebra-cabeças e deste com o todo a ser armado. 6. Apesar de um grupo se configurar como uma nova entidade, como uma identidade grupai genuína, é também indispensável que fiquem claramente preservadas as identidades específicas de cada um dos indivíduos componentes. 7. É inevitável a formação de um campo grupal dinâmico, em que gravitam fantasias, ansiedades, identificações, papéis, etc. 8. É inerente à conceituação de grupo a existência entre os seus membros de uma interação afetiva, a qual costuma ser de natureza múltipla e variada. 9. Em todo grupo coexistem duas forças contraditórias permanentemente em jogo: uma tendente à sua coesão e a outra, à sua desintegração. A coesão do grupo está na proporção direta, em cada um e na totalidade, dos sentimentos de “pertinência" (é o "vestir a camiseta", próprio de um esprit de corps) e de "pertencência” (o indivíduo se refere ao grupo como sendo “o meu grupo...", e implica no fato de cada pessoa do grupo ser reconhecida pelos outros como um membro efetivo). Por outro lado, a coesão grupai também depende de sua capacidade de perder indivíduos e de absorver outros tantos, assim como de sua continuidade. 10. O campo grupal que se forma em qualquer grupo, se processa em dois planos: um é o da intencionalidade consciente e o outro o da interferência de fatores inconscientes. O primeiro é denominado por Bion (>) como “grupo de trabalho" pela razão de que nele todos os indivíduos integrantes estão voltados para o êxito da tarefa proposta. Subjacente a ele, está o segundo plano, que o aludido autor chama de “supostos básicos", regido por desejos reprimidos, ansiedades e defesas, e que tanto podem se configurar com a prevalência de sentimentos de dependência, ou de luta e fuga contra os medos emergentes, ou de uma expectativa messiânica, etc. É claro que, na prática, estes dois planos não são rigidamente estanques, pelo contrário, entre eles costuma haver uma certa superposição e uma flutuação. Rebéca Fogaça Graduanda em Psicologia Referência- ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das Grupoterapias. 1993. (p.45-49) 11. Neste campo grupal sempre se processam fenômenos como os de resistência e contra resistência, de transferência e contratransferência; de actings; de processos identificatórios, etc. Por um lado, tais fenômenos consistem em uma reprodução exata do que se passa na relação terapêutica bipessoal. Por um outro lado, eles não só guardam uma especificidade grupai típica como também se manifestam exclusivamente no campo grupal. 12. Um exemplo dessa especificidade é o fenômeno da "Ressonância", o qual consiste no fato de que a mensagem de cada indivíduo vai ressoando no inconsciente dos outros e produzindo o aporte de associações e manifestações que gravitam em tomo de uma ansiedade básica comum. Um outro exemplo é o da distribuição e da alternância de papéis típicos de um sistema grupal. Um terceiro exemplo de fenômeno especificamente grupal é o fato de que o próprio grupo funciona como sendo “um continente" que absorve as angústias de cada um e de todos. 13. É necessário fazermos uma distinção entre a simples emergência de fenômenos grupais e um processo grupal terapêutico. A primeira é de natureza ubíqua, pois os fenômenos se reproduzem em todos os grupos, independentemente da finalidade de cada um deles, enquanto o processo grupal necessita de um enquadre apropriado e é específico dos grupos terapêuticos. 14. O grupo, com finalidade operativa ou terapêutica, necessita de uma coordenação para que a sua integração seja mantida. Q coordenador deve estar equipado com uma logística e uma técnica definidas, assim como com recursos táticos e estratégicos. Ainda não há uma sólida e unificada escola da teoria da dinâmica de grupos, sendo que a maioria dos grupoterapeutas combina os conhecimentos sobre a dinâmica do campo grupai com a de uma determinada escola psicoterapêutica de tratamento individual, usualmente a de alguma corrente psicanalítica. QUESTÃO 4 Visão empírica (intuitiva e por experimentação): "Classes coletivas" por J. Pratt (1905), tisiologista americano, para designar uma aula ministrada por ele sobre a higiene e os problemas da tuberculose com 50 pacientes tuberculosos. Trabalho desenvolvido de forma intuitiva, espontânea, humana e empírica visava o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Rebéca Fogaça Graduanda em Psicologia Referência- ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das Grupoterapias. 