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1 Grupos Passa a significar reunião de pessoas por volta do século XVII. Se constituiu como uma instituição no século XX. Instituição: campos de saber, redes de poder e especialismo (exigência de respostas teórico-técnicas). Grupos na Experiência Pratt (1905): o objetivo inicial era ensinar aos pacientes a melhor maneira de se cuidar. Observou um efeito sobre os pacientes e a estratégia foi posteriormente reproduzida com pacientes com transtorno mental. Foi o percursor da psicoterapia de grupos. Lazell e Marsh (1920): uso de grupos com pacientes esquizofrênicos e psicóticos. Discutia assuntos diversos como medo da morte, conflitos, homossexualidade, entre outros. Observou que alguns pacientes aderiram bem a proposta, se manifestando e solicitando posteriormente atendimento virtual. Burrow (1925): uso do termo análise de grupos. Uso do grupo em espaço ambulatorial e com pacientes não psicóticos. Estimulava os participantes a expor francamente seus pensamentos e sentimentos. Metzl (1929): desenvolveu o método de aconselhamento em grupo para alcóolatras. Wender e Schilder (1930): experiências de terapia de grupo ambulatorial. Moreno (1932): introduz o termo psicoterapia de grupo; experiência anterior com o uso do psicodrama. Kurt Lewin (1933): fundou o centro de pesquisa para dinâmicas de grupo. Tornou-se um dos pioneiros e responsáveis pelo desenvolvimento na área. 2 Bion (1940): psicanalistas; experiência a partir do trabalho em hospital militar durante a segunda guerra mundial. Pichon-Revière: propõe o conceito de grupos operativos (se caracteriza pela relação que seus integrantes mantêm como a tarefa, que pode ser de cura ou aquisição de conhecimentos). Grupo Operativo → É um instrumento de trabalho, um método de investigação e cumpre, além disso, função terapêutica, além de oferta de co-participação do objeto de conhecimento, numa interação espiral dialética mutuamente transformadora, sob o viés da aprendizagem que acontece mediante exposição e troca de experiências de vida. Todo grupo que tiver uma tarefa a realizar e que puder, através desse trabalho operativo, estabelecer dificuldades individuais, romper estereótipos, identificar obstáculos individuais, auxiliar no enfretamento de problemas é terapêutico. A mobilização é terapêutica. Todo grupo operativo é terapêutico, mas nem todo grupo terapêutico é operativo. O interesse nos estudos e aplicação de teorias de grupos se iniciou no contexto da industrialização e 2ª guerra mundial. Classificação dos Grupos – Finalidade Operativos. Não tem em si a finalidade terapêutica, mas sim a de operar numa determinada tarefa objetiva; Tipos: ensino-aprendizagem; institucional; comunitários; terapêuticos. Psicoterapêuticos. Formas de psicoterapias que se destinam à aquisição de insight, dos aspectos inconscientes dos indivíduos; Abordagem psicanalítica; abordagem gestalt; psicodrama; cognitivo comportamental; teoria sistêmica. 3 Tipos de Grupos Operativos Ensino-aprendizagem: a tarefa básica desse grupo é “aprender a aprender”. Comunitário: utilizados nos programas voltados para a promoção da saúde, onde técnicos de distintas áreas são treinados para a tarefa de integração e incentivo a capacidades positivas dos pacientes. Institucionais: grupos formados em instituições, que promovem reuniões com visitas ao debate sobre questões de interesses de seus membros. Terapêuticos: promovem melhoria de alguma situação de saúde dos indivíduos, seja no aspecto de saúde orgânica ou psíquica, ou ambas. Exemplo: AA, obesos e mulheres mastectomizadas. Teoria Sistêmica Os praticantes dessa corrente partem do princípio de que os grupos funcionam como um sistema, ou seja, que há uma constante interação, complementação e suplementação dos distintos papéis que foram atribuídos e que cada um de seus componentes desempenha. Assim, um sistema se comporta como um conjunto integrado, onde qualquer modificação de um de seus elementos necessariamente irá afetar os demais e o sistema como um todo. 4 Contexto Psicologia social x individual. Observar condutas sociais ou comportamentais em grupo – domínio ou objeto específico da psicologia social. Inteligência