1993. (p.45-49) Visão Psicodramática: "terapia de grupo" - contexto teatral- por Jacobo Moreno (1930) Importância da espontaneidade como ingrediente fundamental do processo criativo e vitalizador da vida. Visão Filósofico-existencial: "Totalidade grupal" por Sartre (1960) em seu último escrito "Crítica da razão dialética"- questões de liberdade, responsabilidade individual e coletiva- jogo dialético entre ambas. Totalização em processo – nunca pronta e acabada. Luta constante contra a serialidade e a alienação. A serialidade é um tipo de relação que se estabelece entre indivíduos que compõem Uma série- Interação aleatória e espontânea sem objetivo específico, em fila de banco. EX- Em uma situação de demora de atendimento - aí temos o início de uma formação grupo e uma reciprocidade quando as pessoas se organizam em prol de um objetivo em comum. (Resolver o problema da demora). QUESTÃO 5 A diferença entre grupos operativos e terapêuticosestá em sua finalidade. Enquanto que para os operativos é operar uma tarefa específica o terapêutico visa a cura e o tratamento. Portanto, pode se considerar que todos os grupos operativos são também terapêuticos (pois podem inferir um caráter curativo) mas nem todos grupos terapêuticos podem ser operativos. QUESTÃO 6 Oportunidade para as pessoas ficarem conhecendo uma a outra em um nível mais profundo. QUESTÃO 7 De forma sucinta, relate o processo desenvolvido em um grupo de encontro, considerando suas diversas etapas. Rebéca Fogaça Graduanda em Psicologia Referência- ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das Grupoterapias. 1993. (p.45-49) 1. Fase de hesitação- Período inicial de confusão, silêncio embaraçoso, comunicação cerimoniosa e superficial, frustração. Sentimento de desorientação. 2. Resistência à expressão ou exploração pessoais- Aos poucos revelamos aspectos mais íntimos. 3. Descrição de sentimentos passados- Os sentimentos começam a ser expressos, mas descritos como exteriores ao grupo. 4. Descrição de sentimentos negativos- Sentimento de “aqui e agora” começam a aparecer – geralmente de caráter negativo Sentimento negativo em relação ao grupo direcionado para o líder. 5- Expressão e exploração de material com significado pessoal-Desenvolvimento de um clima de confiança: “posso ser eu mesmo, até mesmo o que há de negativo é aceito”- As pessoas começam a se abrir e revelar suas “fragilidades” 6-Expressão de sentimentos interpessoais imediatos no grupo-Os participantes se sentem mais à vontade para falar o que sentem sobre o outro. 7-O desenvolvimento de uma capacidade terapêutica no grupo- Alguns membros revelam uma capacidade espontânea para “tratar” Cada um a seu jeito, esforçam-se por acolher o outro. 8-Aceitação do eu e começo da mudança- Aceitação de si a partir do que o outro ressoa. 9- O estalar das fachadas- Impaciência crescente para as defesas (“máscaras”) Busca de um encontro mais profundo e essencial (que o grupo parece buscar inconscientemente). O grupo exige que o indivíduo seja ele próprio. 10-O indivíduo é objeto da reação (feedback) por parte dos outros- Os outros fornecem um feedback por vezes inesperado sobre o sujeito. Percepção de certos aspectos sobre si de outra perspectiva. 11- Confrontação- Feedback mais contundente entre os membros do grupo. 12-Relação de ajuda fora das sessões de grupo- Extrapolação dos vínculos para fora das sessões. Rebéca Fogaça Graduanda em Psicologia Referência- ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das Grupoterapias. 1993. (p.45-49) 13-O encontro básico- Ocorrência de um contato mais íntimo e direto do que é frequente na vida cotidiana 14-Expressão de sentimentos positivos e intimidade- Expressão de sentimentos positivos e negativos: sensação de calor humano e confiança. 15-Mudanças de comportamento no grupo- Transformação nos gestos, atitudes... E expressão de capacidade de ajuda uns para com os outros QUESTÃO 8 Auto realização, Autonomia, Desenvolvimento, Amadurecimento- O integrante- Muda a percepção sobre si mesmo - Torna-se mais semelhante à pessoa que desejava ser - Valoriza-se mais - Mostra-se mais autoconfiante e autodirigido - Compreende-se mais - Torna-se mais aberto à experiência - Aceita melhor o outro - Torna-se mais apto a enfrentar situações de forma criativa QUESTÃO 9 1- Contextos- Encadeamento, de vivências privadas e coletivas, de sujeitos que se inter- relacionam numa continuidade espaço-temporal. Podem ser: a) Social- Constituído pela realidade social tal como é, pelo tempo cronológico e pelo espaço concreto. Os primeiros papéis do sujeito foram formados no contexto social. b) Grupal- Constituído pela realidade grupal tal como é, tempo cronológico dentro de propõe e se delineia o trabalho da sessão. c) Dramático- constituído pela realidade dramática do “como se”, pelo tempo subjetivo e espaço virtual construído sobre o espaço concreto. Nele tudo ocorre no “como se fosse” do imaginário e da fantasia. É onde se criam e recriam-se papéis. Rebéca Fogaça Graduanda em Psicologia Referência- ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das Grupoterapias. 1993. (p.45-49) 2- Instrumentos - Meio empregado na execução do método e das técnicas psicodramáticas. Constituído por: a) Cenário- Espaço multidimensional e móvel onde ocorre a ação dramática, projetado de acordo com as necessidades terapêuticas. b) Protagonista- Sujeito que emerge para a ação dramática c) Diretor-Terapeuta que coordena a sessão d) Ego-auxiliar- Terapeuta que interage em cena com o protagonista e) Público- Conjunto dos demais participantes da sessão psicodramática 3- Etapas- a) Aquecimento- Momento em que se dá a escolha do protagonista e preparação para a dramatização. b) Dramatização- contexto dramático, as figuras de seu mundo interno, presentificando seu conflito no cenário. c) Compartilhar- Sentimentos nele despertados e sua própria vivência de conflitos semelhantes. QUESTÃO 10 Grupo com certa quantidade de pessoas, que se reúnem e estão articulados pelas formas que se veem a si mesmos e aos outros e que se propõe a realizar uma tarefa- interagindo através de mecanismos de atribuição de papéis. “Conjunto restrito de pessoas, que, ligadas por constantes de tempo e espaço e articuladas por sua mútua representação interna, propõe-se em forma explícita ou implícita, a uma tarefa que constitui sua finalidade, interatuando através de complexos mecanismos de assunção e adjudicação de papéis. ” QUESTÃO 11 Pré-tarefa -resistência à mudança – predomínio das ansiedades e medos que obstaculizariam a entrada na tarefa. Predomínio da dissociação entre o agir, o sentir e o pensar Rebéca Fogaça Graduanda em Psicologia Referência- ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das Grupoterapias. 1993. (p.45-49) Tarefa- Elaboração da ansiedade provocada pela mudança e integração do pensar, sentir e agir. Rompa-se com o que estanca a mudança e bloqueia a comunicação. Insight através da elaboração dos medos básicos Projeto- O que aparece emergindo da tarefa e que permite o planejamento para o futuro QUESTÃO 12 Diminuição dos medos básicos através da centralização na tarefa do grupo que promove o esclarecimento das dificuldades de cada integrante aos obstáculos. O grupo operativo age de forma a fornecer aos participantes, através da técnica operativa, a possibilidade de se darem conta e explorar suas fantasias básicas, criando QUESTÃO 4 QUESTÃO 5 QUESTÃO 7 QUESTÃO 12
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