científica dos comportamentos de grupo – contribuições importantes dele na identificação de critérios sobre o comportamento de grupo. O Problema Mobilizado Centralizar os esforços nos estudos de microgrupos. Contribuições Pioneiro nos estudos sobre grupos. Lançou as bases de muito do que se fala, pensa e faz nos grupos. Ao afirmar que a unidade de todo grupo e as relações dinâmicas estabelecidas entre os elementos que o compõem – cria o termo dinâmica de grupos. Dinâmica de grupo: microgrupos; inclui, ao mesmo tempo, as influências sofridas pelos indivíduos em situação de grupo e o estudo desses processos. Gestalt Princípio da Gestalt: o todo é maior do que suas partes constituintes e de que seus atributos (do todo) não podem ser dedutíveis a partir do exame isolado das partes constituintes. No Plano do Objeto Os pequenos grupos constituem as únicas totalidades dinâmicas acessíveis a observação e consequentemente a experiência científica. As atitudes coletivas de um grupo não podem ser compreendidas senão a partir dos diferentes conjuntos sociais de que fazem parte. 5 No Plano do Método Não é decompondo o fenômeno estuado em elementos e segmentos para reconstruí-lo em laboratório, em escala reduzida que o pesquisador irá conhecer sua dinâmica total. Será antes, tentando atingi-lo em sua totalidade concreta, existencial, não de fora, mas do interior. Deslocamento das pesquisas para “comportamento do grupo” (coletivas) em oposição aos estudos sobre aprendizado de atitudes sociais. → Toda dinâmica de grupo é resultante dos conjuntos das interações no interior de um espaço psicossocial. Estas interações poderão ser tensões, conflitos, repulsas, atrações, trocas, comunicações ou ainda pressões e coerções. → Toda situação social pode ser percebida e concebida como constituindo uma cadeia de fenômeno cuja resultante serie os comportamentos de grupo – atitude coletiva. Atitudes Coletivas Nível da percepção: atitudes comuns a um grupo, esquemas mentais e afetivos de adaptação à situação social determinam a perspectiva geral na qual os membros do grupo percebem o conjunto de uma situação. Nível do comportamento: esquemas coletivos e as atitudes pessoais estão presentes no campo dinâmico e constituem uma inclinação para certos tipos de comportamentos. Esta inclinação cria uma atração por certos aspectos da situação ou uma repulse em direção a outros aspectos da situação. Cultura do ambiente: tende a favorecer os vetores de comportamento (direções, orientações, barreiras). Fórmula do Comportamento C = F (P, M) 6 Teoria de Campo Campo: espaço de vida de uma pessoa. Espaço de vida: constituído da pessoa e do meio psicológico, como ele existe para o indivíduo. Atitudes coletivas ou pessoais não são resultado de mecanismos exteriores às consciências nem atos subjetivos das consciências. São segmentos de uma situação social na qual se fundem em uma mesma realidade dinâmica elementos objetivos e conscientes. Campo social: totalidade dinâmica constituída não só dos indivíduos componentes de um grupo, mas da interrelação entre os grupos ou subgrupos constituintes de uma coletividade. É uma Gestalt, um todo irredutível aos subgrupos que nele coexistem e aos indivíduos que ele engloba. → Elementos fundamentais para a sobrevivência de um grupo: existência, interdependência e contemporaneidade. Hipóteses da Dinâmica dos PequenosGrupos O grupo constitui o terreno sobre o qual o indivíduo se mantém. Grupo – instrumento para satisfazer suas necessidades psíquicas ou aspirações sociais. O grupo é uma realidade da qual o indivíduo faz parte, mesmo aqueles que se sentem ignorados, isolados ou rejeitados. A dinâmica de um grupo tem sempre impacto social sobre os indivíduos que os constituem (processos de crescimento, de separação, de diferenciação, desintegração). Grupo como elemento do espaço vital. No interior desta totalidade dinâmica encontram-se orientados, ou mesmo condicionados, seus comportamentos em grupo e suas atitudes sociais. Campo de força: tendências pessoais (percepção individual a partir do passado pessoal), tendencias do superego (imperativos da sociedade) e a situação social. → Lewin conclui que a mudança social para se operar exige que sejam modificadas as relações dialéticas que unem três elementos: as estruturas da situação social, as estruturas das consciências que vivem nessa situação social e os acontecimentos que surgem nesta mesma situação social. 7 Pesquisa-Ação Estudos das minorias psicológicas. Pesquisas fenômenos sociais – dois objetivos que se confundem e se completam: oferecer um diagnóstico sobre uma situação social; descobrir ou formular a dinâmica própria da vida de um grupo. A pesquisa social deve originar-se a partir de uma situação social concreta a modificar e deve inspirar-se constantemente nas transformações e nos componentes novos que surgem durante e sob influência da pesquisa. Comunicação – processos de troca fundamental para as relações humanas (autenticidade, comunicação aberta, bloqueios e zonas de silêncio interferem na coesão e solidariedade do grupo). Comunicação de modo autêntico – semente para as experiências de sensibilização para as relações humanas. Experiências – grupos de discussão, grupos de treinamento das técnicas de base-pilares do processo de aprendizagem da dinâmica de grupo. Autoridades e Tipos de Liderança Autocrático. Democrático. Laissez-faire (quando cada um, de maneira oculta e dissimulada, faz algo que bem entende). 8 Experiência de Rosário (1956) A tática é grupal e a técnica são o uso de grupos de comunicação, discussão e tarefa. Coordenação do Pichon-Rivière – várias sessões de grupo, compostos por alunos de vários cursos, um coordenador e observadores. O coordenador tem o objetivo de favorecer a comunicação intragrupal. Aplicação de uma didática interdisciplinar – baseia-se na preexistência, em cada um de nós, de um esquema referencial (conjunto de experiências, conhecimentos e afetos com os quais o indivíduo pensa e age) que adquire unidade através do trabalho em grupo; ela promove, por sua vez, nesse grupo ou comunidade, um esquema referencial operativo sustentado pelo denominador comum de esquemas prévios. → Pichon considera que o indivíduo é resultante dinâmico no interjogo entre o sujeito e os objetos internos e externos, e sua interação dialética através de uma estrutura dinâmica que ele denomina de vínculo. Esquema Conceitual, Referencial e Operativo (ECRO) Sistematização ocorre a partir de estudos e atendimentos de pacientes neuróticos graves e psicóticos (um núcleo psicótico central, bem delimitado e do qual partem todas as outras estruturas como formas ou resolvedor tal situação básica). Pichon-Rivière parte da hipótese de que no grupo familiar um membro assume o papel de porta-voz, o que o torna depositário de todas as angústias, ansiedades e patologias que circulam no espaço em que vive. Desse modo, o porta-voz passa a funcionar como "sinalizador" para o comportamento do grupo familiar como um todo. Esse "padrão" de surto de funcionamento surge a partir das interações com o grupo familiar, (qualquer enfermidade deve ser compreendida e esclarecida dentro desse contexto). É nesse grupo familiar "disfuncional", que a partir dos usos de técnicas, pode-se realizar uma operação corretora. ECRO – conjunto de experiências, conhecimentos e afetos com os quais o sujeito pensa, sente e age. 9 Tese Grupo como um agente de cura. Aplicação da técnica de grupos operativos de esclarecimento, aprendizagem, treinamento ou de tarefa, atua como o processo terapêutico. Motivo: se configurar uma nova rede de comunicação, o que possibilita a mudança e a consequente aprendizagem. O grupo é transformado através da tarefa psicoterapêutica em um verdadeiro grupo operativo quando, baseado em progressivos esclarecimentos, há um reajuste de papéis, uma maior heterogeneidade entre seus membros e uma maior homogeneidade na tarefa. Experiência com Famílias — Transtorno Mental Grave Técnicas: criar, manter e fomentar a comunicação, progressivamente uma espiral, aliviando a ansiedade básica. Reduz os estereótipos e se permite maior fluidez nos papéis. O objetivo é transformar um ciclo vicioso, fechado, em um círculo benéfico, com aberturas dialéticas sucessivas. Esquema do Cone Invertido Na base – conteúdos emergentes manifestos ou explícitos. Espiral – movimento dialético de indagação e esclarecimento que vai do explicito ao implícito (envolve aprendizagem, pertinência, comunicação e cooperação), como objetivo de explicitá-lo. No vértice – encontram-se as situações básicas ou universais implícitas (medos básicos e ansiedade). Tarefa Pré – tarefa: técnicas defensivas, resistência a mudanças são mobilizadas. Função de postergar a preparação de medos básicos. Tarefa: elaboração da posição defensiva. Existência de percepções que permitem uma relação diferente com outras pessoas. Implica modificação em dupla direção (a partir do sujeito e para o sujeito), envolvendo assim a constituição de vínculo. Projeto: compromisso consciente com o projeto. 10 → O grupo operativo é um grupo centrado na tarefa que tem por finalidade aprender a pensar em termos de resolução das dificuldades criadas e manifestadas no campo grupal e não no campo de cada um de seus integrantes, o que seria uma psicanálise individual em grupo. Entretanto, também não está centrado exclusivamente no grupo, como nas concepções gestáticas, mas sim em cada aqui-agora-comigo na tarefa, uma síntese de todas as correntes. Consideramos o doente que enuncia um acontecimento como o porta-voz de si mesmo e das fantasias inconscientes do grupo. Nesse aspecto reside a diferença entre a técnica operativa e as demais técnicas grupais, já que as interpretações são feitas em dois tempos e em duas direções distintas. → Atividade centrada na mobilização de estruturas estereotipadas por causa do montante de ansiedade despertada por toda mudança. No grupo operativo, o esclarecimento, a comunicação, a aprendizagem e a resolução de tarefas coincidem com a cura, criando-se assim um esquema referencial. Papéis Desempenhados nos Grupos Quanto mais plásticos os papéis, mais saudável é o grupo, quanto mais estereotipado mais patológico. Porta-voz: expressa como ansiedades do grupo. Bode-expiatório: depositário das dificuldades do grupo. Líder: tipos de liderança. Sabotador: freia os avanços e sabota as tarefas. 11 Berço do Psicodrama 1º MOMENTO 2º MOMENTO 3º MOMENTO 4º MOMENTO Desde criança “brincava de Deus”, “trono de Deus” – Primeira sessão dramática. Estudante de medicina – grupos de crianças para representações improvisadas na praça/parque. O Psicodrama nasceu no Dia da Mentira – 1º de abril de 1921. Conversão do teatro da espontaneidade para o Teatro Terapêutico. Embrião da ideia de espontaneidade. Espontaneidade e da criatividade (dava voz as crianças). Primeira sessão psicodramática oficialrealizada no teatro de Viena (nasce o teatro da espontaneidade). Representação de papéis (personagens) que contribuem para elaboração de questões pessoais. O teatro da espontaneidade foi criado para desenvolver a capacidade criadora e a espontaneidade. Introdução Contexto - Pós-guerra (I Guerra Mundial). Sessão psicodramática sozinho – no palco uma cadeira (trono) e uma coroa. Tema era a busca de uma nova ordem para as coisas, e o público era chamado a participar da encenação (sem script). Objetivo: tratar e curar o público de uma doença, uma síndrome cultural patológica de que os participantes compartilhavam – drama coletivo. As apresentações se seguiram com “atores” encenando conflitos, notícias de jornal. Foi a repetição das sessões de psicodrama que deu “corpo” ao psicodrama, tendo depois organizado em construção teórica. 12 Conceito Pode ser definido como a ciência que explora a “verdade” por métodos dramáticos. O psicodrama não tem precedente nos tempos históricos. Nos tempos pré-históricos – nos ritos dramáticos primitivos. O desenvolvimento da ideia de catarse (psicodrama redescobre e elabora a noção – retoma Aristóteles). Catarse “[...] não é um fenômeno, mas um secundário, um subproduto, um efeito da poesia sobre os leitores ou o espectador”. Para Moreno a catarse é um fenômeno que se produz juntamente com a realização espontânea e simultânea de todo um processo de criação, num processo que afeta não apenas os atores, mas também o público. Para que a catarse se produza é necessário que apareça um estado de comunitas (conceito de encontro para Moreno). Psicanálise Moreno era um crítico da psicanálise – determinismo psíquico. Alguns psicanalistas utilizam da técnica do psicodrama para trabalhar questões inconscientes. Espontaneidade A espontaneidade é o fator primordial para uma existência saudável e o indivíduo espontâneo amplia a sua capacidade criadora. Capacidade de agir diante de situações novas, criando uma resposta inédita ou renovadora ou, ainda, transformadora de situações pré-estabelecidas. É um fator que permite ao potencial criativo manifestar-se e atualizar-se. A espontaneidade e criatividade – par dialético (criatividade como co-função da espontaneidade). Podemos desenvolver ou nos educar para a espontaneidade – libertação dos clichês e estereótipos culturais/maior receptividade e disposição para o surgimento de novas dimensões no desenvolvimento da personalidade. A espontaneidade não está vinculada somente a emoção e a ação, está também vinculada ao pensamento e ao repouso. 13 Grupo como um espaço de reflexão privilegiado, pela possibilidade do espelhamento recíproco em clima de superação de “pré-conceitos e atitudes estereotipadas (espontaneidade grupal) e prontidão para mudanças ou transformações (criatividade grupal). Transformação no “processo/durante” a cena psicodramática. Procura transformar o insatisfatório. Só é possível se a pessoa viver o presente; traz conteúdo do ICS. Teoria dos Papéis O termo “papel” vem das artes cênicas, com o desenvolvimento da experiência psicodramática, representa a várias possibilidades identificatórias (expressam as distintas dimensões do eu (self) e a versatilidade potencial de nossas representações mentais. Os papéis e as relações entre os papéis permitidos ou desejados são os fatos mais significativos no contexto da cultura (papel social). Os papéis psicodramáticos entram em ação na cena psicodramática. A função da cena é reconstruir a realidade vivida, colocando em ação os papéis aí implicados. Dramatização: método por excelência para o autoconhecimento, o resgate da espontaneidade e a recuperação de condições para o inter-relacionamento. É o caminho através do qual o indivíduo pode entrar em contato com conflitos, que se mantinham inconscientes. Psicodrama é uma modalidade de expressão catártica que, instrumentada pelo exercício da espontaneidade e sustentada na teoria de papéis, viria a se constituir no método psicodramático de abordagem de conflitos interpessoais, cujo âmbito natural é o grupo. Setting: basicamente grupal. Conta com presença do terapeuta (diretor da cena), de seus egos auxiliares e dos pacientes (tanto como protagonistas quanto como público). Psicoterapia de grupo – expressão criada por moreno em 1931. → Tipos de papéis: psicossomático, social e psicodramático. 14 O Psicodrama Desenvolveu e introduziu sua Teoria das Relações Interpessoais e ferramentas para as ciências sociais que ele chamou de socionomia. Socionomia – ciência que estuda os grupos, leis sociais que regem o comportamento interpessoal, propondo métodos de intervenção socioterapêuticas. Desenvolve as teorias que nos ajudam a ler os processos e fenômenos grupais. Sociometria – formação e organização dos grupos. Uso de teste sociométrico ou jogos dramáticos para investigar a posição socioafetiva frente ao grupo (papéis afetivos). Sociodinâmica – investiga a dinâmica do grupo, as redes de vínculos entre os componentes dos grupos. Estudo das leis e dos momentos grupais. Sociatria – transformação social, hierarquia socionômica, subdivisão dos grupos, terapia da sociedade (intervenções socioterapêuticas - tratamento das relações sociais). O Método – Técnica Representação dramática – veículo de expressão dos conflitos, unindo ação à palavra. A prática psicodramática começa pelo envolvimento das pessoas com um tema ou com a experiência a ser vivenciada, através de lembranças ou histórias do cotidiano dos indivíduos e áreas de aplicação. Elementos: diretor, ego-auxiliar, protagonista, palco e plateia. Fases: aquecimento, dramatização, compartilhar (expressão das emoções sobre o que foi vivido, o que aprenderam com a vivência) e processamento. Técnicas: inversão de papéis, espelho, técnica do duplo, escultura, solilóquio. → Cabe ao diretor o manejo das técnicas psicodramáticas, como recursos de ação para garantir envolvimento do grupo e a escolha da cena protagônica, que refletirá a experiência dos presentes. Psicodrama Aplicada Trabalho social com presidiários Violência doméstica Pesquisa 15 Saúde/hospitais População Indígena Reinserção social CAPS/NAPS Educação Ampliação e enriquecimento das possibilidades metodológicos do ensino e expressão da comunicação Terapêutico Psicoterapia de grupo → Empresa: processos seletivos - sociometria, técnicas de Role Playing (jogo de papéis); tem-se destacado quando o objetivo é melhorias no ambiente de trabalho, fazendo emergir situações conflitantes e possíveis soluções; utilizado também como estratégia para o desenvolvimento de habilidades como, por exemplo, de liderança. 16 Experiência no Exército (1940) Seleção dos oficiais técnicas de grupo sem líder/relacionamentos interpessoais. Considerações importantes sobre liderança: a) a liderança que é formalmente designada nem sempre coincide com a que surge espontaneamente; b) vários tipos de liderança espontâneas surgem a partir de distintas locais de cada grupo; c) um grupo sem nenhuma liderança tende à dissolução. "Se um homem não consegue ser amigo de seus amigos, tampouco pode ser inimigo de seus inimigos". Programas de reabilitação e de readaptação restabelecer, disciplina e o "espírito de grupo" (rompeu vários títulos do exército). Experiência na Clínica Tavistock Grupo com diretores de serviços – integração institucional, formação técnica e psicoterapêutico. Movimentos de transferência e contratransferência presente nos grupos. Destes grupos Bion retirou o material empírico para criar sua teoria de funcionamentodos grupos. Termos e Conceitos Espírito de grupo – características: um objetivo comum de todos os componentes; o reconhecimento dos limites do grupo e das posições e funções do grupo em relação a outros grupos; a capacidade para absorver e perder membros; a liberdade e o valor em relação aos subgrupos que formam; a valorização das individualidades dentro do grupo; a capacidade para enfrentar o descontentamento interno; a tradição do grupo como possível permissão ao surgimento de ideias novas deste grupo; o líder e o grupo comungando uma mesma "fé". 17 Mentalidade grupal – unanimidade de pensamento e de objetivo. A expressão unânime da vontade do grupo, à qual o indivíduo contribui por maneiras das quais ele não se dá conta, influenciando-o desagradavelmente sempre que ele pensa ou se comporta de um modo que varie de acordo com os pressupostos básicos. Funciona de forma semelhante ao inconsciente para o indivíduo. Cultura do grupo – resulta da necessidade de uma adaptação dos interesses do em conformidade aos grupos como uma totalidade. Aspectos do comportamento do grupo que surgem do conflito entre as necessidades "unanimidade grupal" e de cada indivíduo. Valência – aptidão do indivíduo combinar-se com os demais, em função de fatores inconscientes (esfera afetiva e inconsciente do grupo). Cooperação – ocorre entre duas ou mais pessoas, é próprio do funcionamento do grupo de trabalho. Grupo de trabalho – destaque-se por estados mentais onde predomina o aspecto racional, implica regras e objetivos conscientes envolvidos na realização de uma tarefa fornecida, há um estado mental cooperativo. Grupo de pré supostos básicos – obedecem prioritariamente como leis do inconsciente dinâmico. Ignoram a noção de temporalidade, de relação causa- efeito, ou se opõe a todo processo de desenvolvimento e conservam as mesmas características defensivas mobilizadas pelo ego primitivo. Tem relação com a valência e suas raízes está no texto Psicologia das Massas e Análise do Ego (rompe com a ideia de instinto gregário e defende uma noção de investimento afetivo horda primária). → Todo o grupo opera em dois níveis que são simultâneos, opostos e interativos, embora bem delimitados entre si. Grupo de Pré Supostos Básicos Quando um grupo se reúne para desenvolver uma tarefa (de qualquer natureza - terapêutica, institucional, de aprendizagem), está sujeito ao surgimento de certos estados mentais inconscientes. O desenvolvimento positivo de sua dinâmica, são estados mentais inconscientes. São esses “supostos básicos” que impedem o desenvolvimento positivo de sua dinâmica, são estados mentais que evitam a frustração relacionada com o trabalho, com o sofrimento e com o contato com a realidade. 18 A possibilidade de desenvolvimento de um grupo independente de sua natureza, relacionada à formação dos conflitos e fantasias inerentes àquela está formada grupo, pois ao permanecer paralisado em sua angústia, ele não se constitui como um grupo de trabalho. A forma como esses professores combinados e estruturados definem sua modalidade e por isso, aptidão um tipo de líder específico apropriado para preencher os requisitos do suposto básico predominante e vigente no grupo. Para Bion, o líder é que é o emergente das necessidades do grupo. Três Modalidades Supostos básicos de "dependência" – nível mais primitivo de formação grupal, busca um líder idealizado revestido de poderes mágicos, onipotentes e que irá satisfazer todas as necessidades e desejos do grupo (como a relação de proteção entre pais e pequenos filhos). A busca por esse líder ocorre em função da falta de coesão do grupo e presença de angústias primárias: desconfiança, hostilidade, medo e inveja, frente ao terapeuta e aos membros do grupo. O grupo de proteção de proteção no líder, defesa contra sua própria angústia através da dependência e atitude regressiva; Nos grupos religiosos, esse é o suposto básico predominante. Supostos básicos de "luta e fuga" ou "ataque e fuga" – inconsciente grupal dominado por ansiedades paranoides, levando a reações defensivas. Forte carga agressiva que impulsiona o grupo, levando-os a criar um inimigo para canalizar, de algum modo, seus impulsos agressivos. Quando o grupo alterna movimentos de fuga e agressão, em relação ao Coordenador ou aos seus membros próprios. Existe uma convicção de que existe um inimigo e que é necessário atacá-lo ou fugir dele; O líder requerido para esse tipo de suposto básico grupal deve ter características paranoides e tirânicas; Quanto mais idealizado o coordenador na fase de dependência; tanto maior será a hostilidade e ressentimento a sua figura provocará na fase de ataque e fuga. Supostos básicos de "acasalamento" ou "pareamento" – quando o grupo não consegue realizar suas ações, mas se sente culpado e, assim, posterga sua atividade através da esperança em "algo" ou "alguém" que virá resolver a dificuldade do grupo. Nega seus conflitos e dificuldades internas, racionalizando 19 sobre eles. E, o grupo delega ao par a função reparadora e integradora do grupo. Espera por um Messias. As esperanças messiânicas do grupo podem estar depositadas em uma pessoa, uma ideia, um acontecimento etc., que virá salvá-los e fazer desaparecer todas as dificuldades; Costuma organizar-se com defesas maníacas, e o líder desse tipo de grupo deve ter características messiânicas e de algum misticismo. As três modalidades de suposto básico não se contrapõem entre si. Podem coexistir em um mesmo grupo e se alternar no surgimento. O surgimento de uma concepção original surgida no grupo "ideia nova" promoveria a mudança de um pressuposto para o outro. Representa uma ameaça a estabilidade do estabelecimento (pequenos grupos e grupos sociais sistemas sociais envolvem uma microssociologia e macrossocilogia). Sistema Protomental – corresponde a uma matriz de onde surge os fenômenos ("escolha" de cada modalidade está em ação enquanto os outros não se manifestam ou temporariamente inativos ", tendo como referência a noção" hereditária/atávica de viver em grupo). Os níveis protomentais originariam as patologias grupais. Caberia ao terapeuta investigar como etapas protomentais dos pressupostos básicos e a relação dos sujeitos com um determinado pressuposto. Dimensão Comunicativa O maior mal da humanidade consiste no problema dos mal-entendidos da comunicação. Transtorno da comunicação – tríplice aspecto (transmissão da mensagem, recepção da mensagem verbais distorções a partir de um estado de defesa/canais de comunicação: comunicação não-verbal, atitudes, somatização). Ênfase em todos os níveis de comunicação humana e na sua relação como estabelecimento dos vínculos. → Sua maior contribuição é referente à normalidade e patogenia dos sistemas sociais. A principal dedicação de Bion foi voltada para desvendar a mentalidade de grupo.
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